Pov’s Leon

–Hey Leoncito, adivinha que saiu da cadeia? –Disse uma voz que reconheci na hora.

–Diego. –Sussurrei com raiva.

–O próprio. Então sentiu saudades? –Ele perguntou e soltou uma gargalhada.

–Senti. Sinto falta das surras que você tentava me dar, mas no final eu sempre acabava te batendo. -Eu disse seguro, mas eu estava preocupado com essa ligação.

–As coisas mudaram, e quando eu te encontrar, pode esperar que eu irei te dar a maior surra da sua vida. –Diego disse.

–Aguardo por isso ansiosamente. –Eu disse irônico.

–Vamos ao que interessa. Eu voltei quero acabar com você, e com aquela sua namoradinha, vou terminar o que comecei, e nada vai me impedir isso. –Diego disse rapidamente.

–Se tocar nela....-Diego me interrompeu.

–Não tenho medo, eu já disse que quero vingança, e se eu precisar fazer algo com ela vou fazer. Uma pena, porque acabar com uma garota tão linda é um grande desperdício.

–Se tocar nela, vai se arrepender ter nascido, eu juro Diego, eu acabo com você. –Eu disse com uma fúria evidente.

–Já disse que não tenho medo.

–Não entendo o motivo de você querer vingança contra mim, nunca fiz nada contra você. –Eu disse.

–Nunca fez nada? –Agora ele gritava. –Você destruiu minha vida, seu infeliz desgraçado. –Diego gritou.

–O único infeliz e desgraçado aqui é você. –Respondi ríspido.

–Me xingue o quando quiser, mas eu vou vasculhar toda a Buenos Aires atrás de vocês dois, dessa vez ninguém me impede Vargas, isso é uma promessa. –Diego disse, espera? Ele ainda achava que estávamos em Buenos Aires?

–Não vai nos encontrar Diego, isso eu garanto. –Eu respondi.

–Quem sabe? Leon cansei de conversar, tenho muito a fazer, até breve- Ele disse e desligou.

Uma raiva súbita me atingiu, taquei o celular na cama e despejei um soco contra a parede, mas eu não sou o “fortão” da história, uma dor repentina me atingiu, e que dor, me “apoiei” contra o chão e cerrei as pálpebras na esperança de que com o tempo a dor passasse.

Passei vinte minutos no chão, e a dor aliviou significativamente, me levantei e decidi colocar gelo no local dolorido.

–Como que aquele idiota foi solto? –Pensei comigo mesmo. –Preciso manter eu e a Violetta longe de Buenos Aires, o que não vai ser fácil, pois logo entraremos de férias, e com certeza a Vilu irá querer ir visitar seus parentes e amigos.

Eu sabia que algo de ruim iria acontecer, eu senti isso, mas eu esperava qualquer coisa, menos o Diego, eu pensei que havíamos nos livrado dele, mas não, aquele cara voltou para infernizar minha vida.

–Eu vou acabar com ele. –Pensei. Não sou muito bom para controlar a raiva. –Preciso arrumar uma solução.....uma solução.

Pov’s Violetta

–Eu vou acabar ficando louca. –Eu disse olhando todos aqueles livros enormes.

–Você já é louca. –Respondeu Anne do outro lado do quarto.

–Não perguntei. –Respondi curta e grossa.

–Eu em. –Resmungou Anne, eu já disse que não gostava dela? Pois é, não a suporto, sinto necessidade de falar isso toda vez que a vejo.

Ela é fútil, fica paquerando meu namorado, não se esforça para conseguir aquilo que quer, fica paquerando meu namorado, passo a dia se embebedando, e ainda por cima fica paquerando meu namorado.

O quarto neste exato momento cheirava ao insuportável cigarro, e cheirava a uma forte bebida alcoólica na qual eu não sabia definir, e eu já estava com uma tremenda dor de cabeça por conta dos estudos.

–Será que você poderia ir beber e fumar em outro lugar? –Perguntei com um sorriso irônico.

–Não. Eu estou bem confortável aqui. –Ela respondeu e deu mais uma tragada.

–Só tenho que atura-la mais três anos e meio. –Pensei comigo mesma e suspirei pesadamente.

–Não só três anos e meio querida, não se esqueça que a faculdade de medicina dura muito mais que isso. –Anne respondeu.

–Depois de três anos e meio tenho certeza que não estaremos mais juntas. –Respondi. –Agora vou voltar aos estudos.

–Você tem problemas. O seu namorado, aquele deus grego, deve estar sozinho neste exato momento, e você aí, estudando anatomia. Se eu fosse você eu estaria fazendo “anatomia” com o Leon. –Ela respondeu, eu detestava quando ela insinuava sobre eu e o Leon, a relação é minha e dele, e nós fazemos o que bem entendermos.

