Floresta encantada... Part:I

Arthur Pov on

–Lisa você está bem mesmo? - Perguntei preocupado enquanto passava a mão em seus cabelos. Lisa estava estranha desde ontem, quando a achamos quase matando aquela "coisa" que depois eu descobri que era uma mulher.

–Me deixe em paz Arthur, não estou a fim de conversar - Falou escondendo seu rosto entre as pernas novamente

–Arg! Eu não te entendo Lisa! Ontem você estava toda carinhosa comigo, nós quase nos beijamos e agora está toda esquisita! Qual o problema heim? - Falei irritado e ela me olhou com o rosto corado

–Não precisa ficar gritando essas coisas, idiota! Eu não tenho nenhum problema, só quero ficar sozinha! Vai procurar a Belinda, vai! - Falou praticamente me expulsando, então eu sai de perto dela

–Já que você não quer que eu fique perto de você, vou procurar a Linda, ela pode ter se perdido - falei e sai da caverna, deixando-a sozinha naquele lugar escuro e úmido

Ontem quando conseguimos nos reunir, fomos direto procurar um lugar para ficar, Lisa parecia estar muito cansada e eu e Belinda estávamos um pouco feridos também. A Lisa não quis me contar sobre nada do que aconteceu com ela, quando eu perguntei se ela tinha se machucado ela dizia que estava tudo bem, mas eu pude reparar nas caretas de dor que ela fazia enquanto tentávamos achar um lugar seguro para ficar. Ela está muito estranha, mas porque ela não me conta nada? Droga! Já estou ficando irritado com isso!

–Linda! - Gritei no intuito de encontra-la, a Linda realmente já tinha saído do nosso esconderijo a um bom tempo . Ouvi um barulho estranho vindo de uns arbustos e coloquei a mão em minha espada, mas por sorte era apenas um coelho correndo...

–Volte aqui seu coelhinho estúpido! - Ouvi a voz de Linda e do nada ela saiu do arbusto toda suja de lama e cheia de folhas, então eu comecei a rir - Arth não ria! - Falou emburrada ao perceber que eu estava ali

–Desculpa Linda, mas isso foi engraçado - falei ainda rindo e ela mandou língua

–Olha só! Você me fez perder o coelho de vista! Aquele poderia ser a nossa janta! - Falou emburrada

–Fica tranquila que nós vamos pegar algo maior, um veado talvez - falei pensativo enquanto ela me olhava desconfiada - O que foi? - Perguntei curioso e ela começou a olhar para o chão envergonhada

–Arth... Você e a Lisa não fizeram nada enquanto eu estava fora né? - Perguntou parecendo estar triste e eu me aproximei dela para afagar sua cabeça

–Não se preocupe com essas coisas Linda... A Lisa está meio... Estranha desde ontem e não quer falar comigo direito... - Respondi cabisbaixo enquanto afagava a cabeça de Linda e ela pareceu notar

–Arth você gosta da Lisa? - Perguntou na lata e eu senti meu rosto corar um pouco

–Na verdade nem eu sei direito Linda - Respondi sinceramente - Só não entendo o porque dela não confiar em mim... - Falei novamente cabisbaixo e ela suspirou

–Porque isso te incomoda tanto? Você nunca foi de se importar com mulheres - Falou Linda irritada e eu deixei escapar uma risada

–Nisso você tem razão, mas como eu disse, eu não sei o que a Lisa significa para mim... Mas eu estou preocupado, algo me diz que tem alguma coisa errada com ela... - Falei bem preocupado e ela me olhou meio irritada

–Quer saber, agora quem vai falar com ela sou eu! - Falou Linda furiosa e saiu andando

–Ai ai... Já prevejo que isso vai dar em briga... - Sussurrei para eu mesmo, enquanto a via andando irritada

Quer saber, vou deixar essas duas para lá e vou caçar...

Arthur Pov off

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Lisa Pov on

–Mas que droga! Isso dói! - Reclamei baixinho enquanto tirava minhas roupas, eu estava atrás de uma pedra enorme que tinha dentro daquela caverna, ali ninguém poderia me ver.

Eu estava cheia de machucados em todas as partes do meu corpo, estava toda dolorida, cheia de pequenos cortes e aquele corte no meu braço ainda doía, mas eu não queria mostrar isso a ninguém, eu precisava dar um jeito de parar essa dor e esse sangramento bem depressa, se não não chegaríamos muito longe e ainda falta muito chão até chegarmos ao castelo...

