The Races escrita por Diego Miranda


Capítulo 5
Capítulo 4 - Um Novo Apoio


Notas iniciais do capítulo

Espero não estar decepcionando vocês até agora. Como prometido tá aí o próximo capítulo e com um personagem novo o/



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A dor era terrível. Não apenas a dor física. O que mais me torturava era saber que eu estava ao seu lado e a deixei ser atingida. E a dor do arrependimento e da culpa estão me corroendo cada vez mais. A única coisa que posso fazer além de chorar e me culpar por tudo, é abraça-la e tê-la em meus braços uma última vez. Foi então que percebi o fogo aumentar e nos cobrir por completo, embaçando a minha visão que logo em seguida se tornou completamente escura.

Eu não sei o que aconteceu. Apenas me senti mais leve e percebi que provavelmente havia desmaiado. Se isso realmente aconteceu, então esse também é o meu fim. Mas há algo diferente. Não me sinto completamente inconsciente. Alguns segundos se passam e volto a enxergar. No começo é complicado, mas logo vejo tudo nitidamente e estou caminhando mais uma vez na Zona do Fogo. Mas não é o mesmo lugar que eu deixei para trás quando fui atrás de alimento com a minha irmã há pouco tempo.

Enquanto caminho pelas ruas de barro cobertas de neve pequenas pedras, ouço gritos distantes e isto passa a me preocupar muito. Continuo caminhando e finalmente chego à área residencial da cidade.

O medo, a solidão, a culpa, o arrependimento. Todos os sentimentos ruins imagináveis caem sobre mim quando paro repentinamente com um susto na beira da rua. A Zona do Fogo não existe mais. Todas as esquinas estão cheias de entulho. A poeira cobre todo o local. Mais do que o normal e em todos os lados posso ver corpos caídos e amontoados. Casas estão em chamas e sinto que tudo foi destruído por minha culpa.

Ando até o meio de uma das ruas e ouço a voz de Sarah me gritando. Corro em desespero na direção do som e sou levado até uma das casas que estão pegando fogo. Tento abrir uma das portas, mas ela está trancada. As lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto e eu corro para a janela lateral e então a vejo. Sarah está encolhida no chão num canto da sala. Isto é impossível. Eu a vi caída e sangrando, aquela nem era a nossa casa. Isso só pode mesmo ser um sonho, mas é tão real que sinto o calor das chamas e a imensa vontade de quebrar aquela janela e pular na casa para salvar a minha irmã.

Mas antes de fazer isso, tento mais uma vez controlar o fogo. Mas desta vez não funciona. Eu paro e me concentro por alguns segundos, mas lembro que não tenho todo esse tempo e então pego uma pedra que estava no chão próximo a mim e jogo na janela.

A sorte não estava a meu favor. No instante em que a pedra toca a janela, a casa explode e um enorme luz me cega quando sou jogado violentamente para trás. Chocando-me contra uma parede. Mas acontece algo diferente. No lugar da dor, sinto alguém me levantar e então percebo que eu realmente estava desacordado e aquilo era somente um sonho. Mais um dos sonhos terríveis que ando tendo. Mas percebo que não é Sarah quem está me levantado. Quando mantenho o foco, noto que é outra pessoa que não conheço. Um garoto que aparenta ter 16 ou 17 anos. Me assusto e como reflexo, tento dar um soco em seu rosto, mas a única coisa que consigo fazer é tombar para trás enquanto este garoto me olha com pena e força um pequeno sorriso. Sinto raiva, mas ao mesmo tempo sinto dor.

– Você não deveria socar quem tenta te ajudar garoto. – Ele diz enquanto caminha até minha irmã. Só agora percebo que ela está deitada em uma pequena cama feita com folhas próxima a mim. Há também alguns curativos nela, mas ainda não consigo entender o que está acontecendo. O menino misterioso vai até Sarah e toca seu rosto como se tentasse saber se ela tem febre ou algo do tipo. Depois, se vira para mim e continua falando. – Você também poderia tentar se levantar daí e me ajudar um pouco. Não é fácil trazer tantos suprimentos para uma menina ferida e sua irmãzinha que grita enquanto dorme.

