Own Universe escrita por Zeeyo


Capítulo 1
Capítulo 1 - Desde Sempre, Para Sempre




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Joguei uma almofada em Miku, que gritou, caindo deitada de costas na cama e permanecendo dessa forma.
- Eu nem acredito que vamos estar todos juntos de novo! - Vi minha amiga sorrir e seus olhos brilharam. Eu também não estava acreditando, mas não estava nem um pouco feliz com isso. - Eu sinto falta dos meus irmãozinhos de coração. Você não sente Rin?
- Pra falar a verdade? - Miku assentiu com a cabeça, ainda radiante. - Não. - minha amiga virou os olhos e eu, pela primeira vez na semana, sorri. – Eu não quero ser falsa e dizer que depois de oito anos aquelas pessoas fazem alguma diferença na minha vida, Miku. Estou indo por obrigação. Unicamente por que minha mãe ordenou.
- Escute o que está dizendo, Kagamine! Faz OITO ANOS! Não acha que já está na hora de esquecerem isso, você e sua mãe? Eu chamo isso de “perdão”, e não doi nada. – Olhei para Minha melhor amiga desde que me conheço por gente, com uma cara enorme de cú, e ela não resistiu a gargalhar.
- Se fosse com você seria diferente... – Miku fingiu que não me ouvia, rindo mais e pulando sentada encima de sua mala, tentando que fechasse.
- Vamos lá senhora mala, funcione! – ouvi um estalo ao terceiro pulo da garota de cabelos azuis, me certificando que seja lá o que fosse que sustentava minha cama, havia se partido ao meio.
- MIKU HATSUNEE! – pulei no pescoço da garota, fazendo caretas horríveis enquanto a via sufocar.
- VOCÊ VAI ME MATAR SUA MALUCA! – Afrouxei as mãos e acabamos nós duas, rindo sobre a cama quebrada como duas retardadas, cobertas por roupas das malas que haviam dado saltos mortais (ou seriam mortais se elas fossem vivas Oo) e feito tudo ir pelos ares. – Agora sim sua mãe vai te mandar ficar por lá de uma vez por todas.
- Sim, ela quer se livrar de mim. – Sorri aliviada por estar mais descontraída, olhando para o teto que brilhava como se fosse radioativo, iluminando o quarto com estrelinhas que brilham no escuro. Centenas delas. Pelas paredes, no teto, nas cortinas e no chão. Elas estavam ali havia muito tempo, e não me traziam boas lembranças. Precisamente, oito anos, minutos antes das coisas se tornarem complicadas. Fechei os olhos, tentando me lembrar dos rostos infantis que testemunharam a cena bizarra de mim encima de um banquinho encima de uma cadeira, caindo sobre a cama por tentar grudar uma nave espacial no teto (que até hoje está troncha). As imagens vieram claras, como se tivesse acontecido á menos de um mês...

