– Tiago! Me ajuda aqui! – o barquinho estava um pouco distante da faixa de terra, e eu não queria sujar minhas botinhas novas.

– Deixa de frescura, Domichilique, é só um pouquinho de água. – Tiago revirou os olhos.

– Me ajuda! - exclamei, um pouco nervosa

– Não, você tem que deixar de frescura.

– Tiago, cavalheirismo seria bom em você.

– E uma pessoa com menos frescura seria bom também.

– Parem com essa briguinha, vocês só discutem. Parecem rato e gato! – Jason se pronunciou.

– E eu sou gato, é claro.

– Tiaguito, de gato você não tem nada. – disse jogando o cabelo pra trás, o que fez um Tiago ficar irritado e um Jason ficar babão.

Ah sim, isso é um dos pontos bons de ter descendência veela. Você consegue as coisas fáceis. É só balançar um pouquinho o cabelo, dar um sorrisinho, fazer um charme e todos vão cair na sua laia. Meus poderes ainda não são tão bons como os de Victoire, mas um dia eu conquistarei o mundo com isso.

– Domi, eu te ajudo. – Jason esticou a mão, e puxou o barco um pouco pra direita, dando um espaço enorme para eu me sentar e não me molhar.

– Idiota...-murmurou o Potter, balançando a cabeça em negativa.

– Pelo menos, Tiaquito, tem gente gentil nesse mundo igual o Jason.

– Olha aqui,Domini...

– OLHEM, O CASTELO! – Jason deu um grito e um pulo que fez o barquinho balançar.

Mas lá estava o castelo, todo magnifico e com os vitrais iluminado. Uma sensação de alegria se abria em meu peito, uma sensação de entusiasmo.

– Hogwarts, aqui começa mais um legado – Tiago disse entusiasmado.

– Você é um pouco convencido, sabia?

– Eu sei.

– Gente, o barquinho vai parar. Fiquem espertos pra descer. – Jason alertou.

– Hogwarts, lá vou eu. - pensei

A explicação de uma professora de cabelos pretos foi a mais chata. Ela explicou sobre as casas e sobre as qualidades de cada um. Será que ela não se tocava que estávamos a beira de morrer de tanta ansiedade?

Mas ainda bem que os minutos se passaram e está lá estava eu, na frente da porta do Salão Principal para entrar na cerimonia das casas.

– Se organizem em um fila única. Vamos entrar! – A senhora de cabelos negros falou em tom alto, gesticulando as mãos.

– Agora é a hora. – sussurrei para Tiago, que sorriu para mim.

A porta do Salão Principal se abriu, e logo todos os novos alunos estavam caminhando pelo longo salão. Observei todos os veteranos sentados com cara de tédio, e um olhar me chamou atenção. Uma garota com vestimenta da Sonserina, cabelos morenos e pele bronzeada me olhava fixamente e com ferocidade, ela tinha um olhar maligno que eu nunca presenciei antes.

– Dave Weasley ! – a mulher de preto pronunciou,.

Dave Weasley era o filho adotivo do Tio Jorge e da Tia Angelina. Eu não tinha afinidade com ele, e ele não tinha comigo. Eramos um pouco frios um com o outro. A única vez que fiz algo legal com ele foi quando junto com Roxanne armamos um plano pra minha mãe e meu pai pegarem no flagra a Victoire dando os maiores amassos com Teddy. Porém depois disso, ele ficou anti-social e não falou mais com ninguém. Toda vez que eu tentava me aproximar para armar uma nova pegadinha, ele se afastava. Esse garoto tem TPM eterna, acredite.

Ele foi um pouco atrapalhado até o banquinho e se sentou, e para a minha surpresa o Chapéu gritou LUFA-LUFA. Eu não acredito, um Weasley na Lufa-Lufa? Isso não é possível! Ele quebrou o Tabu de gerações de crianças na Grifinória.

– Dominique Weasley! – a professora me chamou, despertando-me dos meus pensamentos.

Eu fui um pouco tremula até o banquinho. Sentei no banquinho de madeira e o chapéu seletor foi posto na minha cabeça. O chapéu começou a dizer:

– Hm, curioso...curioso. Nunca vi isso numa Weasley. Você tem qualidades que podem fazer você se dar bem em cada uma das casas. Você tem a beleza e inteligência de Corvinal, a dedicação de Lufa-Lufa. Porém duas casas são mais marcantes em você... Sonserina e Grifinória. – o chapéu parou por um momento e deu um pausa, continuando. – Sonserina seria uma ótima escolha para você. Sua ambição e esperteza é algo que é sua marca.. Então SONSERI.. .Espera, você tem um futuro brilhante, e para consegui-lo sua coragem e ousadia não faltar. Então minha escolha é GRIFINÓRIA!

