Forbidden Love escrita por Miss Mikaelson


Capítulo 9
Capítulo 9 - Sonhos de uma noite de inverno


Notas iniciais do capítulo

Hey, amores! Eu havia estipulado uma data para postar o capítulo, mas graças a recomendação diva da Isabelly Mikaelson, my little princess, resolvi postá-lo hoje. Na verdade era para ser postado no mesmo dia, mas tive que fazer algumas alterações no capítulo. Coisas que não se enquadravam e outras que estavam bem precipitadas, etc. Mas antes tarde do que nunca. Isabelly o capítulo é seu. Obrigada pela recomendação, cat. Agradeçam a ela pela data antecipada.

Boa leitura!



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"Quanto mais eu pisco, então melhor vejo. Pois durante o dia os olhos veem coisas que não interessam; Mas, em sonhando, eles te veem"



Era noite quando ele veio. Inclinando seu corpo em posição perpendicular ao dela e proporcionando-lhe o prazer descomunal. Seus lábios harmoniosos incluídos aos dela, aquele aroma do campo que se espirava da pele dele e os fortes braços cercando-a numa verdadeira cadeia. Ela sentira falta daquele olhar malfazejo que sempre a fitava antes de penetrá-la. Uma recordação de uma chama que nascera no verão, tão brilhante quanto o sol resplandecente do horizonte, e apagou-se ligeiramente com a vinda das noites mórbidas de inverno. E era nas noites frias que ela mais sentia falta; do conforto dos seus braços, do calor dos corpos aquecendo-se como um carvão em brasas que ao fogo se entregava.

Os corpos entregados ao calor do momento separaram-se caindo sobre o terreno de capim ressequido. As mãos da loira inclinaram-se por cima da mão do irmão e o irreal ocorreu: uma chama dali eclodiu-se, cálida, bela e apetecida. Transportou-se de cada uma das mãos para o céu escuro, iluminando-o no local onde as demais estrelas haviam se escondido na imensidão. Da chama tênue, três mais se originaram, formando no céu obscuro três estrelas consecutivas às outras. As estrelas do centurião do guerreiro. Abriu os olhos serenos e fez o sonho apagar-se. Os sonhos do sono profundo de uma noite de inverno.

Ergueu-se então do leito, com o corpo inteiro excitado e olhou para o lado, vendo o marido inútil que não a tocava há mais de uma semana caído em sono profundo. Rebekah amaldiçoou-se em silêncio ao lembrar-se do sonho malquisto que tivera anteriormente. Conduziu-se até a varanda da janela, vestida apenas com um agasalho de pele de animal que a protegia dos ventos violentos que uivavam à noite, viu um homem de talhe elevado e robusto retirando-se do quarto ao lado através de cordas tecidas com os lençóis da cama. Não pôde ver as feições de seu semblante, mas notou que o mesmo aparentava um sorriso nos lábios pouco iluminados pela luz da lua.

A loira guiou-se para o quarto ao lado, a qual o mesmo pertencia à irmã mais moça de Domenico, que se mantinha na varanda da janela com um riso garboso gravado nos lábios. Permanecia agarrada com um velho chemise em seu colo, a única parte do corpo que se conservava coberta, a não ser pelos trapos do vestido amarrado na cintura.

— Lembre-se de trancar a porta — Rebekah suspirou aproximando-se da irmã do marido, que saltou amedrontada ao ver a figura parada diante de si.

— Rebekah, eu...

— Não... não se incomode — pacificou-a. — Tenha certeza de que nada vi.

As duas trocaram um olhar confiante. Elisa impeliu-se contra a cama com um ar devaneador olhando fixamente para o teto do quarto amparando o chemise contra o corpo.

— Não se deixe embair, Elisa — Rebekah emitiu com um suspiro lamentoso. — Os homens são amáveis até obterem o desejado.

— Há um motivo em particular para este conselho? — Elisa perguntou com uma expressão dificilmente interpretável.

—Sim — Rebekah remeteu-lhe um olhar bárbaro. — Mas não há tempo para histórias.

E, com aquele ar enigmático possuído de arrogância, Rebekah encaminhou-se para o aposento novamente.

