O Que Nos Mantém Unidos. escrita por Lara


Capítulo 9
Esqueça De Mim Para Sempre


Notas iniciais do capítulo

Bom, até agora esse é o maior capítulo, espero que gostem :D
Boa leitura.
Escritora: @germangielover
Tradutora: @ClaraAlonso_FC



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/455262/chapter/9

Angie olhou no relógio de novo, três e quarenta e dois da manhã. Já fazia três horas que tentava dormir e continuava sem conseguir. Todas as vezes que fechava os olhos o rosto de German aparecia automaticamente, atormentando-a, deveria dizer? Como iria dizer? Não poderia simplesmente chegar e dizer: “Oi German! Tudo bem? Estou ótima. Ah, tem uma coisa, temos um filho!”.

Angie tinha que dizer a ele, mas tinha medo de sua reação, e se ele ficasse com raiva dela? “E porque tenho medo que ele sinta raiva?” pensava, negando em sua mente a ideai de que ainda sentia algo por ele “Não é que eu me importe com o que sente ou não por mim.” “Claro que me importo!” “Claro que não!”

– Já chega! – sussurrou Angie confusa enquanto se levantava.

Não adiantava nada continuar lutando em seus pensamentos se eles não a levavam em lugar algum. Cansada, saiu de seu quarto e caminhou devagar até chegar a mesa da cozinha. Isto levou um tempo, já que a casa estava escura. Com cuidado, puxou a cadeira e se sentou. Cobriu seu rosto com suas mãos, sem saber o que dizer a German sobre eles terem um filho. “Tem que dizer algo a ele Angie. Mas como?”

Lentamente levantou o olhar e observou o sofá que estava na frente dela. Logo as lembranças começaram a surgir:

Flashback:

– Obrigado por ter me acompanhado até em casa, Jeremias. – disse Angie enquanto deixava sua bolsa do gancho.

– Por nada – respondeu ele sorrindo.

Já era noite e a casa estava escura. Angie tinha saído tarde do Studio e Jeremias vendo-a sair sozinha decidiu acompanha-la. A relação dos dois havia melhorado muito nestes últimos meses. Graças a Angie que o havia implorado para voltar ao Studio, ele havia voltado e agora estavam mais unidos que nunca. Era como se não existisse nada que Angie não pudesse contar a ele. Era seu amigo, seu apoio e ainda estava perdidamente apaixonada por ele.

– Quer tomar alguma coisa? Chá? Café? – perguntou ela acendendo a luz da cozinha.

– Não, não se preocupe, tenho que ir. – respondeu ele caminhando até a porta.

– Ah. Claro.

Jeremias se despediu agitando sua mão e justo quando ia abrir a porta, virou-se e voltou caminhando até Angie, estava um pouco nervoso.

– Chega, Angie. Não posso mais. Tenho que te dizer uma coisa.

O Coração de Angie começou a bater rápido, enquanto prestava muita atenção em Jeremias.

– O que foi? – perguntou deixando-a cair no sofá.

German respirou fundo. E se sentou ao seu lado, tomando coragem. Com delicadeza pegou a mão da mulher e olhou-a nos olhos. Já fazia semanas que sentia isso e não poderia continuar negando. Ele havia pensando que Esmeralda tinha chegado para tirar todo o sentimento que ele tinha por Angie, mas não foi assim que aconteceu. Todos estes dias no Studio, vendo-a cantar, vendo o quão doce ela era, e poder se aproximar dela e que ela pudesse contar seus problemas o deixava mais louco por ela. Constantemente tinha que lutar contra si mesmo para não abraça-la ou beija-la, e sentia que se não dissesse a ela o que sentia não ia poder se conter mais.

– Angie... Eu – começou gaguejando – Eu...

– Calma – disse ela acariciando sua mão tentando acalma-lo, enquanto seu coração batia rapidamente e sentia que o mesmo ia pular de seu peito.

Com coragem Jeremias levou sua mão até o rosto de Angie acariciando-a.

– Não posso mais lutar contra isso. Não posso mais ficar longe de você e muito menos quero fazer isso. Sei que podíamos ter tido problemas mas a única coisa que sei é que vou lutar contra tudo para que possamos ficar juntos.

