Avatar: A Lenda de Zara - Livro 1: Água escrita por Evangeline


Capítulo 9
Cap 8: Sequestro de Tuí




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Percebeu então como era forte o Chi dos dois espíritos, já que sentia La dentro do Oásis, e Tuí em algum lugar fora. Yue perguntava o que estava acontecendo, mas Zara não ouvia nada além de um zumbido.

Arregalou os olhos pouco antes de correr em direção ao Oásis. Entrou em disparada e confirmou a sensação que sentira. Apenas o peixe branco estava no lago.

– Tuí! – Gritou a menina para o lago, sem resposta. Yue vinha correndo atrás da menina.

– Zara, o que houve... – Ia começar a falar quando olhou para o lago. – Ah não... – Sussurrou levando a mão tapando a boca.

– Eu preciso checar, eu preciso falar com La. – Dizia Zara desesperada. Yue, com lágrimas nos olhos já balançava a cabeça positivamente.

A jovem Avatar sentou-se diante do lago e demorou um tempo para conseguir se concentrar, se acalmar.

O lago havia assumido uma cor avermelhada, e nenhum dos peixes se encontrava ali.

– La? La! – Chamava a menina entrando no lago.

– Avatar! – Exclamou o espirito da Lua. – Entrou alguém no lago, levou Tuí. Não consigo mais sentir onde está. Se afastarem-no demais de mim, o equilíbrio será quebrado.- Explicou.

– Como foi? Quem foi? Por que? – Perguntava a menina mais para si do que para o espírito.

Logo voltou ao mundo físico, mas não conseguia abrir os olhos. Havia uma faixa diante deles, e alguém segurava o corpo da menina, abraçando-a com força. Estava no chão, sentada, e a pessoa que a abraçava estava na sua frente, cobrindo todo o seu corpo e com a cabeça abaixada em seu ombro. Sabia que tinha cabelo curto, e parecia ser um garoto.

Mexeu-se um pouco, chamando a atenção de quem quer que fosse.

– Shh, fique quieta. – Ouviu a voz trêmula de Gumo sussurrar. Muito surpresa, decidiu obedecer o colega. Quando expandiu mais seus sentidos para além de “quem estava abraçando” pôde ouvir o que se passava dentro do palácio. Uma confusão de vozes brigando, som de espadas e de água. Alguém estava invadindo o palácio.

Mas como entraram?

Não tinha tempo para aquilo, enquanto se questionava, alguém estava levando a encarnação de Tuí para cada vez mais longe.

– Gumo, levaram Tuí. – Sussurrou sendo bem direta. O menino afastou-se dela e tirou-lhe a venda. Estava desesperado, coitado. Além de arranhado pelo rosto. – Preciso encontrar quem levou, e detê-lo. – Disse-lhe.

O menino afastou-se dela.

– Tudo bem, para que lado vamos? – Perguntou sério.

– “Vamos”? – Estranhou a menina. – Eu vou, você precisa ficar aqui. – Disse ela. Não queria “Arriscar a vida de Gumo por um segredo que ele ainda não sabe”, como disse Yue.

– Zara, as coisas que vi me dão direito de te acompanhar. Além de quê precisamos ir o mais rápido possível para o Templo do Ar do Norte. – Disse o menino que nunca falara tão sério.

A verdade é que Gumo já havia visto a menina meditar algumas vezes diante dos espíritos, ficou bem óbvio depois que viu as aulas extras do Mestre Yokusen.

Com muitas perguntas a fazer, Zara apenas calou sua razão e seguiu seu espírito. Aceitou a ajuda do colega.

Sabia que ninguém tentaria pegar La, já que Yue sentiria no mesmo momento, e séria fácil deter quem quer que fosse. Sentia o Chi de Tuí um pouco afastado, mas não tão longe, parecia ainda estar perto do palácio.

