Wake me Up escrita por Carol Munaro
Notas iniciais do capítulo
Ooi! Boa leitura!
– Vai começar a desconfiar de mim também? - Perguntei pro Ethan. Contei a ele o que o Brendon me falou e ele fez uma cara estranha.
– Lógico que não. Só acho estranho ele ter falado isso pra você.
– Eu sei. Também achei. Ele disse que pode não ser de propósito. Olha, sinceramente, até que faz sentido. Mas ele me conhece. Sabe que eu nunca faria uma coisa dessas.
– Ele não devia pensar isso de você. - Ethan disse. Dei de ombros.
– Não me importo.
– Vai conversar com ele?
– Não sei. O que acha?
– Vocês se conhecem faz muito tempo, Anne.
– Ele não deve ter falado por mal.
– Você falou que ele se desculpou logo depois, não foi?
– Sim. - Olhei por cima do ombro do Ethan. Brendon estava entrando na sala. - Falo com ele depois. E você? O que tem pra me contar?
– Nada, que eu saiba. - Ele falou rindo.
– Sei…
– É só que meu pai pediu pra eu levar você na casa dele.
– O que tem?
– Meu primo vai estar lá e ele vive soltando piadinha.
– De que tipo?
– Ele acha que eu sou gay só porque nunca apareci com uma garota. - Ri.
– Ele é um babaca, então.
– Grande descoberta. Ele vai tentar te pegar.
– Coitado. E correção: ele acha que vai. Quando vamos?
– Pode ser sábado?
– Claro. Mas de noite?
– Eu tinha pensado em almoço.
– Vou trabalhar sábado de manhã. E não quero ir fedorenta.
– Que exagero.
– Ethan, você tá me apresentando pra família.
– Eu sei.
– Temos algo sério, não temos? - Eu esperava que sim. Afinal, dormi com ele.
– Óbvio que temos. - Sorri e o selei. O sinal tocou alguns segundos depois e fomos pra sala.
Essa aula eu teria com o Brendon. E é de biologia no laboratório, ou seja, em dupla. Não é surpresa que minha dupla é ele.
“não falei por mal. Juro. Não fica brava comigo. Eu sei que você tem direito disso, mas você é minha melhor amiga”
Dizia o papel que voou pro meu lado. Olhei pra ele.
– Não faz cara de cachorro que caiu da mudança. - Falei pra ele.
– To normal.
– Eu ainda to puta com você.
– Eu sei. Não falei por mal ou pra julgar você. E não fui o primeiro a falar isso.
– Eu sei. A opinião dos outros não me afeta. Você sabe disso. Só a sua. - Ele olhou pra frente. A professora nos encarava.
– Vocês poderiam prestar atenção na aula. - Ela falou com a voz fina.
– "Poderíamos" não quer dizer que vamos ou que devemos. - Brendon falou. Resultado: os dois expulsos da sala.
– Desculpa. Mesmo. Me perdoa?
– Tá.
– Desculpa por isso também. Não achei que você fosse comigo. - Ri.
– Você falou no plural, Brendon. - Ele deu de ombros.
– Te livrei de uma aula chata.
– Obrigada. Você foi muito bom amigo. - Ele sorriu.
– Estamos bem? - Estreitei os olhos.
– Se você falar algo daquele tipo pra mim de novo, eu arrebento você. - Ele sorriu de novo e me abraçou. Logo depois, me deu um beijo na testa. - Mas... Brendon, o que te fez pensar aquilo? - Ele deu de ombros.
– Você mudou, Anne. Eu não sabia o que pensar.
– Eu ainda tenho meus princípios. Eu não vou começar a fazer aquilo que sempre abominei. - Sentamos lado a lado no gramado do jardim.
– Não pensei por esse lado.
– Eu não sou estúpida.
– Eu sei. Desculpa. - Fiz que sim com a cabeça. - E como você e o Ethan estão?
– Bem. As coisas estão ficando sérias. Vou conhecer o pai dele amanhã.
– Uau. - Ri envergonhada. - Com a família toda reunida?
– Pelo o que eu entendi, sim.
– To surpreso.
– Acha que tá indo rápido demais? - Tenho pensado nisso esses dias. Eu praticamente acabei de sair de um namoro e já vou pra outro, praticamente.
– Não. Você tá gostando dele, ele gosta de você...
– Deus! Eu vou conhecer a família dele!
– Não precisa entrar em desespero.
– Não faço nem ideia com que roupa eu devo ir. - Brendon olhou pra mim.
– Quer ajuda pra isso também? - Ele perguntou irônico.
– Deus que me livre! Quero ir bonita. - Ele me empurrou sem força. O empurrei de volta.
