Por amor... escrita por MarieMatsuka


Capítulo 6
A protegida


Notas iniciais do capítulo

Demorei muito para postar este capítulo, espero que gostem, rs.



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Passaram-se algumas semanas desde a primeira visita de Ártemis ao céu. Desde então, nos encontramos algumas vezes mais, nas quais sempre conversávamos a sombra de árvores no Éden, desfrutando dos sabores e aromas do mesmo. Ártemis era realmente estonteante.

Hoje o dia estava claro, sem nuvens. “Se ela realmente vier hoje, como me prometeu, eu a levarei até o observatório”, pensei. Caminhei sem rumo por alguns minutos, e quando olhei para cima novamente, ela estava ali, parada bem em frente a mim.

– Olá – ela disse, e sorriu.

– Olá. – eu disse, e sorri de volta. “Meu Deus, a cada dia que passa estou ficando mais idiota!”, pensei.

– Então, o que faremos hoje?

– Vou levá-la a um observatório, aqui mesmo, no Éden. A vista de lá é simplesmente encantadora.

– Tudo bem – ela disse, e sorriu novamente.

Caminhamos lado a lado, como sempre. As vezes eu esbarrava nela sem querer, ou ela em mim. Um arrepio percorria minha espinha cada vez que isso ocorria.

– Como andam as coisas por aqui? – ela perguntou.

– Um pouco complicadas, um pouco chatas. Difícil decidir quais dos dois. – eu ri. – E você? Como está?

– Estou bem, obrigada. Um pouco cansada, mas apenas isso. O reino de meu marido passou por uma batalha com um clã de vampiros esta semana, então as coisas ainda estão um caos por lá. Mas nada que seja irremediável. – ela sorriu.

– Entendo. Eu particularmente nunca vi um vampiro de verdade, então não sei dizer como eles são. Me diga, eles realmente brilham? – eu disse, erguendo a sobrancelha, em tom sarcástico.

– Bem, eu não estou brilhando, então... – ela disse, e riu.

– Você? Vampira? Como assim? – indaguei, curioso.

– Meio vampira, meio semideusa. Meu pai era vampiro, e minha mãe, deusa. – disse ela de forma natural.

– Sendo assim, você não seria imortal? – perguntei, espantado.

– Não exatamente. Sou apenas mais resistente a ferimentos, e tenho uma vida mais longa que as dos mortais comuns. Demoro mais para envelhecer. – explicou ela.

– Quantos anos você tem? – perguntei.

– Não sei exatamente, mas é algo em torno de 350 mil. Não comemoro meus aniversários a cada ano, e o tempo passa mais rápido no astral, do que no físico. Isso tudo ajuda. – ela disse, e sorriu.

– Entendo... eu acho. – eu disse, espantado.

– E você, quantos anos tem, Miguel? – perguntou ela, rindo.

– Digamos que sou um pouco mais velho que você... – eu disse, e ri. Ela riu também, e continuamos nossa caminhada.

Depois de mais algum tempo caminhando, chegamos ao observatório. Tudo o que podíamos ver abaixo de nós, e a frente, eram as nuvens e o céu, porém isto não diminuía a beleza do momento, nem do lugar.

– Chegamos – eu disse, e sorri para ela.

– Ah. É lindo! – ela disse.

Por algum tempo, nada dissemos, apenas ficamos fitando o horizonte. O vento rugia, e fazia com que seu cabelo balançasse para traz como um chicote a açoitar um leão. Por puro instinto, levei a mão ao seu rosto e tirei-lhe alguns fios que lá estavam. Ela me olhou nos olhos, e eu estremeci. “Poderia me perder no azul de seus olhos...”, pensei. Ela pegou seu cabelo que estava balançando ao vento, puxou-o e começou a fazer uma trança. Suas mãos teciam uma delicada cadeia de fios, os quais eram tão macios quanto sua pele.

Após mais algum tempo observando o horizonte, decidimos ir embora. Estava começando a escurecer, e ela precisava voltar para casa. Caminhamos lentamente até os portões do céu, onde nos despedimos.

– Bem, hoje foi um bom dia. A vista de lá é realmente muito linda, encantadora, com você mesmo disse. – ela disse, e sorriu. – Obrigada por optar por não me matar da primeira vez em que nos vimos. – ela riu.

– O que, matar você? Mas que ultraje, como podes acusar tal fato contra minha nobre e honrosa pessoa? – eu disse, e gargalhei, para que ela achasse que tudo fazia parte de uma grade piada. Mesmo que isso não fosse verdade.

– Ok, ok. Você venceu. Mas sua reputação também não é das melhores, anjo. – ela disse, e riu.

– Falando dessa maneira, até parece que eu sou um monstro. – eu disse. Não que ela estivesse de todo errada. As coisas horríveis que já fiz, e ordenei que fizessem...

– Bom, tenho que ir. Nos vemos por aí – ela disse, e sorriu.

– Até logo... – eu disse, e beijei-lhe na bochecha. Ela corou, acenou para mim e disse:

– Até, anjo...

Alguns instantes depois de ela partir, escuto um suave bater de asas atrás de mim. Olho para cima a tempo de ver Haziel pousando bem em frente a mim. Ele trajava apenas roupas leves de linho branco, o que significa que ele não estava vindo do campo de batalha.

– Ela é realmente encantadora para uma mortal, não é? – ele disse, parecendo estar sondando-me.

– Sim, é. – eu respondi, porém não o instiguei a continuar o assunto. – O que o trás aqui, Haziel? Mais notícias ruins?

– Na verdade, meu senhor, trago boas notícias. Encontrei a parte que faltava para que seus planos para a grande batalha final se concretizassem.

“Não acredito! Finalmente! Finalmente as coisas estão caminhando em direção á vitória!”

– Onde, Haziel? Onde ela se encontra? – perguntei, ávido pela resposta.

– Esta é a melhor parte, meu senhor. A garota que eu encontrei, além de ser perfeita para o que você quer, devido as suas habilidades... – ele disse, lentamente.

– Sim? – perguntei.

– É a protegida de Ablon, O Renegado, meu senhor.


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Notas finais do capítulo

Hey, folks... Desculpem a demora, estava com sérios problemas técnicos. Prometo não demorar mais tanto assim.