Amor de final de ano escrita por Nyo


Capítulo 3
Happy new year


Notas iniciais do capítulo

E aqui vai o nosso final!~ Eu acho, porque, pode ser, que eu escreva um extra lemon.
Eu já vou avisando, a vida amorosa da metade do mundo está sendo contada aqui, mesmo que os principais sejam o Feliks e o Toris, tem muitos (muitos mesmo) shipps aqui.
Não sei se todos sabem, portanto vou por do mesmo jeito:
Mathias: Dinamarca
Vladimir: Romênia
Aleksander: Bulgária
Gupta: Egito
Carlin: Irlanda do sul
Seamas: Irlanda do norte



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A terceira semana passou tão vagarosamente quanto as duas anteriores, e novamente, Toris não encontrou-se com Feliks nenhuma vez. No dia 31 de dezembro, final do ano, e dia da festa hospedada pela nação francesa, Ivan fez questão de chegar cedo na festa, como havia chegado atrasado, por culpa de um certo lituano, na anterior.

O local onde seria a comemoração, tinha uma visão privilegiada da Torre Eiffel. Para Toris, aquela era a vista mais linda que já vira em toda sua vida, porém, não duvidava que no longo percurso de seu viver, tivesse perdido algumas de suas memórias.

Adentrando o local, o lituano percebeu que este era bem maior que o da festa de natal, tinha um espaço mais amplo, menos decorado, havia um bar, e um local para descanso, com muitos sofás e poltronas. Mesmo sendo cedo, a maioria dos países já estava presente. Essa comemoração tinha um ar menos formal, poucas nações, usavam roupas sociais.

Chegando ao bar, Toris pediu um drink, evitando bebidas de alto teor alcoólico. Sem vontade de dançar, ou conversar, o moreno só observava as pessoas em suas atividades, as que mais lhe chamavam a atenção, eram aquelas que não tinham pudores, em mostrar suas relações amorosas diante de outros países, sem medo de serem delatas para seus chefes.

– Matthieu mon amur, você chegou! – o moreno observava o francês.

Francis, antes mesmo que o rapaz mais jovem pudesse dizer algo, beijou-lhe feliz, fazendo o rapaz corar fortemente.

– Bonjour, papa. – cumprimentou o baixinho tímido.

O francês arrastou o jovem para um dos sofás, sentando-o em seu colo.

– Como foi a viagem? Está muito cansado, mon amur?

Depois daquele ponto, Toris teve sua atenção desviada para o espanhol que tentava convencer o jovem italiano a dançar com ele e para o prussiano bêbado que estava abraçado na húngara, que reclamava do namorado, porém não o soltava. Pedindo mais um drink, o moreno suspirou, as palavras de Arthur voltando a sua mente. Será que deveria se declarar? Quais seriam as consequências se fossem descobertos? Tinha certeza que seria rejeitado, porém, uma parte de si ainda mantinha esperanças. Queria mais do que tudo que Feliks dissesse que o amava. Involuntariamente, como milhões de outras vazes naquela semana, o lituano levou sua mão até o colar que ganhara do polonês.

– Eu estou te dizendo Aleks, vai ser divertido! Oi, Toris!

O lituano olhou na direção daquele que o chamava, Vladimir sentou-se na cadeira ao seu lado, sendo seguido por Alksander.

– Romênia, Bulgária. Faz um tempo. – cumprimentou-os educadamente.

O romeno riu, olhando pra ele.

– Eu já disse mil vezes, pra você me chamar de Vladimir, ou Vlad, como preferir.

– Desculpe. – o lituano sorriu sem graça. – Como vocês estão?

Pedindo algo para o barman, Vladimir virou-se pra ele.

– Estamos bem, só que eu não consigo convencer o Aleks que sair no primeiro dia do ano é uma boa ideia. Ugh, que chato.

– Vlad, qualquer lugar que você for amanhã estará lotado, não é melhor ficarmos em casa? – perguntou o búlgaro, parecendo cansado.