Por um momento, German sentiu um calafrio. Tudo o que acabava de dizer saia da boca de German, não era atuação muito menos mentira. Tudo o que havia dito era o que fazia meses estava ali dentro dele cada vez que via Angie. Admitia que as brigas e os desacordos haviam sido porque odiava a ideia de não amá-la com liberdade, de não poder tê-la em seus braços sem sentir culpa, mas já estava farto de todo o assunto de serem cunhados. Iria fazer o que fosse para que Angie fosse dele, só dele.

Angie sorria e uma pequena lágrima de emoção escorreu pelo seu rosto. Sem poder evitar se aproximou de Jeremias e seus lábios de tocaram. Nesse momento German sentiu uma alegria que poucos são capazes de descrever. Sentia que era capaz de tudo e que não queria deixa-la nunca mais. Seus lábios se moviam ao compasso, tudo estava perfeito. German se lembrou da primeira vez que haviam se beijado, eram sensações tão parecidas, mas com um exceção... ele não era German. Nesse momento Angie se separou e olhou nos olhos dele, com a respiração agitada.

–Te amo – ela disse.

German sentiu uma emoção crescendo dentro dele. Sabia que estava mentindo para ela mas se dissesse a verdade agora, ela nunca o perdoaria. Pensaria em uma maneira de dizer, tentando suavizar as coisas.

– Eu te amo mais. – respondeu ele se aproximando de novo.

German se inclinou até ela e pegou-a em seus braços levando-a até seu quarto, sem saber que a noite que passariam juntos, mudaria o resto de suas vidas...

Pela manhã Angie se levantou e sorriu, lembrando de tudo o que havia acontecido naquela noite. Com um sorriso, se virou para vê-lo mas a única coisa que encontrou foi o restante da cama vazia. Uma angustia tremenda cresceu em seu coração, imaginando o porque de sua ausência.

– Com certeza está no Studio. – disse para si mesma tentando se acalmar.

Os dias se passaram e Angie e Jeremias se viam todos os dias. Agora tudo havia mudado entre eles, eram um casal e todos sabiam disso. Ele estava um pouco diferente com ela. Parecia distante mas era o mesmo, continuava carinhoso e sempre se preocupava com ela. Angie se sentia um pouco culpada pelo que havia acontecido mas conseguia consolar sua mente quando pensava que havia feito por amor, nada mais que amor.

Três semanas depois, Angie foi até a casa de Violetta. Tinham ficado de se ver despois que saíssem do Studio. German abriu a porta para ela, sorridente.

–Angie – disse com um olhar de bobo – O que está fazendo aqui?

– É... Oi. Vim ver Violetta, posso entrar? – respondeu ela sem prestar a menor atenção no homem que estava na frente dela.

German a deixou entrar e pediu para se acomodar enquanto Esmeralda descia as escadas e cumprimentava seu namorado.

– Bom dia meu amor. – disse se aproximando e dando um leve selinho

– Bom dia. – respondeu ele, alguma coisa o incomadava, vendo que Angie os observava.

Era ridículo como mesmo tendo namorado, vê-los assim ainda fazia que ela sentisse algo estranho dentro dela. Seria ciúmes? “Claro que não, o que a gente teve agora são apenas lembranças.” Pensou distanciando o olhar deles.

– Bom, estou indo. Tchau Angie. – se despediu Esmeralda.

– Tchau. – respondeu Angie sem fazer muito caso. A mulher nunca havia lhe caído muito bem.

– Com licença – se desculpou German enquanto ia saindo para seu escritório.

Angie assentiu com a cabeça vendo-o desaparecer pela porta. Alguma coisa estava errada nele, como se estivesse mais gentil e compreensivo quanto a ela. Sentindo-se incomodada a mulher se moveu um pouco para trás quando sentiu que tinha algo atrás dela no sofá. Curiosa enfiou sua mão por trás das almofadas e encontrou uma mochila.

– É... é a mochila do Jeremias. – disse reconhecendo-a imediatamente.