Flashback on#

- Só um pouco mais alto, Rinny... – Kaito e Kiyoteru se divertiam me observando tentar alcançar o teto. O moreno só estava ali de visita. Era surpreendente que em seus dez anos, inteligente, bonito, e divertido, preferisse ficar com seus irmãos de consideração ao invés de fazer amigos por ai. O outro já morava conosco desde que nascemos. E falo no plural por que não posso falar do meu nascimento sem comentar meu irmão gêmeo Len, que me olhava preocupado, colado à cadeira que sustentava meu banquinho. Podia dizer que este aos seus seis anos de idade era bastante... Estranho. Não me tratava como o irmão de Miku, minha melhor amiga, a tratava. Daquele jeito enojado, como se meninas tivessem alguma doença contagiosa. Len era, a meu ver, uma aberração Por sempre cuidar de mim como se eu fosse para ele, como as bonecas de porcelana eram para a minha mãe. Sagrada. Intocável. Alguém que, segundo ele, retinha seu amor. Uma vez havia ouvido minha mãe conversar séria com meu pai sobre ser preocupante a possibilidade dele não me ver como uma irmã, mas aquilo era algo que eu não podia entender. Voltando ao meu teste de equilíbrio, parei um pouco, vendo minha amiguinha aconchegar-se nos braços do meu irmão mais velho, que em seus nove anos de idade, também me era estranho por ser extremamente carinhoso. Principalmente com a pequena Hatsune que, carente, aproveitava.
- Desce Rin, estou preocupado. – Len repetiu, estendendo a mão pra mim.
- Não irmão. Só mais um pouco. – Estiquei minha mão, grudando o adesivo. – Só preciso fixar agora. – A porta se abriu num baque, me assustando e fazendo cair sobre a perna de Kiyoteru, que gritou de dor. E continuou a gritar. Vi sua mãe entrar pela porta seguindo meu pai e sendo seguida por minha mãe, que chorava.
- O que você fez com meu filho, sua pequena insolente?! – A mulher deu uma tapa em meu rosto, me fazendo cair sobre Len, que me segurou. Olhei para Miku, mas seu rosto estava escondido no peito de Kaito que tinha sua testa franzida e sua boca aberta de indignação.
- Maldita! – Ouvi minha mãe gritar, puxando os cabelos da Sra. Hiyama.
- Não seja ridícula, mulher! Lily não fez nada. – Meu pai puxou o braço de minha mãe, jogando-a ao chão e eu senti que começava a chorar. – Vamos embora daqui, Hiyama. – A mulher se recompôs, puxando o filho pelo braço.
- Venha logo, Kiyoteru!
- Você não pode me obrigar, mãe! – Ele puxou o braço, mas não pode se soltar.
- Você quem pensa. – A mulher falou, enfurecida, arrastando o menino no chão para fora do quarto.
- Você também vem, não é, meu filho? – Meu pai falou, olhando pra Len, que estava cabisbaixo. O homem riu. Eu podia ouvir o choro baixinho da minha mãe. – Você que esteve comigo desde o início. Apoiando-me nessa decisão. Não vai desistir agora, vai? - Len me largou, indo até meu pai, sem olhar para frente. Sombrio. O homem gargalhou. – Muito bem. Você sim é meu filho fiel. Agora diga para esta mulher quem você escolheu como sua mãe.
- Lily Hiyama. Lily Hiyama é minha nova mãe. – Len disse e eu não acreditei. Quem era aquele garoto? Ele não podia ser meu irmão. Agora todos no quarto choravam á não ser o maldito homem que ria e seu filho, que permanecia calado e cabisbaixo.
- É bom que você apareça depois. – Meu Pai deu sua última ordem para Kaito, que se encolheu no abraço que tinha com Miku, fechando os olhos e soluçando. A porta foi jogada violentamente contra a parede, e assim que só restaram quatro pessoas naquela casa, observei três estrelinhas caírem sobre a cadeira. E desde então eu soube que elas nunca mais subiriam ao teto.
Flashback off#
Senti uma lágrima descer pelo meu rosto. Talvez tivesse sido melhor eu não me lembrar daquilo. Percebi então que de certa forma Kaito e Kiyoteru me faziam falta. E que talvez o pedido de desculpas do meu Pai, que pra mim era falso, fosse servir pra alguma coisa. Eu veria aqueles que um dia foram fundamentais pra minha alegria, e Miku também. Aliás, percebi que Miku havia dormido ao meu lado. Era mesmo uma preguiçosa. Tentei sorrir novamente, mas foi em vão. Não, eu não estava preparada pra perdoar os pecados dos Dois homens que um dia foram os mais importantes pra mim, mas que agora me pareciam perdidos em algum lugar distante das minhas boas memórias. Minha mãe abriu suavemente a porta, sorridente. Agora ela estava bem e feliz com um homem que a amava, e isso bastava para me fazer sorrir novamente.
- Estão prontas? Len veio buscar vocês! – Ok, acabou o momento melancólico. QUEM ELA HAVIA DITO QUE ESTAVA NOS ESPERANDO NA PORTA DA MINHA CASA? – corri até o parapeito da janela e minha mãe riu suavemente. Ela já havia perdoado seu filho, por não conseguir deixar de amá-lo. Len riu irônicamente pra mim, e piscou, encostado no carro do seu pai.
- Sinto dizer, mas com ele eu não vou!


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Notas finais do capítulo

OI DE NOVO GENTEN! Desculpa ter sido tãããããão dramática nesse primeiro capítulo, eu prometo que vou ser mais alegres nos próximos viu? Eu precisava dar uma base para a estória, mas juro que vou rechear os próximos capítulos de ódio entre gêmeos e--------------e Tentei quebrar o gelo agora no finalzinho, mas não sei se funcionou. Espero que tenham gostado!

Beijonjas :B