O Que Nos Mantém Unidos. escrita por Lara


Capítulo 17
Aquela Noite


Notas iniciais do capítulo

Como eu sei que o capítulo anterior não era o que vocês queriam, decidi postar esse. Sei que vocês estão loucas pra saber sobre a conversa... E aqui está ;) Aproveitem.
Bom leitura.
Escritora: @germangielover
Tradutora: @ClaraAlonso_FC



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German começou a tocar o piano delicadamente. Era uma melodia doce e tranquila. Seus dedos tocavam as teclas com muita graça. Angie o observou em silêncio, enquanto seu coração batia no ritmo daquela musica. German se virou e a olhou em seus olhos. Era como se seus olhos verdes se infundissem em seus olhos castanhos escuros. Então ele começou a cantar, era como se cada palavra daquela canção contasse o que haviam vivido juntos.

Tanto tiempo caminando junto a ti

Aun recuerdo el dia en que te conoci

El amor en mi nació tu sonrisa me enseño

Tras las nubes siempre va a estar el sol

Angie sentia que sua vontade de resistir se desvaia pouco a pouco. Cada palavra, cada nota, era como se tivesse sido escrita para eles. De repente as memórias invadiram sua mente, roubando-a um sorriso. German ao vê-la sorrir continuou.

Te confieso que sin ti no se vivir

Luz en el camino tu eres para mi

Desde que mi alma te vio, tu dulzura me envolvió

Si estoy contigo se detiene el reloj

Lo sentimos los dos

El corazón nos hablo

Y al oído suave

nos susurro.

A loira sentia que seu coração acelerava e as típicas borboletas no estômago começavam a aparecer. Amava German, não podia negar. Mas ainda estava lá a barreira que não a deixava ama-lo. O medo e a desconfiança. Do nada, a mulher ficou de pé, German parou e a observou.

– German, chega tá? Isso não faz sentido. – disse olhando para ele ficando de pé sem entender.

– O que não faz sentido.

– Você, eu. Nós.

German a olhou, sentia dor. Sabia que havia ferido ela e entendia as razões pelas quais Angie estava assim, mas não ia deixar que se fosse sem explicar como tudo aconteceu.

– Ia terminar tudo. Desde a noite em que tive você em meus braços, eu soube o que queria. Estava confuso. Pensei que Esmeralda havia consigo tirar você da minha cabeça, pensei que poderia me esquecer de você, mas não pude. Nessa noite, minhas duvidas desapareceram. Soube que te amava de verdade. Sei o que eu quero Angie, está parado bem na minha frente.

Angie o observou sem dizer nada. Não queria enfrentar isso, mas sabia que cedo ou tarde teriam que falar disso. Ela sentia dor ao recordar de tudo aquilo.

– Não tente me convencer, German. Vi como a beijou na mesma manha em que descobri que você era...

As lagrimas começaram a cair pelo rosto da loira. Com orgulho as limpou do rosto e caminhou até a porta. German não a deixou, puxou-a pela cintura e colocou-a frente a ele.

– Não vou deixar você ir, se isso que pensa. – ele advertiu a ela, sentindo a respiração de angie em seu rosto.

– Não quero falar com você. – respondeu ela fazendo força.

– Nunca senti nada pela Esmeralda. Achava que sentia porque era parecida com Maria, ela era um reflexo de Maria e isso era o que me atraia. Eu...

– Está vendo? Eu não entendo porque continua insistindo – o interrompeu Angie conseguindo escapar – Você e Maria tiveram algo forte e...

– Maria foi minha esposa, e fui feliz com ela, Angie. Mas tenho que seguir adiante. Me dei conta de que Esmeralda era apenas seu reflexo e eu não a amava, gostava de me lembrar da Maria. Com você é diferente, te amo porque você é... a Angie. Não tem ninguém igual a você.

– Porque não disse então? – perguntou Angie sem acreditar – Teve que esperar semanas e ainda assim me dar as caras sabendo que estava brincando comigo?

