Forbidden Love escrita por Miss Mikaelson


Capítulo 1
Capítulo 1 - O reencontro


Notas iniciais do capítulo

Espero que aprovem o casal, de fato é um dos mais improváveis, mas eu não deixo de amá-los.História se passa na Europa por volta do século XV. Espero que gostem de histórias de época. Honestamente, eu amo.



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"Existe destino? E, se é infeliz o futuro que nos espera, quanto se pode lutar contra a própria sina?



Europa, 1420.

Niklaus Mikaelson erguera a espada a poucos centímetros dos olhos do irmão, Elijah, que se encontrava caído sobre a arena, simbolizando assim o fracasso do mesmo. A multidão irrompera em gritos e aplausos. Os jogos competitivos eram a espécie de lazer mais popular entre os nobres, que se constituía em uma luta entre os filhos dos nobres com diferentes armas. Apesar da periculosidade dos jogos, Niklaus era conhecido por ser invencível na arena. Jamais fora derrotado em combate, ao contrario de seu irmão que sempre fora vencido por ele.

O combatente escondera o sorriso que se formara. Ergueu sua mão livre ajudando o irmão a se reerguer. Elijah reergueu-se retirando a poeira que se impregnara em seus braços e armadura. Não fazia o tipo de nobre competitivo, cavaleiro ou combatente. Normalmente, Elijah era um homem de negócios, estratégico e sábio. Era de grande valia para o pai que o encarregava de cobrar impostos dos servos pelo uso das terras feudais.

– Perdoe-me, irmão – pediu Niklaus, sem demonstrar arrependimento. – Mas tu sabes que eu sempre venço.

– Pretensioso e imodesto – proferiu Elijah –, característico do velho Niklaus.

– Característico da família Mikaelson – concordou Niklaus. – Corrida até o castelo?

Juntos, os irmãos montaram em seus alazões brancos, percorrendo a cidade até o castelo, desmoronando barracas e tendas dos velhos anfitriões do comércio. Não era da natureza de Elijah fazer tal desordem, mas Niklaus por outro lado, não partilhava do mesmo bom senso do irmão. Esbarrava propositalmente em qualquer um que lhe ultrapassasse o campo de visão. Ele erguera a espada novamente cortando as cordas da tenda de uma velha barraca de alfaiates. Seu sorriso desapareceu ao olhar a expressão consternada do irmão.

A chuva os atingira em meio ao percurso, fazendo Niklaus parar com sua desordem na cidade, de repente apressado em chegar ao castelo. As imensas portas de carvalho abriram-se. Niklaus, por sua natureza desprezível, deixara as armaduras e espada sobre a mesa principal, esperando que os criados recolhessem-nas.

O castelo sem duvidas era um dos mais belos e seguros da cidade. Construído em meio a um enorme fosso preenchido por água, para dificultar a invasão de inimigos durante uma batalha, cercado por enormes muralhas e imensas torres, onde os arqueiros se mantinham de prontidão em caso de ameaças. Havia vários calabouços nos quais os prisioneiros eram conduzidos até ser dada a sentença. As inúmeras passagens secretas também possuíam sua importância, em caso de uma evacuação.

Seu interior possuía o devido luxo designado à nobreza. Os móveis rústicos tomavam conta do ambiente, suas paredes púrpuras eram preenchidas por imensos quadros de guerras. Lanças e armaduras perfeitamente polidas também tomavam conta do local, já que cada um contava sua própria história. Cada armadura ali presente simbolizava uma vitória ou conquista. Lustres preenchiam o teto, a imensa escada estava decorada com um tapete da cor vermelha que se estendia da entrada até o corredor do primeiro andar. Os criados corriam da cozinha a sala, terminando de polir as armaduras ou organizando a prataria. Somente então Niklaus percebeu que terminavam os preparativos para um baile. Mais do que comum entre a nobreza, já que simbolizavam não apenas diversão, mas sim o poder exercido pela família.

– Niklaus, Elijah – a voz de Esther ecoou pelo saguão. – Mikael vos espera em seu gabinete. Principalmente você, Niklaus.

Esther estava plantada no centro da escada, trajando um vestido justo de cor azul e uma crespina com o lenço ultrapassado sob o queixo, luvas brancas e um leque da mesma cor. A julgar pelo tom de sua voz algo sério havia ocorrido, pois os filhos jamais tinham permissão para entrar no gabinete do pai. Exceto Finn ou Elijah, que raramente frequentavam para discutir alguns negócios.

