– E foi isso que aconteceu. – concluiu Abela de contar a história.

– Estão vendo só? Se tivessem nos esperado, isso não teria acontecido. – brigou Sam e puxou Annie para seus braços.

– Se tivéssemos esperado, mais gente teria morrido. – falou a morena.

– E o pior nem é isso. – falou Dean e encarou Ted. – Como você está vivo? Meg disse que havia te matado.

– Ela estava errada. – comentou Ted seriamente.

– Ei gente, que tal comemorarmos no saloon? – falou Annie.

– Não temos muita coisa para comemorar. – falou o loiro.

– Lógico que temos. – falou Anita. – Nós matamos a coisa, provamos que podemos nos virar sozinhas e... – ela respirou fundo. -... Estamos decididas a voltar a caçar com vocês. Então, sim, temos vários motivos para comemorar.

– Sério? – perguntou Sam e sorriu.

– Sério. – respondeu Abela. – Se eu tiver que pirar, que eu tenha alguém para me deter. – Dean sorriu e a mulher se virou para Ted. – Você vem?

– Não, eu tenho alguns assuntos para esclarecer. Tipo, explicar porque a nossa parteira tem um facão enfiado no peito e porque temos um cidadão com a jugular furada.

– Tudo bem. – falou a morena. – Obrigada por nos ajudar.

– Obrigada. – falou Annie e largou Sam. Se aproximou de Ted e o abraçou.

– Por nada. – respondeu ele e sorriu. – Se me dão licença. – ele pegou na aba do chapéu, deu meia volta e saiu.

– Vamos indo? – perguntou Abela. – Estou afim de uma bebida bem forte.

[...]

P.O.V. de Isabela McAllen:

Saí do saloon cerca de vinte minutos depois. Estava morrendo de cansaço e completamente molhada, porque a chuva ainda estava forte do lado de fora. Annie, Sam e Dean, disseram que ficariam ainda alguns minutos lá, antes de irem para a casa, já eu, não aguentei esperar.

Cheguei na casa alguns minutos depois, procurei a lamparina que ficava sempre ao lado da porta e ascendi. Assim que o fiz, me deparei com o Ted cheio de mão boba. Me surpreendi com um beijo pra lá de empolgado.

– Ted... – continuou a me interromper com beijos.- Ted! Espera! O que você está fazendo?

– Não é como se nunca tivéssemos feito isso antes. Sinto sua falta, Isa. - O único a me chamar dessa forma era o Ted, saindo assim da sua boca parecia tão... Sexy. Não é que ele não tenha sido uma parte importante na minha vida, mas é que tem muitos motivos pra que, deixar isso ir adiante, se tornasse um erro. - Me diz que não sentiu falta de mim, de nós... – Ah Deus! Seus beijos foram passeando de forma quase cruel por meu pescoço, ele sabia exatamente onde tocar. Sempre foi um pouco difícil resistir ao Ted e ainda mais no estado de embriaguez em que eu estava, tornou-se quase impossível resistir.

– Ted... – um gemido fugiu de meus lábios antes que pudesse raciocinar. Ele me levantou de uma forma que minhas pernas ficaram ao redor de sua cintura, e continuou a torturante sedução.

Minhas roupas e meus cabelos molhados e colados ao corpo assim como os dele, deixou tudo isso um pouco mais excitante. Quando me entreguei aos beijos e carícias dele, fechei os olhos de modo que eu pudesse relaxar, mas me peguei pensando no Dean.

Em como seria se ele estivesse ali, me beijando daquela maneira, me mostrando que era tão meu quanto eu era dele. Deixei um gemido sôfrego sair de minha garganta e o Ted soltou uma risada de satisfação, só nesse momento me toquei que ali, comigo, não era o Dean e me senti alarmada com a situação.

Mas Ted continuou com suas carícias enquanto me levava pro quarto. Subiu as escadas e procurou pela porta até achá-la, abri-la e fechá-la. Deitou-me na cama e em seguida recomeçou com seus beijos quentes por meu colo e seios.

Livrou-nos das roupas molhadas rapidamente. Quando ele voltou a beijar e apertar meus seios, deixei-me levar pela sensação, mas acabo pensando em outra boca ao invés daquela, uma boca mais macia que tem como dono, um cara de olhos verdes incríveis.

Ele, calmamente, preencheu-me e começou a mover-se em um ritmo alucinante, olhei pra sua face à procura de um malicioso par de olhos, mas não são os que eu esperava encontrar. Voltei a mim e percebi o que estava fazendo.

Não era o Dean, não era a sua boca, não eram seus olhos. Ted aumentou o ritmo das investidas e começou a gemer mais alto. A essa altura não sabia se estava sendo das mais receptivas.

Senti-me frustrada.

Ted chegou ao ápice sozinho e deitou-se ao meu lado sorrindo. Eu não sabia o que fazer, isso foi um erro monstruoso, mas o que faria agora?

Fim do P.O.V

[...]

Abela permaneceu ainda naquela posição por um tempo, até que finalmente percebeu o que aconteceu. Puxou o lençol e cobriu o corpo nu, sentou-se na cama, de costas para Ted.

O homem se aproximou dela devagar e beijou o seu pescoço. A essa altura, Abela estava enojada de si mesma e por isso, levantou.

– O que foi? – perguntou ele. Ainda estava nu.

– Quer pôr uma roupa? – falou ela evitando olhar para ele. – Por favor.

– Você já me viu nu Abela, não só uma vez. – respondeu ele.