– To saindo com uma garota. - Olhei pra ele surpresa. Brendon nunca foi de me contar essas coisas. - Acho que to gostando dela.
– Hmmmmmmmmmm... Quem é?
– Ela não é da escola.
– É a peituda que trabalha com o Ethan? - Ele riu.
– Não. Outra.
– Qual o nome dela?
– Para! - Ri.
– O que foi?
– To com vergonha.
– Para de viadagem. Qual o nome dela?
– Hm... Jessica. Ela se mudou pra minha rua faz um tempo já.
– Ela é mais velha?
– Não. Tem a mesma idade que a gente. - Sorri.
– Pra onde você levou ela?
– Não saímos. - Arqueei uma sobrancelha. - A gente só se fala.
– Nenhum beijo? - Ele fez que não com a cabeça. - Você tá virando homenzinho. - Apertei a bochecha dele, que riu.
– Acontece... - Sorri.
(...)
– Anne, Ethan tá aí. - Margo disse entrando no meu quarto.
– Ai meu Deus!
– Peço pra ele subir?
– Sim, por favor! - Eu ainda estava de toalha parada no meio do closet.
– Anne? - Ouvi alguns minutos depois.
– Eu não sei o que vestir. - Ele revirou os olhos entrando no closet.
– Não precisa virar perua. Coloca qualquer coisa.
– Como qualquer coisa?! Não achei uma roupa pra ir.
– Você tem o mundo aqui dentro. Para de drama. - Ele jogou um vestido. - Não! Espera! - Ele pegou o vestido de novo.
– O que tem de errado com o vestido?
– Meu primo vai estar lá. Vai de calça. E uma blusa sem muito decote.
– Virei freira.
– Vai ficar mais linda ainda assim. - Ele saiu do closet e eu me troquei. Optei por um tênis, já que ficaria estranho qualquer outro sapato e eu não estava com vontade de ter meus dedos esmagados em uma sapatilha.
Assim que saí, ele estava deitado na minha cama, olhando pra cima.
– Pensando em que? - Perguntei enquanto borrifava perfume em mim.
– Em nada. Esperando você só. - Descemos. Ethan não veio com o carro do avô, então fomos com o meu. O pai dele morava em outra cidade. Mas não era tão longo o caminho. Olhei no relógio quando chegamos na tal cidade. Seis horas. Tínhamos de estar lá seis e meia.
– Quem mais vai estar lá? - Perguntei dirigindo.
– Meus irmãos, dois tios meus e meus avós paternos. - Estremeci. Nunca me dei bem com avós. Aliás, nunca me dei bem nem com crianças. Imaginem se forem uns pestinhas? Eu to fodida. - Não precisa ficar tensa.
– Preciso sim.
– Para de neura. - Ele falou rindo. - Eu que devia ter medo de conhecer seus pais.
– Meus pais é só ignorar. E se alguém não gostar de mim?
– Todo mundo vai gostar de você. - Ele pousou a mão na minha coxa, fazendo carinho. Sorri de canto.
Assim que chegamos, pude notar uns quatro carros estacionados, pelo menos. Ethan tocou a campainha e segurou a minha mão. Uma menininha de cabelos compridos abriu a porta sorrindo. Ele se abaixou e a abraçou. E eu fiquei lá, com cara de bolinha.
– Jazzy, essa é a Anne.
– Oi! - Falei sorrindo e ela se encolheu nos braços dele, que soltou um riso baixo.
– Tá com vergonha? - Ethan perguntou pra ela, que não respondeu. Ele a pegou no colo e eu fechei a porta, pegando na mão dele. Assim que chegamos na sala, vi um mar de pessoas pousar os olhos na gente. Não. Pousaram os olhos em mim. Senti minhas bochechas esquentarem.
– Oi! - Ethan falou sorrindo. - Essa é a Anne. - Sorri envergonhada. Ele foi falando o nome de cada um. Acenei brevemente. Todos sorriram pra mim. Sem exceção nenhuma. Me senti mais aliviada e meu sorriso aumentou.
– Ethan me falou que você era bonita, mas não esperava que fosse tanto. - A vó dele disse. Que amor!
– Obrigada. - Falei envergonhada. Todos vieram me cumprimentar, menos dois meninos. Um pequeno que estava dormindo no sofá e um mais ou menos da minha idade. Do jeito que ele me olhou não tive dúvidas. É o primo mala do Ethan.
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Adivinhem quem tá de aniversário amanha? Eu! uhuhuhuhuhu. Tá. Não. Vocês podem me dar review de presente. Sem problema algum u_u Espero que tenham gostado do cap. Beijos!