Quando tinha apenas dez anos Niklaus ousara invadir o gabinete, apenas uma vasta fantasia de qualquer criança para tentar agir como adulto e imitar os pais. Quando entrou na sala Mikael deparou-se com o filho sentado sobre sua mesa revirando alguns papeis importantes. Mikael ficara furioso devido à bagunça provocada por Niklaus. Como castigo, ele obrigara o filho a passar uma noite em uma das masmorras do castelo, onde era frio e úmido. Desde esse dia Niklaus aprendera a lição; jamais comparecer ao gabinete sem ser convocado.

As memórias vieram à tona quando seus pés adentraram a sala. Porém se dilaceraram com a mesma velocidade que apareceram. Mikael estudou a expressão dos filhos por alguns segundos antes de se pronunciar, a raiva estava transparente em seu rosto. Elijah remexeu-se desconfortável, mantendo os olhos fixos em suas botas encobertas de lama.

– Ora, ora – ele remexeu-se em sua cadeira. – Então foi essa a educação que lhes foi dada? Foi lhes ensinado portar-se desta maneira? Este fora o ensinamento da escola palatina? Creio eu que uma escola destinada somente aos filhos dos nobres não...

– Pai, antes de... – interrompeu-o Elijah.

– Silêncio, Elijah! – repreendeu Mikael. – Não me interrompa.

A expressão de Elijah se enrijeceu. Ele voltou sua atenção aos seus pés novamente, enquanto Mikael aproximava-se dos filhos. Aquela era a primeira vez que via o pai desapontado. Já o vira assim antes com Niklaus ou Kol. Mas nunca presenciara a fúria do pai contra si. Mikael aproximou-se, encarando Elijah friamente.

– Elijah – ele continuou. – Jamais imaginei tal desapontamento vindo de você.

– Sei disso – concordou Elijah. – Sinto muito por isso.

– Seus direitos de defesa serão irrefutáveis – replicou Mikael. – Isso foi algo acintoso de ambas as partes. Acaso sabem o quão vergonhoso foi para mim ouvir os relatos do trabalhadores com relação ao comportamento selvagem de meus filhos?

– Não, senhor – insistiu Elijah.

– Cale-se, Elijah! – ordenou Mikael. Descontando sua fúria nos papeis sobre a mesa. – Ouça-me!

– A culpa é minha – ponderou Niklaus. – A culpa é unicamente minha.

Mikael sorriu, mas não parecia muito contente. Uma espécie de sorriso vitorioso, como se já confirmasse as suas desconfianças. Ele aproximou-se do filho, segurando seu rosto, forçando-o a encará-lo. Niklaus o encarou odiosamente. Mikael era respeitado por ser um dos senhores feudais mais poderosos, no entanto jamais ganhara o respeito do filho Niklaus, a quem sempre tratara com indiferença.

– Niklaus – ele sussurrou ríspido. – A ovelha negra. Talvez eu não deva puni-lo. O simples fato de ter nascido é praticamente uma punição. – O homem engoliu em seco os insultos que surgiram em sua boca. – Contudo, Rebekah retornará ao lar esta noite, e com sorte talvez essa seja a melhor noite das nossas vidas. Peço que não estraguem tudo. Refiro-me a você, Niklaus. Tenho planos que não incluem trancá-lo nas masmorras.

***

Niklaus fizera o que lhe fora ordenado. Não era de sua natureza obedecer nem mesmo curvar-se diante das ordens de Mikael, mas os planos citados por seu pai de maneira alguma eram de seu interesse. Já havia o bastante com o que se preocupar. Por fim, Niklaus resolvera afastas-se do restante da festa. Ficara isolado durante horas em uma das torres do castelo, observando o céu pontilhado de estrelas e o vasto campo a sua volta.

Rebekah retornaria esta noite ao lar. Após três anos de estudo na capital em uma escola de boas maneiras destinada as filhas dos nobres, onde eram instruídas a se portarem como damas da realeza; aprendiam a ler, escrever e muitas das vezes dominar outras línguas como grego e latim. Ela fora enviada a escola quando tinha apenas treze anos devido aos escândalos e indiscrições que causara a família.

