Earth Ruins escrita por MH Lupi


Capítulo 10
Capítulo 10 - Alvorecer


Notas iniciais do capítulo

Então, olá, pessoas que eu não sei se realmente leem essa coisa. Eu talvez tenha ficado estressado demais com tantos trabalhos escolares que tenha tido um bloqueio geral. Ou talvez meu cérebro tenha tido algum colapso onde todas as minhas ideias são jogadas no ar. Hum, não sei.
Bem, acho que esse capítulo tá meio que... Entendiante (entretanto, eu estou tentando introduzir um pouco de humor, antes de chocar todo mundo com algum fato inesperado), mas aproveitem-no:



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A lua era um sorriso de escárnio que brilhava no céu. Raios cortavam a noite, e trovões tremiam as árvores. Sob a tempestade, a névoa se levantava lentamente, tímida e pálida. Se enroscava nos hidrantes, postes e cabos de placas. Varriam o concreto, navegando as gotas de chuva. Apenas três pessoas não estavam preocupadas por estar sob a tempestade – e duas delas não estavam conscientes de seus próprios atos.

–Lupi! Eu sei que você está aí. Por favor acorde, antes que o você me morda.

O brilho esmeralda dos seus olhos se escondiam por trás dos pingos que se seguravam em seus cílios, caindo a cada piscar. Segurava o blaster com a mão esquerda, e estendia a direita. Na frente dela, uma barreira de luz azul tremeluzia, e chiava sempre que era atingido por água. Do outro lado, iluminado pela mesma luz, estavam os olhos dourados, a encarando, furiosos.

Circulava a garota, com pequenos passos de vez. A parede azul o seguia, queimando a grama abaixo dela. Faíscas estalavam sempre que tentava chegar mais perto; Um aviso na escuridão.

–Eu não quero te machucar.

Então ele parou. Outra vez, inclinou a cabeça. Não conseguia fechar a boca, com seus grandes dentes postiços sendo grossos demais para o possibilitar. Ele parecia sorrir. Sob a luz da lua, sua pele era pálida – ou seria algum outro efeito do seu legado? Lentamente, aproximou sua mão da barreira, cautelosamente. Não recuou quando encostou toda a palma da mão na luz azul, e sentiu o choque passar queimando pelo seu braço. Um pingo de sangue fugiu da chuva, e caiu na grama molhada.

Quando Isa percebeu, a barreira vacilou. Seu coração parou de bater por meio segundo, e suas espinha foi congelada. Ele tinha realmente feito isso. Alguma parte dele sabia o que fizera, sabia no que se transformara. Tudo aquilo não apenas fazia dele uma máquina assassina, transformava a sua aparência de um modo devastador. Ele parecia um deles, agora. Um Mogadoriano – e, nesse momento, um assassino.

Ele puxou o braço direito para trás e, com um rugido, o levou para frente em um soco. Isa desvio pro lado e, sem pensar, puxou o gatilho. O blaster fez um clique alto, e as luzes brancas e verdes são encontram a camiseta rasgada de Lupus, que é arremessado por trás em um impulso único. Parou deitado na grama molhada, e arranhou a terra com suas garras.

Ele ficou de pé em um kip-up, e correu na direção da garota.

O primeiro ataque com suas unhas foram paradas pelo blaster, que colidiu com seu pulso. Quando tentou contra-atacar, Isa desviou girando, e usou as costas de sua mão fechada para bater no rosto de Lupus, que cambaleou para trás, confuso e sem equilíbrio. O punho de Isa bateu em sua barriga, e subiu pro seu rosto. No terceiro ataque, ele segurou seu pulso, e, por pouco, não cravou na artéria ulnar. A mesma coisa com o outro, e logo ele a estava encarando de frente, ainda inclinando a cabeça de um lado para o outro. Isa sentiu o toque em forma de X nas suas costas, a prendendo no lugar. As próteses em suas costas eram mais fracos que os ossos comuns – eram ocos – mas sua resistência ainda era maior do que a de um humano comum. E quebrá-los não era exatamente fácil nem para uma Loriena completa.

