Amor de final de ano escrita por Nyo


Capítulo 2
Merry Christmas


Notas iniciais do capítulo

Eu disse que postaria a segunda parte hoje!~
A enrolação melosa continua, e agora começam as menções a outros casais, hue.
O que eu falei no capítulo anterior vale pra esse também, se encontrarem erros, de qualquer tipo, me avisem, por favor.
P.S.: Para quem não sabe:
Escócia = Allistor
Gales = Dylan
Luciano = Brasil
Afonso = Portugal



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Como por mágica, as semanas passaram mais vagarosamente que o normal, o que irritou muito o polonês, que tinha como único contentamento, as fotos batidas no estúdio. Toris, mesmo sentindo a lentidão com a qual a semana passava, não teve tempo para nada, as coisas estavam complicadas para ele, nunca tivera tanto trabalho. Por um milagre, indesejado, o lituano não viu o polonês nenhuma vez no trabalho, o que era difícil, pois seus países tinham um histórico de relações, econômicas e políticas, imenso.

Finalmente, o dia vinte e quatro de Dezembro chegava, e com ele, um dia no qual tanto o polonês, quanto o lituano teriam um descanso, e uma festa de natal enorme, organizada, como todos os anos, por América. Toris estava no hotel terminando de se arrumar, a foto, sua preferida, dentre todas as que tinha, o encarava no espelho de sua cômoda. Sua roupa, como a da maioria dos outros países, tinha certeza, era um terno simples. As festas, em sua maioria aram eventos para todos se divertirem, mas também poderiam ter um enorme peso social, e ninguém se arriscaria.

Assim que acabou de vestir-se, ouviu uma batida na porta, sem esperar resposta, Natasha adentrou o quarto.

– Toris, já estamos atrasados, se apresse. – disse a bielorrussa, com seu olhar assustador.

Sentindo seu sangue congelar, Toris apressou-se para seguir a garota.

– C-certo Natasha, eu já estou indo. – desligou rapidamente a luz, tentando não ser deixado pra trás.

No saguão, encontrou o resto de seus acompanhantes.

– Irmão, eu trouxe ele, como pediu. – Natasha dirigiu-se ao seu irmão.

Ivan, ao olhar para o lituano, deu um sorriso, que faria qualquer um fugir.

– Ei, Lituânia, por que demorou tanto? Já estamos esperando aqui faz um tampo. – sua voz, saia mansa, porém, Toris sabia que estava encrencado.

Pensando rápido, respondeu:

– Si-sinto muito Senhor Rússia, tive problemas no meu quarto. – mentiu.

Relaxando um pouco, o russo virou-se.

– Então vamos, já estamos atrasados o suficiente. – ele os conduziu até o carro.

O caminho até o local da festa foi demorado, o natal em Nova Iorque, era muito mais agitado do que qualquer um deles poderia prever. A primeira coisa que o lituano reparou ao chegar no local da festa, foi o tamanho do salão, aquele local enorme, estava completamente decorado, mostrando não só a parte natalina, como também a variação cultural entre os países. Ele tinha certeza, que Alfred não havia planejado aquela festa enorme sozinho.

– Ei, você chegaram! – gritou o anfitrião, ao vê-los entrando. – Hahahaha, achei que não viriam.

Ivan parecendo um pouco incomodado com a recepção, respondeu.

– Nós não tínhamos escolha, tenhamos?

Sem esperar para ouvir a discussão entre as duas grandes potências, Toris misturou-se na multidão, procurando um rosto em particular. Enquanto andava, perdeu a conta de quantas vezes foi cumprimentado, mesmo que ficasse irritado por ter que parar tantas vezes, por questão de cortesia, ele cumprimentou todos aqueles que o chamaram. Depois de mais de vinte minutos, rondando o salão, sem ter nenhum sinal do polonês, o moreno parou, cogitando a hipótese deste ainda não ter chegado. Parando em uma mesa, observou o que acontecia ao redor. Enquanto observava, percebeu, que o número de países presentes esse ano era maior que o anterior, reconheceu algumas nações que não estavam presentes em anos anteriores, como os países sul americanos, que raramente participavam das comemorações mundiais. Todos conversavam e riam animadamente, cada um com uma taça na mão, alguns comendo, outros dançando no centro do salão.

