POV Logan

A festa no salão estava um pouco chata, prometi ao meu pai que dançaria com todas as selecionadas. Eu havia gostado da ornamentação, a música estava agradável, a comida, deliciosa... pude perceber que muitos convidados estavam entediados.

E eu também.

O que eu queria era poder dançar com ela.

Mas tinha que cumprir a promessa que fiz a papai e uma dança com Aline levaria a uma conversa que levaria horas para terminar. Falaria com ela por último. Muito tempo depois, eu já havia dançado com todas as selecionadas e cumprimentado todos os convidados. Vasculhei o salão e encontrei Line conversando com rainha Nicoletta. Mamãe chamava a rainha de doida, incapaz de por ordem em um país, o que era errado de se dizer já que a Itália era um dos reinos mais prósperos e ricos. Não sabia sobre o que falavam, quando cheguei perto, pigarreei para chamar a atenção dela e chamei-a para dançar.

Ao som de uma valsa, rodamos pelo salão e ao fim da música ela disse que haveria uma surpresa. Quando a música de balada soou, pensei “vai dar m....”. Mal sabia eu que o rei da Índia pagaria mico e o rei da Rússia obrigasse os músicos a continuar, quando ele teve que partir, minha mãe estragou a festa.

Não me entendam mal, eu gosto da minha mãe. Ela é legal, engraçada, simpática... mas só quando estamos a sós. Na frente dos outros ela vira a rainha Kriss, uma dama. E como tal, se porta como uma, não admitindo coisas que estivessem fora do padrão da realeza. Resumindo, quando não era minha mãe, era uma chata real.

Depois que as músicas boas foram interrompidas, muita gente foi para seus aposentos, a maioria dos convidados ficaria até o dia seguinte. As selecionadas foram dormir, junto com a maioria dos príncipes. Alguns reis iriam ficar até altas horas conversando com papai. Antes de ir para meu quarto, fui à ala hospitalar, onde Théo, um dos príncipes da França, estava com a família depois de ter passado mal.

– Olá Logan!- cumprimentou rainha Daphne- Théo vai ficar aqui por mais uma hora, o médico disse que esse seria o tempo para o remédio começar a fazer efeito.

– Se precisarem de mais alguma coisa, pode me chamar! Eu realmente não fazia ideia que tinha camarão no creme, sinto muito mesmo!

– Oh, não se preocupe. Ele logo estará bem! Obrigada por vir aqui. Sua festa estava bem agradável, querido! Nos divertimos muito, não mais que o rei indiano Salazar, mas gostamos. Parabéns por mais um ano!

Rimos, me despedi dos franceses que estavam no aposento e fui em direção a escadaria. Quando passei pelo segundo andar, Aline me pegou de surpresa, tivemos um mal entendido.

Nota mental: deixar as pessoas terminarem de falar.

Logo depois, ela me puxou até um abrigo para funcionários. Ele estava com uma decoração simples de festa, o lugar estava preenchido com as vozes dos Beatles, aquela espertinha preparou uma festa para mim! Você poderia até achar ”nossa, grandes coisas, cara, tu é o príncipe! Deve ter tido e ido à festas melhores!”. Como você está errado! Pode até ser grande coisa ser da realeza, mas você nunca tem as vontades atendidas, e ela teve todo o trabalho de se preocupar comigo! Não pude evitar de deixar escapar uma lágrima. Foi um gesto muito bonito.

Começaram a chegar algumas pessoas, a maioria era gente do palácio que eu conversava em meus tempos livres, não somos “amigos próximos”, mas os considero colegas. Vi Allyssa chegar com seu marido, os príncipes de outros reinos, guardas que eram filhos dos empregados, pessoas que eu conhecia desde criança e brincavam comigo quando papai deixava. Um cara deu uma de DJ e começou a aceitar pedidos de músicas, uma das selecionadas, Téah estava bebendo muito refrigerante e estava elétrica. Elétrica demais. Seus olhos estavam um pouco esbugalhados. Ela me assustou um pouco. Passei a festa conversando com todos e em outros momentos, dancei com a Line.

Quando só restamos nós dois, o Sol já ia surgir, como cavalheiro que sou, acompanhei a garota até seu quarto. Ela me surpreendeu mais uma vez me dando um presente. Era um livro que reunia vários clássicos da literatura! Olhei para ela, mesmo cansada, seus olhos brilharam ao ver a felicidade que eu sentia.

Eu adorava seus olhos. Fiquei tão hipnotizado que nem percebi que estava me aproximando dela, quando dei por mim, estava com meus lábios colados no dela.

Aline havia fechado os olhos e estava retribuindo meu beijo, estávamos em perfeita sincronia, o beijo era doce e calmo, não queria que parasse, mas ela se separou de mim e sussurrou:

– Não podemos, somos... somos... amigos! Logan, me desculpe, eu... eu preciso ir!

Dizendo isso, entrou no quarto, fechando a porta em seguida.

Ela podia não saber, mas suas palavras me feriram, e quebraram meu coração. Isso parece ser clichê, mas é o que eu sinto. Fiquei mais um tempo plantado ali, até as lágrimas começarem a sair e , para que ninguém visse, corri para o quarto. Tranquei a porta, em sinal de que não queria ser pertubado.