Tears of blood escrita por IS Maria


Capítulo 27
Ato III - O despertar




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Por desrespeitar Aro, apesar de agora ser oficialmente uma Volturi, passei o dia trancada em meu quarto. Tinha sido escoltada sem direito a explicações e apenas pude ver o rosto de alguém novamente, quando enfim precisaram de mim. Eu já me sentia nervosa por saber que aquela noite seria intensa. O vestido e as joias eram lindos, eu sabia que já haviam sido usados por várias mulheres que um dia estiveram em meu lugar e que assim que os colocasse, eu passaria a carregar a responsabilidade que cada uma delas tiveram, estava nervosa, mas não havia muito o que poderia fazer, era tarde e eu já havia dado o meu sim.

Coloquei o pequeno frasco que Theo havia me dado, em mãos. Eu não tinha certeza sobre aquilo, mas me recordava do que ele havia me dito, me lembrava do que havia visto em seus olhos, ele era bom, eu confiava nele, eu podia sentir que não me faria nenhum mal, ele queria deter os Volturi tanto quanto eu. E foi movida por aquele pensamento que escondi um pouco o fraco quando senti minha escolta se aproximando, se me vissem com aquilo, aquilo que eu nem sequer sabia exatamente o que era, eu poderia me ver em problemas, ser impedida de continuar, e não deixaria que Aro interrompesse o que quer que fosse acontecer.

Quando fui escoltada até a praça de Volterra, o lugar onde mais se conseguia ver a lua que começara a ganhar um tom avermelhado, quis enfiar minha cabeça em um buraco. Aro, Azazel, Caius e Marcus, sentavam em belíssimas cadeiras, os outros vampiros haviam formado um grande circulo ao redor deles, circulo esse que eu ganhara o centro. Olhei nervosa para os vampiros que eu não via a um bom tempo, porém nenhum dos dois pareceu empolgado com aquilo, na verdade pareciam entediados, como se não tivessem sumido, estranho. A orquestra começou a tocar e eu comecei a me movimentar assim como havia ensaido. Eu podia sentir a energia mudando, aquilo era muito mais poderoso do que eu imaginava.Eu não entedia porque haviam me chamado de anjo, até que a música se desenvolvesse... era como se meu corpo flutuasse entre os movimentos. Olhei para um dos cantos e jurei ter visto Emma, me observando, tentei não focar nela, para que não perdesse o fio da meada. Eu podia sentir a presença de todos os elementos, eu havia os chamado em pensamento e vieram então me saudar. Levantei as mãos ao alto, a lua enfim estava vermelha como o sangue... era hora. Bati as mãos e então quebrei o frasco, deixando que o líquido escorresse por minhas mãos e em seguida por meus braços. Parecia pouco, porém foi como se ele se multiplicasse e estranhemente... fosse consumindo meu corpo.

Fiquei assustada e parei enquanto observava o liquido me ensopar, manchar o vestido e continuar a jorrar, como se não houvesse fim. Senti-me enjoada, aquilo começou a queimar minha pele. Cai de joelhos na esperança de que aquilo parasse, porém apenas incomodou ainda mais. Eu não sabia se alguém havia se assustada, não conseguia me focar em ninguém, apenas na dor que se tornava cada vez mais insuportável. Apoiei meu corpo com as mãos no chão, o enjoou foi tão forte que não resisti, vomitei mais sangue do que já havia colocado em meu corpo... gritei, porém ninguém veio até mim, ninguém amparou a minha dor. Levantei o rosto, sentindo meu cabelo ensopado de sangue e pude ver uma mulher, muito bem vestida, muito bela, muito mais real do que o espirito que havia me interceptado em um outro dia. Ela trazia em seus lábios um sorriso.

" Sangue do seu sangue " - Sua voz ecoou em minha cabeça e eu nem sequer a vi mexer os lábios.

– Eu não...

" Filha... vá... não presencie a minha ira " - Disse, sua voz soando doce e incrivelmente maternal. Olhei ao redor, notando que os vampiros, todos eles, estavam desacordados.

– Mãe, por favor...- Comecei assim que vi Caius, Azazel e os Cullen ao chão.

" Eu os pouparei filha, apenas vá " - Disse, sua voz soando um pouco mais forte. Sai correndo, mesmo sem saber para onde ir, eu fui, percebendo que Lilith não era o dêmonio como haviam descrito, ou ao menos, ela havia visto algo em mim que merecia ser poupado.

