Pokémon Project Z - Reload escrita por Ailyn


Capítulo 1
Prólogo - Momentos Distintos.


Notas iniciais do capítulo

And so, it begins.



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Prólogo – Momentos Distintos.
No qual nós aprendemos um pouco sobre os personagens dessa conturbada história, excluindo o protagonista, que por motivos de força maior, está dormindo.

Não era um quarto particularmente chamativo. As paredes eram pintadas de azul, a única mobília presente era um armário de madeira que já havia visto dias melhores, uma cômoda também de madeira e uma cama que estava sendo ocupada pelo que parecia ser uma pessoa, sendo que a única parte visível era um emaranhado de cabelos castanhos cobertos por um lençol azul marinho.

Esse indivíduo ainda não sabia, mas ele foi e será o responsável por diversas reações em cadeia que modificariam drasticamente o mundo e as pessoas que viviam nele.

Mas isso é uma história para outra hora. No momento ele era apenas um garoto de 15 anos dormindo confortavelmente em sua cama, sem perceber que acabaria acordando atrasado para o desafio de certo treinador para competir pelo título de melhor treinador do continente de Johto.

O fato de que o jovem não é um treinador era completamente irrelevante. E o fato de que ele tinha uma forte fobia de todo e qualquer tipo de Pokémon também não importava. Seu nome era Erio Leingold, mais conhecido como o Campeão da Academia Johto, ou para ser mais precisa, o falso Campeão de Academia de Johto.

E este, de certo modo, é o protagonista desta história.

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O escritório estava impregnado com o cheiro de café fresco. Em uma mesa de mármore, onde várias e várias pilhas de papel estavam em cima, um homem de não mais de 30 estava assinando documento após documento, olhando sem interesse para uns e jogando outros na lata de lixo sem nem mesmo passar o olho.

Ele estava completamente entediado, e provavelmente venderia sua perna direita para algo de interessante acontecer e ele não ter que ficar trancado naquele escritório assinando documentos feitos por políticos com falta do que fazer.

Por que achou que abrir uma academia era uma boa ideia mesmo? Ah sim, porque aparentemente o resto do mundo era incompetente demais para cuidar de si mesmo e ele tivera que fazer algo antes da raça humana entrar em extinção. Também admita que o fato de querer se vingar das pessoas que mataram a mulher que amava provavelmente era grande parte do motivo.

Mas no fim, o motivo deveria ser vingança, porque Seth Alstrain simplesmente não era uma boa pessoa. E se algum dia tivesse que escolher entre o mundo e si mesmo, bom... Ele não gastaria muito tempo pensando, honestamente.

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Ela acordou com uma das piores dores de cabeça que já teve em meses e xingando tanto que provavelmente teria feito alguns marinheiros corarem.

Havia dormido no chão, e tanto seus cabelos loiros como suas roupas estavam uma bagunça total. Não que seu quarto estivesse em melhor estado. Garrafas quebradas de cerveja e até algumas de vinho estavam espalhadas pelo chão, e sair do quarto sem cortar os pés daria mais trabalho do que valia a pena.

Com um grunhido, voltar a apoiar sua cabeça no chão em um lugar livre de cacos de vidro e colocou um de seus braços na frente de seus olhos para bloquear a luz que vinha da janela.

Porque ela era professora mesmo? Não tinha paciência com crianças e adolescentes! E sua irmã mais nova já lhe dava trabalho o suficiente para o resto da vida. Sentiu outra pontada de dor na sua cabeça e xingou a si mesma no passado quando aceitou a proposta daquele homem maldito para trabalhar na academia que ele estava criando.

Tudo bem que ela tinha uma quedinha do tamanho de um Blastoise no tal homem maldito, mas ela realmente não era paga a suficiente para ter que aturar adolescentes achando que são gente só porque são classificados como treinadores de elite.

E ok, ela admitia que talvez o fato do homem que gostasse estar completamente obcecado com uma mulher que já havia morrido contribuísse para o seu mau humor. Afinal, ela estava competindo com um cadáver, e perdendo!

Quando o seu alarme despertou depois de mais alguns minutos, soltou mais alguns xingamentos quando sentiu sua cabeça pulsar junto com o barulho estridente.

Era oficial, Lara Xavier odiava sua vida.

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Estava murmurando uma musiquinha que sabia ser particularmente irritante em alto e bom som. Pelo jeito que seus ‘colegas’ estavam se encolhendo e jogando olhares feios em sua direção, sabia que estava conseguindo perturbá-los sem muito esforço.

Ah, nada como irritar as pessoas para fazer seu dia melhor.

