Wake me Up escrita por Carol Munaro


Capítulo 17
Capítulo 17




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– É verdade que você gritou com o Brian ontem? - Ethan me perguntou assim que cheguei na escola no dia seguinte.

– O que é que tem? - Perguntei rindo.

– Ele veio falar comigo.

– O que ele queria? Se fazer de vítima?

– Foi antes disso. Olha, o Brian é ridículo, mas ele realmente se importa com você. - Ri. - Eu to falando sério. Ele tá preocupado com você. E depois dessa, eu to realmente preocupado. Assim como ele. O que tá acontecendo? Resolveu pisar em todo mundo?

– Eu não to pisando em todo mundo. - Falei revirando os olhos.

– Eu sei que você tá confusa, mas eu quero te ajudar. Espero que você aceite minha ajuda. E a do imprestável também.

– Não preciso de ajuda. - Ele acha que eu tenho quantos anos? Cinco? Eu sei me virar.

– Tá bom. - Ethan falou dando de ombros. - Faz o que você quiser. Eu só espero que se lembre que tudo tem um preço, Anne. - Revirei os olhos. Abri meu armário, que era do lado do dele.

Eu realmente não quero que o que acontece na minha vida interfira no meu relacionamento com ele. Eu não quero deixar isso acontecer. Só espero que ele facilite as coisas.

– Vai ficar brava comigo? - Ele perguntou e eu fiz que não com a cabeça. Ethan beijou minha bochecha e me puxou, delicadamente. O abracei, enterrando meu rosto na curva do seu pescoço. - Vai fazer o que depois que sair da loja?

– Dormir. - Falei sorrindo e ele sorriu também.

– E se eu te visitar?

– Aí eu não vou dormir. Vai jantar lá, né?

– Não sei. Sua mãe não vai muito com a minha cara.

– Ethan, a casa é minha também. Prefere carne ou frango?

– Carne. - Ele disse e apertou minha bunda. Bati no braço dele.

– Safado! - Ele me deu um selinho.

– Vai ter a primeira aula comigo?

– Não. - Fiz careta e ele me imitou. Revirei os olhos. Não demorou muito e o sinal tocou. Ele deixou-me na porta da sala e foi pra ele. Assim que entrei, todos os olhares se voltaram pra mim e algumas pessoas cochichavam sobre o que aconteceu ontem. - Algum problema? - Eles desviaram o olhar. Sentei-me e abri o caderno. O professor entrou logo depois, dando início a aula.

(…)

Dei uma passada rápida em casa e avisei a Margo que o Ethan iria jantar em casa. Deixei minhas coisas e peguei a bolsa que usava pra ir à loja.

Depois do trabalho, cheguei em casa, tomei banho e liguei pra ele.

– Calma que eu já to chegando.

– Sem pressa. É que eu não tenho o que fazer.

– Quem vai vir jantar aqui? - Ouvi a voz da minha mãe invadir meu quarto. Tapei o bocal do celular.

– Ethan.

– De novo esse menino, Anne?

– De novo não porque ele nunca foi pra poder voltar. - Ela revirou os olhos. - Você tá onde? - Perguntei pro Ethan.

– Passei pela portaria agora.

– Ah, tá… Vou desligar, então. To descendo já. - Ele falou que tudo bem e desci. Alguns minutos depois, abri a porta pra ele. Ethan estava lindo. Como sempre. Dei um selinho nele.

– Cheguei tarde?

– Não. Tá com fome, né? - Ele corou levemente. Ri baixo. - Eu também to. Brianna! - Chamei indo pra cozinha. Ethan ficou me esperando no pé da escada. - Já tá pronto?

– Ainda não. Mais uns vinte minutos. - Sorri.

– To morrendo de fome.

– Não vai demorar muito. Prometo! - Sorri mais uma vez.

Eu e o Ethan fomos pro meu quarto. Ele deitou na cama. Deitei ao seu lado.

– Sua mãe não falou nada?

– Ela não tem que falar nada. - Ethan se aproximou de mim risonho. - Que foi? - Perguntei rindo.

– Vou te beijar.

– Desde quando você avisa? - Perguntei, rindo de novo. Ele riu também e me beijou, ficando por cima de mim. Quando as coisas estavam ficando boas, batem na porta.

– A janta tá pronta, Anne. - Ouvi a voz da Margareth. Ethan soltou o peso da cabeça em mim. Ri baixo e o empurrei sem força.