{***}

Vindo afadigado do campo, Mikael largara a espada e o punhal no chão do grande salão e arremessou-se num dos assentos próximo à lareira. Um dos servos, vendo o patrão chegar abatido das terras, trouxe-lhe uma garrafa de vinho, presumindo que a bebida o levantasse. Num ato de ingratidão, o senhor feudal disparou o objeto contra o rosto do servo, ferindo sua pele superficialmente e bradando ofensas.

A lendária família havia desmoronado. Os comentários surgiram no comércio e logo se deslocaram pela cidade de maneira excessiva e incontrolável. Elijah saíra de casa logo após exclusão do irmão Niklaus que partira para as terras do tio Aaron. Raras vezes a família reunia-se nos jantares. E, embora os demais filhos nada relatassem em contradição a decisão do pai, Mikael, apesar de não importar-se com isso, presumia que todos concordavam com o irmão mais velho. Esther, por outro lado, todos os dias contestava com o marido em razão da filha, Rebekah, que durante os dias não enviara cartas. Mikael falava por seu orgulho, sempre a relembrando que não tinham uma filha. Somente Rebekah. Uma prostituta desonrada que por contingência carregava o sangue Mikaelson.

Do alto da escada Esther observava a cena do marido sem nada a dizer. Via-o oprimido e ao mesmo tempo consumido pelo orgulho. Desaparecera então para os aposentos onde ao adentrar o cômodo, vira aquela que convocara mais cedo, Ayanna, assentada no centro do quarto ao lado de uma armadura e escudo que Mikael orgulhava-se em tê-los como prova de sua soberania.

— O que viu? — exigiu a matriarca da família Mikaelson. — Não me deixe ainda mais aflita, Ayanna. Meu coração enche-se de dor ao imaginar o que meus filhos submetem-se em terra estranha.

— Não tema — respondeu a morena ao contestado. — Niklaus viverá com o tio. Com o sangue da família. E Rebekah está casada. Sua lealdade não pertence mais a família Mikaelson, mas sim a linhagem do marido. Nada vi desde que partiram. Minhas visões não acusam nada de perverso, pelo contrário, mostram-me um futuro auspicioso.

Esther resfolegou em alivio pelo dito embora a voz de Ayanna não aparentasse muita firmeza.

— Diga-me com clareza — pediu ela não contendo as várias emoções.

— Deixe-me mostrá-la — Ayanna afirmou aproximando as mãos do rosto da matriarca e tocando-lhe a face solenemente.

Ao fechar os olhos, Esther pôde ver com clareza os pensamentos enviados por Ayanna, que sussurrava palavras ignotas para a mesma.

Primeiramente visualizou Rebekah ao lado do filho do duque. Ela sorria em harmonia enquanto o marido segurava uma criança loira que se movimentava inquietamente nos braços dele. Era uma menina risonha, de cabelos louros como os de Rebekah, porém de modo algum aparentava os traços da mesma, nem possuía as feições de Domenico a não ser pelos lábios parcialmente semelhantes. Após isso, mudando o pensamento para o filho indigno, viu Niklaus ao lado daquela que aparentava ser sua esposa, afagando-lhe o rosto e o mesmo prometendo-lhe os tesouros mais valiosos da terra. Não havia crianças ao lado, mas Esther encheu-se de jubilo ao vê-los livres da praga que antes os acompanhava.

— Finalmente — Esther resfolegou. — Não há o que temer quanto a isso.

— Esther, não...

Ayanna interrompeu o dito quando Esther abandonou-a no quarto atendendo os gritos eufóricos do marido. Havia mais a ser mostrado, mas Ayanna temia em estragar o olhar gracioso nos olhos da senhora. Talvez Elijah estivesse certo em afirmar que não era correto ludibriar a mãe com as falsas visões. Ou provavelmente fosse o mais sensato a se fazer ao invés de informá-la das obscuridades que estavam por vir.