–Quem sabe. –Respondi indiferente e ela bufou enquanto voltava a bebericar um copo com uma substância de odor extremamente forte.

Voltei a me concentrar nos estudos, afinal logo as provas estariam chegando e depois finalmente entraríamos em férias. Ouvi batidas na porta e apenas mandei entrar.

–Sua pizza chegou. –Disse Tony que entrava animadamente no quarto.

–Hey! –Respondi com um tom cansado.

–Estudando até agora? –Perguntou ele.

–Sim, é necessário.

–Achei que fosse sair com o Leon. –Disse Tony pegando um pedaço da pizza e me entregando.

–Todo mundo acha isso, nerd. Mas a Violetta preferiu estudar do que ficar com a namorado. –Disse Anne, eu e Tony apenas ignoramos.

–Eu cancelei. –Respondi e logo em seguida mordi aquela maravilhosa pizza americana.

–Sabe, você não acha que deixa muito o Leon de lado? –Perguntou Tony.

–Não. Essa semana nos vimos bastante. –Respondi.

–Eu sei, mas foi somente essa semana, sei lá, faz uns dois meses que eu percebo que você o deixa meio de lado olha eu sou homem, e minha ex-namorada agia como você está agindo, e eu me sentia meio do lado. Por incrível que pareça, nós homens gostamos de ter atenção. –Disse Tony.

–Se quiser eu dou toda a atenção que ele quiser, Vilu. –Disse Anne novamente, e outra vez a ignoramos.

–Logo irei dar atenção a ele. Mas preciso focar nos estudos agora. –Eu respondi e Tony negou, ou seja, ele não concordou com as minhas atitudes.

–Eu acho que....-Ele foi interrompido pelo som do meu celular, olhei no visor e estava escrito Leon, fiz um sinal de espera para o Tony e atendi a ligação.

Ligação On

–Heeey! –Eu disse animada.

–Oi Violetta. –Leon disse. Violeta? Quando que ele me chama de Violetta?

–Está tudo bem com você? –Perguntei e ele mudou o tom rapidamente.

–Está! Está tudo bem, tudo as mil maravilhas, melhor impossível. –Respondeu Leon aceleradamente.

–Vou perguntar novamente: Está tudo bem com você? –Perguntei.

–Sim Vilu, está tudo bem. –Ele disse um pouco mais calmo. –Estou um pouco estressado.

–Percebi.

–Então, o que está fazendo? –Perguntou Leon.

–Estou comendo pizza com o Tony. –Respondi tranquila, só esqueci que Leon tinha ciúmes até do Tony, a última pessoa que eu teria algo.

–Com o Tony né? –Leon disse esse nome com desgosto, ele gostava do Tony, mas ele não se conformava com a nossa amizade.

–Sim, ele mesmo. –Respondi tranquila.

–Você está comendo com o Tony, mas cancelou o encontro comigo. –Resmungou Leon.

–Leon! Passei o dia inteiro no meu quarto, aturando a Anne com bebidas e cigarros, e o Tony acabou de chegar com a pizza.

–Esquece! –Resmungou Leon. –Esqueci que não tem tempo para mim.

–Eu passei a semana inteira com você! –Gritei. –Decidi ficar estudando hoje, eu quero ser alguém na vida caso você não tenha percebido.

–Você tem tempo de comer pizza com o Tony, tem tempo de ir a uma festa, tem tempo de estudar, mas não tem tempo para ficar comigo. –Resmungou Leon estressado.

–Eu fico com você! Não venha me dizer que eu não te dou atenção, porque eu dou! –Gritei, a essas alturas Anne dava risada e Tony me olhava assustado.

–Não dá o suficiente, sou eu sempre quem corre atrás de você. –Disse Leon.

–Leon! Não quero discutir, você está estressado e desconta em mim, me ligue quando for maduro o suficiente para ter uma conversa decente comigo sem me culpar por todos o seus problemas.

–Vio....-Eu desliguei, sim ele iria ficar estressado por eu ter desligado na cara dele, mas ele merecia.

Ligação Off

–Mereço. –Eu disse para mim mesma.

–Eu te avisei. –Disse Tony óbvio.

–Por favor, não me diz que você e o Leon conversaram e ele disse a você que eu não dou atenção a ele. –Eu disse.

–Não foi exatamente assim. Eu disse: “Então como vãos as coisas com a Vilu?” e o Leon respondeu: “Estão bem, mas ela me deixa de lado muitas vezes.” - Tony se explicou, e eu soltei um risinho pela maneira que ele falou.

Eu de fato não entendia o motivo para tanta carência, eu fico direto com o Leon, não sei o que ele tanto fala, eu dou atenção e pronto, ele não tem motivos para reclamar.

