PET - 3ª Temporada - Combate nas Sombras escrita por Kevin


Capítulo 42
Capítulo 42 - Um novo ciclo


Notas iniciais do capítulo

Tentei postar no domingo 5 vezes... Mas, a internet não cooperou.



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O céu ainda possuía alguma fumaça vulcânica, mesmo depois de uma semana. Percebia-se que a atividade no vulcão estava cessando e a ilha em si logo poderia ser novamente tocada por pés humanos. Enquanto aquilo não era possível pokemons militares faziam varreduras a fim de identificar o que estava acontecendo no local. Possíveis sobreviventes, locais de refúgio ou mesmo algo que pudesse indicar os fugitivos.

– Deveríamos tê-la prendido! - Dizia um soldado. - Teria sido um bônus para nossa operação. -

Sentados em uma área livre do porta aviões o General Surge observava a ilha acompanhado de um soldado que fora escalado para acompanha-lo. Seus primos, muito mais afetados pelo veneno foram removidos da operação e encaminhados a um hospital militar, junto a muitos outros. No entanto, o líder de ginásio da cidade de Vermilion não admitia que todos os líderes da operação estivessem fora de combate. Ele iria forçar sua condição física ao máximo.

Suas condições eram melhores, pois a quantidade de veneno foi menor em sua corrente sanguínea. Após o antidoto havia uma sensação de ressaca, além de muitas dores musculares, mas podia aguentar isso. A batalha havia acabado e agora era administrar o final da operação.

Para mantê-lo em segurança, e até mesmo seguindo as recomendações médicas, um soldado lhe foi designado. Vigiava-o dia e noite e já sentia-se a vontade para expor sua opinião.

– A mulher salvou a vida de muitos, capturou um dos generais que caçávamos, sendo este o que as forças armadas mais desejavam capturar. - Ele fez uma pausa. - Além disso, só vocês não perceberam que iriam usar armas contra um pokemon pronto para fazer o Meteoro do Dragão, enquanto era alvejado. O porta aviões inteiro iria pelos ares. –

O soldado ficou olhando para frente e Surge notou que ele corou. Realmente nenhum dos soldados havia reparado no movimento que estava engatilhado pelo Salamance. Surge percebeu, mesmo que para desmaiar. Se falasse sobre o ataque os soldados certamente não abaixariam a guarda e matariam a todos. A Caçadora J era realmente uma estrategista nata e um dia alguém a prenderia, mas naquela operação o alvo era a Estilo de Poder, desviar a atenção ou recursos para caçar uma criminosa que os ajudou no momento de mais necessidade.

– Mas, eu ainda gostaria de entender... - O Soldado parou de observar a ilha virando-se para o seu superior. - Por que eles se entregaram? - Ele fez uma pausa um pouco incerto. - Estavam feridos, mas nem de perto pareciam incapazes de tentar furar o bloqueio. Estamos com os cinco generais e o principal administrador deles. Eles dizem que a administradora Melani e o administrador psíquico deles morreram soterrados e seus corpos queimados pela lava. Além de ninguém saber falar a identidade do líder. Não vamos acreditar realmente nisso, não é? -

O general ficou olhando a ilha por algum tempo sem nada dizer. Realmente alguém poderia dizer que foi fácil. A batalha foi horrenda, mas eles se renderam de forma fácil. Aquilo era intrigante, mas eles já haviam passado por um interrogatório preliminar tanto por oficiais quanto por psíquicos e nada dizia que estavam mentindo. Os dois que destoavam era Draco e Venon que não confirmavam a morte dos administradores, por não saberem se ocorreu realmente ou não, além de falarem que o líder estava na ilha durante todo o ataque, mas não conseguirem visualizar a mente deles.