– Não, poxa, já faz três semanas que não temos um encontro decente. Eu quero sair amanhã! – cruzou os braços revoltado.

– Por favor, nós temos milhões de anos para sair, porque justo amanhã? – o outro insistia.

– Já sei, nós podemos ter um encontro em duplas! Ei, Toris, você e o Feliks não gostariam de se juntar a nós?

Nervoso, o lituano não sabia o que fazer, então, apoiou-se no balcão, olhando novamente para os companheiros.

– A-Acho melhor não, o Feliks e eu nem pretendemos passar o ano novo juntos. – aquilo lhe magoou mais do que pretendia.

– Aaaaahhh, vocês semes, são todos iguais, um bando de chatos sem entusiasmo! – resmungou o romeno deitando seu corpo conta o do búlgaro. – Se fossem o Alfred e o Antônio eles aceitariam.

Rindo, o Aleksander puxou seu namorado.

– Ok, ok, depois nó resolvemos isso. Agora, vamos dançar e deixar o Toris em paz.

Sentindo-se envergonhado o lituano bebeu mais um gole do seu drink.

– Tudo bem, vocês não incomodam. – disse Toris, tentando amenizar o clima.

Aparentemente, um pouco bêbado, Vladimir levantou-se.

– Tudo bem, desculpe Toris. Quando vir o Feliks diga que eu mandei um oi. – sorrindo ele seguiu o búlgaro. – Mas Aleks, eu ainda quero sair amanhã!

Toris achava estranho, como todos os seus amigos eram felizes, sem preocupações, sem se importarem com as consequências que viriam. Resolveu parar de beber, não se perdoaria se encontrasse com Feliks bêbado.

Resolveu dar uma caminhada pelo salão, não aguentava mais ficar sentado, estava procurando o polonês pelo salão, usando como guia, o vestido branco, que o outro o levou ao shopping para comprar. Virou o local inteiro, porém nem sinal do vestido branco. Em uma de suas voltas pela área, viu à distância, Raivis e Eduard. Aproximando-se dos dois, reparou em uma terceira figura. Esta usava um terno cor de creme claro, e uma camisa social listrada, de rosa bebê e branco.

– Raivis, Eduard! – chamou-os.

Os dois viraram-se na sua direção, lhe dando visão da terceira figura. Palavras não eram o suficiente, para expressar a surpresa de Toris, ao ver Feliks, parado ao lado dos companheiros. Não somente por não ter visto o polonês antes, mas também estava surpreso, por ver os trajes dele, agora, podia ver o loiro por completo, e ele estava lindo. Os cabelos loiros, presos em uma pequena borracha, o que destacava seus ombros, o tom claro do terno, ressaltava a cor de seus olhos, tornando-os ainda mais puros, e novamente, Toris sentiu que poderia se perder ali dentro, se a voz do menor, não o salvasse daquela imensidão verde.

– Fe-felik – o moreno gaguejou.

– Liet! – o polonês sorriu. – Finalmente, o que tem de errado nessas festas que a gente sempre demora tanto pra se encontrar?

O polonês foi em sua direção, abraçando-o rapidamente.

– Feliks, você não ia usar o vestido? O que nós compramos aquele dia no shopping? – indagou o lituano.

O menor desmanchou se sorriso rapidamente, pensando em uma resposta. Os dois seguiram em silêncio, para um canto mais fresco do lugar.

– Como foi sua semana Toris? Espero que não tenha sido muito complicada. – perguntou o loiro, ainda sério.

Não querendo insistir muito, por enquanto, o moreno parou apoiou-se na parede.

– Foi trabalhosa, porém não tive grandes complicações. E a sua? – perguntou sutil.

O loiro sorriu de canto, mas Toris podia perceber que ele não estava cem por cento confortável.

– O trabalho acabou sendo leve, mas eu estava com muita coisa na cabeça. – respondeu suspirando.

Mesmo não querendo meter o menor sobre pressão, ele não podia mais se desviar do assunto.

