Depois de resgatar Jason, os semideuses resolveram voltar ao Acampamento Meio-sangue. Jason ficou realmente abalado quando viu o tanto de corpos jogados ao longo da colina, perto da Casa Grande, da Arena. Semideuses do Acampamento Júpiter e do Acampamento Meio-Sangue. Mas o que o surpreendeu de verdade foi ver dois jovens, entre as dezenas de outros, jogados perto da colina, um garoto e uma garota. Um garoto com uma toga branca, tinha uma faca na mão, seu braço tinha 7 linhas e um SPQR debaixo de uma harpa, o símbolo de Apolo, o que o tornava irmão de Lucas e Gus. Na cintura tinha dois ursinhos de pelúcia.

–Octavian – disse Jason – Foi preciso tudo isso só por causa da sua paranoia?

Octavian não respondeu. Um pouco mais a frente, uma garota de toga roxa e armadura dourada estava jogada perto do pinheiro de Thalía. Sua espada estava caída ao seu lado, seu corpo estava cheio de cortes e coberto de sangue. Seu pescoço deixava à mostra a carótida e a jugular cortadas, quem fizera aquilo era um ótimo lutador para não ter decapitado-a de uma vez. As mãos de Jason tremeram tanto que sua espada caiu.

–Reyna... Então se ela morreu... A Atena Partenos foi destruída. E Nico? Onde ele está?

Bea pareceu fazer forças para não chorar.

– Ele... – Bea gaguejou – Ele morreu tentando salvar Reyna e a Atena Partenos.

– Sinto muito – Jason olhou-a solidário – Desculpe por tocar no assunto ­

– Tudo bem – disse a garota.

– Então galera, salvamos o Romano. O que vamos fazer agora? – perguntou Fernanda.

– Vamos ao Olimpo, é claro – Ramon olhou para todos.

Lucas olhou para Ramon.

– Você quer dizer... Na Grécia? – disse Lucas.

– Não, não creio que teríamos um jeito de chegar lá tão rápido – comentou Fernanda – Mas...

– Mas o que? – perguntou Gus.

– O Olimpo mudou de lugar junto com a chama da civilização ocidental. – respondeu Fernanda.

– E onde ele está agora? – Gus indagou na mesma hora.

– No Edifício Empire State – Bea disse aquilo como se fosse uma coisa óbvia.

– Certo, mas... como o Olimpo todo estaria no Empire State? – Thami olhou para Bea incrédula.

– 600° andar – Bea disse calmamente

– 600° andar – Gus riu de nervosismo – Você está brincando, não está?

– Não – disse Bea

– Certo... então vamos lá – disse Lucas animado

Enquanto os outros caminhavam à frente, Bea estava um pouco mais atrás, como se não tivesse vontade de socializar com eles. Gus ficou para trás com a intenção de conversar com ela, mas recebeu um olhar de Thami do tipo “Que merda você vai Fazer?”, depois de uma breve troca de olhares, Thami pareceu entender.

– Então... Como vai? – disse Gus para Bea

– Levando. A morte de Nico foi recente, mesmo que eu só o tenha conhecido á pouco tempo... Ele era meu irmão.

– Eu te entendo, Bea.

– Entende? Diga-me, como você entende o que eu sinto.

– Eu perdi minha mãe, e meu irmão Octavian. Minha mãe morreu quando eu era pequeno, tinha 10 anos, Lucas tinha oito. Desde então eu cuido dele. Quando entramos no Acampamento Júpiter descobrimos que Octavian era nosso irmão, ele leu os augúrios em ursinhos de pelúcia e nos deixou entrar na Legião, recebemos essas tatuagens – Gus mostrou o braço com as marcas, uma harpa e quatro linhas sobre um SPQR – e entramos na segunda Coorte. No começo Octavian era legal, mas depois ele ficou paranoico. Quando Percy Jackson entrou no Acampamento ele não parava de falar que era um espião grego, que devia ser morto e outras coisas. Aí nós viemos para o Acampamento Meio-Sangue, prontos pra guerra. Reyna ordenou não lutar, mas Octavian não quis saber e deu a ordem para atacar. E agora ele está morto.

– Sinto muito... eu não sabia disso – Bea estava constrangida de ter falado daquela maneira.

– Tudo bem. Sinto muito pelo seu irmão também.

– Obrigada. Por falar no seu irmão, Lucas... Você sentiu algo entre ele e a Feh ?

– Ah, então você também percebeu? – Gus sorriu - Achei que estava vendo coisas demais.

– Seu irmão parece ser um bom garoto... se for pra eles darem certo juntos, seria legal. – Após dizer isso Bea sorriu. Seu sorriso era tão lindo que quase hipnotizou Gus, mas o garoto apenas tropeçou em seu próprio pé fazendo Bea rir. Sua risada era contagiante e Gus quase nem se importou de ela rir dele.

– Ei... não ria – protestou Gus quase caindo na gargalhada.

Um pouco mais a frente, Thami olhava para trás para ver o que Gus estava fazendo. Lucas, que caminhava ao lado de Feh, lhe olhou e começou a rir

– Está rindo do que, hein Lucas ? – Thami parecia prestes a estrangular alguém.

– Você com ciúmes da Beatriz – Lucas ria – Você sabe que o Gus não vai fazer nada demais. Não sei porque está com ciúmes.

– Cala a boca que do meu namorado eu cuido – Thami disse irritada

– Cuida? Assassinando brutalmente as garotas com quem ele conversa ? – Lucas não parava de rir

– Quem ouve pensa que eu sou assim mesmo – Disse ela revirando os olhos

– Certo, certo, você só as tortura

– Lucas, ou você cala a boca e me deixa quieta no meu canto, ou meu namorado vai ser filho único.

– Claro, miss Educação

– E fica logo com a Fernanda que está meio óbvio que vocês se gostam.

Depois dessa conversa super agradável, o resto do caminho foi um silêncio, tirando as risadas de Gus e Bea. Quando chegaram ao Empire State viram que o recepcionista não estava lá. Fernanda pegou um cartão-chave e o colocou na fenda que havia no elevador. Quando o fez, um botão, com o número 600, apareceu, e ela o apertou. Depois de um instante a porta se abriu, a vista os deixou de boca aberta.

– Senhoras e Senhores, bem-vindos ao caminho para o Olimpo. – Ramon disse olhando o lugar a sua volta e apontando para o topo da montanha - Próxima parada, topo da montanha.

Continua....