– Certamente alguém manipulou a mente deles. - Disse o General. - Mas, é incrível que o tenham feito dentro da ilha. Usar movimentos psíquicos de batalha seria complicado, teleportar seria um risco, mas mudar as lembranças de uma pessoa dentro de nosso cerco seria impossível. Que isso tivesse sido feito com aqueles que se renderam, como fariamisso com Venon e Draco que estavam aqui? -

– Tem razão, senhor. - O soldado concordou com a cabeça virando-se para ilha novamente. – A não ser que o líder fosse à líder. A Caçadora J fosse à líder e tivesse poderes psíquicos e diante a derrota eminente, mesmo com a vitória em algumas batalhas que aconteciam, tenha decidido render-se nos deixando completamente perdidos. Ela pessoalmente veio entregar Venon enquanto apagava a mente dele. Podendo fazer aquilo com Draco e os demais com mais calma. –

Surge olhou para ele pensando naquela teoria. Enquanto nenhum dos dois percebia que estavam sendo observados por um ser que aos poucos se afastou da ilha e do cerco militar indo para alto mar. Invisível ele não foi visto por ninguém. Materializando a uma distancia razoável dos bloqueadores psíquicos Gengar riu e continuou a viajar em sua levitação pelo mar. Seus olhos que brilhavam em uma cor esverdeada durante todo o tempo diminuíram a coloração.

Na base da Sociedade Secreta a coloração dos olhos de Morty e Sabrina, que também estavam esverdeados, diminuiu.

– Isso é que eu chamo de técnica avançada. - Disse Kurt surpreso com o que acabara de ver.

O grupo precisava saber o que estava acontecendo ilha. Devido a atividade do vulcão e os bloqueadores, teleportar-se para lá em missão de varredura era impossível. Assim como velejar até lá devido ao cerco militar. A decisão foi teleportar um pokemon fantasma, longe do cerco, e deixa-lo verificar o local para eles usando sua invisibilidade. Se por acaso fosse descoberto era apenas um pokemon vagando perdido que não poderia ser capturado devido a já possuir um treinador.

O pokemon de Morty era forte o suficiente para aguentar um contato psíquico com Sabrina e assim permitir que ela enxergasse o que ela enxerga-se. Não era difícil e nem precisava de muito poder, usava a afinidade de Morty com Gengar como ponte e burlava os bloqueadores disfarçando sua técnica psíquica com uma técnica fantasma.

Para completar o trabalho Sabrina criava a ilusão para que todos pudessem ver e ouvir o que ela via e ouvia através de Gengar.

– Estou impressionado. - Comentou Trainen. - Jamais imaginaria uma combinação como essa. –

– Eu sequer consigo explicar. - Disse Poken.

– Ótimo trabalho. - Disse o Caçador das Sombras. - Vamos prosseguir com os preparativos da reunião e lidar com nossos novos convidados antes que meu filho resolva libertá-los e deixá-los passear pelas instalações. -

Pokemon Estilo de Treinador
3ª Temporada - Combate nas Sombras
Capítulo 42
Um novo ciclo

Os olhos se abriram de repente, como se todo o momento estivesse acordada e apenas esperando que lhe fosse permitido abrir os olhos e despertar. Os olhos não demoraram a acostumar-se devido a pouca quantidade de luz. Olhou rapidamente ao redor e viu um par de olhos azuis com longos cabelos loiros a observá-la. Desviou o olhar por alguns instantes percebendo que do outro lado da sala estava alguém de cabelos brancos também acabando de despertar.

– Desculpem mantê-los em sono induzido por tanto tempo, mas trata-los desacordados parecia mais fácil. Meu irmão é o único que não tem medo de armação dos dois. - Um sorriso sincero foi esboçado. - Mas, sei que entendem perfeitamente. Confiança se conquista e não foi esse sentimento que foi semeado enquanto nos caçavam por anos. -

– Isso é sério? -

Melani escutou a voz de Rainner um pouco incrédulo. Ela ainda tentava ordenar os pensamentos, imaginando quantos dias ficaram desacordados e como estava o mundo, quando escutou a voz de Rainner. Ia virar voltar sua atenção para ele, mas de repente a mulher que estava a frente deles começou a flutuar junto a cadeira.

– Vocês não estão usando nenhum bloqueador, nenhum psíquico em volta para me vigiar, nada? -

O garoto de cabelos brancos estava de pé a usar seus poderes e testar o quanto poderia usá-lo ali. Para ele não fazia sentido aquilo. Se a mulher não confiava neles ainda, não parecia certo não estarem bloqueando os poderes dele.