– Espera aí! Quem é você para chegar aqui falando isso? Não toque na minha irmã! – Eu tento me levantar e ando lentamente na direção do garoto que dessa vez não segura o sorriso. Não entendo o que pode ser tão engraçado e quando tento falar algo ele me interrompe.

– Em primeiro lugar, eu não cheguei aqui. Vocês chegaram aqui. – Olho ao redor enquanto ele se levanta e se aproxima de mim. Não tinha percebido ainda, mas eu estava no meio de uma floresta. Em uma clareira para falar a verdade. De alguma maneira eu fui retirado da capital e vim parar aqui desacordado. – E ainda, se eu não tivesse tocado em sua irmã, ou em você também, vocês estariam mortos. Você me deve um agradecimento!

– Ok, mas o que há de tão engraçado em toda essa situação? – Eu vou até a minha irmã e noto que ela está respirando normalmente. – Você... Você cuidou dela? – Me sento ao seu lado enquanto acaricio o seu cabelo.

– Sim. Na verdade vocês apareceram de repente aqui há dois dias. Não sei exatamente como, mas você tinha alguns hematomas e estava desacordado. Já ela estava extremamente ferida. Se eu não tivesse as ervas corretas com certeza ela estaria morta. Agora só está dormindo. E como pode perceber, ela consegue dormir em silêncio. – O menino diz dando um leve tapa em minha cabeça. – Eu sou o herói de vocês! – Ele diz em voz baixa e ri um pouco mais alto.

– Bom, eu realmente te agradeço por tudo, mas preciso saber. Quem é você?

– Meu nome é Caio. Digamos que eu me meti em encrenca com gente grande e agora vivo aqui neste belo lugar. – Ele diz levantando os braços e girando ao redor do próprio corpo rindo mais uma vez. – E você criança, quem é e como chegou aqui?

– Não me chame de criança! – Respondo agitado. – Sou o John e esta é minha irmã Sarah. – Digo apontando para ela.

Alguns minutos foram suficientes para diminuir um pouco de nossa inimizade à primeira vista. Mas ele me ajudou e acima de tudo, salvou a vida da minha irmã. A noite se aproxima e o frio começa e ficar mais intenso. Caio se levanta e pede a minha ajuda para levar a minha irmã para uma área mais quente, próxima a uma fogueira que criamos há pouco tempo. Enquanto levamos ela que ainda estava desacordada, eu lhe conto tudo o que aconteceu durante o dia e como surpreendentemente eu consegui controlar o fogo, mas ainda não conseguimos entender como fomos parar aqui. Se a capital tivesse nos pego após eu ter desmaiado, agora estaríamos mortos.

– Imagino que vocês sejam mesmo da Zona do Fogo. Até pouco tempo eu diria que seria impossível alguém das periferias controlar os seus poderes, mas depois do que vivi, sei que isso é possível. – Nós estamos agora em uma caverna não muito profunda. A fogueira nos protege do frio intenso e ao mesmo tempo ilumina o lugar. As paredes de pedra estão úmidas e cobertas de musgos. Somente neste momento percebo o quanto Caio é diferente da minha irmã e de mim. Só agora penso em de que lugar este garoto deve ter sido antes de precisar fugir. De qual Zona ele seria? Há quanto tempo está fugindo? Bom, estas serão perguntas que devo guardar para a próxima manhã. Mesmo tendo dormido por tanto tempo, os pesadelos sempre me deixam muito cansado e basta em me sentar encostado em uma das paredes que o sono chega e toma conta de mim. Basta rezar para que outro pesadelo terrível não aconteça.


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Notas finais do capítulo

Bom, o Caio ainda não foi muito bem apresentado mas em breve teremos um novo capítulo extra dedicado a ele. E ainda irão acontecer muuuitas outras coisas. Não esqueçam de nenhum detalhe deste capítulo nem dos outros u.u Obrigado a todos gente o/



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