Ouvi passos entrando na caverna e entrei em desespero, eu estava só de roupa de baixo atrás daquela rocha, o problema não era nem as roupas de baixo, mas sim alguém ver meus machucados... Mentira! O problema era alguém me ver pelada mesmo, principalmente se fosse o Arthur... Que por falar nisso eu não tenho nem conseguido encarar direito... Depois daquela ilusão daquela bruxa, eu tinha dito ao Arthur de mentira que eu o amava, mas agora quando eu olho para o de verdade aquelas palavras vêm em minha cabeça e eu fico com vergonha... Será que eu o amo mesmo? Isso é o de menos agora...

–Quem está aí? - Perguntei meio desesperada e só ouvi os passos se aproximando da rocha onde eu estava escondida

–Sou eu! - Falou uma voz feminina e eu logo percebi que era Belinda

–Não venha até aqui... Eu estou meio... Ocupada... - Respondi tentando dar uma desculpa, mas eu percebi que não daria certo, quando a vi já do meu lado -Kiaaaah - Gritei sem querer e ela como sempre revirou os olhos

–Porque está tirando a roupa? - Perguntou desconfiada, mas para a minha sorte eu estava com a mão em cima do meu corte e ela não viu - Estava esperando que fosse o Arthur? - Perguntou com uma cara super irritada e eu fiquei cheia de vergonha

–Claro que não! - Respondi instantaneamente, mas ela ainda continuava com aquele olhar desconfiado em cima de mim

–Vem cá... Porque você está toda roxa? - Perguntou agora menos irritada, ao reparar o estado crítico que estava meu corpo

–Não conte nada para o Arthur! - Falei nervosa e ela começou a me olhar desconfiada de novo

–Porque está com essa mão no braço? - Perguntou me olhando seriamente

– Aaah... Não é nada... - Respondi tentando disfarçar, mas foi inútil, porque ela tirou minha mão de meu braço a força, me fazendo soltar um baixo gemido de dor

–Idiota! Se não fizer nada isso vai infeccionar, você pode acabar perdendo o braço! - Falou preocupada ao ver o corte - Espere aqui que eu vou pegar alguma coisa para fazer um curativo... - Falou e foi ao outro lado da pedra pegar alguma coisa

–Sério Belinda, não conte ao Arthur... - Pedi sentindo meus olhos se encherem de água

–Pra que essa palhaçada toda heim? O Arthur está preocupado com você, sua idiota! Se você continuar se fazendo de forte assim ele só vai ficar mais preocupado, então pare com isso... - Disse meio irritada e então voltou com os curativos que eu tinha guardado dentro de minha mochila

–Eu não quero ficar perto do Arthur, por isso que não quero que você conte - Desabafei e ela me olhou confusa, enquanto amarrava aquele troço pelo meu corpo

– Porque não quer ficar perto dele? Isso me deixa feliz, mas é estranho - Falou sinceramente e eu fiquei meio surpresa, como ela conseguia dizer essas coisas tão facilmente?

– É uma longa história... Eu não consigo ficar mais perto dele sem me sentir estranha... Não sei explicar... - Falei cabisbaixa e ela deu um tapa no meu braço que não estava cortado - Ai! - Gritei de dor sem entender - Porque fez isso, sua maluca?

–Você é idiota ou o que heim? Não está mais do que óbvio que você gosta dele não? O que mais me irrita é você ficar se fazendo de inocente e roubado ele só para você! - Falou Belinda irritada com lágrimas nos olhos

–Está doida? Eu não gosto dele! Eu o odeio! - Falei olhando para ela, como se tudo o que ela tinha acabado de falar fosse maluquice e ela simplesmente me fuzilou com os olhos

–Odeia, você diz? Você que é burra o suficiente para não reparar nos seus sentimentos -Falou irritada e dessa vez eu calei a boca, talvez ela pudesse estar certa... Talvez eu fique apenas negando o que eu sinto, só para me proteger...

–Não acho que seja isso, de qualquer forma, se fosse isso, seria apenas um sentimento não correspondido - falei me sentindo um pouco idiota

–Como você é irritante! - Gritou cheia de raiva, enquanto terminava de me enfaixar - Para a sua informação, você é a garota que o Arthur mais se importa até hoje! Eu nunca tinha visto ele se importar tanto com uma mulher que não fosse eu ou a Maggie... Você me tira do sério sua estúpida! Se eu fosse você já teria o agarrado a muito tempo, mas se você tentar fazer isso você vai arrumar uma briga seria comigo, coloque uma coisa na sua cabeça, eu conheci primeiro, então ele é meu! - Terminou de falar e de me enfaixar então eu coloquei meu vestido de volta

–Não acredito no que você falou, não posso ser a única com quem ele se importa... - Falei meio triste e pensativa, já tinha terminado de me vestir, então quando fui sair de trás da pedra, dei de cara com quem? Com Arthur...