– Chama-se chance. - Disse a moça flutuando, muito tranquila para a surpresa de Rainner e Melani. - Não fizeram nada para confiarmos em vocês. Mas, também não fizemos nada para confiarem em nós. - A moça fez uma pausa. - Pesa que perseguiram e mataram alguns de nossos amigos, mas por vontade própria decidiram fazer as coisas de modo diferente. É um processo lento e nada fácil, em especial quando precisam deixar as poucas pessoas que conhecem e se importam. -

A moça foi baixada junto a sua cadeira e voltar a posição que estava anteriormente. Rainner sentou-se com um olhar perdido. Melani levantou-se e foi até Rainner, sentou-se ao lado do amigo e passou a mão por cima do ombro dele, em um meio abraço.

Os dois eram os únicos sobreviventes de um vilarejo de 300 pessoas, aproximadamente que era a antiga Sociedade Caçadora de Demônios, apesar de não usarem exatamente esse nome. Amigos de uma eternidade e a única família que possuíam.

– Você é a Julia Maerd, né? - Questionou Melani recebendo um aceno de cabeça. - Não tem cinco minutos e eu já tenho certeza, tudo que falavam de você é real. - Ela sorriu. - Manipuladora ao extremo. -

Julia revirou os olhos. Ler as pessoas era sua especialidade, mas as pessoas consideravam aquilo manipulação.

– Mas, é sincera e visivelmente é como o restante da família. - Disse Rainner. - O irmão e o pai. - O garoto olhou para ela. - Somos iguais, não é? Ficamos sozinhos no mundo quando nossos pais morreram por causa dos demônios. -

Julia sabia que ele estava lendo a mente dele, mas não se incomodava. Sabia até onde ele iria, até aonde ela permitisse. A mente de uma pessoa ferida por um legionário era bem complexa para ser lida e infelizmente ela fora ferida na tentativa de rastrear e juntar as criaturas. Mas, algo bom deveria haver em todo o risco.

– Vocês tiveram Bill e os outros. Eles foram o que vocês precisaram naquela época, um grupo de guerreiros obstinados dispostos a tudo para sobreviver e continuar um legado. Junior e eu tivemos Détrio e os outros que nos deram o que nós precisávamos na época, uma família. -

Julia levantou-se e foi até a porta.

Melani abaixou a cabeça imaginando como seria duro a convivência com eles. Perseguiram a maioria e prometeram matá-los por diversas vezes. Ela estava louca quando pensou que poderia juntar-se a eles depois de tudo, só porque pediria desculpas e teria toda a informação sobre a verdadeira Sociedade Secreta. Melani tinha certeza que Rainner estava mais louco que ela por ter sido convencido de segui-la naquele plano maluco.

– Não somos como vocês realmente. - Disse Rainner que lia os pensamentos de Melani e sentia que seria difícil fazer parte de uma equipe de pessoas que foram seus inimigos. - O que vamos fazer? -

– Daremos a vocês o que precisam agora. - Disse Julia. - O mesmo que deram a mim e ao Júnior, uma família. -

Melani não entendeu muito bem o que a garota quis dizer e Rainner forçava para ler a mente dela, e compreender o que estava para acontecer, mas era inútil. Julia realmente era boa em conter os avanços.

– Uma família? - Questionou Rainner após alguns instantes. - Mas, você quer matar seu pai. -

– O Caçador das Sombras um dia foi meu pai. - Disse Julia. - E saber como abordar assuntos delicados, especialmente aqueles que viu na mente das pessoas, sem permissão, é uma das primeiras coisas que precisará aprender. Tenho certeza que Sabrina terá prazer em ajudá-lo. - Julia sorriu enquanto dava uma bronca no garoto. - Ela também faz parte de nosso grupo e está esperando-nos para o café da manhã junto com alguns outros que tem condições de sentar-se à mesa. -

Rainner piscou algumas vezes franzindo o cenho. Olhou para Melani que ensaiava um inicio de um sorriso, sem saber ao certo o motivo.

– Café da manhã... - Melani parecia longe em seus pensamentos quando virou-se para Rainner. - Foi a última refeição que fiz com minha família antes deles partirem para lidarem com os legionários. -

– E será primeira com essa. - Disse Julia. - Se quiserem. -

A dupla de ex-adminsitradores ficou olhando-se por algum tempo enquanto Julia permanecia parada, encostada no batente da porta que havia aberto para sair. Ela os observava com um sorriso, lendo-os para saber se deveria esperá-los ou deixá-los sozinhos por hora.