– Feliks, por que você está vestido assim? – perguntou. – O que aconteceu para você não usar seu vestido?

Soltando mais um suspiro pesado, ele pediu ao lituano:

– Podemos ir um pouco para rua, não estou me sentindo muito bem aqui.

Preocupado, Toris seguiu o menor para fora, a neve estava tão fina quanto na outra noite, porém, ainda estava fria, mesmo que nenhum dos dois estivesse preocupado cem esse fato no momento. Feliks, parecendo cansado, sentou-se em um dos bancos, este ficava abaixo de uma árvore, que ofuscava a bela visão do grande monumento a sua frente.

– Foi sobre isso que eu andei pensando. – começou o polonês. – Você disse que prefere quando uso roupas masculinas, não?

Sentindo-se culpado, o moreno tentou desculpar-se.

– E-eu não quero que você mude seu jeito de ser por causa minha Feliks.

O loiro balançou a cabeça negativamente, deixando um pequeno sorriso transparecer.

– Não precisa se sentir culpado Toris, eu fiquei feliz ao ouvir aquilo. A verdade, é que eu só usava roupas femininas, porque pensava que você gostava, que preferia ter uma mulher ao seu lado. Você sempre me elogiou tanto, que eu não conseguia parar de usar, mesmo que eu deteste aquelas roupas, eu queria te agradar.

A dor instalou-se no coração do moreno.

– Feliks, eu não queria que fosse assim, não queria que fosse assim, você não deveria usar algo só pra me agradar. Eu gosto de você como você é.

Sentindo-se mais leve, o menor atirou seu corpo para trás, conseguindo sorrir naturalmente.

– Liet, você não faz ideia de como eu estou feliz de ouvir isso. E quanto ao fato de agradar, para quem você acha que eu me vestiria bem, todos os dias, se não pra você? – o polonês falou com tenta naturalidade, que fez Toris corar.

Observando o loiro sentar-se ereto novamente, o moreno percebeu, um brilho prateado no peito do moreno, o par de seu colar.

– Ok, resolvido. Agora, vamos lá Toris, vamos aproveitar essa festa, afinal, é fim de ano! – o menor puxou o moreno do banco, arrastando-o para a festa novamente.

O tempo, como que para compensar as três semanas de lentidão, passou voando. O lituano e o polonês se divertiram como nunca, dançaram juntos, por insistência do segundo, conversaram com muitas pessoas, Feliks e Vladimir marcaram um almoço para os quatro. No quesito bebida, nenhum dos dois se saiu bem, o moreno, ingeria somente coisas de baixo teor alcoólico, enquanto o loiro, não se atrevia a tocar em nenhum dos drinks, alegando que não queria problemas futuros.

Acabaram também descobrindo muitas coisas sobre vários países. O loiro nunca perdia uma fofoca, portanto, acabaram descobrindo que Ludwig e Feliciano estavam namorando, e que o italiano não fazia a menor questão de esconder aquilo, só o fazia em respeito ao alemão. O menor também insistiu para que o maior conhecesse Elizabeta, Lien e Lili, o que lhe rendou um bom tempo de conversa, e acabou descobrindo, que a húngara, não era uma pessoas aconselhável para se irritar. Como na maioria das conversas em que o maior entrava, aquela também acabou indo parar na vida amorosa das nações, já estava sentido que aquele assunto o perseguia. As garotas lhe contaram animadamente, que haviam descoberto o relacionamento de Kiku com Héracles, de Sadik com Gupta e de Berwal com Tino, além de, para completo choque do lituano, como se fosse um segredo para ser guardado a sete chaves, revelaram que Raivs estava saindo com Peter.

Acabaram, para surpresa de Toris, conversando com Luciano, e descobriram que o brasileiro era um bom rapaz, um pouco desconfiado dos europeus e asiáticos, porém uma boa pessoa. Feliks questionou o jovem moreno sobre sua vida amorosa, e este prontamente respondeu que estava comprometido com o português, afirmando ainda, que não era o único dentre os países sul americanos, que tinha uma vida amorosa, o que atiçou ainda mais a curiosidade do loiro. Sorrindo sacana, o jovem respondeu que Argentina estava em um relacionamento com Chile, Colômbia namorava Venezuela, Paraguai e Uruguai estavam juntos, e Peru estava saindo com Equador.