Com medo, abriu-a e descobriu a roupa de seu namorado ali dentro. Pouco a pouco começou a tirar sua camisa, sua calça, quando rapidamente sentiu que sua alma foi até seus pés. Com o coração batendo a mil, pegou uma peruca e a colocou a sua frente sem entender o que estava acontecendo. De repente German saiu do escritório e viu Angie. De imediato seu rosto fico pálido e seus olhos foram do rosto de Angie ate a mochila.

– Angie, eu posso explicar. – ele disse nervoso.

Nesse momento tudo se encaixou. Claro, por isso ela sentia que o conhecia. Por isso que ela se sentia tão bem ao seu lado, porque Jeremias era ele. Todo o tempo tinha sido ele. Imediatamente, imagens daquela noite começaram a bombardear sua mente. Começou a ficar tonta e com náuseas. Pouco a pouco as lágrimas de raiva começaram a acumular em seus olhos. Angie ficou de pé e observou German.

– Você é um... – disse sem poder terminar a frase, a raiva, a fazia tremer por dentro.

Com força lançou a bolsa contra German pegou sua bolsa e caminhou até a porta rapidamente. German sentia como se um pedaço de seu coração estava indo com ela. Ele não queria fazer mal a ela, ele ia dizer toda a verdade a ela, mas não dessa maneira.

– Angie – suplicou enquanto a perseguia – Não vá. Posso te explicar tudo. Eu...

– Não quero que me procure, German. – respondeu ela – esqueça de mim para sempre.

Os dias se passavam e Angie parecia não notar. Sua presença era como a de uma fantasma, não comia, não dormia, a única coisa que fazia era chorar dia e noite. Não queria mais voltar para sua casa pois sabia que German procuraria ela por ali. Angelica tinha um apartamento perto do Studio e foi ali onde ficou. Não ia ao Studio a duas semanas e a única razão para sair do apartamento era para comprar comida. Sua vida havia deixado de ter sentido, o desejo de começar alguma coisa nova já tinha sido extinto.

– Nunca vou te perdoar German – murmurava para si mesma com rancor e raiva enquanto chorava em sua cama.

Ele a havia enganado. Ele só havia usado ela um pouco para se divertir enquanto em casa continuava mantendo sua relação com Esmeralda. Fazia esforço para esquecer dessa noite e a única coisa que a fazia se distrair eram as náuseas e as tonturas que ela tinha constantemente. Sua mãe já havia lhe dito para fazer um teste de gravidez, mas ela não queira. Tinha medo, e se o filho era dele? O que faria?

Cedo ou tarde teve que fazer. Com a certeza do resultado, chamou sua mãe e disse que tinha que ir embora. Tinha que ir embora de Buenos Aires o quanto antes. Tinha que esquecer de German e de todo o mal que ele fizera a ela, em Buenos Aires isso era impossível. Cada canto, cada lugar, a fazia lembrar dele. Precisava começar de novo, sem ele.

– Filha, sabe que não pode fugir para sempre. Cedo ou tarde German terá que saber que está gravida dele. – Angelica a advertiu enquanto a ajudava arrumar suas coisas.

– Eu sei – respondeu ela enquanto puxava a alça da bolsa para cima – mas por agora, não penso em dizer nada.

Fim do flashback.

Angie limpou as lagrimas que caiam pelo seu rosto. Mesmo depois de tantos anos ainda não tinha conseguido esquecer dele. Seu filho era um aviso constante de seu passado com ele. Seu sorriso era o mesmo e cada vez que ela o via, se recordava de como German a fez tão feliz. Tinha que admitir que sua raiva havia diminuído mas não podia evitar o desprezo que sentia por ele, por ele ter mentido. Ele tinha usado ela, e nem mesmo pediu desculpas? Pouco a pouco as lagrimas começaram a cair pelo seu rosto até que começou a dormir na mesa. Sonhava com os bons momentos que viveu com o pai de seu filho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Comentem o que acharam :)
Queria pedir um favorzinho, vocês que estão lendo, tem Twitter e sabem falar um pouco espanhol, deixem uma mensagem no Twitter da autora? Vocês que estão gostando, agradeçam a ela, ela quem é uma escritora genial, o Twitter dela é @germangielover. Desde já agradeço.
Comentem aqui também :)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Que Nos Mantém Unidos." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.