– Se esses dois não querem comer deixá eles ai que eu to faminto. - Uma voz ecoou porta adentro. - Eu to falando sério. Eu vou tacar o sapato neles se eu não começar a comer logo. -

Rainner e Melani olharam para Julia que tentava conter o riso. Não demorou para os dois identificarem que o dono dos gritos era Kevin.

– Ele não é um doce? - Riu Julia que abaixou-se deixando que um sapato entrasse voando pela porta e indo cair aos pés deles.

– Uma família? - Questionou Rainner novamente.

– Podemos nos acostumar. - Comentou Melani.

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O quarto de hospital de uma base militar era bem diferente do que Lubia esperava. Talvez por ela não ser militar colocaram-na em um quarto um pouco mais aconchegante. Carpete, uma cama grande e confortável, Televisão e uma poltrona para as visitas. Fora isso os aparelho ligados a ela eram realmente interessantes, metade deles ela nunca havia visto, o que a deixava curiosa sobre a sua real situação.

Passaram-se quinze dias desde a invasão ao Quartel Genetal da Estilo de Poder. Tendo passado cinco dias em uma unidade de tratamento intensivo e outros três dias em observação até que fosse movida para aquele quarto Lubia agradecia por finalmente poder ter noticias do que havia acontecido e poder falar com alguém. Até então ela tinha um tubo em sua boca e a comunicação era complicada.

– Quando você vai parar de chorar? -

Ela queria que sua visita fosse embora. Talvez fosse a última pessoa com quem gostaria de conversar por ela não ter o menor tato. Desde que fora movida para aquele quarto e começou a receber as noticias do mundo e entender o que havia acontecido, não parava de chorar. Os médicos já temiam que ela entrasse em depressão e já estavam para iniciar medicamentos para tentar reverter o quadro, mas resolveram dar uma semana a mais para ela se refazer. Não era fácil aceitar as noticias que chegaram.

As informações sobre a guerra foram um pouco perturbadoras em saber que Melani, Rainner e o líder não haviam sido encontrados e poderiam ter fugido caso não houvessem morrido na lava. Ela entrou para fazer algo e falhou. Sem Melani não tinha como saber a técnica que era usada pela Estilo de Poder para controlar os pokemons roubados.

Além de não ter completado sua missão, saber que o líder continuou desconhecido à fez ficar um tanto frustrada. Mesmo Marjori não conseguia lembrar-se da imagem do líder da Estilo de Poder, mesmo afirmando tê-lo conhecido. Ao que parecia o acidente na estrutura a fez ter amnésia. Ninguém sabia com ela havia saído de lá, apenas que ela estava boiando em um bote próximo que ia em direção ao cerco, sozinha.

– Você não está na minha situação! - Gritou Lubia em resposta. - Saia daqui! Eu não quero você aqui! -

Marjori estava sentada na poltrona de visita e estava segurando-se para não dizer poucas e boas para a menina hospitalizada. Mas, no final ela entendia que estava tudo bem confuso na sua cabeça. Ela lembrava-se de inúmeras coisas que ninguém confirmava como real.

Após Marjori ter sido tratada pela Sociedade Secreta explicaram-na que ela teria que manter segredo e aguardar alguns dias que a explicariam tudo em momento oportuno, mas que ela precisava voltar para a ilha para manter Lubia sobre vigilância para que ela não falasse sobre os legionários.

Enganar a amiga inteligente parecia difícil, mas ela parecia confusa sobre tudo. Além disso, achar que Kevin havia morrido estava perturbando sua cabeça. Ela sentia-se culpada de tê-lo deixado seguir contra Rainner. O pior é que ninguém confirmava que ele estava lá, nem mesmo Marjori o fez.

– Acalme-se! - Disse Marjori suspirando. - Com certeza não estou em sua situação. Sem lembranças do que aconteceu na ilha, achando que algumas pessoas morreram por minha culpa e sem poder participar da Quest Liga por causa do meu estado. -

A única coisa que todos entendiam de toda a confusão mental de Lubia era o choque dela não conseguir participar da Quest Liga. Ela seria a competidora mais nova e muitos acreditavam que ela se sagraria Mestra Pokemon, sendo também a mais nova a receber o título. As pessoas entendiam que ela não estava aceitando aquilo muito bem, mas não sabiam como ela realmente estava sentindo-se com aquilo.