– Vamos logo. Eu to com fome. - Falei pra ele. Ethan levantou e eu fiz o mesmo. Quando chegamos na sala de jantar, minha mãe já estava lá com cara de merda.

– Boa noite, senhora Jones. - Ethan cumprimentou-a. Ela não respondeu.

– A senhora tá com problema de audição? - Perguntei e ele me cutucou.

– Boa noite. - Minha mãe disse de má vontade. Nos sentamos a mesa. Brianna veio nos servir.

– Ethan! Não sabia que era você que viria aqui hoje. - Ela falou.

– Oi. - Ele respondeu sorrindo.

– Da onde vocês se conhecem? - Perguntei.

– Ela é minha vizinha.

– Vizinho da criada ainda! - Minha mãe falou.

– Eu sou sua filha e ele não fica de preconceito. - Rebati.

– Eu sou rica. - Ela respondeu pra mim.

– Grande bosta. - Falei revirando os olhos. Brianna começou a nos servir.

– Obrigada. - Murmurei sorrindo. Ela sorriu também. Começamos a jantar.

– Brendon apareceu hoje lá na confeitaria. - Ethan falou.

– Espero que ele tenha comprado algo pra levar amanhã. De preferência um alfajor. - Ele riu baixo.

– Ele comprou. Disse que sabia que você iria querer.

– Então você trabalha na confeitaria… - Minha mãe falou com repulsa.

– Pelo menos não fico o dia todo em casa. - Ethan rebateu. Reprimi o riso.

– Eu tava pensando de a gente sair no próximo fim de semana. - Falei.

– Tem a cachoeira perto da capital. E não tá frio ainda.

– Sábado você trabalha, né? - Perguntei.

– Aham. Só posso ir no domingo.

– De manhã? - Perguntei fazendo careta.

– Não vai querer sair três horas da tarde daqui. Dez horas?

– Onze?

– Dez, Anne. É um pouco longe.

– O que é uma hora a mais, Ethan?

– Dez e meia? - Revirei os olhos.

– Tá. Pelo menos consegui meia hora de sono.

– É sempre assim? - Ethan perguntou pra Margareth, que estava parada ao lado da mesa.

– É que você não viu de segunda-feira. Eu praticamente tenho que arrastar a Anne até o banheiro. - Sorri amarelo.

– Eu ainda perdi meus cochilos de tarde.

– Que pena. - Ethan ironizou, fazendo Margo rir. Revirei os olhos.
Minha mãe tentava de todo o jeito atingir o Ethan, mas ele não ligava. Tenho certeza de que ele já sabia que seria assim. Depois da janta, Brianna chegou com a sobremesa.

– Ethan, depois peça pra sua mãe me passar a receita do mousse de domingo passado? - Ela pediu.

– Peço. - Minha mãe levantou-se da mesa reclamando em voz baixa e foi pra sei lá eu onde.

Continuamos comendo. Quando terminamos, voltamos pro meu quarto. Fechei a porta.

– Vai dormir aqui? - Perguntei.

– Acho melhor não. Além de a minha mãe estar me esperando, a sua vai ter um infarto fulminante. - Joguei-me na cama. Ele fez o mesmo. - São mesmo as constelações ou eu to viajando? - Ele perguntou olhando pro teto. Alguns anos atrás, quando eu ainda era criança e aprendi sobre o universo na escola, eu fiquei maravilhada. Quis olhar pro céu toda vez que eu fosse dormir. Como não seria possível fazer um teto de vidro, pedi pra colocarem adesivos de estrelas.

– É idêntico ao céu. - Respondi sorrindo.

– Vou te beijar abaixo das estrelas, então?

– É. - Respondi sorrindo. Ele me beijou.

(…)

– Espero que não seja pecado transar abaixo das estrelas. - Ele falou e eu ri. Ele estava deitado do meu lado. Os dois olhando pro “meu céu”.

– Muitos menos falar que foi como se eu tivesse ido até o céu. - Dessa vez, ele riu.

– Estamos mais íntimos agora?

– Claro. Tem algum segredo? Eu escrevo a história postada no site da escola.

– Imaginei. Você nunca disfarçou a sua escrita.

– Hm… - Comecei a batucar meus dedos na borda do lençol, que batia nos meus seios.

– Perdi a virgindade com a Amy. - Engasguei. - Isso não quer dizer que eu sentia algo por ela.

– Quando isso?