Bem no ponto. German engoliu seco, havia magoado muito a ela. Ele se aproximou de Angie e ela deu um passo para trás, esperando a resposta.

– Tinha medo. Tinha medo de ficar se casa, na rua, tenho Violetta e preciso cuidar dela. Não era apenas eu, tenho a responsabilidade de uma filha comigo. Estive preso por dois anos, minha filha ficou sozinha todo esse tempo, Angie. Não sabia do que essa mulher era capaz e tão pouco queria saber.

– Não, German – corrigiu Angie com o tom frio novamente – Violetta podia ir contra isso. Não ter uma casa, nem dinheiro. Alem disso, o que acha? Que eu te deixaria apodrecer em uma cadeia e simplesmente te afastar da Violetta? Digo, nesse mesmo instante pode estar com outra pessoa e não dizer nada porque tem medo de que eu vire uma bruxa e faça com que você apodreça na cadeia.

German a olhou sem saber o que dizer. Era verdade, não tinha perdão. O que havia feito a havia machucado a tal ponto de fazê-la duvidar dele o tempo todo. Doía ver que ela não confiava nele. Mas isso não ia ficar assim, lutaria para recuperar sua confiança, não importava o que tivesse que fazer.

– Angie, esses últimos anos sem você foram uma tortura. Não me peça para que me esqueça de você, não estou disposto a fazer isso. Te magoei e sei que mereço isso e muito mais. A única coisa que te peço é uma oportunidade para que me deixe demonstrar o que sinto por você. A verdade não é como parece.

– É justamente isso, german. A verdade faz com que tudo pareça mentira.

– Pois não é assim. Tudo o que te disse é verdade.

Angie o olhou, a dor continuava presente, como uma hedera que estava plantada com suas raízes até o fundo de seu coração. Não sabia o que dizer. Não podia confiar nele. German ao ver que ela não respondia, se aproximou dela, desta vez ela não se afastou.

– Te amo. Te amo mais que a minha vida. Nunca te usei Angie, todas e cada uma das palavras que Jeremias te dizia era eu. Você merece um homem te dê a lua, que leve da lua até os planetas mais distintos. Eu quero ser esse homem. Quero cuidar de você e estar sempre com você.

Uma lagrima caiu pelo rosto de Angie. Era de alegria ou de raiva? Não sabia. Só sabia que dentro dela tudo estava um caos. A quem estava enganado? Não podia continuar com raiva dele. Suas palavras haviam derrubado a muralha que ela vinha construindo fazia anos. Queria lançar-se a ele e abraça-lo e dizer o quanto precisa dele, mas tinha medo.

– German, eu... A gente nunca deu certo e acho que nunca vamos dar – disse ela com esforçando-se para que as palavras saíssem – eu já não sinto nada por você, faz muito tempo.

German sentiu como se cravassem uma estaca em seu coração. Não queria acreditar e muito menos poderia. Ele sabia a verdade. Conhecia Angie como a palma de sua mão, sabia decifrar seu olhar perfeitamente. Ainda o amava e doía dizer que não. Desta vez German se afastou, com delicadeza, pegou a mão da mulher a acariciou.

– Sei que te machuquei. Sei que cada lagrima que derramou foi por minha culpa, mas você vai me perdoar, eu sei. Porque quando se ama alguém, ama tudo que essa pessoa tem. Seus erros, seus acertos. Não apenas a parte boa, mas também o lado errado dessa pessoa.

– E o que te faz pensar que ainda te amo? – questionou ela tirando as mãos das de German.