Ela estava muito machucada e não tinha como permanecer em uma batalha. Acreditavam que ela estaria bem dentro de quatro meses, mas a Quest Liga aconteceria em um Mês e não havia nada que pudessem fazer para que ela participasse. Ela não conseguia nem ficar em pé, que dirá permanecer em uma batalha de nível alto como a Quest Liga prometia ser.

– O que está fazendo aqui? - Lubia questionava mais uma vez. - Disse que veio para esclarecer as coisas, mas está sentada aí, sem dizer nada há quase uma hora. -

– Não tenho culpa. - Disse Marjori.

Lubia revirou os olhos e apertou um botão para chamar a enfermeira. Já teria feito há mais tempo não fosse a curiosidade sobre o que ela poderia esclarecer. Por um leve momento achou que talvez Marjori estivesse protegendo alguém e que a lembrança que ela tinha de que Kevin iria levar Melani e Rainner com ele para a Sociedade Secreta fosse real. Isso explicaria muita coisa, mas a menina parecia que estava apenas enrolando-a.

– Sua ideia é real. - Disse uma terceira voz se fazendo no quarto.

As duas se olharam e enquanto Lubia parecia surpresa Marjori pareceu aliviada.

A porta abriu-se e uma enfermeira que Lubia ainda não conhecia entrou no quarto. Antes que aporta se fechasse ela pode perceber que os soldados que estavam próximos à porta, pela primeira vez estavam saindo. O que era estranho já que ela vinha sendo guardada, dia e noite, por ser uma criança não militar na base.

– Esse atraso de uma hora foi estressante. - Disse Marjori levantando-se. - Antes de nos teleportar me ajude a colocar uma roupa nela, imagino que vai levar a cama e os aparelhos juntos, mas não precisamos expô-la com essa batinha médica. -

– Não haverá teleporte. - Disse a enfermeira tirando a mascara e deixando revelar sua face. - Não precisamos sair do quarto. -

Lubia identificou Sabrina ficando ainda mais aturdida. O que ela fazia ali? O que ela tinha haver com toda essa história? Será que ela pretendia usar seus poderes para apagar as memórias dela? Ou recuperar o que foi perdido? Eram tantas perguntas que a cabeça chegava a doer.

– Você disse que seria uma reunião com todos. - Reclamou Marjori. - Não vai colocar todos aqui, né? -

– Você parece o meu primo. - Comentou Sabrina deixando Marjori ainda mais irritada. - Eu tenho cerca de uma hora, aproximadamente, até que os guardas topem com alguém que os tire do transe, ou uma enfermeira perceba que deveria estar em outro lugar, que não para o qual a enviei. - Ela olhou em volta e viu que o sofá estava um pouco distante. – Teremos de ficar em pé durante toda a reunião. -

– O chorona, chega para o lado que não vou ficar uma hora em pé. – Marjori tentou arrumar um jeito de sentar na cama de Lubia, mas foi impedida por Sabrina que temia que as reações das duas fossem piorar o estado de Lubia.

– Vocês duas vão me falar o que está acontecendo, ou eu vou gritar! - Disse Lubia. - Olha que eu grito. -

Eu preferia apagar a mente delas. Como podem ser tão escandalosas como estar tão escandalosas como o Junior? Sabrina encarou Lubia por alguns segundos e logo depois elas escutaram a tranca da porta fazendo um clique.

– Participaremos telepaticamente da reunião. Meu Alakazam estará lá e fará nossa projeção enquanto Meu Gardevoar fará a projeção deles aqui para nós. Escutarão normalmente, mas para falar, precisarão tocar no Gardevoar. - Sabrina explicou. - Peço que evitem falar e deixem que tudo seja explicado primeiro. Como disse, não tenho mais do que uma hora aqui e não quero ter que enfrentar nenhum militar. -

– Está aqui clandestinamente? - Questionou Marjori.

– Mais ou menos. - Disse Sabrina libertando o pokemon para fazer o contato psíquico. - Eu deveria estar a três alas daqui, conversando com a equipe de interrogatório que se prepara para mais uma rodada com os membros capturados da Estilo de Poder. - Ela revirou os olhos. - Vou dizer que me perdi e aproveitei para fazer uma visita para vocês. -

Foram 45 minutos de reunião onde todos os membros passaram a conhecer a história e receberam uma nova missão cada um, missão que seria desenvolvida por quase cinco anos, se nada viesse a mudar e forçá-los a se juntar.

