Guerrear ou Morrer escrita por Rob Sugar


Capítulo 5
Brigadeiro Rhodd




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453327/chapter/5

Passamos pela porta do Instituto de Aeronáutica Nacional. Me sinto inútil nesta cadeira de rodas. Thresh convenceu os superiores a liberar o brigadeiro Rhodd das atividades dele hoje para conversar conosco. Enquanto ele checa as coisas com a recepcionista, volto a pensar no sonho.

Foi só um sonho. Nem sei porque eu sonhei aquilo. Tenho muito mais com o que me preocupar. Afinal, eu vi os pontos brancos de novo ontem. Me pergunto se Thresh também os viu novamente. Será que meu cérebro não sabe que aquilo já passou? Pode ter sido um sonho...

–Vocês podem subir. O brigadeiro Rhodd está esperando por vocês no quinto andar. Tenham um bom dia. - ela diz e sorri para nós dois.

Thresh me leva ao elevador e descubro que por aqui tem muito mais gente do que eu pensava. O elevador é enorme. É tão grande que cabem dez de nós aqui dentro. Thresh aperta o botão de número 5 e ele se acende num azul-mar.

–Ei, Thresh... - chamo sua atenção. Estamos sós agora. Preciso saber se ele também viu os pontos novamente - Eu vi os pontos brancos de novo. - ele me olha repentinamente boquiaberto - Digo... Eu acho que vi. Quando você saiu, eu os vi no teto. Mas não sei se eram eles. Você voltou a vê-los?

–Sim. Quando o médico saiu da primeira vez, antes de você acordar, eu vi os pontos atrás da porta. - ele respira e encara a porta - Me convenci que eram só fosfenos e deixei pra lá.

O elevador se abre e Thresh me leva até a sala de conferências. A mesa cristalina é quase de uma parede a outra. Vejo o brigadeiro Rhodd do outro lado da sala. Quando ele nos vê, faz um sinal de mão para ficarmos mais perto.

Ele tem um bigode branco grande e é careca. Ele tem uma cicatriz no braço. Com certeza seu físico mostra seu merecimento como brigadeiro.

–Bom dia, crianças. Fiquei sabendo que queriam falar comigo sobre o resgate na floresta. - ele diz para nós. Parece simpático, mas não vim fazer amigos, vim para não enlouquecer.

–Sim, queremos saber se quando você foi nos resgatar, você viu alguma coisa em cima de nós. - pergunto.

–Eu não sobrevoei a floresta atrás de vocês, só pra esclarecer - que animador - eu percebi uma agitação enquanto fazia uma expedição topográfica e resolvi descobrir o que era aquilo.

–Como sabia que estávamos em perigo? - Thresh pergunta.

–Não sabia. Vi alguns corpos pretos se movendo freneticamente em um lugar e achei que alguém precisasse de ajuda. - o brigadeiro mexe as mãos para ilustrar a cena. Sua mão direita representa os tais corpos pretos donos dos pontos brancos provavelmente e sua mão esquerda está o representando - Eu lancei um rojão inofensivo lá de cima e eles se espalharam, lancei a escada e mandei meu copiloto descer para ver o que era aquilo. Fiquei surpreso em vê-lo subindo com o corpo dela, e depois o seu.

É nojento ver alguém falando de mim como "o corpo".

Thresh sussurra no meu ouvido que tem uma ideia de como descobrir mais sobre os corpos pretos e os pontos brancos.

–Bom, acho que isso é tudo o que queríamos saber. - Thresh diz ao brigadeiro.

–Só? - ele parece confuso. E deve estar mesmo. Ele foi liberado o dia todo e só fizemos duas perguntas - Tudo bem. Espero ter ajudado vocês dois. Juízo e não vão mais à floresta.

–Pode deixar! - digo enquanto Thresh me leva de volta para o elevador - Você pode me explicar o que foi isso? Que ideia você tem?

–Uma ideia um pouco arriscada. - ele diz e aperta o botão 0 - Acho que o que vimos era muito mais que simples carcajus raivosos ou até mesmo Noturnos. Algo muito pior. - a porta abre e nós vamos seguindo na rua até pararmos em um parque.

–Mas se isso for verdade, porque eles nos deixariam vivos? - pergunto a Thresh. Ele me dá um cachorro-quente e continua me explicando.

–Se eles são uma raça consciente, é claro que eles não matam suas vítimas. Eles instauram terror psicológico até que não aguentemos mais e contemos para alguém sobre a existência deles. - ele me explica e come um pedaço do seu cachorro-quente - Aquela floresta sempre foi vista como o lar dos Noturnos. Mas nunca se sabe.

–Acha que os Noturnos criaram essas coisas? - mordo meu cachorro quente - Talvez eles tenham criado esses seres e depois foram dominados.

–É isso que eu acho. Mas não temos como confirmar. - Thresh come o pão e segura a salsicha com catchup - O único jeito de fazer isso é perguntando a alguém que andava nessas florestas há muito tempo. - ele suga a salsicha pra dentro da boca e diz o último nome que eu queria ouvir.

"Dominik"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Guerrear ou Morrer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.