His Girl Monday escrita por LuRocks


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Demorei (como de hábito), mas atualizei a história! Não sei se ainda tem gente que lê, até porque The Mentalist acabou e tudo mais, enfim...

Segue o capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/454083/chapter/15

Jane dirigiu até a agência em seu Citroën, mas durante todo o percurso não conseguia tirar da cabeça o problema que havia abandonado em casa. Trancar Lisbon em seu quarto fez com que ele ganhasse algum tempo, é verdade, mas uma hora ela teria que sair. Não poderia trancafiá-la eternamente, muito embora essa hipótese viesse a calhar, quando ele imaginava como seria libertar uma Lisbon ainda mais furiosa do que o habitual.

Além da óbvia preocupação em preservar a sua arcada dentária intacta, ele ainda levava em consideração o fato de que, depois disso, Lisbon não estaria tão disposta a colaborar. A tarefa de convencê-la a morar com ele, parecia a cada momento mais distante.

Tentou não pensar tanto a respeito, ligou o rádio do carro e focou-se na distância de quarenta minutos que separava sua casa do trabalho.

Enquanto isso, Lisbon permanecia sentada no chão da suíte olhando para aquele porta-retratos e a aliança de casamento estarrecida. Patrick Jane era casado e ela nunca teve conhecimento a respeito disso. Mas havia peças nessa história que não se encaixavam. Se Jane já fosse casado, por onde andaria a sua esposa? Como ele conseguiu validar seu casamento por conveniência no cartório? E o mais importante: Qual era a real necessidade disso tudo?

Como a boa detetive que era, Lisbon não conseguia parar de formular centenas de teorias a cada minuto. Estava inconformada e havia um ponto nisso tudo que a incomodava profundamente: Jane se casou com ela porque não poderia voltar para a Austrália. Ele se dispôs a encarar todo esse transtorno só para não pisar em sua terra natal novamente. Estava fugindo. Mas do que exatamente?

Lisbon precisava descobrir, no entando, não conseguiria fazê-lo se continuasse sentada ali, no piso daquele quarto. Ela deu mais uma volta pela suíte, como se buscasse coragem para fazer alguma coisa. Parou por alguns segundos, respirou profundamente e com os olhos fechados, correu até o guarda corpo e se atirou pela janela.

–-----------------------------xxxx------------------------

Van Pelt, que chegara à agência bem cedo naquele dia, ouviu o barulho do carro de Jane e se apressou em colocar a água para ferver na cozinha. Ela gostava de ser prestativa e prezava por um ambiente amistoso no trabalho. Não era segredo para ninguém o quanto o patrão gostava de chá e ela imaginou que Jane ficaria feliz em chegar ao trabalho e ser surpreendido com um assoviar da chaleira.

Ele entrou pela porta com um semblante preocupado, Van Pelt acenou empolgadamente, mas recebeu como resposta apenas um “bom dia” mecanizado e um olhar aéreo.

– Aconteceu alguma coisa, Jane? – Ela perguntou preocupada.

– Não Grace – O loiro recobrou a atenção e o sorriso amistoso – Onde está Rigsby?

– Ele ainda não chegou... Tem notícias da Lisbon? – Van Pelt perguntou, fazendo Jane suar frio ao lembrar exatamente aonde havia deixado sua esposa. Achou melhor não comentar nada a respeito com Van Pelt e apenas acenou negativamente.

– Não tenho não. Por que pergunta?

– Ela ainda não chegou. Muito estranho. Lisbon nunca se atrasa. Além do mais – Ela parou e sorriu maliciosamente – Você quem a levou em casa ontem, pensei que pudesse saber de alguma coisa... sei lá, só dizendo. – Ele disfarçou, mas Grace poderia jurar que viu Jane levemente desconfortável com a insinuação, no entanto, antes que ele pudesse responder qualquer coisa, a conversa foi interrompida pelo apito da chaleira que vinha da cozinha.

Jane se dirigiu até a pia, preparou sou xícara de chá e retomou a conversa, em outro assunto completamente distinto, obviamente.

– Então... Sobre o suposto namorado de Kate Parker, tem algo pra mim?

– Não. Ainda não tive tempo de olhar nada a respeito, não saberia por onde começar.

– Ah Grace, só preciso de um palpite. Como acha que deveria ser o namorado dela?

– Tá me pedindo pra chutar? Isso não é trabalho de investigação.

– Está falando como a Lisbon agora. – Ele repreendeu. – Um ponto de partida é necessário. Tente se colocar no lugar dela: Se você fosse Kate Parker, com quem iria namorar?

– Desculpe Jane, não dá. Não tenho tanta imaginação assim. Na idade dela eu estava mais preocupada em conseguir boas notas para ser admitida em alguma faculdade. Não trabalhava em um pub ou cuidava de um pai alcóolatra.

– Tem razão – Jane assentiu e engoliu seco ao escutar o barulho da porta do escritório batendo com muita força – Mas parece que quem pode me ajudar, acaba de entrar por aquela porta... E está nervosa.

Van Pelt se virou e viu Lisbon, com as roupas úmidas e o cabelo bastante molhado, parada em frente à porta, com um semblante nada amigável.

– Mizerável! – A morena esbravejou, trazendo consigo um olhar assassino e os punhos cerrados.

– Não acredito que fez isso – Jane sorriu com espanto, embora estivesse preocupado com sua própria integridade física naquele instante – Você pulou na piscina do primeiro andar? Que loucura!