Deixando um riso escapar, viu coincidentemente, Ivan, tentando convencer Yao a dançar com ele, sabia que o russo e o chinês tinham um relacionamento amoroso, mas nunca pensou que o seu “chefe” seria tão displicente, tratando-se de em manter a discrição. Se olhasse em volta, Toris podia perceber que suas certezas eram mais que corretas, praticamente nenhuma nação, parecia respeitar a lei que restringia os contatos amorosos. A maioria dançava com alguém, alguns, sentavam-se nos sofás com a pessoa amada, mas todos sempre com alguém. Aquilo quebrava o coração do lituano, mesmo depois de duas semanas, não havia resolvido o que fazer sobre seus sentimentos.

Deixando sua mente vagar, ouviu alguém se aproximando. Esperando que fosse o loiro, levantou a cabeça, porém, decepcionou-se ao ver Arthur parado à sua frente.

– Decepcionado? – perguntou o inglês com ar divertido.

Meio espantado, pelo loiro ter descoberto seus sentimentos, mentiu:

– Não, imagine.

Arthur via claramente que, o sorriso esboçado pelo lituano era falso.

– O Polônia estava em algum lugar do jardim. – disse atraindo a atenção do moreno.

Toris olhou tão subitamente para a porta, que sentiu-se envergonhado por ser tão rude.

– E-eu sinto muito. – desculpou-se.

– Não se preocupe. – o inglês fez um sinal de quem dispensava desculpas. – Como você e ele estão?

Voltando sua completa atenção pela nação mais velha a sua frente, encarou os olhos verdes mais claros que os seus.

– Eu estou bem, e da última vez que falei com Feliks, ele estava bem. – disse um pouco menos nervoso. – Como vão você e o Alfred, Senhor Arthur? – perguntou educadamente.

Ao ouvir a pergunta do lituano, o inglês corou fortemente.

– Por- Por que eu saberia como vai aquele idiota? – perguntou sem jeito.

Para nenhum país, a relação entre Alfred e Arthur era uma surpresa, os dois tentavam esconder fortemente, porém, todas as suas tentativas eram em vão.

– Senhor Arthur, sua relação com Alfred é conhecida por todos os países, não precisa esconder.- disse no intuito de acalmar o britânico.

– Sério? – ele parecia genuinamente surpreso. – Droga. – suspirou. – Bom, nós estamos bem.

O silêncio predominou por um momento, Toris, podia ver facilmente na face do loiro, que este queria lhe dizer algo, então, para quebrar o silêncio, lhe incentivou.

– Senhor Arthur, sei que há algo que quer me perguntar, não precisa esconder. – o lituano estava sério.

Suspirando novamente, o inglês massageou suas têmporas.

– Você é bem mais do que aparente Lituânia. – comentou. – Eu só queria saber, como está sua relação com Feliks.

O moreno estranhou aquela pergunta, afinal, ele e Feliks eram apenas amigos.

– Desculpe, mas nós não temos nenhum tipo de relação romântica.

Arthur ficou incrédulo, Toris percebeu claramente que o mais velho não esperava por aquilo.

– Hã? Mas todos sabem que vocês estão namorando. – disse ele sem tentar esconder a surpresa em sua voz.

Se não estivesse apoiado em uma mesa, Toris com certeza teria caído, então era aquilo que todos pensavam deles? A última coisa que ele queria, era que os países pensassem que havia algum tipo de relação romântica entre eles, se aquilo chegasse ao ouvido de seus chefes, eles estariam perdidos.

– Lamento dizer, que a informação que vocês têm está errada, Senhor Arthur. – as palavras, mesmo verdadeiras, saíram dificilmente de sua boca. – Nós somos apenas amigos.

Arthur apoiou-se na mesa, parecendo cansado.

– Toris, eu vou acreditar em você, porém, sei que o que sentem um pelo outro, não é meramente um sentimento de amizade. – falou, antes que o moreno pudesse falar algo, continuou. – Eu sou uma nação que já viu de tudo, sei o que estou falando. – o loiro lançou-lhe um olhar acusador. – Você não o quer apenas como seu amigo.