– Se tiverem algumas perguntas, guardem para si. - Comentou Sabrina pronta para sair. - Ela sorriu. - Só falta me dizer, onde está o Presa Selvagem de Kevin, ele quer o pokemon ratazana de volta. -

– Tinha esperanças de que o dono nunca aparecesse. - Ele riu apontando para onde as pokebolas estariam guardadas, sobre sua vigilância. -

<><><><><>

Julia ainda estranhava todo o ambiente estar na penumbra. Aquilo parecia uma contensão de energia extrema, até entendia já que o equipamento que possuíam dentro da base secreta da Sociedade Caçador de Demônios era realmente de ponta.

Andar por aqueles corredores escuros era no mínimo esquisito, mas não mais esquisito que uma enfermaria na penumbra. Áreas hospitalares eram sempre limpas e iluminadas, aquela, no entanto, era na penumbra. Normalmente quem cuidava dos pokemon era o caçador das Sombras ou Joy, mas desde que voltarão do vulcão quem estava cuidando era Kevin Maerd Júnior.

– Estou impressionada com as habilidades dele para tratar dos pokemons feridos. - Comentou Joy para Julia.

A enfermeira estava parada, encostada na porta, observando Kevin ir e vir pela enfermaria. Estava cuidando, naquele momento de rever como estava cada pokemon que havia cuidado até ali, eram apenas dados, expostos em várias telas.

– Enquanto estava procurando os diários de Tobias ele foi forçado a aprender. - Comentou Julia.

Os irmãos Maerds já haviam conversado sobre tudo que aconteceu na Liga das Sombras. Não era um tempo que Kevn conseguisse esquecer, em especial porque ainda estava sem seu material, uma vez que todos os pertences que levara na jornada estavam ainda perdidos. Não sabia quem havia escapado da emboscada na Taça e quem havia passado pelo local onde as coisas estavam guardadas e levado tudo. Eles possuíam um ponto de encontro por onde ficariam alguns dias até seguir para o segundo ponto de refúgio e partirem de vez para suas novas vidas.

– Precisam de algo? - Kevin percebeu as duas paradas olhando-o.

– Eu é que pergunto, Dourtor Maerd. - Joy deu uma risada. - Você que está cuidando dos pokemons que enfrentaram os legionários. -

– Você é melhor nisso. - Comentou Kevin sem graça. - Mas, as pessoas precisavam de sua atenção, estavam muito mais feridas. -

– É bom ter ajuda. - Comentou Joy. - Mas, você não tem descansado muito desde que voltou. Os pokemons estão bem, faça o que sua irmã está pedindo, descanse e procure os seus pertences perdidos. Missões limpas, lembra? -

Kevin suspirou olhou novamente os dados e a maioria dos pokemons, após 15 dias de tratamento, estavam em uma recuperação acelerada. O que ele sabia fazer fora feito, a partir dali era apenas recuperação normal, do próprio pokemon. Monitorá-los não iria fazer uma diferença muito grande.

– Vou pedir ajuda a Sabrina para isso. - Kevin suspirou. - Mas, tenho certeza que quem estiver com minhas coisas virá até mim. -

– Como pode ter certeza? - Questionou Julia observando-o. - O que não me contou? -

Não era como se ele não tivesse contado algo, não havia tido tempo. Contou tudo ate ter sido teleportado e foram juntos, com Sabrina até os dois locais de encontro. Mas, já haviam saído de ambos, o que era estranho pois não era o combinado. Mas, se tivessem visto ele ser teleportado em meio a confusão e se talvez tivessem escutado a conversa que rolou instantes antes de desaparecer, talvez soubessem que as chances dele voltar era pouquíssima. Talvez soubessem que eles poderiam ficar em perigo.

– Acho que vou deixá-los sozinhos. - Disse Joy não querendo invadir a privacidade dos dois.

Julia puxou uma cadeira fez sinal para o irmão sentar próximo. Ele sentou-se calmamente e procurava as palavras certas, mas não sabia por onde começar.

– Desculpe. - Disse Julia. - Não queria pressioná-lo. - A irmã passou a mão pelos cabelos do irmã, ainda estavam bem curtos e ela achava isso interessante. - Mas, ainda estou tentando entender o que te fez mudar de opinião quanto a … - Julia parou. - Tudo. -

Kevin abraçou a irmã. Ele entendia as perguntas dela e as vezes até se perguntava como tudo podia ter acontecido.