–Sobre o que estão falando? O que vocês estavam fazendo? - Perguntou Arthur desconfiado

–D-desde quando você está aqui? Você ouviu nossa conversa? - Perguntei super nervosa e Belinda estava normal

–Acabei de chegar, mas ouvi uns gritos da Belinda dizendo "ele é meu" e você dizendo meio triste que não podia ser a única com quem ele se importa.... Estavam falando sobre quem? - Perguntou desconfiado e curioso e eu senti meu rosto arder muito - Além disso, posso saber o que as duas estavam fazendo atrás dessa rocha? - Perguntou ainda mais desconfiado e eu gelei

–Nada de mais Arth, isso é coisas de garotas, então não vou te contar nada, é se-gre-do - Falou Belinda fazendo charminho e eu não entendi nada... Ela poderia ter contado, mas então porque não contou?

–Então, deixando isso de lado, olha o que eu peguei! - Falou Arthur empolgado apontando para um javali enorme na frente da caverna

–Ebaaaaa! Carne de javali é a melhor! - Falou Belinda super feliz, mas eu apenas fiquei com nojo daquilo

–Você matou esse bicho? Porque fez isso? - Perguntei indignada

–Para nós podermos comer alguma coisa antes de sair daqui né... Você não me parece muito bem, está pálida demais, então uma carne cheia de proteínas deve fazer bem - Falou com um sorriso no rosto e eu corei... Será que é verdade que ele se importa comigo? Olhei para Belinda que me fuzilava com o olhar e voltei a olhar para Arthur

–Você é mesmo um idiota! - Falei encostando na parede e me sentando no chão, sentindo novamente um pouco de dor

–Eu não te entendo Lisa! - Falou preocupado e eu sorri para ele o surpreendendo

–Fico feliz que você não entenda - falei sorrindo e ele me olhou ainda mais confuso

–Arth! Que tal nós começarmos a preparar o javali? - Perguntou Belinda nos interrompendo - Você não vai ganhar tão fácil assim idiota! - Sussurrou Belinda e provavelmente aquela frase foi para mim

–O que disse Linda? - Perguntou Arthur confuso

–Nada não Arth! Vamos lá... - Falou puxando Arthur para fora, enquanto eu ficava pensando no que ela quis dizer com aquilo...

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Demorou um tempo, mas finalmente aquele javali ficou pronto, eu estava morta de fome, nem estava mais me importando se aquilo era um javali ou um cavalo, minha fome clamava por comida e não era só eu, Arthur e Belinda também estavam mortos de fome.

Nós comemos a carne em silêncio, ninguém soltava um pio, mas então acabou e todos estavam satisfeitos.

–Acho que agora nós podemos andar mais um pouco, pois se ficarmos aqui não chegaremos nunca ao castelo - Falou Arthur se levantando e Belinda foi logo atrás, eu estava com muita dificuldade de levantar, porque além de estar cheia, estava repleta de machucados

–Vai ficar aí? - Perguntou Belinda com um sorriso sádico nos lábios

–Não, já estou levantando - falei fazendo uma careta por conta da dor e Arthur percebeu

–Lisa... Precisa de ajuda? - Perguntou desconfiado e preocupado

–Não, está tudo bem, eu me viro sozinha - falei levantando-me com dificuldade, enquanto ele me olhava preocupado

–Linda você pode ir pegando os cavalos? - Perguntou Arthur e ela me olhou com raiva

–Tudo bem Arth - Falou com voz de desânimo e foi pegar os cavalos, deixando eu e Arthur sozinhos ali dentro

–Lisa você tem alguma coisa que queira me contar? Você pode confiar em mim... Eu estou aqui por você - Falou um um sorriso gentil nos lábios e meu coração disparou

–Não... Não tenho nada para te contar... - Falei enquanto encarava o chão, então ele me puxou pelo meu braço machucado e eu dei um grito de dor

–Lisa? O que houve? - Perguntou dessa vez sério e furioso enquanto encarava meu braço, então ele levantou a manga contra a minha vontade e viu meu braço todo enfaixado e a faixa suja de sangue

–Desculpe... - Falei ainda olhando para o chão

–Você é mesmo uma idiota! - Falou me abraçando e então eu comecei a chorar - Porque não me falou? Eu ia cuidar de você! Não esconda as coisas de mim, você sabe que eu te a...