Toris estava atordoado, pensando como Arthur havia descoberto aquilo. Nenhuma palavra saiu da sua boca.

– Eu tinha esperança que vocês estivessem juntos, mas como não estão. – o britânico não lhe deu chances de falar. – Você gosta muito dele não é? Toris, eu estou falando isso, porque não quero que cometa o mesmo erro que eu. Eu sei que é estanho ouvir conselhos de mim, mas você é amigo do Alfred, e eu sei que ele odiaria te ver triste. Não demore tanto, o Feliks é um bom rapaz, todos sabem disso, você pode perdê-lo a qualquer momento. Não guarde seus sentimentos só pra você, não importa o que pense, o quanto esteja inseguro, nada é pior do que a dor de saber que você perdeu algo precioso porque não tentou. O Feliks mercê saber o que você sente.

O lituano sentiu um choque de realidade, nunca pensou que fosse ouvir algo como o que Arthur lhe falou.

– O-obrigado Arthur. – respondeu.

O mais velho sorriu, voltando a ficar ereto.

– É só não esquecer o que eu lhe disse.

Antes que a conversa pudesse continuar, Arthur foi atacado por um enorme americano, que sorria alegremente.

– God damn it! Alfred, o que merda você está fazendo? – perguntou tentando suportar o peso em suas costas.

Rindo, o americano nem ligou para as reclamações do inglês.

– Arthur, você não passou nem um minuto dessa noite comigo. Agora, eu quero ficar com você! – implorou o americano como uma criança.

– Git, - Arthur corou – não venha pulando em cima de mim desse jeito.

– Vem, deixa o Toris procurar o Feliks, você está sendo um velho, incomodo. – resmungou Alfred.

Uma veia saltou na testa de Arthur.

– Quem você está chamando de velho incomodo, Yankee maldito? Não venha falar assim de mim.

– Ok, ok, agora vamos. Por favor! – o rapaz de óculos arrastava o mais velho.

– Espere Alfred! - Reclamou o inglês.

Com um movimento rápido, o americano postou-se em frente ao britânico, e agarrou-lhe para um beijo, que deixou Arthur corado e ofegante.

– Fique comigo Arthur, por favor. – Alfred pediu, doce.

Suspirando, Arthur deu um selinho no namorado, e começou a leva-lo para o salão.

– Sinto muito, Toris. Vá procurar o Feliks, já está ficando tarde.

O lituano sorriu, divertido, olhando para o inglês e para o americano. Achava que nunca veria uma relação tão engraçada.

– Vai lá Toris, seu namorado está te esperando! – Alfred gritou, fazendo Toris corar.

– Alfred, não fale isso assim, god damn it. Desculpe Toris. – o loiro parecia genuinamente preocupado.

Vendo os dois se afastarem, o moreno recomeçou sua jornada, foi para o jardim, onde o inglês alegou ter visto o polonês, porém, depois de percorrer a área, não o encontrou lá, então voltou para o salão. Quando já estava desistindo, pensando que o loiro já teria ido pra casa, avistou, Elizaveta, Lili e Lien, que eram amigas do polonês. Conforme foi se aproximando, pode perceber, uma quarta figura, vestida de rosa claro.

Ao enxergar o maior no meio da multidão vindo em sua direção, Feliks sorriu, procurou o amigo em toda parte, depois de mais de uma hora, achou que o moreno não havia vindo à festa.

– Liet! – gritou animado.

O lituano chegou até seu destino, cumprimento as três garotas que acompanhavam o loiro.

– Feliks. – sorriu - até que enfim. Achei que não ia te encontrar.

Feliz, o polonês o abraçou, deixando o maior surpreso com o ato, porém, logo retribuiu o carinho. Soltando-se, se despediram das meninas, que riam animadas.

– Quanto tempo faz que você chegou Liet? – perguntou o loiro.

Toris parou em frente ao menor, observando-o, o vestido havia lhe caído muito bem, ele estava usando uma sombra clara e brilho labial.

– Eu acabei me atrasando, sinto muito. E você? – respondeu envergonhado.

– Eu cheguei no início da festa, ficar em casa sem fazer nada é muito chato. – o menor torceu o nariz.