Em algum momento da festa, eles dançaram com a família Kirkland, que tinha como única alma “sóbria” Dylan, pois este não era muito fã das bebidas ali servidas. Carlin e Seamas, tão bêbados quanto Arthur e Allistor, acabaram por gritar em alto e bom som que estavam namorando, o que, por mais estranho que pareça, não deixou ninguém, além de Toris, chocado, afinal, os dois representantes irlandeses estavam sempre juntos. A intimidade que os irmãos mostravam entre si, era impressionante, o que fazia o moreno pensar, se estavam daquela maneira por causa da bebida, ou eram naturalmente brincalhões entre si.

Porém, quanto mais aproveitavam, mais o lituano, lembrava-se da conversa com o inglês, e percebia agora, se comparado com ele, o polonês conhecida muitos países, até mesmo alguns que o moreno nem se atreveria a conversar, qualquer um deles, poderia tirar o loiro de si, Feliks tinha muitas opções de pessoas, isso lhe preocupava, teria que tomar uma atitude logo, se perdesse o loiro, nunca perdoaria.

Uma música lenta agora preenchia o ambiente, uma ideia se formava na mente do lituano, quando de repente, uma mão forte o agarrou. Antes que pudesse protestar, já estava na pista de dança com, para sua surpresa, a irmã mais nova se seu “chefe”, Natasha.

– Na-Natasha? – ele olhou para a bielorrussa, nervoso.

Sem nenhuma mudança, em sua normal expressão séria, a garota de cabelos brancos começou a conduzi-lo pela pista.

– Toris, dance comigo. – falou séria, porém evitando o olhar do lituano.

Enquanto dançava com a garota, Toris deixou seu olhar passear pelo salão, nervoso, à procura de certo polonês loiro. Não via sinal dele em lugar algum, seu primeiro pensamento, foi que o menor ainda estava conversando com Leon, Yong, Lukas e Mathias. A última vez que tinha ouvido o que estavam falando, Feliks tentava convencer Leon a dizer que estava namorando Yong, como o mesmo já havia dito, e Lukas admitir que gostava de Mathias, mesmo que o dinamarquês fizesse questão de dizer que eles estavam namorando. Logo, porém, as piores alternativas possíveis lhe rondaram a mente, Feliks poderia tê-lo visto, se irritado e ido embora, estar procurando por ele, ou até mesmo, nem ter dado bola para o sumiço do amigo. Cada situação que passava por sua cabeça, o deixava mais nervoso, assustado, e preocupado.

Há poucos metros do local, Feliks havia conseguido convencer Leon e Lukas a assumirem seus relacionamentos, e sentia-se satisfeito, mesmo sabendo que ele próprio não tinha coragem, de admitir para seu melhor amigo, o que sentia por ele. Sua primeira reação foi chamar pelo moreno, porém percebeu que este não estava mais ao seu lado.

– Liet? – chamou-o novamente.

Que estranho, ele não de sumir assim, pensou, curioso. Será que o moreno havia se cansado dele? Aquela possibilidade o assustava, porém, sabia que ficar parado não resolveria seus problemas, portanto, saiu à procura de Toris. Andou por todo o salão, foi até o pátio, e não encontrou nenhum sinal do maior. Como um recurso desesperado, resolveu perguntar, para os outros sois bálticos, se sabiam, do paradeiro do terceiro. Como nenhum deles sabia de nada, resolveu procurar os irmãos russos, mesmo que a contragosto, pois os mais novos o assustavam. Acabou encontrando Ivan, que lhe deu a mesma resposta que os dois anteriores. Mesmo que parecesse que o lituano havia sumido do mapa, o polonês não desistiu, então resolveu dar mais uma volta pela área, quando se deparou com a última coisa que gostaria de ver no mundo.