Isa estaria desconfortável por estar tão próxima assim de qualquer pessoa, não muito mais que isso. Se algum cara a estivesse a segurando contra a parede, desse mesmo modo, ficaria com raiva. Se fosse uma garota que estivesse furiosa por algum motivo, ela até acharia engraçado. Mesmo se fosse um Mogadoriano, ela estaria com nojo. Mas agora, com essa pessoa sendo uma das únicas com que podia sempre contar, ela estava com medo. Apertava os olhos e comprimia os lábios, tentando se controlar. O seu hálito quente cheirava como sangue, e ele quase encostava a boca em seu rosto.

Os dois dardos vieram ao mesmo tempo, disparando silenciosamente pelo ar gelado, e encontrando o pescoço de Lupus.

Então ele ficou bravo.

Com movimentos rápidos, ele soltou os pulsos de Isa, e direcionou o ataque à sua perna direita. As garras passaram pela calça e dilaceraram a carne, fazendo os pingos de chuva ficarem vermelhos à sua volta. Com um grunhido alto de dor, ela caiu no chão, e o garoto foi em direção de seu novo alvo. Correu para a porta da casa, sem se importar de tirar as duas agulhas do pescoço. Quando chegou perto o suficiente para tocar o vidro, foi puxado para trás por uma força invisível, que o arrancou do chão e o arremessou até o fim do quintal. Ele pousou na árvore com o buraco no meio, batendo a cabeça primeiro, e dando uma cambalhota até parar deitado na grama. Seu braço perdeu a força.

Quando tentou levantar, apenas com o membro direito, tinha terra por todo seu rosto. A grama tinha ficado grudada em sua bochecha, e seus lábios sangravam mais do que nunca. Se estendia o suficiente para dobrar o cotovelo, e, outra vez, olhava bem para a situação. Estava em menor número, em desvantagem bélica; E mesmo seu cérebro animal podia ver isso. Quando ficou de pé, não correu para nenhuma das garotas. Virou as costas, e desapareceu pelo quintal.

Quando iniciou o processo de cura, Isa não conseguiu segurar o grito. A chuva fazia sua perna parecer três vezes mais ensanguentada, e aumentava intensamente a dor e a ardência. Elena segurou seu torso por trás, e teve que arrastá-la para dentro de casa.

–Você o acertou? - Isa perguntou, soltando a perna. Tinha sido completamente curada, mas a dor imaginário do choque estava presente.

–Acertei. Ele não vai muito longe, talvez no máximo vinte minutos, com a quantidade de sonífero no seu sistema sanguíneo. Agora vá se enxugar e se aquecer. Mesmo guerreiras estão sujeitas à resfriados, Isa.

Mas essa era a última coisa com que ela conseguia se preocupar.

~~//~~

No alvorecer, a cidade ganhou vida. As cores inundaram as ruas, em tons de rosa e laranja vivos. A tempestade tinha ficado para trás, e as nuvens no céu formavam traços brancos no céu multicolorido. Lupus acordou com o sol batendo em seu rosto, gemendo lentamente tentando se livrar da claridade. Quando conseguiu deixar os olhos abertos, viu as cores celestiais.

Incrivelmente, a primeira coisa que pensou, foi “alguém desliga o sol, por favor”, e então a razão voltou à sua mente. A primeira coisa foi a dor por todo o seu corpo, enquanto os novos membros encolhiam e desapareciam. Suas garras voltaram a ser unhas, os ossos de asas voltando a serem costelas, e as próteses de seus dentes eram cuspidas da sua boca. E seu braço direito não só estava doendo, como ele não conseguia movê-lo direito.

E então veio a confusão de verdade. Estava em cima de um prédio – e não fazia ideia de que prédio era. Seu rosto estava coberto de areia e poeira. Sua roupa estava dura, com uma crosta de lama por cima. Estava descalço, e tinha alguns rasgões em seu... Ele estava de pijama?

Lentamente, ainda tentando recobrar a consciência, andou até a beirada do prédio. Tinham pássaros o observando dos tubos de ventilação, arrulhando em sua direção.

–Vocês tão olhando o quê? Ugh.

Quando seu pé tocou no parapeito, Lupus reconheceu o canteiro de flores, formados em filas na entrada. Ele estava...

Na escola? – diz, achando mais estranho o fato de estar no teto da escola, do que reclamar com pombos, ou passar a noite em um lugar desconhecido. Ele tinha que rever suas prioridades. - Fala serio.