A carruagem conduzida por alazões brancos atravessou os muros do castelo. Niklaus aguardava a mesma menina errática, rancorosa e vingativa. Mas que no fundo era apenas uma menina solitária que buscava atenção através de seu comportamento vulgar e hostil. Ele se conduziu até o salão principal do palácio, que estava repleto de músicos, mágicos e dançarinos. A única lembrança física que possuía da irmã era de uma garota pálida, magra, loura de olhos azuis e lábios carnudos. No entanto, a jovem que saíra da carruagem era completamente diferente do que se lembrara.

Rebekah desfilava graciosamente pelo palácio, conduzida por seu pai Mikael. Todos os olhos se voltaram para a jovem donzela, que não hesitava em esconder a satisfação por toda a atenção recebida. Os cabelos louros trançados para o lado trajando um vestido de cor púrpura de mangas longas com pequenos bordados a ouro.

– Rebekah – sussurrou Kol. – Achas que continua a mesma meretriz vulgar?

– Creio que não. – devolveu o sussurro para o irmão. – Contudo, tratando-se de Rebekah...

– Niklaus, Kol – fora a voz de Esther, chamando-os para o salão.

Os Lordes trataram de arrebatar as moças do salão. Logo Niklaus vira-se perdido em meio aos casais que deram inicio a dança. Kol conduzia uma dama de cabelos negros a sua esquerda, Elijah encaminhava-se para o centro do salão acompanhado da jovem Katerina Petrova, a quem possuía grande apreço. Finn encontrava-se ao lado dos pais embalando-se nos braços de uma dama. Rebekah, por outro lado, recusara o convite de Lorde Marcellus, encarando um olhar reprovativo de seu pai. Sem mais expectativas, Niklaus resolvera tirar a própria irmã para dançar.

– Rebekah – sussurrou –, quanto tempo. Ensinaram-te algo benigno na escola?

– Vós mudastes bastante desde a última vez que o vira – ela sorriu. – Não me ensinaram nada de benigno. Ensinamentos maçantes. Educaram-me para que me tornar-se uma mãe zelosa e uma esposa exemplar.

Niklaus não pôde evitar o sorriso ao perceber o tom sarcástico na voz de Rebekah. Eles aceleraram o ritmo da dança. Rebekah sem duvidas era a donzela mais estonteante do baile, pensara Niklaus, estremecendo a cabeça para afastar tal pensamento. Talvez isso não fosse a coisa mais apropriada para se pensar da própria irmã. Apesar das lembranças que possuía da irmã, a donzela que guiava pelo salão não se parecia nada com a menina a quem se recordava.

Rebekah desviara os olhos de Lorde Marcellus, que os fitava rigorosamente. Niklaus finalmente entendera os planos de Mikael, a julgar pela sua expressão severa quando a filha recusara o convite de Lorde Marcellus, os planos do pai ficaram claros naquela hora. Sem duvidas Mikael pretendia unir a filha com o Lorde, com o intuito econômico com toda a certeza.

– Lorde Marcellus está fascinado – observou Niklaus. – Não era de ser esperar o oposto.

Ele amaldiçoou-se silenciosamente ao proferir tais palavras. Já era ruim o bastante que certos pensamentos atravessassem a sua mente, principalmente os que envolviam a própria irmã. Além disso, sua mente já estava abarrotada de problemas. Problemas que provavelmente resultariam em sua morte, caso alguém descobrisse sobre um de seus feitos. A preocupação predominava em sua mente e o pior era não poder compartilhar esses problemas. Mas agora que Rebekah retornara ao lar, Niklaus imaginara que talvez ela o compreendesse.

– Rebekah... preciso compartilhar algo – ele começou, sendo interrompido por um dos servos, que sussurrou o recado que Niklaus mais temia naquela noite. – Com sua licença. Já volto.

Ele caminhou até o lado de fora do palácio, observando com cautela caso algum dos convidados o seguisse. Logo, logo encontrara o mensageiro que lhe enviara o recado. Não era a pessoa quem esperava encontrar, o que lhe fez suspirar aliviado.

– O que faz aqui? – indagou.

– Esses não são modos para tratar uma dama – ela devolveu. – Creio que não foram esses os ensinamentos de Esther, Niklaus.

– Sim, lamento por isso – disse em tom de desdém. – Mas presumo que saiba que educação é algo de grande valor. Assim como ouro ou prata, que não deve ser desperdiçado com qualquer plebeu. O que desejas?

