Tu Eres Mi Vida escrita por Bia Rodrigues


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Hey! Boa noite, demorei um pouco mais do que eu queria, peço desculpas, mas fiquei doente e as aulas voltaram, o que complicou um pouco as coisas. Sem contar que minha criatividade foi dar uma volta.

Quero agradecer aos comentários, e pedir para comentarem mais hehe Eu espero que gostem desse capítulo :D



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Pov’s Violetta

–O quê? –Indaguei abismada. –Me desculpe, mas deve haver algum engano.

–Não há engano nenhum. –O homem respondeu.

–Senhor, eu agi em legítima defesa. –Leon explicou tentando parecer calmo, mas ele estava assustado, e não era “pra” menos, um homem simplesmente chega e diz que você está sendo processado pela morte de alguém, qualquer um se assusta com isso.

–Então terá que se explicar para o juiz. -O homem disse duro. –Francamente senhor Vargas, não achou que iria sair ileso da morte do senhor Diego Ferro, achou?

–Não. Mas eu não achei que seria acusado. –Leon explicou. –Não foi intencional...

–Bom, como eu disse terá que se explicar ao juiz, e se não se importam tenho coisas a fazer, tenham um bom dia. –O homem disse e se retirou.

–Bom dia só se for para você, seu desgraçado...-Murmurou Leon irritado. –Tem certeza que eu não sou um assassino?

–Leon. –Reprendi. –Você mesmo acabou de dizer: “Eu agi em legitima defesa”. Não podem te prender. Olha o Diego morrei, era meio óbvio que o caso iria para o tribunal, as coisas precisam ser esclarecidas.

–Mas estou sendo processado. –Ele murmurou ainda irritado. –Como se tivesse assassinado o Diego e...-Eu o interrompi.

–Não assassinou. –Eu disse. –Já estou cansada desse assunto, Leon. Sabemos que você não assassinou ninguém, nós iremos ao tribunal e iremos vencer esse caso.

–Assim espero. –Ele sussurrou.

–Quando é a data da audiência? –Perguntei me apoiando em seu braço esquerdo enquanto voltávamos a andar.

–Aqui diz que é em...Duas semanas...Droga! Alguns dias antes de voltarmos para os Estados Unidos. –Leon resmungou.

–Ah é, voltar...-Sussurrei e ele não pareceu ouvir. Eu não sabia se queria voltar para os Estados Unidos, mas ficar aqui em Buenos Aires não era uma ideia que me agradava no momento pelo simples motivo de que desde que chegamos aqui às coisas só terem dado errado.

–Está tudo bem? –Leon perguntou estranhando o silêncio, e provavelmente a minha cara de dúvida já que eu não era muito boa em disfarçar e fingir que está tudo bem.

–Está. –Eu disse, e antes que ele pudesse me contestar eu já troquei o assunto. –Poderíamos sair um pouco? Talvez relaxar tomar um sorvete, sorvete de chocolate, uva, morango...

–Vilu, está fazendo nove graus. –Leon comentou e soltou um riso. –E eu sou alérgico a morango, você poderia me matar.

–Então um chocolate quente. –Sugeri. –E se eu quisesse te matar já teria feito.

–Verdade, você Violetta Castillo não viveria sem mim. –Ele disse rindo, pelo menos estava conseguindo fazer com que ele se esquecesse de todo esse lance do Diego.

Chegamos ao estacionamento e cada uma parou de um lado do carro, eu fiquei observando as pessoas cabisbaixas e quietas, enquanto o Leon tentava abrir o carro e isso não era uma tarefa difícil, mas era o Leon, e ele complica as coisas.

–Tá difícil aí? –Perguntei rindo.

–Não. –Ele respondeu forçando a chave contra a porta.

–Certeza? –Perguntei novamente tentando conter o riso. –Você destravou o alarme?

–Meu alarme está com problema, preciso abrir manualmente. –Ele disse já ficando vermelho. –Droga...

–Me passa essa chave aqui. –Pedi, ele me olhou e soltou um riso debochado. –Passa a chave logo.

–Vilu, meu amor com todo respeito, você não é das mais fortes. –Ele disse e eu fiz sinal para que ele me passasse à chave, após muito resmungo da parte do Leon ele acabou me dando a chave, e para a surpresa dele, não minha, eu consegui abrir o carro.