As visões continuaram. Sangue. Dor. Perdas. Vergonha. Tudo estava por vir sobre a família Mikaelson. Ao fechar os olhos viu novamente a continuação trágica das visões que distorcera para a mãe da família. Uma luta voraz entre os próprios irmãos. Sangue derramado de inocentes que pagariam o preço dos pecados. Desespero. Uma verdadeira carnificina: corpos espalhados do alto da escada do grande salão até a porta principal do palácio. O sangue corria em forma de troncos de uma árvore e ligava a todos os que partilhavam os mesmos laços sanguíneos. Conspirações, intrigas, mas o resultado final haveria de ser uma guerra.

No salão principal, Esther permanecia novamente ao lado do marido em estado genioso de irracionalidade que arremessava armaduras e objetos em todos aqueles que lhe cruzassem o caminho. Mesmo sem alertar aos filhos a fim de não de atemorizá-los, Esther percebera que o comportamento normal do marido, apesar desde possuir um gênio exaltado, abastardava-se a cada dia mais.

— O que o alucina, Esther? — Ayanna perguntou descendo as escadas.

Esther não podia controlar a fúria do marido que se irara repentinamente. Ao aproximar-se do senhor feudal Ayanna pôde ver em seu pulso uma marca pertencente a um clã extinto há décadas numa devastação feita nos confins da Europa. Traços desnorteados, finos e espalhados pelos cantos do braço.

— Esther — Ayanna a chamou. — Veja a marca.

As duas paralisaram-se de temor. Segredos. Frutos de uma depravação que seria paga com sangue, fogo e guerra.

{***}

O duque e seu filho trancaram-se no gabinete ao nascer do dia com os empregados e senhores de terras. A duquesa, a nora e filha permaneciam no salão de jantar com conversas maçantes a respeito de vestidos e joias. Elisa vez ou outra fitava Rebekah de maneira temerosa pelo que a mesma vira, mas esta se preocupava com a conversa que tanto prendia os homens no escritório.

No gabinete, porém, os homens tratavam de seus assuntos ao longe dos ouvidos de suas senhoras. Disputas de territórios eclodiam-se em todos os lados da Europa, mas haveria um intervalo até que a guerra verdadeira se achegasse ao palácio.

— Já se propagaram pelos territórios vizinhos — afirmou o duque com notável inquietude indicando no mapa posto sobre a mesa de madeira envelhecida. — Logo se achegarão até nossa terra.

— Proponhamos um acordo — indicou Domenico a fim de livrar-se da suposição de uma guerra vindo contra o lar. — Oferecer-lhes-emos terras fartas e em troca nossa herdade será poupada do caos.

— E permanecer como covardes perante a comunidade? — berrou um dos senhores no fim da sala se pondo ao lado do filho do duque. — Guerras simbolizam coragem e honra. Mesmo sendo uma derrota, a guerra em si, o sangue derramado no solo, isso marca povos de coragem o suficiente para encarar o inimigo ao invés de fugir como uma puta sem dono.

— Adefonsus está correto — disse o duque ocultando a vergonha do filho acometido pelo medo. — Não fugiremos da ocasião como putinhas temerosas que fogem com o rabo entre as pernas ao ver a esposa. Além disso, temos o clero europeu ao nosso lado e partilhamos um parentesco por casamento com uma família influente de toda a Europa.

— Papai, veja as consequências de uma guerra — Domenico insistiu. — Se nos matarem no campo de batalha? Ou fazer-nos de escravos?

— Cale-se, covarde! — bufou o duque e os demais homens se riram. — És meu primogênito mas nunca posso esperar bravura de ti. Tem minha permissão para sair. Junte-se a sua mãe e irmã tecendo novas peças de roupa pois vejo que não herdará o campo de batalha.

Domenico retirou-se do gabinete coberto de desonra pelos ditos verídicos do pai. Assentou-se a mesa junto às damas e ali permaneceu em silêncio, buscando controlar a ira que dentro do peito crescia a cada instante, fazendo-o tremer ao segurar o talher e seu rosto, aos poucos, passava a ter uma coloração avermelhada assim como o pano que encobria a mesa.

— Rebekah — disse a duquesa numa tentativa fracassada de quebrar o silêncio. — Fez bom uso das ervas que lhe indiquei?

— Como a senhora pode notar, não estou grávida.

Respondeu rispidamente. Para grande parte das mulheres seria, sem dúvidas, um motivo de desonra e desespero ao pronunciar tais palavras, mas naquele momento a loira agradeceu aos céus por não carregar uma pequena extensão do marido imundo.