Ainda havia uma quantidade razoável de pessoas a sua frente na fila do café da manhã, e pelo tique nervoso que havia se desenvolvido em um dos olhos do cozinheiro, sabia que o homem provavelmente não aguentaria muito tempo antes de atingir seu limite e fazer algo como tacar uma frigideira em sua direção ou gritar.

Não estava particularmente preocupado, pois se o homem tentasse lhe atingir com alguma de suas panelas tinha confiança de que conseguiria desviar sem problemas, e após isso poderia preencher um formulário de reclamação para mandar o homem embora da academia graças a atentado contra um aluno.

E o fato de que isso provavelmente geraria mais papelada para certo diretor de academia não tinha nada haver com o fato dele estar deliberadamente tentando se livrar dos funcionários da academia...

Ah, quem ele estava enganado? Ele adorava complicar a vida daquele homem, e se pra isso ele precisasse prejudicar algumas pessoas inocentes, bom... Essas coisas acontecem, certo?

Ou pelo menos era assim que Ocean Seleniarus pensava.


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Estava cansada. Deitada na cama de seu quarto olhando para teto sem conseguir dormir e sem querer levantar, soltou um suspiro. Seu despertador havia tocado alguns minutos atrás, mas o havia jogado na parede assim que o primeiro toque soou.

Havia virado a noite cuidando de seu outro... Trabalho, por falta de melhor termo.

Tinha certeza de que deveria estar se preparando para algum acontecimento na academia hoje, mas a falta de sono realmente não estava ajudando sua mente a tentar se lembrar do que havia hoje.

Era algo que envolvia algum treinador de elite? Ah sim, algum treinadorzinho havia desafiado o campeão da academia, achando que teria chances de conseguir o título de melhor treinador do continente. Soltou um risinho sarcástico.

Honestamente, sua vida seria bem mais fácil se esses peixes pequenos parassem de perturbá-la com seus desafios de meia tigela. Quando tempo havia desde que tivera uma batalha decente? Pelo que lembrava, algumas pessoas da liga haviam lhe dado um pouco de trabalho, mas nada com que não pudesse lidar.

Admitia que era uma treinadora boa, muito boa de fato, mas isso era meio que um pré requisito para ser considerada a melhor treinadora do continente.

Soltou outro risinho. Oops, havia se esquecido que quem era conhecido como o melhor treinador do continente era seu querido irmão mais velho... Mesmo que tal irmão provavelmente correria e choraria se um Pichu tentasse lhe dar um abraço. Outra risada escapou de seus lábios quando imaginou a situação em sua mente.

Provavelmente chegaria atrasada para ‘sua’ luta se não começasse a se arrumar agora, mas sua cama estava confortável demais então decidiu que mais uns 15 minutos não lhe fariam mal.

Airi Leingold não estava com menor pressa de sair de sua cama, e se sua preguiça causasse alguns momentos a mais de sofrimento a seu irmão mais velho, isso era apenas um bônus.

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Olhou para as pessoas a sua volta com certo desgosto. Um incêndio havia ocorrido perto da academia de Hoenn, então havia chegado o mais rápido possível ao local para tentar ajudar na situação.

O que encontrou na cena foi uma mulher desesperada gritando que a filha ainda estava dentro do prédio e policiais relutantes demais para se arriscarem tentando salvar uma garotinha inocente.

Então cerrou os dentes, entrou no prédio ignorando o protesto dos policiais surpresos e localizou a garotinha se encolhendo no canto de um quartinho cor de rosa tentando escapar do fogo. Após ordenar seu Absol a destruir a parede, que já estava fraca graças às chamas, havia escapado do prédio com a garotinha sã e salva, tendo apenas inalado um pouco de fumaça demais.

Agora, depois de ter saído do prédio em chamas sem nem mesmo um arranhão, estava cara a cara com os mesmos policiais que estavam dispostos a deixar uma criança inocente morrer por que eram covardes demais para fazerem seu trabalho.

Os hipócritas estavam jogando elogios em sua direção como se fosse confete, dizendo como era ótimo ter um campeão tão dedicado como ele, como ele uma inspiração para todos os outros que tentavam fazer de Hoenn uma região melhor e outras coisas falsas e melosas que honestamente faziam seu estômago revirar.

Seig Vanguardion honestamente se considerava como uma pessoa esforçada que sempre fazia o melhor para ajudar a todos que necessitassem de sua ajuda, mas às vezes, ele não podia deixar de pensar que talvez a humanidade merecesse todas as coisas horríveis que aconteceram nos últimos anos.

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De vez em quando, ela realmente adorava seu trabalho. Estava sentada em uma mesa repleta de telefones dos mais diversos tipos. Falava em dois telefones ao mesmo tempo, enquanto anotava as informações que recebia de cada um deles em caderninhos separados, para não esquecer.