– Só... Por favor.

– Okay, você é que manda. – Ele se levantou e deu as costas para a mulher que percebeu a cicatriz onde a espada angelical havia entrado. Ela pegou uma roupa seca da mala e também se vestiu. Sentou na cama outra vez. – O que há com você? – perguntou o homem e sentou-se ao lado dela.

– Isso foi um erro, Ted. – falou ela e respirou fundo. – Um grande erro.

– Eu não entendo o porquê, somos livres, desimpedidos e já fizemos isso antes. – Ele olhou Abela e finalmente entendeu. – Você está apaixonada por outro cara. Quem é?

– Para que quer saber?

– Curiosidade apenas. – respondeu Ted. Abela olhou para ele seriamente, não ia dizer que era o loiro, mas o homem foi mais rápido do que a morena – É o Dean, não é?

– Como você sabe? É tão obvio assim?

– Não, é que você gemeu o nome dele, há alguns minutos atrás.

– Eu não fiz isso.

– Sim, você fez.

– Desculpa. – Abela colocou as mãos no rosto e fez voz de choro. – Entende porque eu preciso que você vá? Eles vão chegar daqui a pouco.

– Eu entendo. – respondeu Ted.

– Ele ficou uma arara comigo quando soube o que você era e...

– Você não quer que ele brigue com você novamente, por ter dormido comigo.

– É bem isso. – respondeu a morena. – Me desculpe.

– Está certo, eu entendo. – falou ele e se levantou. - Então é melhor eu ir. – Abela segurou no braço dele e também se levantou. Puxou Ted para perto e lhe deu um beijo.

– Obrigada por ter ajudado a salvar a minha irmã, tenho uma divida eterna com você.

– Olha que eu cobro, viu? – respondeu o homem e sorriu. – A gente se vê por ai. Foi um prazer vê-la outra vez, Abela.

– Para mim também. – concluiu a morena e o homem deixou a casa. Cinco minutos antes de os três caçadores chegaram.

– Está tudo bem, Bel? – perguntou Annie. Estava abraçada a Sam e Dean vinha logo atrás.

– Agora está. – respondeu Abela. – Eu vou dormir. Amanhã teremos um dia cheio, Annie.

– Por quê?

– Temos que ir até Corona para resolver o problema da demissão e colocar a casa a venda.

– Okay. – Ela olhou para os rapazes. – Vocês vêm conosco?

– Acho melhor a gente não atrapalhar. – falou Dean.

– É, até porque o Bobby nos mandou uma mensagem dizendo que tem um caso de vampiros em Albany, New York. – concluiu Sam.

– Vão a um caso sem a gente? Precisamos proteger vocês. – falou Abela sorrindo.

– É a nossa vez de ter um caso só de meninos. – falou o loiro e os quatro sorriram.

[...]

Corona, Califórnia – Dois Dias Depois.

– Está tudo certo. – respondeu Annie se aproximando da irmã que aguardava encostada no Mustang. – Estou, oficialmente, desempregada.

– Parabéns. – respondeu Abela sem entusiasmo. – Também consegui me livrar da escola.

– O que está acontecendo com você, Bel? – perguntou Annie. – Passou a viagem inteira calada. E olha que você não consegue passar uma hora assim, imagina passar dezoito horas?

– Eu preciso mesmo desabafar ou vou enlouquecer. – falou a morena e encarou a irmã que se encostou no carro também. – Eu fiz uma coisa extremamente errada.

– O que?

– Eu dormi com o Ted. – despejou Abela e Annie foi para frente dela. Poderia ter visto que aquele demônio era um cara legal, mas não ao ponto de Abela fazer o que fez.

– Como você pôde?

– Aconteceu. – falou a mulher.

– Com tantos caras legais por ai? Você escolhe justo o Ted? – falou Annie. – Porque não dá uma chance para quem te ama de verdade?

– Porque não tem ninguém que me ame.

– Claro que tem. – falou Annie. – E você só o faz sofrer.

– Faço quem sofrer? – perguntou a morena seriamente.

– Eu não deveria ter dito nada.

– Annie, quem é?

– Não conta que fui eu quem disse? – Falou a loira com cara de desesperada.

– Não. – respondeu Abela. – Quem é?

– Dean. – respondeu Annie.

– Dean? Você deve estar vendo coisa Annie, Dean não ama ninguém.

– Ele ama você. – a loira encarou a irmã. – Sam me contou e o próprio Dean confirmou depois.

– Porque ele não me falou?

– Talvez por medo. Quero dizer, você é uma mulher difícil de lidar. – Abela fixou as vistas em algum lugar do estacionamento e algumas lágrimas escorreram de seus olhos. – O que foi agora?

– Como eu não percebi?

– Talvez porque estivesse tentando esquecer o Ted.

– Eu nunca amei o Ted.

– Mas você disse que precisava esquecê-lo.

– Não era o Ted que eu precisava esquecer, era o Dean.

– Dean? – perguntou Annie confusa. – Cara, essa história está me embrulhando o cérebro.

– Eu amo o Dean. Eu me apaixonei por ele depois daquele caso do Djinn.

– O que você vai fazer agora?

– Entra no carro. – falou a morena e abriu a porta do mustang.

– Para onde a gente vai? – falou Annie dando a volta e se sentando no banco do carona.

– Para Albany. – respondeu ela e respirou fundo. Ligou o carro e engatou a primeira. – Eu quero ouvir isso da boca dele.