Eu talvez recebesse alta hoje, acho que ia ser difícil, mas a enfermeira passou aqui mais cedo e me disse, ainda estava... qual seria a palavra? Não sei, mas meu pai e Lena, tipo Andrew e Lena, ela nunca gostou dele, muito menos ele dela, e do nada eles ficam juntos?

Ai tem coisa... E três meses é tipo muito pouco tempo.

Cato havia ido embora, disse para mim que de noite voltaria já Katniss e Annie falaram que viriam me visitar hoje de manhã, desculpa para matar aula...

–Oi!-Disse Katniss super animada.

–Clo. –Falo Annie, “Clo”, para de ser gay Annie.

–Meninas. –Falei tentando me sentar.

–Você melhorou? –Falou Katniss sentando ao meu lado e me abraçando, praticamente me sufocando.

–É em termos sim. –Falei e Annie se sentara na minha frente agora.

–Eu fiquei tão preocupada. –Annie disse olhando para o chão. –Eu não deveria ter te deixado sozinha...

–Ei, a culpa não foi sua. –Dei um sorriso.

–Então me diz. –Katniss me soltou e se pôs em pé. –Cato trouxe você pra cá? –Eu assenti. –Ai que amorzinho, mas ainda não confio nele.

–Eu sei Bat... –Ela me fuzilou com os olhos e eu ri junto com Annie.

–Clo. –Chamou Annie ainda cabisbaixa. –Quando você sair daqui vamos dar uma festa? –Pera An falando em festa? Para tudo!

–Pode ser.

–Pode ser não... –Falou Katniss. –Vai ser. –Ela jogou os braços para cima e fez uma dança estranha, nem preciso dizer que eu ri né?

–Meu pai vai se casar. –Disse e Kat ficou seria na hora e Annie me encarou.

–Com quem? –Annie arregalou os olhos.

–Lena, acredita? –Chacoalhei a cabeça tentando me livrar disso. –Eles nunca se gostaram e vão se casar, CASAR CARA! -Me exaltei um pouco eu acho.

Continuamos conversando sobre o casamento, falamos um pouco de Cato e Annie não cansava de defender o irmão me fazendo revirar os olhos, e como se não bastasse tinha Katniss perguntando de Gloss para mim, Annie falando o quanto gostou de Isaac, é eu acho que tudo vai voltar ao normal... Pelo menos espero.

(...)

Já era de tarde e eu graças a Deus recebi alta, odeio hospital, odeio remédio, odeio essa merda desse braço enfaixado, vontade de tacar ele na parede. Pera... Não...

Meu pai me ajudou a descer da cama e Cato estava lá fora me esperando, eu já havia trocado de roupa porque ninguém sai com aqueles vestidos brancos de hospital, a enfermeira havia me ajudado eu ainda estava com dificuldades, e assim estava com minha blusa azul marinho escrito “SALVE AS TARTARUGAS!” sem brincadeiras eu comprei isso quando fui à praia há dois anos, e meu short.

–Cato. –Falei acenando com a cabeça e ele foi até mim e me abraçou.

–Como você está? –Disse me soltando.

–Bem... –Disse.

–Vamos crianças? –Perguntou meu pai.

–Claro.

O caminho para casa foi tranqüilo, meu pai convidou Cato para jantar confirmando que ele foi de grande ajuda, e claro que eu não gostei disso porque eu ainda não quero saber de Cato.

Na verdade eu estou confusa, ele diz que quer só amizade e me beija que tipo de retardado mental faz isso?

Chegando em casa vi uma moça arrumando o sofá e sorrindo para mim, ela tinha cabelos loiros tingidos pelo que eu notei, olhos castanhos e não era magra nem gorda.

–Olá, você deve ser Clove, eu sou a nova faxineira, Ellen. –Disse ela sorrindo e me estendendo a mão, ah... Então significa que Lena virou a patroa. Demorei um pouco, mas apertei-a e dei um leve sorriso.

–Querida, Helena está louca para te ver, vá no meu quarto ela deve estar lá. –Meu pai disse sorridente, apesar de toda alegria dele eu não queria com Lena.

Sorri e fui ao andar de cima, a porta estava um pouco aberta.

–Você sabe foi como arrancar doce de criança... –Ela dizia no celular. –Eu apenas mostrei para ele novas coisas... É colocar a mão na fortuna. –Minha boca caiu.

Lena não era assim! Não podia ser verdade. Bati na porta.

–Tenho que desligar... –Ela disse. –Clove! –Falou animada.

Notei que ela usava um vestido marrom com decote e um salto preto, o cabelo estava mais hidratado, a vadia só queria a grana.

–Então você e meu pai vão se casar? –Perguntei.

–É querida, não é demais? –Ela disse alegre.

–Eu quero é meter a mão na sua cara. –Falei com raiva.

–Clove... Está na hora de aceitar, e eu sempre fui tão boa, encobri todas as suas saidinhas... –To com nojo dela.

–Dá licença Lena, tenho que ir lá em baixo. –Abri a porta que estava encostada.

–Helena. –Falou.

–Como? –Me virei.

–Me chama de “Helena”. –Ela sorriu sínica e eu sai batendo a porta.

Não podia ser viu? Aquela... Ai eu gostava tanto dela e a única coisa que ela quis era... Não acredito.

Sentei no sofá bufando e só ai notei que Cato estava ao meu lado.

–Pelo jeito a conversa com sua “mamãe” não foi muito boa. –Falou ele sínico.

–Vai se... –Bufei de novo. –Eu to odiando essa situação vê se não me irrita! –Olhei para o lado.

–Clove... -Disse baixo.

–Vem cá, qual é a tua também? –Perguntei.

–Nem eu sei baixinha. –Ele encarou o chão.

–Não sou baixinha. –Me levantei e fui até a cozinha.

Ellen estava preparando o jantar e meu pai sentado no mini bar com um copo de vinho, abri a porta da cozinha que dava direto para o jardim, sentei em um dos bancos e fiquei.

Isso tudo já estava virando um inferno, já não bastava agüentar meu pai e Cato, ainda havia Lena, ou Helena como ela preferir... Babaca!

Peguei meu novo celular do bolso, sim, novo, o meu iPhone tinha quebrado com o acidente, e meu pai me dera esse hoje.

“Hey Gloss, me perdoa pelo ocorrido, me perdoa por não ter mandado mensagens também, eu tive uns problemas...”

Mandei uma mensagem para ele, se é que ele vai querer fala comigo depois do escândalo do Cato.

“Clove? Você ta bem?”

Burra! Como eu não falei que era eu.

“Sim... Amanha passa em casa e a gente conversa melhor.”

“Tudo bem.”

Sorri com a mensagem e Cato se sentou ao meu lado.

–Pelo jeito esse cara tem sorte. –Falou olhando para frente.

–Lembra que você podia ta no lugar dele. –Merda! Qual meu problema mental? Não sei, mas é elevado, por que eu falei isso?

–Não complica mais Clove... –Okay, essa eu não entendi.