Beleza Perpétua escrita por Ruby Raiff


Capítulo 12
Kumiko e Satsuki


Notas iniciais do capítulo

- É, eu sumi um bocado, mas to voltando. Amanha começam minhas provas, então tenho estudado como uma condenada. É o quarto bimestre e preciso de 14 pontos em quimica e 16 em fisica, quimica e matematica. Traduzindo: Quinta prova direto, mas preciso tirar a maior nota possivel para diminuir a quantidade de pontos na quinta prova.

— De qualquer modo, espero que gostem do cap. Em breve as outras fics serão atualizadas tbm.

— Enjoy



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Satsuki abriu os olhos pesarosamente. O que estava acontecendo? Onde estava? Olhou ao redor e percebeu que estava deitado no pé do monte Hokage. Ao lado dele podia ver algo vermelho, então notou que eram os cabelos de Kumiko. Droga. Lembrou de ter perdido o desafio. Ela teria perdido também? Provavelmente. Entretanto nem sinal de Masaaki. O que estava acontecendo?

Ele deu um salto e foi até ela, a balançando até que acordasse. Kumiko piscou os olhos confusa e olhou para Satsuki, lembrando de tudo que tinha acontecido antes de ser derrotada por Itachi. Ela jamais tivera chance naquele desafio, o rapaz era muito mais forte que ela. E o pior: tinha sido derrotada justamente onde ele lhe vira treinar pela primeira vez. Era humilhante que tanto trabalho duro tivesse sido jogado fora daquela maneira.

– O que houve? – Perguntou ela confusa. – Eu perdi. Por que estou aqui?

– Eu também perdi. – Satsuki admitiu contrariado e olhou para um relógio que estava no chão. –O Horário do encontro que marcamos. Estão nos manipulando.

– Cadê o Masaaki – kun? – Perguntou Kumiko tentando forçar seu dom sensorial o mais longe possível, seu limite era de dois quilômetros. Masaaki não estava no seu radar.

–Não sei. Acho que ele não perdeu. – Satsuki disse pensativo. Masaaki era forte sim, mas a aquele ponto? Lembrou –se de Shisui falando que Masaaki era o mais sofreria. – Shisui me disse algo no meu desafio.

– O que? – Ela arregalou os olhos assustada depois que Satsuki explicou. – Vem, eu sei onde está a sua esfera. Eu vou te falar, então vou atrás da minha. Depois nos encontramos aqui em meia hora e vamos procurar ele. Entendido?

–Hai. – Ele assentiu e cada um foi pro seu lado.

[...]

Itachi e Shisui se entreolharam enquanto viam Masaaki no chão. Desacordado, tremendo e revivendo seus piores demônios no pensamento. Que eles sabiam, Masaaki quando tinha oito anos vira o pai estrupar a mãe, enquanto o irmão mais velho estrupava a irmã. E depois ainda tinha sido violentado pelo pai, tudo pois fora incapaz de registrar a crueldade dos dois homens com fotos. A história contava que ele não pode provar nada, segundo o menino o pai era ninja médico e podia ocultar tudo, mas não tinham provas contra ele. A mãe de Masaaki pediu divórcio, entretanto não acusou o marido de nada. Levou consigo a menina e Masaaki enquanto o pai ficara com o filho mais velho.

Desde então Masaaki registrava tudo em fotos.

–Vamos leva-lo. – Itachi disse ao amigo que assentiu.

[...]

Kumiko chegou na clareira onde fora derrotada. Suspirou e saltou até o galho onde Itachi tinha estado quando falou com ela, se perguntava por que aquele local, mas não sabia se teria coragem de perguntar. A pequena esfera negra estava ali, ela a segurou e a ergueu até a altura dos olhos. Aquela droga de esfera tinha lhe causado muitos problemas, mas agora estava em mãos.

Então ela exalou uma forte fumaça negra com odor adocicado que causou ânsia na ruiva. Tudo escurescer.

Kumiko estava num local escuro. Não sabia que local era aquele. Então uma luz se acendeu e ela viu a si mesma. Deitou a cabeça confusa, pensando ser um reflexo, mas a outra ela não curvou a cabeça com ela. A menina engoliu em seco enquanto arrumava a cabeça, a outra continuava parada.

Seu reflexo lhe deu as costas e começou a andar por um corredor estreito. Ela hesitou mas a seguiu. Entrando numa porta escura no final do corredor Kumiko viu Karya na frente dela, deitada numa cama. Seu reflexo puxou uma Kunai negra e andou até a cama, cravando no peito de Karya, que acordou de seu cochilo de olhos arregalados.

– Kumiko... – Sussurou fracamente. Ela então revirou os olhos e caiu morta. A ruivinha tinha os olhos arregalados e tremia muito contendo o choro enquanto seguia seu reflexo para o próximo cômodo. Eram Satsuki e Masaaki, quando chegou já tinha uma luta. Ela lutava rápida e intensamente com os dois, então ela segurou cada um por um pescoço e eles secaram exatamente como a arvore.

Ela berrou assustada enquanto caia no chão. Não... não... Aquilo não podia estar acontecendo. Ela fizera tudo certo. Duas arvores e agora todos que ela amava. Era aquilo que iria se transformar? Kumiko viraria aquilo? Ela engatinhou até a próxima porta e se arrependeu de ter ido quando viu quem estava ali. Era o seu novo sensei. Itachi.

E o reflexo de Kumiko o tinha matado também, cerrando a Kunai em seu estomago. Antes de morrer, ele olhou para ela.

– Assassina. – A acusação foi baixa e então ele tombou. O reflexo se virou para ela e então o cômodo tinha varias portas. O corpo seco de Masaaki e Satsuki entrava com movimentos lentos. Karya e Itachi ensanguentados e com olhar vago tinham se levantado. E todos diziam a mesma palavra baixo e repetidamente – Assassina.

– Está sendo pior para ela. – Shisui comentou com Itachi enquanto obsevavam a menina que gritava e se debatia, chorando copiosamente. Ela não tinha desmaiado como Masaaki. Estava consciente, mas não os via. – Por que será?

– Eu mudei a esfera dela. – