Dark Wood Circus escrita por Apolla Lilium


Capítulo 5
"A Rainha me trancou em uma cela fria"


Notas iniciais do capítulo

olá pessoas!
sim, estou postando as 1:44
sim, sou meio coruja XD
ps: eu tava dando uma revisada no capitulo e minha mae chegou por tras e começou a ler sem q eu visse... agora ela acha q eu sou sadica hehehe



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Um par de olhos se abriram no meio da escuridão, olhos grandes de um verde azulado vívido. A dona desses olhos se mecheu vagarosamente enquanto acordava de seu sono nem tão profundo. Levantou o tronco e ouviu os músculos e ossos dos braços, dos ombros e do pescoço estalarem.

Retirou seus longos cabelos, jamais cortados do rosto e começou a escova-los precariamente com as mãos, enquanto ouvia o tinintar das correntes que faziam barulho a cada movimento.

O nome dessa figura era Miku e ela era linda, a mais linda que já havia pisado naquele lugar. Seus longos cabelos lisos e longos verde azulado escorriam por suas costas e tomavam o lugar da pequena gaiola em que vivia, sua pele era de um branco perolado lindo, porém estava coberto de hematomas e cortes de diversas cores e tamanhos. Uns tão antigos que Miku já havia até esquecido, outros novíssimos de tons diferentes de roxo, azul, verde e amarelo.

Devem estar se perguntando: onde a Diva está? Não era no circo e seu apelido não era Diva Deformada pois não só as pernas mas também todo o seu corpo era perfeito Como eu já havia dito, ela era linda.

Nem Miku sabia exatamente onde estava, apesar de que sempre esteve alí. Ela nunca perguntou, nem nunca lhe falaram mas sempre se imaginou em um castelo, cercado de roseiras espinhentas tão grandes que entravam no recinto e a cercavam tornando impossível para ela até mesmo de se levantar.

Aí estava uma coisa que Miku não fazia: andar. Como poderia? Sua jaula era minuscula e vivia sempre presa a cinco correntes: uma em cada braço e em cada perna e uma no pescoço. A vida eram difícil.

A jaula de Miku ficava em uma espécie de porão: havia uma grande escada de pedra com uma porta de madeira no topo. O lugar era pequeno e quadrado, ocupado inteiramente por sua gaiola e uma torneira no outro canto que pingava constantemente.

Antes o barulho da torneira era irritante porém esse era o único jeito de ela saber que estava acordada, que o tempo estava passando. Nem podia contar as gotas para passar se ocupar pois até então não sabia contar. Len lhe ensinara.

Mas o que vou lhes contar aconteçeu muito antes de Miku conheçer qualquer um deles, nessa época Len ainda era Len e Rin ainda era Rin não Len E Rin.

Miku ouviu sua barriga roncar. Aliás, quando ela não roncava? O máximo que poderia fazer seria esperar a Rainha retornar. Era sempre isso que fazia.

Resolveu se encoler em um canto abraçando a barriga e olhando a torneira pingar.

Pouco ou muito tempo depois a porta no topo da escada se abriu e a Rainha entrou, toda sorridente.

–Olá princesa! Dormiu bem?

Ela desceu as escadas praticamente dançando de tão feliz enquanto sua saia de ceda balançava ao seu redor.

"Pelo menos ela tem algo para se esquentar" pensou Miku que jamais vestira outra coisa a não ser a camisola de alçinhas que uma vez já fora longa.

A mulher pegou Miku pelo pescoço, a puxou em direção a grade da gaiola e disse:

–Espero que sim, hoje temos um dia bem cheio.

Miku gemeu de medo e dor. Sempre que ela dizia isso, era sinal de que havia comprado ou ganhado um "brinquedo" diferente e com certeza mais doloroso.

–Não- ela murmurou fracamente.

–Só "não"?

–Não... Vossa majestade.

–Muito bem. Aconteçe que uma princesa jamais discorda de sua Rainha. Qual é o seu lema Miku?

–O que a Rainha quiser, a Rainha terá.

–Exatamente. E o quer a Rainha quer?

