O mundo está morrendo escrita por Senhorita SM


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Não sei quando postarei de novo, mas pelo menos foi um cap grande!



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Ficamos todos sentados na beira do lago, que está pouquinho, e isso é que me preocupa, por enquanto decidimos ficar aqui, pela água, mas logo vai acabar. Mas não posso deixar minha preocupação transparecer. Não posso deixar que Kyl perca as esperanças, só de ver o quanto ele está feliz por termos encontrado água, já me faz feliz. Minha irmã agora não tem mais seu sofá, seu fone de ouvido e nem uma casa em que ela fique sem fazer nada, agora ela e eu nem trocamos palavras, só olhares, minha relação com minha irmã sempre foi um pouco difícil, ela sempre teve tudo nas mãos e sempre quis que eu fosse mais uma de suas empregadas, que eu fosse a número dois, porque mamãe já é a número um. E eu não concordava muito com a ideia. Antes eram muitas palavras, agora nenhuma, antes brigávamos todo dia, agora não temos mais ânimo para isso. Ela fica perto de mamãe. E eu com Kayo. Minha irmã Ângela é só um ano mais nova que eu, mas sempre foi muito criança, não conseguia entender que minha mãe não podia dar tudo que ela queria, e deixava minha mãe triste, pois minha mãe se pudesse daria o mundo para nós duas, mas eu sei que não pode. Minha irmã sempre foi apegada a minha mãe, todos os lugares que vai tem que ir com nossa ela, e minha mãe sempre disse para mim quando eu e Ângela brigávamos, não ser tão dura com Ângela, porque ela nunca conseguiu superar a perda de nosso pai. E ele não era meu pai também? E também não dói em mim? Mas no fundo sei que Ângela é uma garota frágil, e a amo do jeito que ela é, e por isso lutarei pela sobrevivência dela, de minha mãe, de Kyl, Kayo, Herman e Kame.
Estava distraída desenhando na areia com um pedaço de galho, quando Kayo que estava ao meu lado, se levantou e saiu andando, e eu me levantei também querendo entender por que ele levantou, e ao me levantar e seguir Kayo, não gostei do que vi. Eram três homens com roupas sujas, e visivelmente suados, pareciam exaustos também. Fui caminhando com Kayo em direção aos homens, e Kame, Kyl, Ângela e mamãe levantaram e juntaram-se a nós, e Kayo fez sinal para que parássemos, e ele foi para mais perto dos homens, e parou e disse:
–Olá -disse sério
–Olá me chamo Jano -disse um homem moreno, de cabeça raspada, já com os folículos capilares começando a nascer, de camisa laranja, calça jeans azul clara, com um sapato preto.
–Sou Kayo -disse Kayo apertando a mão de Jano, mas ainda com uma postura defensiva
–E eu Alex. -disse um rapaz de pele parda, cabelos e olhos castanhos, cabelos ondulado, usava um casaco de couro preto, com uma blusa vermelha, calça preta de pano e tênis branco, quer dizer, agora nem tanto, pois a poeira da estrada o deixou em um tom alaranjado.
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–E eu sou Dave. -disse um rapaz que era mais baixo que jano ou Alex, mas mais alto um pouquinho que eu, tinha pele clara, cabelos e olhos pretos, cabelos lisos, usava camiseta verde cor de cana, com um calção preto e um tênis vermelho.
Kayo virou-se para nós (eu, Ângela, mamãe, Kame e Kyl) fazendo sinal para nos juntarmos a ele, que antes tinha pedido com um sinal, que ficássemos um pouco atrás. Fomos e ficamos junto a Kayo. Eu, Ângela e mamãe (que não se chama mamãe e sim Anna) ficamos do lado esquerdo de Kayo, e Kame e Kyl do lado direito. Apresentamos-nos e eles nos contaram como tinham chegado onde nós estávamos. Que eles estavam trabalhando na construção de uma casa, quando o chão começou a tremer, a terra começou a ceder, e eles correram para a caminhonete deles e fugiram em alta velocidade, deixando uma cidade literalmente caindo. Disseram que passaram dias na estrada, não sabendo para onde ir, pois eles iam voltar para a cidade que eles moravam, mas pelo rádio da caminhonete souberam, que houve os tremor de terra, os deslizamentos, a terra engolindo a cidade. Assim como a que eles estavam trabalhando. E eles vinham na estrada e viram o nosso ônibus parado, me que escondido pelas, mas como estavam atentos para ver se encontrariam alguém que pudesse ajudá-los, pois ficaram dias sem beber água, sem comida, estavam desidratados e então pararam a caminhonete perto do ônibus e com não viram, decidiram entrar na mata e nos encontraram.

–Então se estão com sede e calor vão logo para o lago, eu sei bem o que é isso! disse Kayo
Eles caminharam até o lago, se ajoelharam, molharam o rosto, braços e pernas, pareciam realmente estar com muito calor. Com a mão, pegaram um punhado de água e beberam, repetidas vezes. Depois eles deitaram na beirada do lago, acho que para sentir a brisa da água.
Jano para mim parece o mais velho, lhe daria uns quarenta. Alex parece ter uns dezessete ou dezoito. Dave também parece ter uns dezessete ou dezoito. Nunca fui muito boa em dizer a idade de uma pessoa só olhando. Até porque hoje em dia tanto os meninos, quanto as meninas, tem por exemplo, quatorze anos, e parecem ter dezesseis.
Todos ficaram entretidos, vamos dizer assim, nos rapazes, que esquecemos Herman.
–E Herman? -disse Kame, num tom preocupado
–É mesmo, ele já deveria ter voltado! -mamãe
–Será que aconteceu algo com meu pai? -perguntou um Kyl choroso
–Não, não. Ele está bem! disse Kayo aproximando-se de Kyl e mexendo no seu cabelo, o que fez o menino de sete anos o abraçar e sorrir
–Quem é Herman? -perguntou Alex
–É meu marido. -respondeu Kame
–E estão preocupados com ele por quê? -perguntou Jano
E kayo explicou que ele tinha ido buscar garrafas num casebre abandonado, e que já era pra ter voltado
Kayo depois de respondeu de respondeu a pergunta de Jano foi caminhando em direção a trilha e fui atrás dele e perguntei para onde ele ia, e ele me respondeu que eu já sabia a resposta. Jano chegou onde nós estávamos e disse:
–Se vai atrás de seu pai, eu posso ir com você, é perigoso ir sozinho. Alex e Dave ficam aqui e protegem as mulheres e o garoto.
Kayo pensou um pouco, pois eles eram desconhecidos, mas nas atuais circunstâncias, estávamos precisando deles realmente. Então ele respondeu:
–Tudo bem, vamos!
–Posso ir também? -perguntei a Kayo, já sabendo a resposta
–Não. -ele respondeu
Perguntei a Kayo se poderia ir, mas como uma constatação, do que uma pergunta.Mas queria ajudar, mas sei que é porque ele se preocupa comigo e eu com ele.
Fiquei alguns instantes olhando eles irem pela trilha até Kayo sumir do meu campo de visão, e antes de sumir, ele olhou para trás e sorriu, e sorri de volta.


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Notas finais do capítulo

MIL E UM BJUS
SENHORITA SM