Eu não deveria estar ali, sabia que não, mas não havia nenhum lugar que desejaria estar. Ainda confusa, não sabia o que fazer em seguida. Caminhei até onde havia encontrado Emma pela primeira vez, eu me lembrava de tê-la visto por alguns segundos, o mesmo lugar onde havia deixado Caius, que eu já não via a algum tempo. Ali as árvores se abriam em um enorme círculo, onde a grama cobria a terra em um terreno plano, perfeito para tudo aquilo que eu me imaginasse, um lugar onde poderia ser cercada novamente pelos elementos, sentindo-me viva e ainda mais conectada a aquele lugar... eu jamais compreenderia minha ligação com aquelas terras, eu apenas sentia que não podia as deixar. Meu corpo ainda estava coberto de sangue, a lua ainda estava avermelhada e eu ainda podia sentir uma energia diferente, porém não mais estava assustada, agora apenas temia o que poderia acontecer em seguida por minha estupidez.

Ao meio das árvores, notei uma silhueta masculina. Sorri, mesmo sem saber de quem se tratava. Ele caminhou em minha direção, deixando-me ver quem era. Usando apenas uma de suas calças de alta costura, deixando seu peito a mostra, que reluzia com a luz da lua, assim como seus olhos vermelhos, seu cabelo comprido bagunçado e negro sobre seu rosto... eu jamais havia o visto mais belo. Azazel me parecia completamente diferente do vampiro com quem havia convivido nos últimos dias, agora ele mais me lembrava o guerreiro que havia conhecido ali, apesar dos olhos vermelhos, sentia agora o mesmo calor que havia sentido, a mesma vontade de o ter cada vez mais perto. Quando ele se aproximou, vou como se houvesse música. Tomou meu corpo em seus braços, deixando-me bem próxima. Conduziu-me em uma dança que a principio pensei não conhecer, porém, meu corpo a conhecia muito bem. Segurou meu rosto em suas mãos e me beijou. Meu corpo por completo aceitou aquilo, sem nem reclamar, eu queria ser dele, mesmo também desejendo ser de Caius.

– Anael...- Novamente aquele nome, em um momento parecido. Senti-me envergonhada, porém desta vez, ele apenas sorriu e tornou a me beijar. Fechei os olhos, permitindo que aquilo me consumisse ainda mais e então pude o ver, comigo. Estávamos sob a lua, juntos, eu podia sentir em meu corpo que eu jamais havia estado com outro homem, porém, ele havia despertado em mim um sentimento conhecido... e a medida que fomos nos tornando um só, disse seu nome com alegria, " Anael" , sim, esse era o nome do meu amado, daquele para quem jurei uma eternidade de sempre mais.

– Eu a amo... - Sorriu. Eu também sorri, aquelas palavras não mais me assustavam.

– Emma. - Pude ouvir aquele nome e não resisti. Voltei para a direção de onde a palavra saira e vi Caius. Em seu rosto havia dor, porém também havia algo mais. Olhei para os lado, procurando por aquela que ele chamava, mas não havia ninguém além de mim e do homem que agora me segurava nos braços. - Eu sei que ainda está ai...

– O que...- Comecei confusa.

– Não resista! - Disse, com força. - Volte- Implorou, a voz cheia de emoção, fazendo-me vibrar.

– Eu não sei...- Tentei.

– Por favor - Se aproximou e segurou meu rosto entre suas mãos, de uma maneira que jamais havia feito antes. - Eu amo você . - Disse ele, fazendo uma lágrima escorrer dos meus olhos. Ele a enxugou e então se curvou delicadamente, seus lábios tocaram os meus e então pude ver Emma pairando atrás dele, eu não queria que ela visse aquilo, não queria a causar aquela dor. Tentei me separar, mas não conseguia me mexer, em seguida ela caminhou delicadamente e de repente os dois haviam sumido nos deixando sós. Notei que era como se estivessemos dentro de minha cabeça. Ela delicadamente retirou a máscara que lhe cobria a face e abriu um sorriso, surpresa, pensei em dizer algo, mas em seguida... nos tornamos uma só.

– Eu... - Estava caida nos braços de Caius, Anael ao lado, ambos observando-me cuidadosamente.

– Emma...- Caius disse em um sussurro, seus olhos cheios de incertezas.

– Sim, meu amor. - Disse abrindo um sorriso, sentindo meus olhos se encherem, eu finalmente me lembrava.


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