Precisava pensar rápido, e então lhe surgiu uma ideia. Segundo por uma porta dos fundos, escondida dos invasores que Zara ainda não tinha visto, mergulhou com Gumo numa das ruas d’água e decidiu testar uma teoria. Com dobra dágua, criou uma bolha de ar ao redor dela e do colega, em seguida mandou que o menino dobrasse água para mantê-los embaixo d’água e os movimentasse até a praça central do jardim de gelo. Todas as ruas d’água escoavam para lá. O menino demorou para conseguir se acalmar e obedecer a ordem, mas logo conseguiu, com sucesso leva-los para lá.

Não sabia quem estava invadindo, mas sabia que não era a nação do fogo. Quem quer que fosse entrou muito sorrateiramente e quebrou o sistema de segurança da cidade de dentro para fora. E quando a Nação do Fogo atacava, o Fogo vinha junto, e nada ali estava em chamas.

Quando emergiram na praça central, o medo tomou conta da dupla. Era uma invasão apenas do palácio. O que significa que há um traidor dentro do palácio. Pensou a jovem Avatar.

O desespero tomou conta do corpo da menina, mas ela se controlava ao máximo para não ceder ao Estado Avatar. Os invasores eram poucos, e vestiam-se de preto, lutavam como samurais em silencio como uma cobra. Os dobradores de água estavam dando conta deles.

Confusa, Zara olhou melhor ao seu redor. Não fazia sentido. Uma invasão simples, fraca, de um pequeno exercito sem nome e o sequestro de Tuí. Nada mais fazia sentido.

– Gumo, como faço para descobrir de qual reino eles são? – Perguntou tão séria que assustou o menino.

– Precisamos pegar um deles e perguntar. – Falou nervoso. Parecia muito amigável na teoria, mas a prática seria diferente. A menina saiu de dentro do lago com um movimento rápido e ágil moveu uma grande quantidade de água sorrateiramente pelo chão, para então congelar e prender os pés dos invasores que estavam na região do jardim.

Os dobradores e guerreiros que enfrentavam aqueles invasores olharam surpresos para a menina e para os invasores desesperados com os pés congelados. Gumo seguia a menina como um cachorrinho, sempre prestado atenção e tentando manter a calma.

Zara ainda sentia Tuí. Correu para o outro lado do jardim, seguida por Gumo, onde encontrou Yokusen lutando contra mais três invasores. Ele não estava tendo dificuldade, apenas certas complicações. Escondendo-se pelas pilastras, Zara e Gumo seguiram na direção onde o espírito de Tuí estava mais forte.

Chegou a um ponto onde sentia Tuí praticamente em cima de si, mas não conseguia vê-lo. Suspirou ainda em silencio e muito nervosa. Gumo não entendia o motivo de tanto silencio, estavam numa região onde não havia mais invasores, não havia ninguém.

Quem quer que fosse, fora burro o suficiente para atacar a tribo da água pouco antes do anoitecer. Quando a Lua ergueu-se no céu, os dobradores pareceram adquirir nova energia. Zara percebeu até mesmo em Gumo.

Num momento de reflexão, Zara olhou para o céu e sem pensar duas vezes prendou aquela coisa voadora em gelo formado através da mudança de estado das nuvens que o cercavam. Quando trouxe para o chão, viu que se tratava de uma ave negra, onde estava montada uma figura encapuzada, vestida de preto.

Burro o suficiente para vestir-se de preto com uma ave negra nas nuvens. Pensava a jovem Avatar.

Descongelou apenas a cabeça e o tórax da figura encapuzada, pegando uma espécie de bolsa que carregava no ombro, para sentir Tuí ali dentro. Suspirou aliviada, sequer deu atenção ao seu novo refém congelado, que se debatia preso com os membros no gelo.

Gumo via o cavaleiro da ave negra se debater e olhava para Zara. A menina o encarou.

Não sabia se podia confiar plenamente nele, ao ponto de entregar-lhe o espirito do mar em mãos para que o levasse para o Oásis Espiritual. Mas também não sabia se podia deixa-lo sozinho com o refém.

Decidiu que a segunda alternativa causaria menos estrago.


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