Se não estivesse sendo conduzido por Natasha, Toris teria congelado naquele momento, há pouco menos de um metro de onde estava, ele viu Feliks parado, com a face tomada pela tristeza.

– Toris, - Natasha o chamou – eu sei que isso não é apropriado, - sua voz agora continha traços de emoção – mas, eu queria te contar algo.

O moreno não estava prestando atenção, seus olhos estavam focados na figura loira, completamente parada, no salão. Irritada por ver que Toris não prestava atenção, a bielorrussa lhe chamou a atenção.

– Toris! Eu estou aqui, tentando falar algo importante pra você, e você nem ao menos olha pra mim! – ela bufou irritada.

Ainda distraído, o lituano respondeu:

– Si-sinto muito Natasha.

A garota, nunca havia sido muito paciente, e o moreno já havia extrapolado seu limite.

– Toris! Mas que droga, eu estou aqui tentando te dizer, que eu gosto de você! Pode prestar atenção? – ela rosnou.

Feliks não precisava de mais nada, não precisava ouvir, não precisava tirar provas, sabia o que a bielorrussa havia dito. A única coisa que conseguiu fazer foi deixar as lágrimas caírem, e correr.

Ao ouvir as palavras de Natasha, Toris congelou, sua primeira reação, foi olhar novamente para Feliks. Se tivesse tido chance de escolher, nunca teria olhado. Viu as lágrimas brotarem nos olhos do polonês, que saiu correndo. A bielorrussa estava possessa, ele sabia, mas não importava, havia Feliks chorar.

– Sinto muito, Natasha, mas não posso retribuir seus sentimentos. Sinto-me honrado de recebê-los, mas não posso mentir pra vocês, dizendo que sinto o mesmo. – disse, soltando a garota delicadamente. – Você mercê alguém bom.

Ao contrário do que esperava, ou exatamente como achou que aconteceria, a bielorrussa manteve-se séria, não tiveram lágrimas, não tiveram reações violentas, a garota simplesmente ficou parada a sua frente. Mirando aqueles olhos violáceos, frios como gelo, de onde não se poderia arrancar nenhum resquício de sentimentos, o rapaz saiu correndo. Enquanto corria, ouviu a moça falar:

– Merda Toris, seu idiota.

Desesperado, o lituano foi para o primeiro lugar para o qual sua mente lhe apontava. O jardim. No primeiro momento, o lugar parecia estar vazio, mas enquanto rondava o local, viu uma pequena sombra, encolhida no conto mais escuro do local.

– Fe-Feliks? – arriscou.

– Vai embora, Toris. – ouvir seu nome nunca lhe causou tanta dor. – Eu não quero te ver, eu não quero te ver nunca mais!

O moreno podia perfeitamente saber que o loiro chorava. O que lhe partiu o coração, queria morrer naquele momento.

– Feliks, por favor, converse comigo. – tentou novamente.

– Não, eu não tenho nada a dizer Toris! – cada vez que seu nome era repetido, parecia uma faca em seu peito. – Só, me deixe em paz, eu imploro, pare com isso, pare de me machucar.

Toris queria chorar, queria se ajoelhar e gritar, a dor que sentia naquele momento, o estava dilacerando.

– Feliks, por favor, eu só quero saber o que houve. – continuou, deixando sua dor transparecer.

Por entre lágrimas e soluços, que ficavam cada vez mais fortes, o polonês jogava para fora seus sentimentos.

– O que houve? Eu vou te dizer o que houve. Eu estou cansado, eu achei que poderia aguentar, mas não posso. Eu sou um idiota, não ouvi o Francis, não fiz o que ele me disse, ele estava certo, eu sou idiota. Você. Você é um idiota Toris, cada vez que abre a boca, cada vez que sorri, cada vez que me olha, dói. Você só me machuca, eu não quero mais isso. Deu dessa dor, eu vou me arrepender pelo resto de minha existência como nação. Vai ser exatamente como Francis disse. Eu só quero ficar sozinho, eu só quero morrer. – o silêncio caiu por um instante. – Portanto, se não for me matar, aqui e agora, vá embora Toris, pelo menos, pare de me machucar, e vá embora, me deixe sozinho.