– És tão petulante quanto ao homem a quem chamas de pai – afirmou a mulher. – O homem que ficou rico as nossas custas... – Niklaus avançou contra a mulher, jogando-a contra os muros do castelo, obrigando-a a lhe encarar.

– Não ouse proferir tais absurdos – rosnou. – Fale apenas o que lhe foi ordenado, ou poderá ser enforcada como distração para o seu povo.

– O prazo está se esgotando – disse ela sem delongas. – Aconselho que cumpra com suas obrigações. Ou todos na cidade saberão dos princípios de Niklaus Mikaelson.

– O que quer que eu faça? – exigiu Niklaus. – Caso descubram o meu feito eu serei privado da herança...

– O prazo é de apenas um mês – concluiu a mulher. – Desejo-lhe sorte, Mikaelson.

***

O baile durara a noite toda. Niklaus não voltara assim como prometera a Rebekah, ao invés disso caminhara pela ordinária aldeia, observando alguns comerciantes reabrindo seus comércios antes do nascer do sol. Assim que os primeiros raios surgiram ele resolvera a voltar para o palácio. Sua mente estava esgotada, depois de pensar sobre a ameaça a qual estava submetido. Porém, um plano já lhe consumia a mente. Logo, logo seria posto em prática.

Os servos terminavam de recolher os vestígios da bagunça da noite anterior. O castelo estava uma verdadeira desordem. Parte da decoração estava em pedaços, algumas armas e parte da prataria encontravam-se estilhaçadas, fazendo pequenas trilhas da lareira até os primeiros degraus da escada. Normalmente, Niklaus ficara curioso em saber o motivo de tal desordem, e principalmente qual seria a reação dos pais ao presenciar a aparente destruição do lar, mas como estava esgotado até mesmo para pensar sobre o assunto, resolvera ignorar.

– Ora, ora, Niklaus – vociferou Kol, descendo as escadas de encontro com irmão. – O cavaleiro solitário retorna ao lar. – Kol entrelaçou seu braço sobre o ombro de Niklaus, ainda segurando uma taça de vinho. – Sabes que compreendo perfeitamente sua ausência durante a festa. Alguma donzela está relacionada a isto? Sim, entendo perfeitamente. Às vezes é muito favorável para um homem se torcer nas pernas de uma boa meretriz.

– Kol, o que acontecera no castelo após a minha ausência? – indagou Niklaus, ignorando os comentários ditos pelo irmão. – Mamãe e papai perceberam...

– Não. – respondeu Kol, ríspido. – Às vezes até os nobres comportam-se como plebeus. Mas tal filosofia não me impediu de ouvir um discurso declamado pelo papai na sala de sangue.

O loiro subiu as escadas em direção aos aposentos. Não estava interessado nos problemas que Kol causara no baile. Já havia muito com o que preocupar-se e pouco tempo restava-lhe para resolver. Ele parara em frente a uma porta rústica encravada as iniciais RM. Rebekah Mikaelson.

Ele aproximou-se da porta entreaberta observando a garota loura despindo-se. A moça retirara o vestido, deixando-o caído sobre a cama. Desfizera a trança de seu cabelo, e logo em seguida livrara-se das roupas intimas, largando-as junto ao vestido deixando-os espalhados para que os criados o recolhessem. Logo seu corpo fora envolvido por lençóis de seda, seus olhos fechando-se assim que o corpo encostara-se à cama.

Sentira uma leve excitação ao vê-la daquela maneira. Não era certo sentir-se atraído pela própria irmã. Mas não havia como negar a tal beleza. Seu corpo ganhara mais curvas, desenvolvera-se de maneira irresistível.

Ele recuara até seu quarto. Tentou afastar os pensamentos sujos que lhe consumiam a mente. Sem sucesso. A visão que tivera da irmã não sairia tão cedo de sua mente. Por fim, Niklaus resolvera fazer a única coisa que lhe acalmava; desenhar. Poderia ter desenhado absolutamente qualquer coisa, campinas, bosques, florestas ou que lhe viesse à mente. Entretanto, esta era a questão; seu único pensamento era Rebekah. Por tanto, não hesitou em desenhá-la do jeito que era. Cada parte, cada minúscula curva e detalhe de seu corpo.


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Notas finais do capítulo

Aprovam Klaus e Rebekah? Sei que é um dos casais mais improváveis, mas mesmo assim é um dos meus shippers favoritos. Deixem a opinião de vocês, pois é muito importante saber o que acharam da história.
Beijos.