Entre Segredos e Bonecas escrita por Lize Parili


Capítulo 81
Um fio de esperança.


Notas iniciais do capítulo

Por hoje, um capítulo curtinho...
Eu, literalmente, dormi sobre o teclado..rs Acordei ao som de "Romaria" na TV.
Amanhã tem mais, ainda estou "dormindo"...rs



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#15/03#

Chegando em casa Nathaniel foi direto para o quarto tomar banho, depois foi a cozinha comer alguma coisa.

— Oi, Clarinha. — cumprimentou sua amada cozinheira, meio cabisbaixo, indo até o armário para pegar um copo e um prato.

Clara não gostava de ver seu patrãozinho mais querido chateado, então tratou de mimá-lo um pouco, pedindo que ele sentasse enquanto ela lhe prepararia um lanchinho. Nath não recusava os mimos daquela senhora que cozinhava para sua família desde que ele tinha 8 anos. Rapidinho ela picou e dourou uma cebola e um dente de alho, e preparou um delicioso patê com cream cheese, que ele, sem cerimônia, comeu com três fatias generosas do pão de iogurte caseiro quentinho daquela cozinheira - ele mal tocou na comida no colégio -. Ela ficou feliz, pois pela manhã ele saiu de casa sem comer nada. Nem mesmo a maçã que ela lhe deu quando estava saindo ele comeu, encontrando-a na lixeira do lado de fora, com apenas uma mordida, assim que ele e Ambre saíram pelo portão.

Depois de comer, mais animado, ele deu um beijo no rosto de Clara e saiu da cozinha, fazendo-a sorrir, pois nada a alegrava mais que vê-lo sorrindo, principalmente depois de se desentender com o pai.

— Que bom. Nosso garoto está de bom humor! Seu pão de iogurte faz milagre mesmo, em Clara. — brincou a arrumadeira ao ver Nath beijar a mais velha das duas.

— Não precisa ficar com ciúme, Gina. Eu também te amo! — disse, voltando a cozinha, beijando-lhe a face, deixando-a corada e com um sorriso nos lábios, indo para seu quarto;, mas antes de entrar foi abordado por Ambre e seu desespero por vencer o concurso.

— Está bem, Ambre. Vamos testar a receita novamente, mas tem que ser agora!

Ela estranhou a boa vontade do irmão e até mesmo seu bom humor, visto que ele passou o dia deprimido como passarinho silvestre em gaiola.

— Até parece que eu vou te contar alguma coisa, Ambre. Vamos cozinhar logo, porque eu tenho deveres de casa pra fazer. — falou enquanto caminhava para a cozinha, cortando as indagações da irmã, que não podia vê-lo bem que já queria saber o motivo, perturbando-o para contar, mas ele nada lhe dizia.

Como estavam sozinhos com as empregadas, elas foram suas cobaias. Não faltaram elogios, principalmente de Clara que se orgulhou do seu jovem aprendiz.

Perto das 18h00 Nicole chegou em casa, visivelmente cansada, alegando dor de cabeça, indo direto para o quarto se deitar. A conversa com a mãe não a tranquilizara.

— Nathaniel, hoje pela manhã sua mãe me pediu para levar a sua gatinha para o novo lar, mas não pude, pois não sei para quem você a deu. Preciso do endereço. — pediu-lhe enquanto levantava da mesa. — Se eu não levar a gatinha ainda hoje é capaz dela brigar comigo.

— Vou fazer melhor, Gininha. Vou com você! — disse-lhe, entusiasmado, saindo da cozinha correndo para falar com a mãe. — Espera só um instante.

Ambre estranhou aquele entusiasmo todo e ficou com a pulga atrás da orelha.

— Para quem o Nath deu aquela pulguenta, Gina? — quis saber, mas por sorte, a arrumadeira não sabia.

Enquanto isso, Nath pedia permissão a mãe para sair.

— Não sei se é boa ideia, Nathaniel. Seu pai chega daqui a pouco, então espere um pouquinho e peça a ele. — Nicole não queria que o esposo se aborrecesse com ela por permitir que o filho saísse estando de castigo, e nem com ele.

— Eu prometo que não demoro, mãe. E a Gina vai estar comigo. Ela não vai me deixar demorar. — argumentou — Por favor! — e sua mãe vendo o brilho nos olhos dele não conseguiu recusar.