O moreno estava sem ação, não sabia o que fazer, cada palavra do polonês, era um pequeno corte em sua pele, parecia inofensivo, mas doía, doía muito, uma dor que Toris não sabia se podia superar. Não conseguia dizer nada, não conseguia se mover, ficou apenas ali, parado, ouvindo o choro do menor, culpando-se por tudo, querendo do fundo de seu peito, que pudesse pegar a dor do loiro, e joga-la em si, que pudesse aguentar tudo. Nunca mais veria Feliks, chorar, nunca mais o machucaria. Seria feliz, vendo o polonês ser feliz.

– Eu, eu não entendo, por que Feliks? Qual é o motivo dessa dor toda? – Algo, no fundo do peito de Toris, lhe dizia que estava errado, que não deveria falar aquilo.

Tentando se controlar, o menor começou novamente a falar.

– Se eu disser - as lágrimas voltaram a escorrer – você terá que me deixar em paz, para sempre, eu nunca mais vou querer te ver. – o lituano acenou afirmativamente com a cabeça. – Eu sei o que a Natasha disse pra você, sei o que ela sente por você. Esse é o porquê. Francis tinha razão, eu vou me arrepender por toda minha vida. Se pudesse escolher, voltaria no tempo e mudaria meus próprios sentimentos, eu teria perdido a guerra, porém, não teria te conhecido, e não estaria sofrendo, não teria sofrido por todo esse tempo, por causa de algo impossível.

A essa altura, Feliks estava endurecido, lembrava a Toris, o polonês que ele lutou ao lado, duro, impenetrável, com um muro em sua volta, um muro, que somente ele sabia como quebrar.

– Vá embora agora, você concordou, que seu falasse, você iria embora. – o polonês apoiou o rosto nos braços novamente.

Ignorando as palavras duras do loiro, e determinado a quebrar aquela barreira, Toris ajoelhou-se e puxou Feliks pelos braços, fazendo o polonês levantar-se.

– O que está fazendo? – o menor exclamou.

Segurando-o pela cintura, próximo a si, Toris começou a movimentar-se vagarosamente, no ritmo da música. Não queria mais ver seu amado sofrendo, não queria mais vê-lo chorar, não queria machuca-lo, seu único desejo, era ver o lindo sorriso do loiro, estampado novamente em sua face. Olhou doce, porém, tristemente para face do rapaz a sua frente, os olhos inchados, a boca curvada em uma linha de tristeza, os olhos doloridos, um coração cansado, e um corpo e mente feitos de ferro, que aguentariam tudo, duros, inquebráveis.

– Eu só quero dançar com você, conceda-me uma última dança, Feliks. – disse, sentindo a melancolia escapar de sua boca.

Rendendo-se, Feliks apoiou sua cabeça no peito do moreno, deixando as últimas lágrimas caírem.

– Toris, seu idiota. – falou, sem qualquer raiva, ou dor, somente triste.

Afagando, os fios loiros do menor, Toris movia-se lentamente junto com a música.

– Eu sei, eu sou um idiota.

Ficaram daquele jeito pelo que lhes pareceu uma eternidade Toris conduzia o loiro lentamente no ritmo da música, enquanto Feliks chorava em silêncio, deixando sua dor ir embora.

– Ei, Liet, você pode me perdoar? – o polonês falou de repente, levantando o rosto.

Olhando diretamente nos olhos cansados do polonês, Toris sorriu.

– Eu não tenho que perdoa-lo por nada, Feliks, mas você? Você me perdoa? – perguntou passando o dedo delicadamente pela bochecha do polonês.

Dando uma fungada, Feliks riu seco.