German engoliu seco. Nunca pensou que teria que confessar o teria vivido naquela noite. Mas essa simples palavra mencionada por Angie, tudo havia ficado claro. Ela o amava e amava apenas ele. Desde que haviam se conhecido seus destinos estavam atados e por suas brigas o caminho havia sido desviado. German soube desde o inicio que algum dia ficariam juntos, cedo ou tarde. Com total certeza, pegou Angie pela cintura, aproximou ela dele e disse as palavras que fariam que ela mudasse de opinião:

– Pode tentar enganar a você mesma, mas a mim não pode enganar. Sei que enquanto Jeremias te beijava, desejava com todas as sua forças que fosse eu quem estivesse ali em vez dele.

Angie sentiu como ficava pálida. Admitia que ainda sentia algo por ele enquanto Jeremias a beijava, mas achava que era algo insignificante, uma simples lembrança.

Aquela noite – continuou ele – enquanto dormia nos meus braços, beijei seu rosto. Você disse alguma coisa que não cheguei a entender. Acariciei suas costas e disse claramente meu nome. Sei que pensava em mim e desde essa noite tenho certeza de que não deixou de fazer isso.

Angie engoliu seco, enquanto German fazia com que as distancia entre ele ficasse mais curta. Ele acariciava as costas dela, como se estivesse dizendo para ela que não tivesse medo. Pouco a pouco o coração de Angie se acelerava mais e mais. Justo quando seus lábios ia tocar, ela virou seu rosto. Os lábios dele iam tocar direito ao canto de sua boca. German suspirou e se afastou um pouco, estava indo rápido demais.

– German, entede que vai ser difícil para mim recuperar a confiança em você não é? – perguntou ela olhando nos olhos dele.

German continuava sem solta-la. Não queria deixa-la ir, não novamente. Ele assentiu com a cabeça com um olhar triste.

– Por agora, é melhor que sejamos apenas amigos – sugeriu ela tirando as mãos dele de sua cintura – sabe, continuar a festa em paz. Será o melhor para Thiago e para todos.

German não queria fazer isso. Tinha esperado por esse momento fazia muito tempo, logo quando estava a ponto de perder a esperança ele a encontrou. A única coisa que pensava era em beija-la, abraça-la, voltar a sentir seus doces lábios e tê-la em seus braços. Havia passado tanto tempo desde a ultima vez que havia a beijado que a sensação havia sido esquecida pouco a pouco. “Essa mulher vai ser minha perdição” pensou German enquanto se afastava dela.

– Está bem. Se é o que você quer. – disse para ela compreendendo.

– Isso que eu quero. – respondeu Angie suspirando.

Em seu olhar havia dor, como se não quisesse dizer o que estava saindo de sua boca. Não estava dizendo a verdade, German sabia. Queria dizer que não tivesse medo, que ele estaria com ela para sempre, que nunca mais enganaria a ela de novo. German caminhou e logo quando abriu a boca preferiu fecha-la, não queria pressiona-la quando finalmente havia avançado.

– Bom... Quer ir dançar? – perguntou ele simpaticamente

Angie sorriu, a alegria não chegava aos seus olhos

– German, sinceramente, preferia que não. – repondeu ela incomodada.

– Vamos. Somos amigos, ou não? Ou não posso tirar uma amiga para dançar?

German sorriu simpaticamente enquanto oferecia a mão para Angie. Ela olhou duvidando e voltou a levantar o olhar. Ele olhou para ela com um olhar de alento.

– Vamos. Prometo não voar muito alto. – disse ele piscando para ela.

Angie rio e pegou na mão de German. Novamente essa corrente elétrica voltava a percorrer o corpo. Agora se sentia segura. Sabia a verdade, e mesmo que não fosse, ainda assim acreditava. Não poderia ficar com raiva dele, ainda se importava.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Acho que já é um começo que eles sejam amigos, não? Espero que tenham gostado.
Ah, no capítulo tem uma parte que a escritora menciona uma planta, eu deixei um link lá mesmo, é só clicar no nome, para o caso de alguém não conheça e queira saber mais. Eu também não conhecia essa planta kkkk achei interessante que vocês soubessem também, para que possam entender o sentido da parte em que foi mencionada.
Então é só isso... Até a próxima.
Comentem :)