— Tudo bem, querido. Mas nem pense em demorar. Vá, deixe a gata, e volte! Seu pai pode até entender que você precisou sair com a Gina, mas se você ficar enrolando pra voltar... — inspirou preocupada. — Não quero nem imaginar!

— Não se preocupe, mãe. Vou num pé e volto no outro! — prometeu, dando-lhe um beijo no rosto, saindo correndo do quarto. Ela sorriu e se deitou novamente, torcendo para que ele chegasse em casa antes do esposo, para evitar ter que convencê-lo de que aquela saidinha rápida do filho era mesmo necessária, pois ela sabia que não era.

— Nath. Pode me ajudar com o dever de geografia? — pediu Ambre, cheia de dengo, assim que ele passou por ela no corredor, para não correr o risco dele se negar, mas ele estava com pressa.

— Agora não vai dar, Ambre. Tenho que sair. Quando eu voltar te ajudo, prometo.

— Como assim, vai sair? A mamãe deixou? E se o papai chegar antes de você voltar? — questionou. — Aonde você vai? — louca para saber para quem ele havia dado a gata.

— Vou levar a Haòqi para a Sol. E a mamãe disse que está tudo bem, então não se preocupe com o papai. — contou, dando-se conta que havia falado demais assim que viu a cara dela fechar. Por um instante ele esqueceu que a irmã não gostada da Emília. Mas ele não ia ficar ali para ver seus pitis, então acelerou o passo e foi para a copa encontrar Gina.

Ambre não demorou a correr para o quarto da mãe.

— Meu Deus, Ambre! Quer me matar do coração! — Nicole mal fechou os olhos para cochilar e a filha invadiu seu quarto aos berros.

— Mami, como a senhora deixou o Nath ir à casa da Emília? — questionou parada diante da cama, com a mão na cintura. Ela estava revoltada.

— Não se preocupe, filha. Ele foi levar a gata e não vai demorar. E não se preocupe, eu vou conversar com seu pai e explicar que ele precisava acompanhar a Gina.

— Disso eu sei, mas por acaso a senhora sabe pra quem ele deu aquela pulguenta?

— E o que isso importa, filha? Desde que ele se livre daquela gata, está ótimo. — não se importou, virando de lado, querendo descansar. — Agora deixe a mamãe descansar um pouco, querida. Estou com dor de cabeça.

— Então a senhora não liga dele estar indo na casa daquela salope?

Nicole sentiu a veia da têmpora pulsar mais forte, sentando na cama, perguntando a filha, ainda de costas para ela, onde, exatamente, Nathaniel estava indo.

— Onde mais pode ser, mami!? Na casa da garota daquela da foto que eu te mostrei. — revelou, inconformada da mãe não ter desconfiado do brilhinho a mais nos olhos do Nathaniel; mas antes dela pensar em reclamar, Nicole levantou e foi atrás do filho.

— NATHANIEL! — gritou pela casa, indo para a copa — NATHANIEL! — mas ele já estava no quintal. Ambre o viu da janela e o chamou, aos berros, avisando que a mãe o estava chamando. Sem desconfiar de nada ele foi ver o que ela queria, encontrando-a na copa.

— Desculpa, filho. Mas pensei bem e é melhor você não sair de casa. Seu pai está muito chateado com você e eu acho que ele não vai entender que você precisava acompanhar a Gina. Até porque, ela pode ir sozinha.

— Mas eu não vou demorar mãe. Eu só vou entregar a gatinha e voltar. — tentou convencê-la, sem êxito. — Por favor! — insistiu, aborrecendo-a com a insistência.

— EU JÁ DISSE NÃO! — bradou, fazendo-o se calar. — E vá para o seu quarto! — ordenou. — É lá que você tem que estar quando seu pai chegar!

Nath pegou um pedaço de papel, anotou o endereço de Emília e entregou para a mãe, pedindo que entregasse para Gina, depois foi para seu quarto sem questionar. Seu sorriso desapareceu novamente.

— Então, vai me ajudar agora? — perguntou Ambre parando diante da porta do quarto dele, que apenas olhou para ela com um olhar pouco amigável, pegou seu caderno, entrou no quarto e fechou a porta, deixando-a do lado de fora. — Melhor pra mim! —satisfez-se, indo para seu quarto, louca para passar seu tempo nas redes sociais.

Embora ele não pudesse ver a Emília, foi a forma que a mãe o tratou que o chateou. E nada tirava da cabeça dele que tinha um dedinho da Ambre naquela mudança repentina de decisão.