– Como eu não vou te perdoar Liet? – perguntou.

Ainda próximos, os dois sentaram-se no banco central do jardim. A Torre Eiffel, enfeitava a noite, seu esplendor, recaindo sobre as duas nações, ali juntas.

– Você poderia não me perdoar, porque eu sou um idiota. – disse Toris com um toque de humor.

O polonês riu, porém, falou:

– Disso, eu já sabia faz tempo. Não existe motivo, para eu não te perdoar. – ele olhava para o céu.

– Feliks, - Toris chamou-o. – Se ainda estiver livre, eu tenho a resposta para sua pergunta.

O polonês encarou-lhe curioso.

– Que pergunta?

– Sobre amanhã, eu vou passar o primeiro dia do ano com a pessoa que eu amo.

Parecendo meio tristonho, o menor deixou seu rosto cair para baixo.

– E quem é essa pessoa?

Rindo, o moreno, percebeu que Feliks não havia percebido a indireta.

– Qual é a graça Liet? – o loiro parecia ofendido.

– A pessoa com a qual eu vou passar o primeiro dia do ano, é você. – o menor levantou seu rosto. – Eu te amo, Feliks.

No salão, a contagem regressiva para o ano novo começava.

10...

9...

8...

– Toris. – o loiro sorriu olhando para o moreno. – Eu-eu também te amo.

7...

6...

5...

– Feliks... – o lituano juntou as mãos dos dois em um gesto carinhoso.

4...

3...

2...

Toris aproximou-se de Feliks, acabando com a tortuosa distância entre eles...

1...

O polonês selou seus lábios em um beijo apaixonado, repleto de amor, carinho, desejo, tristeza, arrependimento, todos os sentimentos guardados no coração dos dois, por todos aqueles anos. No fundo, os gritos de comemoração, pela chegada do novo ano começavam, cumprimentos daqui, cumprimento dali, os fogos coloriam o céu da França, contrastando com a Torre Eiffel, tornando-a ainda mais bonita. E no jardim, o lituano e o polonês estavam isentos de tudo isso, só existiam os dois ali, nada mais importava, não só o ano estava começando para os dois, mas uma nova história, que eles sabiam, não teria um fim tão cedo.

Como em uma peripécia do destino, para selar a união dos dois. Os cordões gêmeos enroscaram-se, encaixando-se perfeitamente, formando a palavra minúscula que nenhum dos dois conseguira ler.

“Kocham cię”

“AŠ TAVE MYLIU”

“Eu te amo”


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Notas finais do capítulo

E é isso ~chora~ Eu fico muito feliz de ter escrito essa Polônia x Lituânia, eu amo esse casal, e queria que todos compartilhassem do meu amor por ele.
Ok, ok, deu de drama.
Acho que não preciso falar que as palavras do anel, a primeira em polonês e a segunda em lituano, significam "eu te amo" né?
~Desvia de pedras, vassouras, panelas, cadeiras, mesas, vidro, facas e qualquer coisa que possa ser usada como arma~ Não, ninguém está sonhando, eu pus mesmo essa quantidade de casais extras aqui, alguns OTPs e outros que ninguém ouviu falar (eu queria ter posto mais, mas não conseguia escolher os melhores shipps). Sobre aquela do Peter e do Raivis, eles são fofos juntos, e eu não imagino eles namorando hard, só um tipo de amizade muito próxima.
Algo que eu acho importante colocar, Calin X Seamas é estranho? É, porque os dois são muito parecidos, mas eu gosto, e sim, mesmo existindo muitos fan mades, aqui os dois são homens, assim como os países sul americanos.
O drama do final ficou bom?
Eu to enchendo isso, mas vale a pena, é a emoção de ter terminado essa fic, que ficou melhor que esperava.
Gostaram? Não gostaram? Que objeto querem tacar em mim depois de ler essa essa coisa? Comentem, eu só quero saber a opinião de vocês.
P.S.: Se eu esqueci de por o nome de algum personagem que vocês não tenham identificado, me avisem.