Não achou o celular no bolso, e não via nenhum telefone público naquela rua. Deveriam ser cinco da manhã, ou menos, porque ele não via ninguém na rua. E isso definitivamente era tão bom quanto ruim.

Se sua cabeça não estivesse tão sonolenta – ou doesse tanto – ele formaria algum plano de ação, que envolvesse pulos de prédios de dois andares, corridas matinais secretas, e desviar da atenção das pessoas. Mas ele estava extremamente cansado, confuso e com fome. E a única coisa que podia pensar era arrombar a porta da direção e usar o telefone de lá.

E foi exatamente o que fez. Achou a porta que levava às escadas e só descobriu que estavam abertas depois de se jogar contra elas, e sofrer o choque com os ombros. O portão de metal fez um estrondo ao bater na parede, e Lupus caiu no chão, lamentando. Ele não sabia ainda, mas seu braço esquerdo estava, tipo, um pouco quebrado.

–Eu não devia ter feito isso – resmunga, tentando girar o corpo. Outra ideia ruim.

Lupus não viu o primeiro degrau, mas, definitivamente, viu o segundo. E ele rolou escada abaixo, batendo as costas, os cotovelos e a cabeça até chegar à metade, se segurando com o pé no corrimão. Ele soluçou quando parou de deslizar, e resmungou todos os palavrões que conhecia, antes de tentar levantar e escorregar outra vez. Quicou mais uma vez, e parou para respirar.

–Vai ser uma longa manhã.

~~//~~

Nenhuma das duas conseguiu dormir aquela noite. Divididas entre manter distância e seguir Lupus, o sol apareceu depois de uma eternidade. Quando viram os primeiros filetes de luz, estavam no quarto dele, procurando algo que pudesse justificar a sua perda de controle. Não acharam nada.

O toque do celular de Elena causou dois sobressaltos, e uma corrida até o balcão da cozinha. Ninguém seria insano o suficiente para ligá-las às cinco da manhã, exceto que uma pessoa era. Isa chegou primeiro, e atendeu sem olhar o número.

–Lupi! Lupi, é você, certo?

A outra linha ficou muda por um segundo.

–Hum... É.

Elena tomou o celular da mão de Isa, e a segurou contra o balcão, torcendo a face em uma expressão de puro “eu sou a adulta responsável, mas eu ainda posso chutar você se quiser”.

–Onde você está?

Na escola...

–Fique aí, eu vou te buscar.

Elena... Eu fiz de novo, não é?

–Nós conversaremos quando eu chegar aí.

E desligou o celular, respirando fundo em alívio.

Elas o acharam sentado no telhado da escola, com suas pernas penduradas no ar. Brincava com um CD, que tinha nas mãos, segurando contra o sol e criando arco-iris no chão. Quando viu o carro se aproximando, pulou, como se fosse algo normal do dia a dia – que, para ele, meio que era. Mas esqueceu que, naquela hora, ele não estava exatamente normal. Aterrissou de pé, mas não exatamente ficou assim. Os seus joelhos dobraram e ele caiu pra trás, de costas no concreto. Mais areia ficou presa no seu corpo. A única parte limpa do seu cabelo se encheu de poeira. Por um segundo, ele apenas ficou deitado, soltando o ar forte pela sua boca. Esse não era um bom dia.

–Vamos, levante! - Reclamava Isa, puxando o braço direito de Lupus. Isso provocou um grito abafado, e uma troca de olhares ridículos – Que foi?

–Eu não sei, mas talvez você tenha puxado com força, o meu braço quebrado?

Por um momento, Isa conseguiu esquecer a noite passada, e rir. O puxou pelo outro braço, o escoltou até o carro, e jogou-o no banco de trás. Ele ficou deitado, com o braço dobrado em cima da barriga. Fechou os olhos para descansar e respirou fundo.

–O que aconteceu ontem? - perguntou – Eu...

–Conversaremos à tarde – Isa fala, com um sorriso no rosto. Elena rola os olhos – Depois de você tomar um banho, e talvez uma soneca. Você está parecendo um lixo.

Obrigado.

É, calado. Mas eu também poderia aproveitar um dia de sono. Você também, Elena. Você está ainda pior. Olheiras debaixo dos olhos, o cabelo arrepiado, tem até rugas em seu ros...