– Baile de inverno do ano retrasado. Eu queria você, claro, mas você apareceu com o idiota bem naquela época.

– Atrasei dois anos da minha vida. Nunca vou me perdoar. - Ele riu. - Senti ciúmes quando você apareceu com a primeira namorada no ultimo ano do ensino fundamental. - Confessei. Não que eu soubesse o nome dele naquela época, mas sempre achei o Ethan bonito. Ele riu.

– Sempre tive ciúmes de você. Isso não é segredo.

– Fugi de casa uma vez. Quer dizer, na infância. - Ri. - Peguei minha mochila, coloquei meu ursinho preferido, meu vestido preferido e meu travesseiro. Saí de casa sem ninguém me ver e fui andando até a outra quadra, que era a casa da minha vó. - Ele riu.

– Você foi longe hein. - Ethan ironizou.

– Eu tinha seis anos!

– Também fugi de casa quando tinha essa idade, mas eu fui mais inteligente. Levei comida na mochila. Não um ursinho.

– Até porque, se levasse, seria gay. E foi até onde?

– Até o outro lado da cidade. Minha mãe ficou louca.

– Imagino. - Disse rindo. Ele se aproximou de mim.

– Quer ir lá pra casa? - Sorri.

– Quero. Sua mãe não vai se importar?

– A gente inventa algo. - Ele levantou e começou a se vestir.

– Vou só tomar um banho rápido. - Ele assentiu e deitou na cama de novo. - E não coloca os sapatos em cima da cama. - Falei indo pro banheiro.

– Não vou colocar.

– E não revira os olhos pra mim.

– Tem olho nas costas por um acaso?

– Tenho. - Fechei a porta.

(…)

– Quer deixar alguma luz ligada? - Ethan perguntou. Tínhamos acabado de deitar. A mãe dele não estava acordada quando chegamos.

– Tá bom assim. - Ele passou o braço pela minha cintura e apertou-me mais contra ele. - Só peço que não me mate sufocada.

– Sim, senhora. - Ele beijou minha bochecha. Sorri e botei minha mão em cima da dele. Assim, dormi.

(…)

– Um alfajor pra uma flor. - Brendon falou sorrindo assim que o encontrei no outro dia de manhã. Sorri e o abracei.

– Que fofo! - Exclamei ainda abraçada com ele.

– Sou um amigo tão bom…

– Menos, Brendon. - Falei me afastando dele e começando a comer. Vi uma mão se enfiando na minha frente. A pessoa passou por mim e eu olhei pra trás. Ethan piscou já comendo o alfajor. - Absurdo. - Murmurei. - Ele jantou lá em casa ontem.

– E sua mãe?

– Quis dar ataque de estrelinha. Principalmente depois de saber que ele é vizinho da cozinheira. - Falei rindo. - A gente ignorou.

– Anne… Não. Esquece.

– Que foi?

– Nada. - Revirei os olhos.

– Fala logo. - Brendon respirou fundo.

– Não que seja de propósito, mas você não tá ficando com ele só pra afrontar sua mãe e o Brian, né? - Fiquei olhando pra ele, por um bom tempo, completamente estática. Eu quero socar o Brendon.

– Você enlouqueceu?! Eu realmente não acredito que você tenha pensado isso de mim.

– Eu falei que poderia não ser de propósito. Você mesma querendo isso, óbvio que não. Mas e se, no fundo, vocês estejam ficando por isso?

– Poupe-me, Brendon. - Entrei na escola, deixando-o pra trás. Era só o que me faltava. Eu nunca faria uma coisa dessas. Mesmo. Ainda mais ter feito aquilo ontem.

– Desculpe, Anne. Eu não quis ofender você. - Brendon falou pegando no meu braço. Puxei meu braço de volta. - Não fica brava comigo.

– Tá, Brendon.

– É sério. Desculpa.

– Tá. Vou entrar na sala. - Eu juro que não estou brava, mas chateada. Como ele podia pensar isso de mim? Logo meu melhor amigo... Eu nunca faria isso. Não mesmo.


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Notas finais do capítulo

Ooi! Cara... Vcs não sabem da ultima... Pra cagar mais ainda minha vida, vou ter aula de sábado. Minhas olheiras companheiras da semana inteira já estão chorando junto comigo ): Espero que tenham gostado do capítulo. Eu não tenho ideia se ficou bom pq escrevi durante o intervalo e as trocas de aula do cursinho. Se tiver algum erro, desculpem. Beijos



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