Ser ambidestra era uma habilidade realmente muito útil. Principalmente quando seu trabalho consistia de ser uma informante barra espiã.

Não sabia o porque, mas descobrir os segredinhos sujos das pessoas e revirar os esqueletos escondidos nos closets de grandes empresas era tão... Revigorante!

As pessoas faziam cada atrocidade nos dias de hoje! Ainda podia se lembrar semana passada quando havia descoberto uma fabrica supostamente abandonada, mas que na verdade era usada para o contrabando tanto de pessoas como de Pokémons.

Sendo uma cidadã exemplar, havia entregado a informação diretamente nas mãos da polícia... Por um preço, é claro.

Afinal, não existe almoço grátis.

Sabia que seu cliente não a estava vendo, mas não conseguiu impedir seus lábios de formarem um sorriso predatório quando garantiu ao homem que conseguiria o nome da pessoa que havia seqüestrado sua filha até o fim da semana, por uma pequena taxa a mais é claro, já que ele estava insistindo que ela apressasse seu trabalho.

Desligou os dois telefones com uma expressão satisfeita e deixou-se relaxar por alguns minutos. Podia considerar-se definitivamente como a melhor informante dos quatro continentes e tinha orgulho de sua reputação que levou anos para construir.

Se houvesse algum segredo, ela o descobriria, mesmo que precisasse sujar suas mãos um pouco. Afinal, o que era um pouco de sujeira se comparado com a verdade?

Franziu seu rosto. Havia sido contratada há alguns meses por um cliente na região de Johto. Aparentemente, ele queria descobrir algumas informações sobre a pessoa que teve a ideia de construir as academias continentais e por algum motivo bizarro, ele não conseguiu descobrir absolutamente nada.

Mesmo com seus diversos contatos e informantes operando em todas as regiões ainda não havia descoberto praticamente nada, para sua frustração. Todas as informações que havia recolhido eram praticamente conhecimento público: que o fundador era o diretor da academia de Johto, que havia fundado as academias continentais em memória de uma amiga, e blah, blah, blergh.

Seus pensamentos foram interrompidos quando outro de seus diversos telefones tocou, e despreocupadamente resolveu ponderar sobre esse assunto mais tarde. Se o pior acontecesse, simplesmente pagaria uma visita a academia de Johto e procuraria informação nas raízes do problema.

E se fosse para Johto, poderia ainda ver como sua irmã mais velha estava lidando com ter que dar aula para um bando de adolescentes mimados sem arrancar a cabeça de ninguém.

Ser a campeã de região de Kanto, Lily Xavier decidiu, também tinha suas vantagens.

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Não tinha muita certeza de quanto tempo estivera naquele lugar e nem de quando tempo se passou desde a última vez que teve um pensamento coerente.

Porque era tudo tão escuro? Estava tão escuro que provavelmente não conseguiria nem enxergar a própria mão a centímetros de sua face!

... Ainda tinha mãos? Não sabia a resposta, e não estava particularmente interessado em descobrir, então simplesmente mudou a direção de seus pensamentos.

Estava tão... Entediado. Não havia nada para fazer ali! E daqui a alguns minutos provavelmente cairia no sono de novo e acordaria deus-sabe-quando. Sua situação não seria tão ruim se tivesse alguém para conversar, mas Erio insistia em ignorar sua voz.

Não que culpasse Erio, claro que não! A culpa era toda e completamente deles.

Eles fizeram Erio esquecer sobre si, foram eles que fizeram Erio esquecer sobre quase tudo por que eles estavam com medo, estavam com medo do que haviam feito com as próprias mãos, e não queriam lidar com as conseqüências!

Mas estava tudo bem, tinha certeza de que logo Erio conseguiria ouvir sua voz novamente. Logo não estaria mais naquele lugar escuro. Logo não estaria mais sozinho. E juntos eles se vingariam de todas as pessoas que lhes fizeram mal, que lhes machucaram que lhes fizeram sofrer.

Logo, o mundo seria manchado de vermelho novamente.

“Então você deveria acordar logo... Ok, Erio?”


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado da mini-introdução aos personagens principais. O capítulo 1 é mais longo so que o prólogo e vai ser postado em 3 dias porque eu já tenho ele escrito, mas depois do chap1, novos chaps provavelmente vão ser postados mensalmente.
Claro que podem haver excessões, ou as pessoas que decidiram ler essa história poderiam decidir deixar reviwes, o que provavelmente me deixaria feliz e faria com que eu escrevesse capítulos mais rápido o/
... Eu posso sonhar, né?
Welp, até o cap1!
Cia.