Procura-se um Sangue Azul escrita por Mia Peckerham


Capítulo 10
Uma brecha no meu plano?!


Notas iniciais do capítulo

--> Ophélia seria como a presença de Deus, uma divindade no qual o povo acreditava naquele reino.

—> Essa história é original, portanto todos os personagens foram criados por mim. Você não tem permissão para usá-los em suas histórias.

***
Boa leitura!! ;D
—-> DEIXEM REVIEWS, PFVR!! ;-; Preciso saber o que vocês acham dessa história.



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Erica chegou à ruela escura e lodosa onde ficava sua casa às oito e meia da manhã. O tempo mudara e agora estava mais frio, e nevava, como de costume. Nunca pode haver um maldito dia de sol escaldante..., pensou com amargura. Detestava aquele lugar. Tudo o que queria eram as Ilhas de Verão das quais tanto ouvia falar. Areia branca e fofa, e não neve acumulada. Palmeiras, coqueiros, paisagens tropicais, e não neve por toda parte. Sol e um céu límpido, e não nuvens de neve. Um mar que fosse azul, tão azul quanto seus próprios olhos, e não rios negros, leitosos, e congelados. Ela esperava que seu esforço para ser mais dama e menos cavaleiro resultasse em todo o dinheiro que o príncipe prometera, porque logo que o recebesse sairia dali.

Em sua mente já tinha tudo esquematizado. Vou levar Baruc junto, e meu irmão Kirk, é claro. Vou levar até Sören comigo. Todos eles, numa grande caravana, a caminho das Ilhas de Verão...

– Graças à amada Ophélia! – Uma voz grave berrou às costas de Erica, despertando-a de seus sonhos quentes. – Garota, onde diabos você esteve?!

Baruc parecia indignado e temeroso. Erica virou-se para ele e lançou um olhar que dizia “Aqui, não. Vamos para dentro.”.

Baruc a levou para a Toca, que era sua casa e o lugar onde trabalhava e forjava armamentos. Kirk estava ali com Sören preguiçosamente estirado como um gato morto em seu colo. Quando a viu o garoto deu um pulo e correu para abraçá-la, atirando no chão o felino, que silvou e foi se aninhar junto ao fogo da lareira.

– Te procurei por toda parte! – O garotinho irritou-se. – Aonde é que você estava?

Erica foi até a janela para se certificar de que ninguém os ouviria.

– Eu fui a um lugar onde nunca estive antes. Kirk, você deveria ter visto: não há neve.

– Não há neve? – O garoto perguntou, curioso. Até Baruc parecia interessado.

– Nem um floco – Erica sorriu.

– E é quente? Como as Ilhas de Verão? – Os olhos azuis do garoto brilhavam.

– Bem, não – ela admitiu -, mas ao menos não é tão úmido...

– E como foi que você encontrou esse lugar? – A desconfiança de Baruc era grande.

– Andando. Andando por aí...

– Sozinha? Pela neve? – Baruc caçoou. – Acredito... Não vai me dizer com quem estava?

Erica mordeu o lábio inferior:

– Eu... Estava com Zeke.

O ferreiro se sentou e se pôs a amolar uma adaga. Erica sabia que quando ele se atarefava no meio de uma conversa era porque estava muito preocupado ou muito nervoso.

– Não deveria se envolver tanto, Erica...

– Não estou me envolvendo! – A garota replicou, rindo. – É só que... Digamos que fiz um trato.

– Quem é Zeke? – O inocente Kirk perguntou.

Erica se sentou na frente do irmão e pegou suas mãozinhas nas dela:

– Jura que não vai contar?

– Juro! – Ele respondeu, sorrindo e animado.

– Jura mesmo? Jura pela sua vida?

– Juro! Juro, juro e juro!

– Por Ophélia?

– Sim, Erie! Eu juro!

Erica riu. Adorava o apelido que Kirk a dera. Erie soava como nome de nobre.

– Ezekiel Bellafonte – Erie sussurrou ao ouvido do irmão. – É o príncipe.

Os olhos de Kirk quase saltaram das órbitas:

– De verdade?

– De verdade.

– De verdade, uh...? – Baruc resmungou.

– Temos um acordo – Erica explicou. – Ezekiel vai me ensinar como me portar como uma dama, e vou fingir que quero em casar com ele, e vou para o castelo. Serei barrada pela rainha, e então ele não terá que se casar. E, depois disso, serei paga por ter ajudado.

Kirk sorriu. Baruc fingiu que não ouvia.

– E nós – Erica fez um sinal abrangente que relacionava ela e os outros dois – vamos juntos para as Ilhas do Verão.

Kirk sorriu. Baruc parou de amolar a adaga e levantou a cabeça.

– Vai dar tudo certo – a garota assegurou.

– Como é que você sabe? – Baruc ainda desconfiava.

Não tem como dar errado!

***

– Não tem como dar errado! - Ezekiel contava ao seu colega. Não ouve resposta, mas o príncipe a imaginou: “E se a rainha e o rei consentirem esse tal casamento?” - É claro que a mãe não aceitará que eu me case com a plebeia... O plano é impecável. Não é possível que haja sequer uma brecha!

– Falando com um cavalo, irmão? – Martin, irmão mais novo de Zeke, apareceu atrás dos estábulos. Zeke temeu por uns momentos que tivesse sido ouvido. Isso sim seria uma brecha no plano..., pensou, mas Martin parecia bastante relaxado e com certeza não havia ouvido coisa alguma.

– Odil gosta de conversar – respondeu Zeke, rindo. – Está aqui há muito tempo? Não o vi...

– Não, acabo de chegar. Queria te encontrar mesmo. O pai nos procura. Precisamos decidir o que fazer com a mulher.

– Que mulher? – Ezekiel já tinha se esquecido.

– A lutadora, lembra-se? – Martin arqueou as sobrancelhas. – A mãe estava conversando com nosso pai no gabinete. Se não me falha a memória, a moça será executada na Praça da Pena.

Ezekiel sentiu que lhe faltava um chão onde pisar, e o ar havia deixado seus pulmões. Imaginou Erica com uma corda no pescoço, pendurada na mesma praça onde eram executados criminosos de grande escala. Depois, imaginou-se ao lado de uma princesa qualquer, casando-se com ela, contra sua vontade. Isso é uma brecha. Uma brecha no meu plano. Uma maldita brecha!, revoltou-se. Precisava impedir que Erica morresse.

– Diga ao pai que estou a caminho – respondeu ao irmão. – E diga que tenho uma proposta a lhe fazer.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Que tal deixarem um Review? :D



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