– LOUCURA? - Ela gritou, visivelmente irritada – Loucura é o que eu vou acabar fazendo nos próximos minutos – E partiu pra cima do homem escorado na pia da cozinha.

– Calma Lisbon, pode me matar depois, mas preciso que primeiro faça algo pra mim! – Ele disse desesperadamente, enquanto tentava segurar os braços de Lisbon para que ela não lhe acertasse em cheio no nariz.

– Pro inferno que vou fazer algo pra você! O que você tinha na sua cabeça, seu patife oxigenado? – Ela se contorcia tentando escapar. – Você é casado?

– Desculpe, eu não tive escolha e... Espera! – Jane interrompeu o pedido de desculpas, estranhando a última pergunta - É por isso que está nervosa?

– Claro que não! – Gritou ainda mais furiosa, fazendo Jane se arrepender da pergunta mal colocada. Por sorte, Rigsby acabara de chegar ao escritório e correu em direção aos dois para segurar Lisbon, visivelmente transtornada.

– Cara, o que você fez dessa vez? – O segurança perguntou assustado.

– Uma burrice, mas já pedi desculpas.

– Me solta Wayne!

– Parece que não funcionou.

– Se acalme Lisbon, pra que a gente possa conversar.

– É chefe, Jane já se desculpou, escuta o que ele tem a dizer. – Grace intercedeu, apaziguando a discussão.

– Certo. Eu me sinto muito mal pelo que eu fiz e sei que minhas desculpas não vão fazer você se sentir melhor, mas hmm... – Ele hesitou – preciso de sua ajuda para encontrar o namorado da Kate.

Lisbon respirou fundo e acenou para que Rigsby a soltasse, como se iniciasse uma trégua.

– Tudo bem, o que preciso fazer? – Perguntou, com a voz relativamente branda.

Jane acenou para que ela o seguisse, entrou em sua sala privativa e encostou a porta.

– Muitos simples – Ele começou – Preciso saber como era o seu primeiro namorado.

– O quê? – Ela voltou a se irritar – Como isso pode ser relevante?

– Nossa, mulher! Tudo pra você é ofensivo. Dá pra abaixar as pedras?

– Não! Não vou falar para você sobre esse assunto.

– Por que não?

– Por que deveria? Até uma hora atrás eu descobri que me casei com um homem que já é casado, e nem faço ideia como isso aconteceu e sabe por quê? Porque eu não sei porra nenhuma sobre você!

– Olha a linguagem! – Jane repreendeu, recebendo como resposta uma Lisbon agressiva partindo pra cima dele – Calma! Já entendi... Prometo lhe contar tudo o que você quer saber sobre esse assunto, mas agora preciso que você responda a minha pergunta.

Lisbon olhou para ele desconfiada, mas, embora não conseguisse perceber como esse assunto poderia ajudar a encontrar a garota Parker, resolveu cooperar com os métodos poucos convencionais de Jane investigar.

– Samuel Bosco. - Ela respondeu, com um pouco de pesar na voz.

– E como ele era?

– Um amigo do meu pai, meia idade, um pouco calvo. Trabalhava no departamento de polícia. Sabe, não fomos exatamente “namorados”, se é que me entende. Mas gostava de ficar com ele, era... Seguro.

Jane se sentiu muito mal, não era de se esperar que Lisbon não quisesse falar sobre esse assunto.

– Mas você era só uma adolescente, não acha isso meio estranho... Como se ele estivesse se aproveitando, sabe, da situação?

– Não sei, não pensava nisso na época. Talvez estivesse, mas eram tempos difíceis e com ele eu tinha a atenção que precisava. – Ela soltou um suspiro melancólico – Em troca eu dava o que ele queria. Mas não costuma ser sempre assim? Uma troca? Exceto pela falta de um contrato, não é muito diferente da nossa situação.

Jane acenou negativamente sem falar absolutamente nada. Estava chocado com essa conversa e o seu olhar cheio de tristeza denunciava o pesar que sentia naquele momento. Lisbon sofreu demais e ele ainda a submetia a todo esse transtorno. Mesmo uma pessoa egoísta como ele não conseguia ficar insensível nesse tipo de situação.

– Eu realmente sinto muito. E huh... Obrigado por me ajudar com isso, imagino que não seja fácil para você tocar nesse assunto. – Jane percebeu que Lisbon começava a se sentir desconfortável demais, ela definitivamente não gostava que sentissem pena dela, e então ele continuou - Escuta... Preciso ir até a “NHS” conversar com alguns alunos, gostaria de vir comigo?

Lisbon achou estranho Jane convidar. Estava acostumada com a sua manipulação e chantagem, e essa foi a primeira vez que ela recebeu um convite. Não era uma imposição, não era um truque, não era uma obrigação. Jane apenas pediu para que ela fosse com ele, podendo se dar ao luxo de aceitar ou não. Era como se, naquele momento, ele a enxergasse como pessoa, e não como uma peça no seu jogo de xadrez. Lisbon ainda não fazia ideia, mas essa era a demonstração máxima de respeito que alguém poderia receber de Patrick Jane. E mesmo sem perceber o significado daquele gesto, ela aceitou o seu convite.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso aí... Um pouco melancólico e tudo mais, mas sei exatamente aonde quero chegar com isso tudo. Se puder, deixa um comentário aí embaixo, obrigada por ler até aqui. ;)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "His Girl Monday" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.