Soltei um grande suspiro quando o Chapéu disse Grifinória, parece que um alívio tomou conta de mim e eu estava muito mais leve. Eu me senti flutuando até a mesa da Grifinória, onde recebia saudações de membros.Tiago me olhou apreensivo, a cara dele demonstrava uma mescla de pânico e ansiedade.

Todos meus primos foram mandados para Grifinória, e Jason também. Uma coisa que me deixou surpresa foi que quando Tiago sentou-se no banquinho, o Chapéu seletor nem encostou em sua cabeço e o mandou para Grifinória

Tivemos uma ceia espetacular, a comida de Hogwarts era maravilhosa. Após o jantar, Victoire pediu para que todos os novatos levantassem e seguisse ela. Eu corri até o seu lado e disse baixinho:

– Olá irmãzinha, pelo menos cai na sua casa, para ficarmos juntas para sempre! – falei em um tom de ironia, dando um sorriso malicioso.

– Ah sim, que coisa boa né irmãzinha? Pensei por um momento que você se juntaria ao time macabro chamado Sonserina.

– Você viu o que o Chapéu disse, eu tenho um futuro brilhante pela frente.

– Espero mesmo que você consiga tomar rumo igual eu tomei.

– Eu disse que vou ter um futuro brilhante, não um futuro tediante.

Victoire deu um sorrisinho forçado, e revirou os olhos em seguida. Levando todos para dentro da Comunal e dando as instruções.

A Comunal da Grifinória era linda, tinha um toque rústico que dava um charme especial. Os moveis, os tapetes, os sofás combinavam perfeitamente com a simbologia da Grifinória. A primeira coisa que fiz foi correr até o dormitório feminino do primeiro ano e achar o meu malão. Abri ele desesperadamente, pegando um pedaço de pergaminho e uma pena. E comecei a escrever uma carta:

‘’ Queridos pais, sinto a falta de vocês. Hogwarts é incrível como vocês disseram, não tem lugar mais fascinante do que esse castelo. Para a alegria de vocês, fui mandada para a Grifinória, junto com Lucy, Roxanne, Tommy e Tiago. Estamos bem entusiasmados com o primeiro dia de aula que irá começar amanhã

Amo vocês.

Com amor, Dominique Weasley. ‘’

Dobrei a folha de pergaminho e peguei outro pedaço :

‘’ Queridas Rose e Clarie, já falei que sinto falta de vocês? Vocês simplesmente vão amar Hogwarts! Eu fui mandada para Grifinória junto com Lucy, Roxanne, Tommy e Tiago. Minhas aulas começam amanhã e estou muito empolgada!

Não esqueçam, eu amo vocês!

Com amor, Dominique Weasley’’

Dobrei essa segunda carta e um sorriso se desenhou no meu rosto. Fui até minha coruja das neves que estava no beiral da janela e coloquei no bico dela essas duas cartas, e ela saiu afora em caminho ao Chalé das Conchas e a Toca.

Quando ia fechar a mala, vi um brilho se destacando no meio dos materiais. E era o pingente que o o meu pai deu antes de sair de casa. Coloquei-o na garganta e dei um beijo no colar.

– Olá colega de quarto! – Uma menina com uma voz bem melada chegou dando pulinhos.

– Ahhh!!! Olá! – Eu dei um grito. A menina tinha chegado para marcar presença.

– Desculpa, meu nome é Alicia Kuller. E o seu?

– Dominique Weasley.

– Prazer, Domi!! – ela veio em minha direção e me deu um abraço apertado com um sorriso de orelha em orelha.

Pude notar o típico da menina, ela tinha cabelos loiros escuros e os olhos castanhos. Era bonitinha.

– Prazer, Alícia!

Ficamos fofocando até Alícia cair no sono, quando escutei uma voz familiar gritando meu nome.

– Domi, Domi, Domi!

Abri a porta assustada, me deparando com Tiago e Jason na frente do meu dormitório.

– O que foi?

– Vamos aprontar, vamos deixar nossa marca. – Tiago disse, entusiasmado.

– Mas vamos fazer o que?

– Dar uns sustinhos, jogar umas bombas de bostas.

– Vamos ser descobertos, não conhecemos Hogwarts ainda, vamos ficar perdidos!

– Eu tenho isso! – Potter retirou do bolso um pergaminho velho e amassado em branco.

– Isso é um pergaminho comum, Tiaguito.

Tiago retirou das duas vestes sua varinha, apontando para o pedaço de pergaminho e pronunciou:

– Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

Imediatamente linhas de tinta começaram a delinear as seguintes palavras:

Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinha e Pontas,

fornecedores de recursos para feiticeiros malfeitores,

têm a honra de apresentar

O MAPA DO MAROTO

Então no pergaminho se tornaram visíveis todos os detalhes dos terrenos e do castelo, além de pontinhos minúsculos que se moviam indicando nomes.

– Meu deus Tiago, onde você conseguiu isso?

– Roubei da mesa do escritório do meu pai.

– Isso é incrível.

– Estão esperando o que? Vamos bagunçar!