Toris riu ao ver o descontentamento do loiro, que em seguida sorriu.

– O que você fez durante essas duas semanas, Toris? – perguntou curioso.

– Só trabalho, foi muito duro. – respondeu suspirando.

Caminhando em direção a um lugar menos movimentado, o polonês continuou.

– Que chato, eu também só trabalhei. – reclamou. – Ficar o tempo todo atrás de uma mesa, só assinando papéis, fazendo negociações. Ninguém merece isso.

Eles param em uma das janelas do topo da grande escada. Feliks apoiou-se no parapeito, colocando o rosto para fora, sentindo o ar fresco, da noite fria do inverno nova-iorquino. Estava congelando lá fora, porém, nenhuma das personificações parecia se incomodar com a temperatura. Toris postou-se ao lado do menor, olhando seu perfil, o mesmo rosto que vira por décadas, nunca mudava, mas ainda sim, lhe parecia perfeito.

– O que você pretende fazer para o ano novo? – perguntou o moreno distraidamente.

Feliks virou-se para ele, os orbes verdes do loiro presos nos seus. A profundidade que enxergava ali era tamanha que, tinha certeza, poderia olhar para aqueles orbes verdes para sempre, que não os entenderia, não veria toda a história que eles têm para contar, todos os sentimentos ali escondidos, nunca encontraria uma saída.

– Eu não sei. – respondeu o polonês simplesmente – Só não quero ficar sozinho no primeiro dia do ano. Afinal, no dia 31 nós teremos a festa do Francis, não? – o moreno acenou positivamente. - Mas tirando isso, não tenho nenhum plano. E você? Onde pretende passar o primeiro dia do ano?

Ao ouvir isso, Toris perguntou-se, se o menor aceitaria passar o primeiro dia do ano com ele, se ele apreciaria sua companhia. Porém, logo descartou a ideia, perguntando-se, se o polonês não o acharia muito grudento, afinal, o loiro com certeza conseguiria algo para fazer.

– Eu não tenho plena certeza do que vou fazer, mas provavelmente, passarei o primeiro dia do ano com Raivis e Eduard. – comentou, com falsa despreocupação.

O lituano olhou para fora, não querendo ver a face do polonês, com medo de ver a indiferença estampada em seus olhos, porém ele não imaginava que o sentimento presente nos belos orbes verdes de seu amigo, era uma tristeza infinita.

– Tudo bem. – respondeu o menor, nervoso tentou continuar – Se-se você não for fazer nada, nós podemos passar juntos.

Surpreso, Toris encarou novamente o loiro, porém, este, claramente tentando evitar seu olhar, estava mirando algo do lado de fora. Pensando no que responder, para consertar se erro, percebeu que estava ficando cada vez mais idiota, se fosse em uma ocasião normal, teria convidado o menor para passar o primeiro do ano consigo, por que não o convidou naquela também?

– Toris? Feliks? Vocês estão aqui? – o lituano ouviu uma voz os chamar.

A primeira coisa que viram, foi Francis subindo a escada, em direção a janela.

– Finalmente, achei vocês. – exclamou. – Angleterre e Amerrique pediram pra eu chama-los. Está na hora da troca de presentes. Já vai bater meia noite, prreparrem-se.

Um pouco surpreso, Toris virou-se para o francês, assentindo.

– Tudo bem, já estamos indo. – respondeu dirigindo-se às escadas. – Vamos Feliks. – sorriu para o loiro.

Feliks estava prestes a seguir o moreno, quando foi parado pela nação mais velha.

– Polônia mon cher, você deveria dar um jeito em sua relação com Lituânia. – aconselhou o francês.

Feliks congelou por um segundo, como ele sabia?

– Eu não tenho o que fazer, - respondeu o polonês – ele não gosta de mim desse jeito.

Tornando-se sério, mais do que a nação mais nova gostaria de ver, Francis o encarou.

– Feliks, - o jeito que seu nome fora pronunciado, lhe fez ter um arrepio – não faça algo do qual irá se arrepender. Nossa vida não é curta, temos tempo demais para viver com o arrependimento, não faça isso consigo mesmo.