— Ora, mas se empenhe — a duquesa continuou a repetir incansavelmente. — Caso contrário não poderá culpar meu filho ao escolher uma concubina para dar-lhe herdeiros.

Rebekah a encarou desafiadoramente.

— Vosso filho não suporta dar fogo a uma única esposa. Como poderia então escolher outra?

A duquesa encolheu-se envergonhada enquanto Elisa abaixava os olhos e sorria em silêncio. Domenico levantou-se em fúria ao ser caluniado na frente da mãe e da irmã:

— Desgraçada! Como ousa caluniar seu esposo a quem prometera devoção?

Ele guiou-se para próximo a esposa e arrastou-a pelos cabelos soltos até o cômodo de cima. Elisa em desespero aventurou-se em erguer-se da mesa para interferir na contenda, mas foi impedida pela mãe que a puxou pelo pulso.

— Deixe-os. — repreendeu a filha. — Uma esposa deve sempre submeter-se ao seu esposo. Rebekah aprenderá com o tempo o que lhe esclareço agora.

No aposento do casal Domenico a impeliu contra o chão e em seguida esbofeteou-lhe o rosto que, devido à palidez da face, uma grande marca avermelhada surgiu em molde as mãos do esposo.

— Seu pai me prometera uma esposa — disse amargamente. — E em troca de boas terras recebo um animal a ser amansado.

Ela solevantou o rosto encoberto pelos cabelos loiros desordenados e o fitou.

— Covarde! — estremeceu o rosto árduo ao falar-lhe. — Seu bastardo filho de uma puta!

Enchendo o peito de ódio pelas difamações daquela que jurara lealdade, Domenico não poupou esforços para agredi-la novamente. Uma, duas, três bofetadas revezadas de cada lado do rosto quente dolorido. Um fio de sangue escorreu dos lábios estourados da loira que controlava as lágrimas persistentes que obstinavam em banhá-la no rosto.

Com um movimento rápido ensinado por Niklaus, Rebekah o desarmou tomando o punhal preso no cinto e apontou para o rosto inquieto de temor. Os olhos do agressor agora transmitiam pavor pelo que a esposa indomável o fizesse com um punhal em mãos.

— Não... não seria capaz de fazer — ele a desafiou, ainda que a sua voz aparentasse dúvida.

O castelo estremeceu. Quadros, armas e jarros de flores caíram das paredes. A areia retirada das pedras que sustentavam o castelo veio abaixo. Os móveis afastaram-se dos devidos locais e o tumulto continuava do lado de fora do palácio. Gritos, correria e estouros violentos que abalavam a terra.

— Estão chegando! — berrou Domenico em desespero agarrando-se aos suportes da cama.

Rebekah desceu até o salão principal e viu os homens amedrontados enquanto presenciavam a catástrofe. O palácio estava em ataque. Homens com espadas, lanças, elmos e arcos marchavam ordenadamente em rumo a grande casa. Os poucos cavaleiros que guardavam os muros do castelo morriam miseravelmente nas mãos do exército.

— Salve mulheres e crianças — ordenou o duque mantendo seu tom solene. — A guerra está para começar.


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Notas finais do capítulo

E em relação a fase de separação do casal, provavelmente dois ou três capítulos para que isso ocorra. Agora inicia-se a verdadeira carnificina medieval, guerras, traições e tudo mais. E não, ainda não estou satisfeita com os fantasminhas. Alguns resolveram aparecer e quero agradecer, pois vocês são o motivo de felicidade dessa autora. Embora outros não o façam, quero dizer que também sinto a falta de alguns leitores constantes que de uns tempos pra cá desapareceram. Nesse final de semana estou viajando e não tenho previsão para voltar. Não sei. Talvez quinta ou sexta feira eu já esteja em casa, mas gostaria que colaborassem para que assim deixe alguns capítulos agendados para o tempo que ficarei fora, para que com isso a história não se atrase em capítulos. Pois bem, para os que leem a fic e não comentam, um comentário em cada capítulo com sua sinceridade não faz mal.
Beijokas e até o próximo.



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