–Entra aí. –Eu disse rindo da cara de espanto que ele fez. –Tudo se resolve com “jeitinho de Castillo”, meu amor.

–Sem graça. –Ele respondeu e entrou no carro também. –Então vamos mesmo para a lanchonete? –Ele perguntou meio emburrado e eu assenti.

Leon parecia não querer ir, mas eu achei que seria melhor fazer com que ele relaxasse um pouco, e apesar de querer mostrar que estava aparentemente bem era possível ver certa tensão em sua face.

Sabe eu não consigo parar de pensar que não temos paz, nem por um momento, sempre tem algo incomodando, e para ser bem clara isso “enche o saco”.

–Está preocupada com o quê? –Ouvi a voz de Leon interrompendo meus pensamentos, o mesmo me dava rápidas olhadinhas enquanto mantinha o olho na estrada.

–Com você. –Eu disse baixinho.

–Estou bem. –Ele disse no mesmo tom.

–Claro que está. –Falei ironicamente, mas ele nada disse, pressionou os dedos contra o volante, fixou o olhar no caminho e assim se manteve durante todo o percurso, sem desviar o olhar por um segundo sequer.

Chegamos à lanchonete que estava mais para uma cafeteria, mas isso não importa. Leon mesmo emburrado agiu com o cavalheiro que é e abriu a porta do carro para mim, peguei em sua mão e ele forçou um sorriso desconfortável.

–Dois chocolates quentes, por favor. –Leon pediu após adentrarmos o lugar e acharmos uma mesa de canto para nos sentarmos.

–Algo mais? –Perguntou um garçom de sotaque diferente.

–Um bolinho daqueles ali para mim. –Leon disse apontando para a vitrine. –E..e só isso, quer alguma coisa, Vilu?

–Um alfajor, por favor. –Pedi e o garçom de sotaque diferente anotou.

–Já trago os pedidos. –Ele disse e saiu.

Ficou um silêncio altamente desconfortável entre mim e Leon, estávamos sentados um de frente para o outro, e ambos evitavam fazer contato visual, o que era bem ridículo da nossa parte.

–Eu estava lembrando da nossa ultima viajem. –Leon comentou enquanto “brincava” com o cardápio nas mãos. –Devíamos repetir.

–É quem sabe nas próximas férias. –Eu disse. –Dessa vez eu ganharia o duelo de bolas de neve. –Eu disse e ele riu.

–Jamais. –Ele respondeu um tanto desafiador o que também me fez rir.

[...]

Após Leon derrubar sem querer o chocolate quente no garçom, tivemos que pedir novamente, e acabamos ficando na lanchonete mais do que o previsto. Eu e Leon não trocamos muitas palavras para meu desgosto, eu não havia conseguido fazer com que ele esfriasse um pouco a cabeça, não estávamos brigados, mas o clima entre nós também não era bom.

–Dorme aqui em casa hoje à noite? –Pedi enquanto adentrávamos meu quarto e eu jogava meu sobretudo em um canto qualquer, ficando apenas com um simples vestido preto.

–Não sei, acho que minha mãe que me ver em casa essa noite. –Ele disse e eu o fitei suplicante.

–Por favor. –Pedi novamente e envolvi meus braços entorno de seu pescoço. –Por favor. –Sussurrei.

–Está bem. –Ele concordou e soltou um riso. Com a proximidade foi inevitável não beijá-lo, era engraçado, agora parecíamos ter voltado ao normal, digo um com o outro, as coisas em nossa relação tem uma certa bipolaridade cômica, só não sei se gosto disso.

Senti algo macio nas costas e logo percebi que Leon havia pousado meu corpo sobre a cama. O beijo se cessou pela “falta de ar”, ele deslizou os lábios pelo meu pescoço e ali depositou beijos um tanto suaves, o que era estranho quando se tratava de Leon Vargas.

Minha mão direita foi de seu ombro até seu peito, do peito até a gola da camisa, ali puxei o fino tecido como se quisesse arrancá-lo, a mão livre até seu cabelo, bagunçando mais ainda os fios rebeldes.

Leon voltou a devorar meus lábios com uma selvageria que eu não conhecia, mas era bom, diferente, porém ótimo. Atirei seu paletó para longe e sua gravata foi a seguinte a voar pelo quarto enquanto ele deslizava a mão pelas minhas costas tentando achar o zíper do meu vestido.