–Os cavalos já estão aqui! - Belinda deu um berro do lado de fora, interrompendo a frase do Arthur para a minha sorte

–Vamos? - Perguntou Arthur me soltando

–Sim... - Falei com uma voz baixa, ainda me recuperando psicologicamente da frase que ele não tinha dito

Então saímos da caverna, Belinda montou em seu cavalo e Arthur me fez montar no dele por causa do meu ferimento e novamente eu sentia meu coração acelerar por estar tão próxima a ele.

Andamos a cavalo em silêncio, eu estava com vergonha demais para falar qualquer coisa, Belinda estava furiosa e Arthur estava ocupado vendo para onde nós estávamos indo, até que chegamos em um lugar que tinha uma placa dizendo: "Bem vindos a Floresta encantada".

–Como assim floresta encantada? - Perguntei animada quebrando aquele silêncio mortal

–Imaginei que você ficaria empolgada com isso - Falou Arthur enquanto ria

–Porque? - Perguntei confusa

–Porque você fica facilmente impressionada com coisas mágicas - Respondeu Belinda

–E o que tem de mágico aqui?? - Perguntei super curiosa e novamente Arthur riu

–Dizem que nessa floresta há fadas, mas é apenas um boato, porque verdadeiramente ninguém nunca viu uma, apenas poucas pessoas consegue vê-las, mas ninguém consegue se comunicar com elas, elas só se mostram para pessoas em que elas confiam - Respondeu Arthur e eu fiquei extremamente animada

–O que estamos esperando aqui heim? Vamos entrar logo! - Falei animada e entramos na floresta

O lugar era incrível, realmente parecia que eu estava em um livro de conto de fadas, tinha diversos bichinhos fofos que andavam entre nós sem se preocupar, árvores lindas de todas as cores possíveis, até árvore azul tinha! Flores uma mais bonita que as outras, mas nada me surpreendeu tanto quanto uma árvore enorme que dava para ser vista bem de longe, ela era uma árvore normal, mas era tão grande e suas cores eram tão vivas que aquilo me deixou impressionada.

–Que árvore é aquela? - Perguntei

–É a árvore mais velha daqui, dizem que é naquela árvore que as fadas moram - Respondeu Arthur com um sorriso e meus olhos brilharam

–Podemos ir lá? - Perguntei super animada e ele começou a rir

–Podemos, mas isso vai fazer com que demore mais para chegarmos ao castelo - Respondeu Arthur, mas eu ignorei

–Então vamos, por favor! - Pedi e ele aceitou

Fomos caminhando a cavalo até lá, quanto mais perto ficava da árvore, mais a paisagem ficava bonita, mas tinha uns barulhos estranhos me incomodando, eu ignorei porque parecia que só eu estava ouvindo.

Estávamos a uns cinco metros de distância da árvore e eu parecia estar ficando maluca, eu estava ouvindo coisas, vozes falando comigo, mas elas sussurravam tão baixo que eu não conseguia ouvir direito.

Ei você! Consegue me ouvir? - Falou uma voz bem no meu ouvido e eu virei meu rosto para trás na mesma hora, mas só encontrei o olhar de Arthur em mim, me deixando envergonhada

–O que houve Lisa? - Perguntou Arthur preocupado

–Nada... Acho que estou ouvindo coisas... - Respondi, tentando esquecer aquilo, deve ter sido coisa da minha cabeça

Por favor... Se você consegue me entender, me responda! - Falou a mesma voz e eu novamente me virei, mas apenas Arthur estava ali, me olhando com um olhar preocupado

–Lisa? Esta tudo bem? - Perguntou preocupado e estranhando tudo aquilo

–Acho melhor nos pararmos um pouco - falei super confusa, eu devo estar ficando louca!

Descemos do cavalo e ficamos sentados próximos a aquela árvore enorme e linda, eu fiquei super admirada com a beleza daquela árvore, mas tinha algo me incomodando...

–Você já viu a árvore, agora podemos retomar o nosso caminho? - Perguntou Belinda desinteressada

–Si...

Não vá embora! Por favor nos ajude - Falou novamente aquela voz fininha e baixinha quase dentro do meu ouvido e eu já estava ficando irritada

–Vocês ouviram isso? - Perguntei agora irritada e Arthur e Belinda me olhavam confusos

– Ouvir o que Lisa? - Perguntou Arthur confuso

–Alguém pedindo ajuda, falando para não irmos embora - Respondi me achando louca e eles realmente me olharam como se eu fosse uma

–Você tá é ficando maluca! - Falou Belinda - Vamos embora logo, antes que comece a escurecer...