–Sim, Isa, entendemos – Diz Elena, tomando uma curva - Calada.

~~//~~

–O que é que...? Sky. Acorde. Agora! - Aquilo era, definitivamente, um grito. A ruiva de uniforme tinha parecia ter chamas nos olhos.

Ele só levantou a cabeça o suficiente para tirar a boca do travesseiro.

–O quê?

Como assim, 'o quê'? Se você não levantar o seu traseiro dessa cama agora eu vou te arrastar pra fora da casa e te mandar de volta para uma sessão de treinamento tão pesado...

Enquanto seu discurso voava, Sky se levantou. Ele estava completamente vestido como na noite anterior, inclusive os sapatos. Estava tonto quando tentou levantar, e, quando o fez, foi empurrado de volta.

Sente aí, e espere eu terminar de falar!

–Você acabou de mandar eu levan...

Cala boca! – Isso foi o suficiente para despertar o garoto, que balançou a cabeça e viu o caos no quarto.

Eu pensei ter fechado aquela janela, pensou, confuso. Ai, cara.

O que diabos significa isso? - A mulher perguntava, sinalizando com o braço para o quarto.

–Hum...

Não fale nada!

–Certo, calma aí, ou.

Walker respirou fundo três vezes para continuar:

–Vá se arrumar para a escola. Estamos atrasados.

–São sete da manhã, as aulas só começam em uma hora.

–Sim, você está certo, não estamos atrasados, - sua voz tinha aquela calma mortífera, que assustaria as bestas da base até o último resquício de desobediência desaparecer – Mas você estará, depois de limpar esse quarto centímetro por centímetro.

E saiu do cômodo, batendo a porta. Esse foi, de fato, um ótimo jeito de começar o dia.

Enquanto observava o quarto, Sky apenas prestou atenção em duas coisas: O jeito de como as janelas estavam sendo apoiadas abertas, com pedaços de tecido as prendendo escancaradas, não era nem de longe feito de modo natural – Ele os tinha posto ali, ele as tinha prendido abertas. Sabia disso porque as mangas de sua camisa estavam rasgadas, e aquele tecido era do mesmo tipo; E, também, as pegadas de lama vinham de fora, da direção da janela.

Quando tentou tirar a camisa, sentiu a dor aguda no tórax. Se curvou com o susto, e tocou o grande corte na barriga. Seus dedos ficaram úmidos e vermelhos. Tinham marcas de pontos ao redor, mas não eram firmes. O corte não era fundo mas sangrava um tanto quanto intensamente. Os pontos estavam costurados a um curativo, preso ao tecido da camisa.

–Mas o que...

Ele pegou a camisa de volta, e a pressionou contra o corte, criando uma ardência doída.

Sky com certeza não lembrava de como ganhara aquilo, mas não deve ter sido uma experiência interessante. Sua mão também estava arranhada, percebeu.

Lentamente, ele tirou sua roupa, esperando por qualquer outro ferimento. Não achou o que procurava. No bolso de sua calça, o volume era quase imperceptível, mas, felizmente, fez barulho o suficiente quando Sky o pisou para tirar a calça. Era uma folha simples de papel, amassada em uma bola desforme. A abriu ainda confuso, encontrando sua letra, excessivamente grande, no papel, com caneta preta.

Sua mente estava cheia de agonia e desespero. O seu único pensamento era “O que é que está acontecendo comigo?”, enquanto lia nas linhas azuis da folha. Lembrou da noite do labirinto, da noite que decidiria o resto de sua vida. Ele apagou, mas teve um sonho. Lembrava dele, agora. Sabia que tinha ouvido parte daquilo antes.

Lembre-se dos seus reais inimigos.

Lembre-se do seu poder.

Isso não é você.

Desperte”


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Notas finais do capítulo

Sim, bem, é isso. Não sei exatamente o que fazer até a noite do baile, quando eu vou voltar com o frenesi maníaco da primeira temporada, mas até lá, estou sem ideias. O que vocês querem ver (se é que estão vendo mesmo) na história? Deixem-me saber!
Vejo vocês no próximo capítulo :3

(Não, esse capítulo não foi postado às 1:20 da manhã enquanto eu estou morrendo para fazer dois trabalhos ao mesmo tempo. Do que é que vocês estão falando? Eu nunca faria isso.)



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