A criança engoliu em seco e fez uma cara de espanto. A Rainha Vermelha puxou Miku, tirou-a da gaiola e jogou-a no chão. A princesa tentou se levantar mas antes mesmo que pudesse esticar os finos braços Miku sentiu algo golpear suas costas o que a levou de volta ao chão. A pobre garotinha de cabelos esverdeados foi obrigada a passar horas levando socos, chutes e ainda pauladas, chicoteadas, choques elétricos e também sufocamento.

Não importava o quanto Miku gritasse implorando por clemência, não importava se seu corpo já estava em carne viva a Rainha permanecia imune, disfrutando cada gota de dor e agonia de sua princesinha.

Seus dias são assim, sempre forão e sempre serão.

Até que algo mudou.

Não se sabe ao certo se Miku acordou mais tarde naquele dia ou se a Rainha apareçeu mais cedo, o que ela sabe é que um dia a porta de madeira foi aberta abruptamente e Vossa Majestade desceu batendo os pés de raiva na escada e ela era seguida por uma figura que Miku nunca havia visto antes.

Os dois pararam perto da jaula e encararam a esverdeada.

A pessoa atrás da Rainha era um homem e ele vestia um terno e uma gravata completamente negros além de que carregava uma bengala e uma cartola debaixo do braço. Seus olhos eram de um negro absoluto e escondiam a pura maldade.

O homem se aproximou da jaula e observou Miku dos pés a cabeça. Enquanto ele a estudava a Rainha logo começou a falar:

–Eu lhe disse! Ela não serve para o seu propósito!

–Nao, pelo contrário. Ela é perfeita.

– Pode até ser... Mas ela é minha, não se esqueça disso.

–Mas eu ainda não dei meu preço.

–Não me interesso por dinheiro, não quando se trata dessa aí. Eu e essa Princesa temos contas a pagar e eu quero assegurar de que ela tenha a pior e mais sofrida vida que existe.

Miku observava a conversa com seus grandes olhos vibrantes virando de um lado pro outro, cada vez olhando para um dos indivíduos que estavam a sua frente.

–Você não ouviu a minha ideia completamente ainda... Se quer que essa pequena sofra é comigo que deve deixá-la... Posso assegurá-la de que a felicidade será a ultima coisa que ela terá em meu circo...

Circo? Miku nunca ouviu essa palavra antes... O que ela significava? A garota estava curiosa. Não entendia quanse nada da conversa, isso era certo, porém estava eufórica com a troca de palavras que via a sua frente... Coisa assim nunca havia aconteçido antes em sua vida...

–Hum... Interessante...

Comentou a Rainha pensativa. O homem deu um largo sorriso e começou a falar novamente:

–E ainda há um bônus! Você não odeia que ela seja tão bela? Poderei mudar isso com facilidade!

–Pode?

–Claro que sim! Um tempo em meu laboratório e ela sairá de lá irreconhecível...

Ele sorriu diabolicamente. A Rainha também deu um fraco sorriso como se estivesse pensando em uma piada:

–Estou gostando... Conte-me mais.

–Por que não subimos para falarmos de negócios?

A Rainha Vermelha soltou uma risada, deu uma última olhada em Miku e subiu apressada os degraus da escada levando o homem desconhecido junto com ela...

Qualquer pessoa em plena lucidez teria ficado tremendo de medo até os ossos com essa pequena conversa. Mas Miku nunca se sentiu tão feliz antes.

Ela passou a vida inteira sozinha naquele lugar e o único ser vivo que via era a Rainha. Miku chegou a pensar que as únicas pessoas que existiam eram ela e Vossa Majestade e que o "castelo" onde vivia era o único lugar existente.

De alguma forma ver outra figura havia dado esperanças a pequena garota.

Ela abriu um sorriso enorme e ficou olhando estática para a porta de madeira no topo da escada pensando quantas pessoas e lugares haveriam fora dela.

Ela tinha o pressentimento de que as coisas iriam mudar dali por diante, de que de algum modo tudo iria melhorar e sua vida não seria mais a mesma de sempre. Conheceria pessoas novas, faria coisas novas...

Miku estava parcialmente certa.

As coisas iriam mudar dali por diante.

Sim, ela sairia daquele lugar. Sim, ela conheçeria pessoas novas. Sim, ela faria coisas novas.

Mas não, sua vida não iria melhorar... Ela iria piorar.

Ela iria piorar muito...

Muito mesmo.


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Notas finais do capítulo

pronto, é isso
entao, o que acharam?



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