–Violetta, chegamos. –Ouvi meu pai gritar do andar de baixo, e com o susto nos separamos rapidamente.

–Droga...-Resmunguei baixinho e Leon riu. –Oi pai! –Gritei.

–O Leon está aí com você? –Ele gritou também, minha mãe deveria estar uma fera vendo que nós dois gritávamos.

–Como ele sabe? –Sussurrei para o Leon.

–Meu carro está lá fora. –Ele sussurrou de volta. –Vou colocar meu paletó e arrumar meu cabelo, antes que seu pai me veja e me mate.

–Faça isso, eu vou lá embaixo falar com ele. –Eu disse e meio a contragosto levantei da cama, passei a mão no cabelo tentando ajeitá-lo e coloquei o sobretudo para que não vissem meu vestido amaçado.

–Oi mãe, pai, voltaram cedo. –Eu disse meio nervosa, minha mãe pareceu perceber, meu pai, por sorte, não.

–Estávamos com o Fede no hospital. –Minha mãe disse.

–E ele está melhor? –Perguntei com medo da resposta.

–Sim está, mas não se acostumou com a ideia de ter que usar cadeira de rodas. –Meu pai disse triste, ele e Fede não tinha uma boa relação, mas eram pai e filho, se amavam antes de tudo.

–Pelo menos é momentâneo, digo, ele não vai precisar da cadeira de rodas para sempre. –Eu disse.

–É. –Meu pai concordou meio desconfortável, eu tinha certeza que ele estava com os pensamentos no Leon, que estava no quarto. –Ludmila foi vê-lo após o enterro, e por falar em enterro onde está o Leon?

–Credo pai. –Eu disse e ele riu.

–Eu disse isso porque vocês foram juntos ao enterro, e não porque pretendo matar seu namorado caso ele faça alguma coisa que machuque você, ou te desrespeite, ou faça coisas que não me agradam... –Ele disse e abriu um sorriso amarelo.

–Ela já entendeu, Germán. –Minha mãe o reprendeu. Ouvi passos descendo a escada e obviamente era Leon, ele cumprimentou meus pais, e como sempre ficou um tanto nervoso na presença do meu pai que o encarava.

–Então Leon, rapaz o que fazia com a minha filha lá em cima? –Meu pai perguntou, ele sabia a resposta, mas obviamente preferia não acreditar que eu, “sua princesinha”, havia crescido.

–Germán. –Minha mãe o reprendeu novamente. –Isso é coisa que se pergunte?

–Sim é, pois estamos na minha casa, e esse garoto me deve satisfações e acima de tudo respeito. –Meu pai disse duro, ele não mudava.

–Não tem problema senhorita Angie. –Leon disse, que fique claro que eu achava super estranho ele chamar minha mãe de senhorita. –Sr. Germán, estávamos apenas conversando, chegamos faz pouco tempo.

–Tem certeza que era só isso? Porque pode parecer bobagem minha, mas você me parece um pouco...nervoso talvez. –Meu pai disse.

–Já chega. –Minha mãe disse. –Me desculpe pelas perguntas que meu marido te fez, Leon sabe como ele é.

–Não tem problema. –Leon disse e minha mãe puxou meu pai lá para cima, eu bufei envergonhada, meu pai sempre fazia essas coisas e eu sempre ficava com vergonha.

–Me desculpe. –Pedi me sentando no sofá e arrastando Leon junto comigo.

–Não tem problema. –Leon repetiu e passou o braço pela minha cintura. –Pena que nosso momento foi interrompido.

–Se meu pai ouve você falando isso. –Eu disse me certificando que o “Sr. Germán” não estava nos espionando. –Mas mudando de assunto, o que vamos fazer amanhã? Acho que merecemos sair.

–Sim merecemos. –Leon concordou pegando em minha mão e acariciando a mesma com o dedo polegar. –Mas...

–Sempre tem que ter um “mas”? –Indaguei frustrada e ele soltou um riso.

–Amanhã vamos depor, por toda aquela história do sequestro, o delegado quer falar comigo. Depois vou procurar um advogado. –Leon disse e eu lamentei, lembrando-me que essa história ainda não havia acabado, e parecia estar longe de acabar...


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Notas finais do capítulo

Bueno, o que acharam? Mereço reviews? Espero que tenham gostado, até mais :D Beijos.