– Só resolvi que não quero que ninguém mais morra. - Comentou Kevin. - Quantas pessoas morreram desde por causa dos demônios e quantas poderiam ter deixado de morrer se tivéssemos feito algo? - Kevin olhou nos olhos da irmã. - Quando Détrio morreu e descobrimos a identidade do Caçador das Sombras o mundo perdeu o sentido e a coisa mais lógica era matar essas pessoas antes que elas acabassem de corromper o mundo. -

– Saímos daqui com o mesmo pensamento, mesmo que não tivéssemos conversado a respeito, diretamente. - Julia parecia meio perdida. - Tudo bem que olho por olho não parece nada legal. Mas, porque você foi sequestrado pronto para matar e saiu de lá querendo a paz? -

– Entendi sua preocupação. - Kevin deu uma risada. - Não estou com a mente manipulada nem nada do gênero. Mas, estou protegendo algumas pessoas sacrificando outras. Estou em guerra contra criaturas milenares indestrutíveis e quando aparece alguém com alguma experiencia, ao invés de trazê-lo para o nosso lado eu tento matá-lo? Eu me perguntei por diversas vezes enquanto estava na Liga das Sombras, qual vida valia mais, a minha ou a deles? E independe da história de qualquer um, cheguei a conclusão que não existe vida que valha mais. -

Julia pediu alguns instantes ao irmão e ficou olhando-o. Ela queria matar o pai por toda a mentira, mas deveriam estar feliz de alguém experiente como eles estarem ao seu lado. Deveriam ter sido mortos pela Estilo de Poder, mas a verdade é que seriam mortos se não aceitassem juntar-se a eles. Melani matou a única pessoa que não aceitava juntar os grupos, a única pessoa que havia sido completamente corrompida.

– Na primeira vez que foi a Sinoh visitei algumas ruínas. - Disse Julia. - Quando uma pessoa, encontra outra, algo acontece. - Viu Kevin observando-a. - Acho que encontramos as pessoas certas para que algo positivo acontecesse. - Julia sorriu para o irmão. - Foi pesado demais, né? -

– O problema é que algumas pessoas encontram as pessoas erradas em alguns momentos. - Kevin riu. - Ou as pessoas certas em momentos errados. -

– Ou as pessoas certas para um momento muito curto. - Comentou Julia lembrando-se da conversa com Melani e Rainner. - Mas, de qualquer forma, todos tiveram o que precisaram no momento em que precisavam. -

– E agora nós teremos paz. - Disse Kevin que caiu da cadeira junto cm a irmã.

Algo havia feito todo o local tremer. Eles se levantaram, já sabendo que havia algo muito errado. O mundo não tremia assim do nada.

<><><><><>

Não era a primeira vez que Kevin e Julia seguiam por aqueles corredores, mas eram tão pequenos quando o fizeram que nem percebiam. Já escutavam alguns gritos irritados do lado de fora e podia perceber que dois pokemons estavam trocando alguns golpes.

Abriram uma porta e saíram no que parecia ser a varanda de uma casa e andaram por ela observando o entardecer que acontecia juntamente com uma pequena batalha pokemon que terminava.

O gengar de Morty havia sido nocauteado por outro com uma cara perversa. Morty ia dscer a pequena escadaria da casa, mas Kevin o segurou.

– Não desça. - Disse Kevin. - Aquele Gengar é mal que nem o treinador. –

Morty franziu os olhos e viu ao longe um rapaz de cabelos roxos e roupa roxa encarando-os. Ele tinha uma pokebola na mão e parecia estar deliciado com a visão. O braço direito foi erguido segurando a pokebola, enquanto seu Gengar colocou-se ao seu lado direito já que do lado esquerdo havia uma mochila que Kevin lembrava como sendo sua.

– Kevin Maerd Junior! - Gritou o rapaz de cabelos roxos. - Eu, Dexter Room, Treinador das Ilhas Livres e Campeão inegável da Liga das Sombras, desafio-o para uma batalha pokemon um contra um. Meu Gengar contra seu Gastly. - Ele sorriu. - Se negar, contarei ao mundo sobre os demônios ou legionários e sobre sua identidade secreta, Nivek! -


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Notas finais do capítulo

Para quem achou que o Dex ia perder e não ia querer revanche....



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