–Sim, vamos embora - falei me sentindo confusa

Não vá! Você tem que nos ajudar! - Falou novamente a voz e eu já estava ficando bolada com aquilo

–Quem está aí? Se quer tanto minha ajuda apareça! - Gritei irritada e Arthur e Belinda me olhavam super assustados - Desculpe gente... - Falei me achando uma louca

–Err... - Belinda ia falar alguma coisa, mas ficou me olhando assustada

–Lisa... Seu cabelo... - Falou Arthur apontando para o cabelo que estava caído em meu ombro e quando eu fui olhar tinha uma coisa ali

–Kiaaaaah - dei um grito e comecei a me mover feito louca para ver se aquilo saia dali

Por favor não faça isso, vai me machucar! -Gritou a voz e eu parei, olhei para o meu peito e tinha uma pessoinha segurando no meu vestido para não cair

–O-o que é você? - Perguntei assustada e então a pessoinha começou a voar, ela tinha asas, uma pessoa em miniatura que tinha asas! Acho que eu pirei de vez! - Não sou só eu que estou vendo isso certo? - Perguntei assustada

–Nós também estamos vendo - responderam Arthur e Belinda tão assustados quanto eu

– O que é você? - Perguntei confusa

Não está óbvio? Sou uma fada! - Falou em minha cabeça e deu um rodopio no ar

–Não acredito! Existe mesmo! Fadas existem! - Falei empolgada e a fadinha começou a dar umas cambalhotas no ar. Era uma criancinha praticamente, uma menininha enrolada em uma folha, mas não tinha cabelo, suas asas eram em um tom de transparente azulado

–Lisa você consegue falar com ela? - Perguntou Arthur impressionado

–Sim - Respondi normalmente - Vocês não estão ouvindo ela falar?

–Claro que não! - Respondeu Belinda e eu fiquei confusa

– Porque só eu posso te ouvir? - Perguntei

Porque você é a escolhida... Você tem o dom de falar com seres místicos, não sabia disso? -Falou a fadinha e eu neguei com a cabeça

–O que ela disse? - Perguntou Arthur

–Ela falou que eu tenho o dom de falar com seres místicos porque eu sou a escolhida - falei e ele pareceu entender

–Então é isso - Falou

–Você já sabia? - Perguntou Belinda

–Sim, Oris criou os seres mágicos, então é meio que óbvio que o escolhido falaria com eles, mas eu só não entendo o porque de ela ter falado com você, dizem que fadas não gostam de aparecer para ninguém - Falou Arthur pensativo

O humano tem razão, nós não aparecemos para as pessoas, mas nesse caso precisamos de sua ajuda escolhida - Falou a fadinha e então um monte de fadas apareceram

–O que é isso? Infestação agora? - Perguntou Belinda ao reparar um monte de fadas saindo daquela árvore enorme, saindo do pelo dos animais, das flores, de todos os cantos possíveis

–O que elas querem? - Perguntou Arthur curioso

–Ela disse que precisam de ajuda - Respondi

–Mas com o que? - Perguntou

–O que vocês querem de nós? - Perguntei para a fadinha e sua expressão ficou triste na hora

Nossa rainha... A rainha Briana foi sequestrada por humanos, não sabemos o que fazer sem ela... Por favor nos ajude! -pediu a fadinha e eu assenti

–O que houve? - Perguntou Belinda

–A rainha delas foi sequestrada, ela quer que nós ajudemos a encontrar - Respondi e os dois me olharam espantados

–Quando que ela sumiu? - Perguntou Arthur

–Quando? - Perguntei para a fada

Ontem a noite... Ela foi ajudar algum animal ferido na floresta e acabou não votando mais para a árvore - Respondeu a fadinha e eu fiquei com muita dó

–Ela falou que a rainha delas sumiu ontem a noite, quando foi ajudar algum animal ferido na floresta, depois disso ela não voltou mais - Falei e os dois ficaram novamente espantados

–Tadinhas - Falou Belinda

–Vamos ajuda-las, certo? - Perguntamos eu e Belinda juntas, enquanto olhávamos para Arthur e ele ficou meio confuso

–Porque está me perguntando Lisa? quem tem que saber é você! - Falou Arthur e eu sorri

–Nós vamos te ajudar! - Falei para a fadinha e todas elas começaram a dar rodopios de alegrias

Mas a nossa festa acabou quando uma flecha foi disparada em direção a Arthur e passou rente ao seu pescoço

–Ora, ora, vão começar a procura sem mim?