–Finalmente o casal perfeitinho brigou! –Comemorou Anne.

–Considerando o fato que eu conheço o Leon, e faz uns dez minutos que nós brigamos, ela vai me ligar em 5...4...3...2....-Ouvi o barulho do meu celular, Tony deu risada e Anne fechou a cara. –Olha, mensagem de texto do Leon, essa é nova, ele costuma ligar.

Desculpe. Okay? Estou estressado, sei que me dá atenção, errei e sei disso, tenha uma boa noite.

Por incrível que pareça eu estranhei a mensagem, não tinha nem um “Eu te amo” no final, sem contar que ele costuma ligar quando brigamos por algo idiota.

–Sabe que por mais que ele esteja certo, ele vai falar que está errado. –Disse Tony.

–Ele não faria isso. –Eu disse rindo.

–Você não conhece o universo masculino. Se ele falasse que estava certo, você não aceitaria e provavelmente discutiriam novamente. –Disse Tony.

–Isso é verdade.

–Viu. É mais fácil assumir que está errado mesmo estando certo, assim você continua namorando. –Ele disse rindo.

–Engraçado você em. –Eu disse irônica.

–Eu sou hilário, agora se me dá licença, preciso ir dormir, tenham uma boa noite meninas. –Disse Tony.

–Boa noite. –Respondi.

–Tanto faz. –Disse Anne indiferente e logo em seguida Tony saiu.

–Eu vou dar um volta pelo campus, não toque nas minhas coisas. –Disse Anne.

Como se eu fosse tocar em bebidas, cigarros e possivelmente outras coisas que estavam ali, apenas olhei no meu relógio e vi que o dia havia “voado”, não era muito tarde, mas o meu cansaço era enorme e evidente, com certeza eu devia estar com enormes olheiras.

Violetta? Recebeu minha mensagem?

Leon novamente me escreveu, era uma questão lógica, se eu não respondesse ele iria começar a ficar preocupado achando que estou brava com ele, eu o conheço bem, após cinco minutos meu celular começou a tocar, Leon queria realizar uma chamada de vídeo.

Pov’s Leon

Pode parecer desnecessário eu ter brigado com a Vilu sendo que ela não me fez nada. Mas não é novidade para ninguém que com a Universidade nós nos afastamos um pouco.

Mas esse não é o problema, a ligação que eu havia recebido do psicopata maluco do Diego (N/A Novamente repito, nada contra o Dominguez, só não gosto do personagem que ele faz, sério não gosto do personagem), me perturbou.

Eu sempre tive alterações no meu humor quando eu e Diego discutíamos, e agora aquele canalha vem me ameaçar novamente, minha vontade era de soca-lo e manda-lo para trás das grades, ou em uma clínica de reabilitação.

E eu também estou com outro problema, meu namoro, sei lá quanto mais eu penso, mas eu fico com medo de perdê-la por conta de uma certa distância que nos separa e para piorar, hoje eu liguei para Violetta e descubro que ela está comendo pizza com o Tony, eu até gosto do Tony, mas tem algo naquele menino que me trás desconfiança, e não é ciúmes.

Eu sei que parece confuso, mas eu estou confuso, estou com milhares de conflitos dentro de mim. Às vezes sinto que meu namoro está em crise, olho para Violetta e penso que talvez eu não seja o homem suficiente para ela, e agora vem o Diego me ameaçando, eu estou ficando louco, e isso tudo me causa irritação.

Há tempos eu venho tendo pressentimentos ruins, mas eu achei que fosse apenas pressentimentos, e pelo visto eu estava errado. Só o fato de ter sido ameaçado pelo Diego já fiquei conturbado.

Então liguei para Violetta, eu queria conversar com ela, claro que eu não iria contar sobre as ameaças do Diego, porém não sei o que me deu, no meio da conversa acabei citando nossa distância e por conta do meu stress e da teimosia da Violetta, consequentemente acabamos discutindo.

–Mas que “droga”! –Gritei me sentando novamente na cama, olhei minha mão que estava roxa pelo soco, e soltei um pequeno gemido de dor. Eu havia enviado duas mensagens para Vilu, e surpreendentemente ela não me respondeu, ou seja: Ela está muito estressada e eu estou ferrado.

Fui até um pequeno armário que havia em meu quarto, peguei uma garrafa de uísque do Peter. “Não devo beber, não depois do que aconteceu aquela vez” Pensei comigo mesmo.

–Talvez, se eu tomasse apenas um copo, não teria tanto problema. –Pensei e assim foi feito, aquele copo de uísque desceu queimando pela minha garganta, diria que senti até uma dor aguda com a rapidez que bebi.

