Marcas da Meia Noite escrita por LunaLótus


Capítulo 11
Sorte


Notas iniciais do capítulo

POV Mitchel

"Se é sorte descobrir que você é um Conjurador super poderoso das Trevas e que possui uma maldição que tirará sua vida em três dias... Bom, eu não quero saber o que é azar."



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Com essas palavras, todas as minhas esperanças foram embora. Eu. Um Cataclista. Não é possível.

– Mas eu não posso ser um Cataclista! - resisto. - Não sei nada de... de...

– Magia? Conjuros? Bem, você foi afastado de tudo isso durante todos estes anos, não foi? É normal... Eu acho - Liz fala.

– Onde você viu isso? - pergunta Liv.

– No livro. O livro que tia Ridley me deu.

Liv toma rapidamente o livro para suas mãos.

– Ainda não há nada aqui.

Ficamos em silêncio, encarando as páginas. Eu posso lê-las, consigo ver todas as palavras.

– O Conjuro que minha mãe usou uma vez. Ela escrevia muito numa fase... - Todos olhamos para Liz, enquanto ela fala. - Deixa para lá! O importante é que existe um Conjuro que transforma as palavras para que Mortais não possam ler. Talvez o livro esteja enfeitiçado.

– Talvez - Liv assente.

Levanto-me. Estou cansado de ficar parado.

– Ok, isso tudo não faz sentido algum para mim, mas sei de uma coisa: eu não quero morrer. Sei que não compreendo nada do mundo... Conjurador, ainda. Mas se não começarmos a agir, a maldição chegará até mim e me levará. E tem mais...

– O quê?

– Meu aniversário é daqui a exatos três dias. Então temos menos que 72 horas para achar uma solução para isso.

Lunae Libri– é a única coisa que Liv e Liz dizem ao mesmo tempo.

Estamos de volta à casa de Liz. Liv dissera que não poderia nos acompanhar, então agora estamos sozinhos. Subimos as escadas depressa e disparamos pelos quartos.

– Acho que não há ninguém em casa - murmura Liz. - Sorte.

– Sorte? - retruco, irônicamente.

Se é sorte descobrir que você é um Conjurador super poderoso das Trevas e que possui uma maldição que tirará sua vida em três dias... Bom, eu não quero saber o que é azar. Ah é, esqueci de acrescentar que sinto uma atração quase irresistível por uma garota Conjuradora que pode tirar minha vida num piscar de olhos.

– Chegamos - diz, ofegante. - Aqui, entre.

Liz me empurra para dentro de um quarto completamente escuro. As persianas que cobrem as janelas impedem que qualquer claridade pelo ambiente. Ela puxa minha mão até o centro do espaço, onde há um tapete.

– Espere. - Liz começa a levantar o tapete, revelando o que parece ser a porta de um alçapão. - Venha, me ajude a levantar isso aqui.

Agacho-me e a ajudo a levantar a pequena porta. Posso ver um pequeno escritório lá embaixo, um pouco mais claro que este quarto. Liz me empurra.

– Vá! Temos que sair daqui antes que alguém nos veja.

Eu pulo, caindo com um baque surdo e logo Liz também está ao meu lado. Acima de nós, tudo parece voltar ao seu lugar. Não é possível ver mais nada além do teto de gesso.

Olho ao redor. Uma enorme cama de dossel chama minha atenção. Tenho vontade de deitar ali e não acordar nunca mais.

– Onde estamos? - pergunto.

– Estamos no escritório do meu tio Macon. Na Lunae Libri.

– E o que seria essa Lunae Libri?

– É a biblioteca Conjuradora. Tem a maior parte das coisas que precisamos saber. E pode nos levar a qualquer lugar.

– Deixe-me adivinhar. Tem a maior parte das coisas, exceto sobre minha maldição, certo?

– É - responde, olhando nos meus olhos. O já familiar arrepio desce por minha coluna. - Mas nós iremos mudar isso. Venha.

Saímos dali.

Estamos andando por entre diversas estantes de livros, e começo a achar que estamos perdidos.

– Você sabe mesmo para onde estamos indo? - indago, desconfiado.

– Preciso de um espaço grande, primeiro.

Assim que ela pronuncia essas palavras, desembocamos em uma pequena clareira circular.

– Ah! Assim está ótimo! - Liz fala, sorrindo. Então ela me pega pelos ombros e me posiciona no meio da área. - Agora, fique aqui. Feche os olhos e pense na sua casa. Na casa do seu pai.

Faço o que ela manda. Penso nas poucas vezes em que fui à casa do meu pai, visitar minhas tias. Liz pega a minha mão e sinto como se minhas memórias mais antigas estivessem sendo puxadas.

– Deseje encontrar um caminho para lá - sussurra.

Começo a imaginar um caminho diretamente para lá, para a casa. Imagino ouvir coisas sendo arrastadas, rearrumadas. Liz solta a minha mão e posso perceber que ela se afasta. Então abro os olhos.

E lá está. Lá está o caminho para minha casa. Entre diversos livros, no final do corredor, uma porta branca se destaca.

– Você fez isso? - pergunto, admirado.

– Não, você fez isso. Você é um Cataclista, Mit. O mais poderoso ser das Trevas. Você pode fazer qualquer coisa.

Olho para ela.

– Trevas. Por que das Trevas?

– Mit - ela se aproxima mais -, sempre, sempre há uma escolha. Sempre é possível lutar. Não importa se você é das Trevas ou da Luz, a cada segundo, a cada mínimo instante, você pode escolher ser diferente. Pode haver um recomeço.

Sorrio minimamente e toco seu rosto. Ela sorri de volta e permite que eu me aproxime. Olho para seus lábios, desejando beijá-la. Mas não quero ofendê-la. Liz me observa e faço um pergunta mentalmente.

Posso?

Sim.

Aproximo-me mais, colocando minha outra mão na sua cintura, puxando-a para mim. Ela tem cheiro de jasmim. Aprecio seu cheiro antes de encostar minha boca na sua. Então, finalmente, a beijo.

A boca dela é suave e calma. Liz acompanha meu ritmo, mas não acelero. Quero aproveitar aquele momento, deliciar-me com cada instante. O beijo me traz sensações de leveza, liberdade e segurança. Como estar em casa. Acaricio seu rosto, quando ela me abraça. Separamos nossos lábios, mas mantemos o contato visual.

– Temos que ir - ela diz.

– Sim.

Depois de alguns segundos encarando um ao outro, pego sua mão e vamos em direção ao corredor recém formado. Após alguns minutos, chegamos à porta. Liz coloca a mão na maçaneta.

– Está pronto? - pergunta.

– Tenho escolha?

Liz me olha por alguns segundos.

– Mitchel. Aconteça o que acontecer, estaremos juntos. E farei de tudo para salvar você.

Assinto, apertando sua mão. Sorrimos um para o outro e então ela abre a porta.


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Notas finais do capítulo

Oooi, como vocês estão?
Bem, há poucos comentários e isso me desestimula um pouco. Mas ainda assim não irei desistir da história. Só irei acelerar. Então este é provavelmente um dos últimos capítulos.
O que estão achando?
Beijoos
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