As linhas tortas do tempo. escrita por Monteithing


Capítulo 3
Capítulo três


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora em postar os capítulos, daqui em diante irei postar com mais frequência e obrigada a todos que expuseram sua opinião através dos comentários, fico muito grata. Com amor, Andy.



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Eu acabara de conhecê-lo, eu finalmente o conheci, e a única coisa que eu fiz foi dizer aquelas palavras bobas e vagas, eu queria ter o abraçado, e fazer o que qualquer fã gostaria de fazer, sabe aquelas coisas clichês, falar o quanto o ama, falar o quanto é fã dele e blá blá blá. Mas imagina se eu digo algo assim pra um garoto de 14 anos que se acha o bad boy, acho que era bem capaz que levasse um soco na cara ou que ele se aproveitasse de mim. Eu tinha que arranjar alguma maneira de me tornar amiga dele, de conhecê-lo (ainda mais). Mas eu não podia voltar na casa dele, não enquanto eu ainda de fato não fosse amiga dele, por que a avó dele já me conhecia e na cabeça dela eu era amiga dele, o que eu ainda não era.

Estava muito frio, então resolvi voltar pra minha casa, quer dizer, não exatamente a minha casa, mas onde estava o meu quarto. Comecei a andar, era cerca de 13:30 da tarde, meu estômago começava a roncar. Passei em frente a casa dele, estava toda silenciosa. Parei ali na frente por um momento. Respirei fundo, aquele ar gelado entrando em meus pulmões. Continuei a andar. Atravessei a Rodovia 89. Do outro lado havia o Washington Square, que era uma praça pequena em que havia um prédio que costumava ser uma igreja mórmon lá pelos anos 40 mas que agora é um órgão público pertencente ao governo, em volta há alguns bancos e algumas árvores secas, típicas do inverno. Estava um pouco cansada então me sentei em um daqueles bancos. Peguei meu iPhone que estava dentro da minha bolsa, estava com saudades de casa, tentei ligar mas "este número não existe" foi a única resposta que eu obtive, então coloquei meus fones e coloquei Intro do m83 para eu escutar. Sempre que escuto essa música eu me desligo do mundo, é como um calmante, eu esqueço dos problemas, fecho os olhos e a única coisa que escuto são os poucos versos que nelas contém. Abri os olhos, ao longe avistava um vulto familiar, tirei o fone com rapidez já que ninguém podia ver o meu celular. Joguei-os dentro da bolsa. Era Finn, ele ia se aproximando, fumando pra variar, parou na minha frente.

– Oi.

– Oi.

– Posso me sentar?

Acenei que sim com a cabeça, puxei a minha bolsa pra cima, no meu colo. Ele soltava aquela fumaça na minha cara. Eu odeio cigarro. Tossi de propósito.

– Não gosta de cigarros?

– Nem um pouco.

– Ah me desculpe - o cigarro estava quase terminado, então ele jogou no chão e o apagou pisando em cima.

– Você sempre fuma assim?

– Assim como?

– Tipo, você é novo e eu o sempre vejo fumando...

– Bom contando o fato de que você me viu duas vezes na vida...

Eu dei um sorriso no canto da boca, ele também. As milhares de vezes que eu o tinha visto se resumiram a duas. Ficamos em silêncio por um instante, não havia muito o que falar mesmo.

– Você é nova por aqui certo? Nunca te vi antes.

– É, eu acabei de me mudar com a minha família.

– Ah, então você não conhece nada aqui?

É claro que eu conhecia, eu conhecia aquela cidade como a palma da minha mão, mas se eu queria ser amiga dele, eu tinha que dizer que eu era uma estranha, que não conhecia porcaria nenhuma lá.

– Não, nada, na verdade eu estava perdida lá na frente daquela escola.

– Percebi.

– Eu tô com uma puta fome, você sabe se tem algum mercado por aqui?

Ele tirou o maço de cigarros do bolso, retirou um cigarro de dentro e colocou na boca, guardou o maço de volta no bolso tirando do mesmo um isqueiro, arqueou seu corpo pra frente apoiando os cotovelos nos joelhos de suas pernas que estavam abertas, acendeu o cigarro, guardou o isqueiro e em seguida voltou a mesma posição, deu uma tragada e soltou a fumaça para a direção oposta a minha, ficou com o cigarro na mão e se dirigiu a mim.

– Tem o Arrow Press Square Shopping Center, lá dentro tem um mercado.

– E onde fica isso?

– Vem, eu te levo lá - ele disse se levantando.

Me levantei e o segui até o ponto de ônibus, onde obviamente, nós pegamos um ônibus para ir até o shopping. Nos sentamos no fundo.

– Eu ainda não sei seu nome - ele disse, dessa vez, olhando pra mim.

– Rachel Berry.

– Rachel Berry, bonito nome, eu sou Finn Hudson.

– Bonito nome.

Eu gostei dele, digo, não apenas por ele ser meu ídolo, mas por que ele não ficava fazendo aquelas perguntas toscas que no final não tem muita importância, tipo onde eu estudo, onde eu moro, se eu tenho irmão, sabe essas coisas, ele só perguntava o que realmente tinha importância pra ele. Não demorou muito até chegarmos lá.

– Eu não vou entrar.

– Por que não?

– Eu prefiro ficar e fumar, eu não posso fumar lá dentro sabe.

– Quem sabe se você parasse de fumar você poderia entrar onde quisesse e não ficar escravo desse negócio.

Ele não disse nada, apenas abaixou a cabeça e foi até o muro onde se apoiou e ficou fumando. Eu não sabia se foi certo eu dizer isso pra ele, mas apressei o passo e entrei no shopping. Fui em um mercado que ficava la dentro. Bom, em casa só tinha eu, então comprei algumas lasanhas congeladas, miojo, copinhos e pratinhos de plásticos, salgadinho, refrigerante e garrafas d'água.

Deu um total de 30 dólares, paguei e sai lá fora. Finn ainda estava lá, enconstado no muro, mas agora estava sem cigarro. Ele caminhou até onde eu estava.

– E aí, comprou o que precisava?

– Comprei sim.

– Eu preciso voltar pra casa agora, tenho que cuidar dos véio... Rachel Berry você ainda não me passou seu número.

– Pois não, passo agora.

Finn tirou um nokia azul do bolso, eu queria muito rir, por que fazia muito tempo que eu não via um daqueles. Eu falei meu número pra ele e ele salvou meu nome como "Rachel Berry", não sei se é um bom sinal salvar o nome inteiro, mas ele é todo estranho nem vou tentar descobrir o que significava aquilo.

– Você sabe voltar pra casa?

– Sim, acho que eu lembro do caminho.

Ele chegou perto de mim e me deu um beijo na bochecha de despedida.

– Finn, você já tentou parar de fumar?

– Não... - ele disse num tom triste, como se ele não fosse capaz disso.


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Notas finais do capítulo

Desculpe-me qualquer erro ortográfico ou de coesão, como eu já havia dito, estou sem corretor ortográfico, aliás, eu acho que vou escrever essa fic sem utilizar corretor ortográfico, então já peço desculpas a qualquer erro que venha daqui em diante. Reviews?
"O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz." -Aristóteles