Chacoalhei a cabeça para colocar os pensamentos em ordem, pensei em tomar mais um copo, mas com certeza isso não seria bom. Olhei para o meu celular e nada da Violetta me responder.

–Preciso falar com ela, preciso conversar com alguém que se importe. –Eu pensei novamente, disquei o número de Violetta, mas desta vez, eu faria uma chamada de vídeo, precisava vê-la.

Pov’s Violetta

–O que quer? –Respondi curta e grossa quando atendi a chamada de Leon.

–Me desculpar. –Leon respondeu, pela tela do celular pude ver que ele estava abatido.

–Está tudo bem? –Perguntei.

–Sim.

–Mesmo? –Perguntei novamente, e Leon suspirou pesadamente enquanto coçava a nuca.

–Sim, estou bem. –Leon disse. Primeiro: Leon era um péssimo mentiroso. Segundo: Já faz um tempo que percebo alterações repentinas em Leon, e desta vez ele parecia estar pior, de uma maneira inexplicável.

–Que bom. É uma pena que você não me diz a verdade. Se me ligou apenas para pedir desculpas eu vou desligar. –Eu disse.

–Espera! Não estou escondendo nada, apenas estou cansado. E eu realmente quero que você aceite minhas desculpas. –Leon disse calmamente.

–Então quer dizer que você acha que eu não te dou atenção? –Perguntei pondo em pauta a nossa discussão.

–N...Não é isso. –Leon tentou se explicar. -É que eu estava meio irritado, e sim, penso o pior de tudo, inclusive do nosso namoro, me perdoe por isso. –Leon disse.

–Espera, você pensou que nosso namoro é algo ruim? –Perguntei irritada.

–Não Violetta, não confunda as coisas. –Leon disse se irritando também.

–Quer saber, Leon? Conversamos depois, se acalme primeiro. –Eu disse.

–Viu como você é? Você não quer conversar, quer apenas desligar e deixar para resolver tudo depois. –Leon resmungou.

–Talvez se deixarmos para resolver tudo depois, você se acalme um pouco. –Eu disse.

–Não vou me acalmar! –Gritou Leon.

–Por quê? O que está acontecendo Leon? Por que está estressado? Por quê? Me diz. –Pedi.

–Não está acontecendo nada Violetta. –Disse Leon calmamente.

–Dá para parar de mentir! Você mesmo assumiu que estava irritado. –Gritei novamente. –Você acha que eu sou tonta?

–Jamais. –Respondeu ele.

–Então me diga a verdade! –Eu disse gritando com todo o meu fôlego, possivelmente a universidade inteira ouviu.

–Já disse que nada! Droga confia em mim! –Pediu Leon gritando tanto quanto eu.

–Não dá para confiar, pois sei que não está dizendo a verdade, infelizmente, mesmo depois de tanto tempo de namoro você não confia em mim. –Eu disse um pouco mais calma.

–Eu confio. Juro que confio. –Leon disse baixinho, eu abaixei a cabeça por uns segundos e “engoli” o choro, não queria chorar.

–Que tal nos acalmarmos e conversarmos depois? –Eu pedi.

–Tudo bem, talvez seja o melhor a fazer. –Respondeu ele um pouco mais calmo.

–Eu te amo, okay? Posso ser uma idiota de estar te dizendo isso agora, mas quero que pense nisso, e talvez isso ajude você a confiar mais em mim. –Eu disse.

–Meu am....-Leon iria dizer mas eu o interrompi.

–Tchau Leon, tenha uma boa noite. –Eu disse e desliguei sem dar tempo dele me responder.

Depositei meu celular sobre a cômoda e me deitei na cama, eu não tinha condição de continuar meus estudos, pelo menos não por hoje. Bati meu olho naquele objeto prata e redondo em meu dedo, Leon havia me dado na noite de natal, me lembro bem.

Com esses pensamentos uma infeliz lágrima teimou em escapar de meus olhos, eu não queria parecer uma pessoa frágil, mas quando se tratava de Leon eu era, e era uma pessoa extremamente frágil.

Detestava brigar com ele, principalmente se era por uma coisa inútil, eu me sentia angustiada por saber que estávamos mau um com o outro. Uma parte de mim queria estapeá-lo, outra parte que apenas abraça-lo, e perguntar “O que há de errado com você?” “O que está acontecendo?”.

Definitivamente eu precisava descobrir. O que estava havendo com Leon....

O que Violetta infelizmente não sabia, era que assim como ela Leon estava preocupado, por motivos diferente, mas ele também estava preocupado. Leon Vargas vivia um conflito interno, ele temia pelo que Diego pudesse fazer, mas Leon não temia por si próprio, ele temia por Violetta...