Poucas horas depois, durante o jantar, tanto Jhonatan quanto Nicole pareciam estar mais tranquilos. Nada como um bom "banho na hidro". E como sempre, enquanto comiam, Jhonatan contou-lhe um pouco sobre seu dia, omitindo os momentos estressantes para não estragar seu bom humor temperado com sais de banho, e depois, como ele achava que já sabia tudo sobre o dia da esposa, perguntou aos filhos sobre seus dias.

— Eu entreguei nossa atividade escrita para a professora e ela elogiou a foto do nosso prato. Ela disse que parecia foto de catálogo gourmet. — contou Ambre, empolgada.

— Você e seu irmão fizeram um trabalho muito bonito na decoração daquele prato. Quando você me mostrou a foto hoje pela manhã até senti vontade de provar a comida. — Ambre sorriu de canto a canto da face com o elogio da mãe.

— A foto realmente estava muito bonita, mas o que importa mesmo é o sabor da comida. — comentou Jhonatan enquanto enchia sua taça de água. — Como vocês se saíram no preparo hoje? Acertaram no tempero?

— Fomos muito bem, papa. Nós fizemos mais um teste com a nossa receita depois que chegamos da escola e a Clara e a Gina disseram que estava ótima; receita de campeões. — contou, vendo-se vitoriosa.

— Eu tenho certeza que vocês vão se sair bem, filha. E se não vencerem, não tem problema. O mais importante é que você e seu irmão estão trabalhando juntos, como dois irmãos sempre devem fazer. — disse Nicole, com um brilho a mais no rosto. — Só isso já me deixa muito feliz. — sorrindo para o esposo, que sorriu para ela.

— Sua mãe está certa. O que importa mesmo é que os dois estão trabalhando juntos, como tem que ser. — concordou com a esposa, — Mas como eu sei que você quer muito ir naquele restaurante e que é muito difícil conseguir uma reserva, torço para que vençam. — mas torcendo pela vitória deles, voltando-se em seguida para o filho, querendo saber, especialmente, do dia dele.

 — M-Meu dia foi atarefado. Pela manhã frequentei as aulas, mas à tarde fiquei no grêmio. Tinha muita coisa para fazer e os professores me dispensaram. — contou, olhando para seu prato. Embora o pai parecesse mais calmo, ele ainda se sentia desconfortável, sem coragem para encarar os olhos dele, pois sabia que ia demorar para este confiar nele novamente.

— Que bom que se manteve ocupado com o trabalho. Uma mente ocupada com coisas produtivas e úteis não tem tempo para pensar em fazer besteira.

Embora o pai não tenha alterado seu tom de voz ao falar, Nathaniel sentiu a chamada de atenção e ficou envergonhado. Nicole tratou de mudar o rumo daquela conversa e começou a falar dos preparativos para a festa de Páscoa do clube. Ela não queria que o clima na mesa ficasse tenso.

Alguns minutos depois Nathaniel pediu licença aos pais, levantou e saiu da mesa sem terminar sua refeição, dando a desculpa que tinha muitas atividades da escola para terminar. Jhonatan sabia que ele estava fugindo da sua presença, pelo que ele dissera, envergonhado. Mas não falou nada. Sentir-se envergonhado era um bom sinal, pois mostrava que ele estava arrependido e refletindo sobre seu erro.

Antes de dormir Nicole pediu a Clara que levasse um lanchinho para ele, mas Gina foi no lugar da amiga; ela queria falar com o patrãozinho. Saber que Emília recebeu a gatinha com um sorriso enorme e que perguntou o porquê dele não ter ido entregá-la pessoalmente o deixou feliz.

— Eu disse a ela que você queria muito ter ido comigo, mas não pôde porque estava fazendo suas atividades da escola. — contou deixando-o curioso com a reação da amiga, dando um beijo apertado na bochecha de Gina quando ouviu dela que Sol corou e sorriu, e depois disse a gatinha, chamando-a de "meu bebê", que ela ia ter que se acostumar em ter um papai tão estudioso.

O loiro dormiu feliz. Gina lhe trouxe a ponta de um fio de esperança, cuja outra ponta foi dada a Sol, através das palavras de Gina. A jovenzinha dormiu com a gatinha na cama. Haòqi se aninhou no pescoço de Emília.

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Notas finais do capítulo

MAIS UM CAPÍTULO REVISADO.

Sera que este fio é forte o bastante para evitar que seja rompido novamente? E se romper, de que lado será?



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