Avatar: A Lenda de Zara - Livro 1: Água escrita por Evangeline


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Atualizado em 08/01/2019



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A Tribo da Água do Norte.

Um paraíso de gelo, a capital da dobra d'água, a maior sociedade da Tribo da Água, talvez a única que pudesse ser chamada de sociedade, em contraste com sua pequena irmã no Polo Sul. Um paraíso, realmente, para alguns. A Tribo, sobrevivente da Grande Guerra, guardava uma história repleta de vitórias os olhos dos outros povos e nações, sua fama era global.
Mas para seus vilões e cidadãos, a Tribo não era uma mãe caridosa e amável, e sim uma professora, uma guia, um lar, e para alguns, um carrasco.

Após a morte do Avatar Aang, a ciência de que o próximo avatar nasceria entre os dobradores d'água movimentou o mundo em direções distintas. A família do finado Avatar sumiu sem deixar rastros; a Nação do Fogo, há muito tempo controlada por Aang, quieta e cautelosa, preocupada com seus próprios problemas internos; o povo da Terra e da Água ainda temiam e guardavam rancor de toda e qualquer dobra de fogo, apesar dos esforços do antigo Avatar para unir mais uma vez o globo; A Tribo da Água do Norte preocupada em enviar dobradores experientes ao Sul e ao Pântano Nevoeiro em busca de sinais do Novo e desconhecido Avatar.

O Chefe Anook, após perder sua única filha, Yue, Anook e sua amada esposa decidiram ter mais um filho, que pudesse sucedê-lo na linha de comando da Tribo. E assim nasceram Yuhã e Yara, gêmeos fraternos, cresceram saudáveis, banhados em carinho e amor. Mais velha por apenas um minuto e meio, Yara ainda tinha o direito à sucessão, e assim assumiu a Chefia da Tribo coma morte de seu pai, dois anos após a de seu pai. Yuhã seria enviado à Tribo da Água do Sul após aprender o quê podia, para assim ajudar sua Tribo irmã a se recuperar um pouco mais da Grande Guerra.

Yara fora responsável por muitas mudanças culturais na vila, o quê muitos não concordavam, e vários das novas gerações achavam inovador e corajoso. Uma de suas mudanças fora o acolhimento de jovens órfãs no palácio, para que pudessem ter educação e oportunidade, ao invés de apenas viverem o resto da vida nos orfanatos próximos aos muros.

 

Uma dessas órfãs foi Kayun. Uma bela moça de pele alva, boca rosada, cabelos negros como a noite de brilho encantador como as estrelas. Seus olhos refletiam o mais profundo mar, num azul escuro quase preto, compondo um olhar hipnotizante. Reconhecida como a mais bela das jovens de sua comunidade próxima ao muro, todos sabiam que conseguiria um bom casamento. Mas Kayun escolheu, aos dezessete anos, subir ao palácio para servir como aia, onde fora cortejada por muitos dobradores, desde soldados à tenentes.

Mas não pensava em casamento, e assim alguns poucos anos se passaram conforme aprendia os deveres e serviços dentro do palácio, vendo Yara e Yuhã crescendo de perto, cultivando uma amizade com o pequeno menino. Conforme o tempo passava e a mulher assistia as crianças aprenderem e se desenvolverem, Kayun descobriu em si um desejo de criar uma família. Não demorou mais que alguns meses para que se envolvesse com Hian, um dos seguranças que a seguia por todos os lados e já a amava perdidamente por sua graça e bondade.

Logo casaram, um belo, simples e estável casal. Hian era um homem gentil e cortês, com olhos azuis esverdeados, como a espuma das ondas numa praia de areia amarela. Tinha o porte alto e forte, cabelos castanhos claros e barba na linha do maxilar. A pele bronzeada e marcada por cicatrizes do ofício. Feroz e corajoso tanto quanto era leal e confiante. Se viu perdidamente apaixonado, mais uma vez, quando sua amada esposa lhe contou as maravilhosas notícias.

Estava grávida. Sua família finalmente cresceria um pouco mais. E pretendiam ter mais e mais filhos, a felicidade era imensa. Kayun sonhava que, como a antiga e falecida rainha, pudesse ter gêmeos. Mas aos seis meses de gravidez seu querido marido começava a adoecer.

Fora liberado dos serviços do palácio, ficava pálido aos poucos, e não demorou para que o Tenente de sua divisão o recolhesse para a divisão médica onde ficaria internado até a melhora. Sozinha nos últimos meses de gravidez, sem esperanças da melhora de seu amor, Kayun entrou numa depressão profunda.

Quando o bebê nasceu, uma linda menina para quem Kayun brevemente olhou, sabia que não teria condições de prover uma vida feliz para sua criança. Não com toda a solidão e tristeza que tinha em seu coração. A mulher deixou a menininha na porta do mesmo orfanato onde cresceu, juntamente com uma carta, para então sumir para sempre.

Ninguém sabe o que ouve com Kayun ou com Hian. Mas o bebê fora encontrado por um casal amoroso e gentil que a adotaram com muito gosto. Tera era uma mulher forte e preocupada, e Gaibo um homem doce e divertido. Moravam num bairro próximo e visitavam vários orfanatos na esperança de encontrar um bebê. E assim encontraram-na.

Na carta deixada por Kayun, pedia encarecidamente.

 

Por favor, cuidem da minha bebê. Tem dos cabelos e a pele da mãe, e os olhos e todo o amor do pai.

 

Zara crescia saudável a cada dia que passava. Tomara para si as melhores características de seus pais, os adotivos e os biológicos. Era destemida e educada, curiosa e cuidadosa, forte e justa. Aos seis anos, Tera e Gaibo descobriram que sua pequenina era dobradora d'água, logo a inscreveram no programa para meninas dobradoras. Seria uma curandeira.

Aos doze anos, já era uma das melhores curandeiras da Tribo, sempre ajudava como voluntária no hospital principal de seu bairro, muito querida por todos. Ela sentia muita paz em poder ajudar as pessoas, mesmo que não dobrasse, só de conversar com pessoas solitárias, dar-lhes uma faísca de alegria. Não tinha muitos amigos, apenas os velhinhos e as lebres ou corujas com quem brincava.

Curava pessoas e animais, conversava com todos, doce como sua mãe biológica e seu pai adotivo. Forte como Tera, leal e justa como Hian. Sabia que nunca teria uma vida calma por ser uma curandeira, e que um dia veria ferimentos feios e veria pessoas morrerem.

Achava que aqueles seriam as maiores lutas pelas quais passaria.

Mas algo muito maior a esperava.


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Notas finais do capítulo

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