Just Friends escrita por Laia


Capítulo 53
Capitulo 53


Notas iniciais do capítulo

Mais uma recomendação *-* muuuuuuuito obrigada!
To tensa gente, mas admito que ameeeei escrever esses ultimos capitulos.
Sem enrolar hoje :)
Depois do papo com a Laura, temos o papo com o Gus... Huuuuuuuum



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A Laura estava tentando me convencer de que era loucura eu negar algo. Mas eu continuava fingindo não acreditar.

–Manu, por que não consegue aceitar que gosta dele? E por que não aceita que ele goste de ti?

Então comecei a disparar tudo sem perceber.

–Porque eu não consigo me convencer que alguém goste de verdade de mim! Eu afasto as pessoas, sempre foi assim! E nenhum nunca foi burro a ponto de continuar tentando. Mesmo que apareça alguém disposto a ficar, eu vejo um problema, coloco um defeito. Mas EU sou o problema, eu que sou o defeito! E nenhum deles leva a serio quando digo isso... Eu to tão cansada... Eu só... Eu... – as palavras se misturavam com as lagrimas que já rolavam soltas, e as frases eram cortadas pelos soluços – Eu não sei gostar de alguém, não sei retribuir esse sentimento! Não tenho coragem de gostar ou deixar que alguém entre...

–Então por que não deixa alguém te ensinar? – ela me olhava como se olha pra uma criança depois da bronca por algo que ela não teve culpa.

–Porque o Edu entrou sem eu deixar.

Ela tampou a boca com as mãos, e me olhou orgulhosa.

–Ta vendo?

Eu não sabia o que sentia e nem o que pensava naquele momento, mas só sentia as lagrimas descerem, sem um motivo ou razão certo. Só sei que ainda ficamos ali por horas conversando, ela só acenava a cabeça e sorria, concordando com o que eu falava. Sabia que ela não estava entendendo nem metade, nem eu estava me entendendo direito, mas isso não mudava o fato de que a cada palavra eu me sentia mais leve.

***

Meu rosto ainda ardia enquanto eu dirigia feito um doido. Não me orgulho disso, mas eu saio de mim as vezes.

Mas como gasolina não é água, parei no estacionamento do parque que tinha não muito longe. Não sabia muito bem o que tava fazendo, e nem me importava na verdade! Flashes da discussão passavam nos meus olhos a cada passo que eu dava. Estava tarde, não tinha ninguém lá. Andei sem um rumo certo, e não sei quanto tempo fiquei por lá, até que voltei para o carro e dirigi até o centro.

Estacionei o carro e apertei o interfone.

–Gus?

–Edu? Onde você tava?

–Libera a portaria?

– O que?

–To aqui em baixo, posso subir?

–São duas da manha... – ele suspirou – Sobe cara.

Ouvi o estalo do portão destravando e entrei. Passava musica clássica no elevador, e eu não conseguia parar quieto.

A porta já estava aberta quando cheguei, fechando quando passei.

–O que aconteceu?

–Ela dormiu com outro.

Falei de uma vez. Ele fez cara de espanto, tentando procurar alguma coisa pra falar, mas não conseguia.

–Mas você me disse que vocês não...

–NÓS não! Ela – fechei os olhos respirando fundo. Não conseguia terminar a frase.

–Me explica direito o que aconteceu Eduardo.

Sentei no sofá nervoso de novo, apoiando o rosto nas mãos. A voz saiu abafada enquanto eu contava da festa, do bilhete na saia, da discussão, do beijo... Talvez fosse o nosso ultimo.

–Eu não sei o que te falar... Mas e a viagem cara?

–Não tem mais viagem Gus! Não dá mais! Eu cansei! Foi meu limite... Se a gente passar duas horas presos dentro de uma avião... – alguém saía morto! – Mas quer saber? A gente nunca ia dar certo mesmo. Foi burrice minha achar que ela gostaria de mim, ela só se aproveitou da situação... Eu fui trouxa o suficiente pra correr atrás dela que nem um cachorrinho.

Ele sentou do meu lado, me deu um tapa na cabeça e me olhou incrédulo.

–Realmente você é um trouxa! Ta se ouvindo?

–Ta falando do que?

–Você não sabe o que quer! Me diz, por que não dariam certo? Porque ela é louca? Você também é! Porque ela ficou com outro cara? E daí? Foda-se! O corpo é dela, ela tava bêbada e ela é livre pra dar pra quem quiser! A culpa é sua se isso aconteceu!

–MINHA CULPA?

Como ele podia me acusar disso?

–Sua culpa sim! Você não é homem pra assumir um compromisso com ela!

–ELA não quer compromisso, deixou isso claro desde o inicio!

–E você não fez o mínimo esforço pra mudar isso! Ela não é a Rachel, ela não vai ficar esperando você tomar coragem pra fazer alguma coisa! Você se prendeu a ela porque quis!

–Não foi não!

–Então por que não ficou com a Anne? Ela tava lá na sua frente, livre, e você se esqueceu dela por causa da Manu! Você se prendeu, mas não pode exigir que ela se prenda também! Se quer isso, toma vergonha na cara e pede ela em namoro! Deixa claro que quer ela com você, que quer assumir algo e não ficar se pegando escondido por ai! Toma uma atitude Eduardo, antes que seja tarde...

Então pude ouvir ela repetindo “Começa a usar a cabeça, antes que eu comece a usar o meu coração!”.

O Gus suspirou e continuou, mais calmo agora.

–Mulheres como a Manu querem uma atitude, e não palavras. Ela quer alguém que faça ela mudar o conceito de garota moderna e independente, alguém que faça ela querer ter uma relação. Como você não enxerga isso? É tão... Obvio!

–A ultima palavra que pode se ligar com a Manu é obvio!

–Tanto faz!

–Mesmo assim, agora não faz diferença, ela deve ta me odiando...

–E vai odiar mais ainda se você não voltar lá e der uma de bobão. Incrível como quem não pega ninguém sou eu, mas você que não entende nada de nada! Aprende Edu: em relação a garotas, principalmente a Manu no seu caso, você só abaixa a cabeça e pede desculpas. Não entende que a gente que vai sempre estar errado?

–Não concordo com isso...

–Eduardo... Entende uma coisa: elas vivem muito bem sem a gente, a gente não vive sem elas!

Eu odiava o fato do Gus sempre estar certo e eu sempre estar errado.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? Concordam com o Gus ou não?
Beeeijos da Laia :*