Assim que terminou de falar, o loiro mais velho assumiu seu normal sorriso sacana.

– Vamos lá, não podemos demorar mais. – disse virando-se em direção ao centro do salão.

Feliks sentiu o peso das palavras do outro, não queria se arrepender por algo que não fez.

– Feliks! – ouviu uma voz vinda da metade da escada. – Vamos, eles não vão nos esperar para sempre!

O loiro olhou em direção ao som, lá, encontrou o lituano sorrindo para ele, enquanto acenava em um gesto que pedia para segui-lo. Sorrindo de volta, o polonês correu até o maior.

– Vamos Liet, estou louco pra ver quem vai me dar presentes esse ano! – disse puxando o moreno consigo escada abaixo.

Como sempre, a troca de presentes começava como um evento organizado, porém, como tudo que reunia mais de três países, acabou em uma enorme bagunça. Papéis de presente voavam por todos os lados, pessoas se cumprimentavam, e gritos eram dados, cada vez que alguém recebia uma peripécia por parte de uma familiar, ou amigo. Em algum momento da bagunça, Toris jurou ter visto Allistor, irmão mais velho de Arthur, fugindo do mais novo, por ter beijado Alfred, enquanto o mesmo conversava com Dylan, namorado e irmão de Allistor, o segundo mais velho da família Kirkland.

No meio de tantos corpos, gritos, e abraços, o lituano queria somente se afastar e ir para o jardim, onde estaria calmo. Com muita dificuldade, teve êxito em sua tarefa, então, logo estava na grande porta decorada com um visco que dava para o jardim. A noite estava, para os padrões do lituano, muito fria, porém, para o inverno americano, estava amena. O jardim, como imaginou, estava tranquilo, havia apenas uma pessoa, parada no meio da camada fina de neve que cobria o local, esta, identificada pelo lituano, como o polonês.

– Feliks. – chamou baixo.

O loiro que olhava fixamente para o céu, desviou seu olhar, dirigindo-se a ele.

– Liet, - sorriu – achei que nunca mais fosse te ver depois que aquela bagunça começou. – sorriu.

Rindo o Lituano, aproximou-se do menor.

– Eu tive sorte de ter escapado de lá. E você, o que está fazendo aqui? – perguntou.

Olhando diretamente para o moreno, Feliks respondeu:

– Estava muito quente lá dentro, e tem mais, esse amontoamento de gente não faz nada bem pra mim.

O silêncio instalou-se novamente, deixando o maior desconfortável. Olhando ao redor, percebeu que o jardim, diferente do resto do salão, não estava tão decorado, havia apenas pequenos adornos, que faziam menção à data, porém, não chamavam a atenção, aquilo agradou o moreno. Enquanto continuava observando, sentiu um movimento ao seu lado, Feliks, estava agarrando seus braços, descobertos pelo vestido, tremendo por causa do frio.

– Você está louco de vir aqui pra fora sem vestir um casaco? – perguntou Toris, retirando seu casaco e colocando-o sobre o loiro, que parou de tremer. – Vai pegar um resfriado, se continuar assim. Francamente, o que você faria sem mim, Feliks?

Agarrando-se ao casaco e rindo, o polonês olhou para o moreno.

– Eu sei lá, Liet. Você é pior que uma mãe coruja, nunca deixa seu filho se machucar. Isso é coisa de velho.

Acompanhando o riso do menor, o lituano respondeu:

– Então, é coisa e velho eu me preocupar com você? Ok, pode me devolver o casaco. – estendeu a mão para o polonês.

– Nem vem, agora você já me emprestou. – o menor agarrou-se ainda mais a peça de roupa. – Eu vou ficar com ele.

Os dois riram alegremente, nem mesmo o frio poderia abalar a felicidade que sentiam de estar na presença um do outro. O relógio bateu meia noite, anunciando que o dia de natal estava começando.

– Feliz natal, Liet. – disse o loiro sem encara-lo.

– Feliz natal, Feliks – respondeu.

O lituano tocou o bolso de sua calça social, sentindo o pequeno embrulho que ali residia, lembrou-se que ainda não havia dado o presente do polonês.

– Feliks, acho que ainda está faltando um presente. – comentou.

O polonês olhou pra ele, sem entender o que o moreno estava dizendo. Toris retirou de dentro do seu bolso, uma pequena caixa de veludo negro.

– Toris? – perguntou. – Você não está me pedindo em casamento, não é? – sua voz tinha um tom de deboche.

O lituano riu, olhando para o embrulho.

– Não, mas realmente parece.

– Bom, então espero que não pense que eu estou te pedindo em casamento. – Feliks disse estendendo-lhe uma caixinha de veludo negro, igual a que ele lhe entregara.

Segurando seus presentes, animadamente, os dois abriram suas respectivas caixinhas, surpreendendo-se. Cada um, com cuidado, reiterou de dentro de seu embrulho, uma corrente prateada, com um anel pendurado como pingente. Toirs havia recebido exatamente o mesmo presente que dera para Feliks, e vice-versa.

O lituano lembrava-se perfeitamente, havia comprado o colar, quando fora ao shopping com o polonês, enquanto este estava em outra loja. Estava desesperado por um presente, e quando chegou à joalheria, a atendente lhe disse que só havia mais um colar igual aquele no mundo, e que ele já havia sido levado. Toris nunca imaginou, que o colar que fazia par com aquele que comprou, havia sido levado pelo loiro.

– Liet, isso é incrível, é exatamente igual ao colar que eu comprei pra você! – exclamou alegre o menor.

– Só existem dois desse no mundo, um está comigo, e outro está com você. Isso é uma grande coincidência. – explicou.

O loiro sorriu, pegando o colar de Toris e colocando ele no pescoço do moreno.

– Eu não acho que tenha sido coincidência, eu acho que isso aconteceu, porque nós pensamos da mesma forma. Somos mais compatíveis do que imaginamos. – ele sorriu.

Corando o lituano pegou o colar do loiro e colocou-o no pescoço do mesmo.

– Isso não faz sentido, mas você pode ter razão. - disse terminando de prender a corrente. – Pronto.

O loiro pegou o anel, e olhou para ele com atenção, avaliando seu presente.

– Muitas vezes, as coisas não precisam fazer sentido Liet. – sorri pegando o colar do moreno e pondo próximo ao seu. – Elas simplesmente, são corretas.

Os anéis se encaixavam com precisão formando uma palavra, que era pequena demais para ser lida.

– Ei, vocês dois. Vamos lá, nós estamos brindando. – novamente, foram interrompidos por uma voz.

Dessa vez, quem os chamava era o maior dentre os países sul americanos.

– Ei, que legal, um visco. – o brasileiro deu um sorriso safado. – Depois eu trago o Afonso aqui, ele vai gostar de tomar um ar. - Disse adentrando novamente o salão.

Voltando para brindar com os amigos, os dois perguntavam-se porque o moreno havia vindo chama-los. Enquanto entravam no salão, viram em um canto isolado do jardim, Vash e Roderich sentados em um banco, o suíço estava com a cabeça encaixada no pescoço do austríaco, os dois dormindo profundamente, de mãos dadas.

– Eles vão perder o brinde, vamos acorda-los. – falou Toris.

Impedindo que o lituano fizesse uma enorme besteira, Feliks o arrastou para dentro do salão.

– Toris, você não acorda-los assim. Vem, esquece isso. Eles vão brindar com a gente.

Após o brinde, a noite foi uma festa ainda maior. O lituano e o polonês passaram todo o tempo juntos, aproveitando a companhia um do outro. Agora, todos os países dançavam e bebiam, aproveitando. A festa terminou quase cinco horas da manhã, todos cansados, e alguns mal se aguentavam em pé de tanto beberem. Para sorte de Toris, Ivan estava sóbrio, o que lhe renderia menos trabalho, por não ter que cuidar do “chefe”.

O polonês e o lituano despediram-se mais uma vez, sabendo que em uma semana se reencontrariam na França, para o ano novo.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Aposto que não.
O que acharam dos casais extras? ~desvia das paneladas~ Eu sei que TODO mundo vai querer me bater por causa de Escócia X Gales.
Novamente, comentem, nem que seja pra me xingar por causa dos casais horríveis (Menos usuk, olha o OTP)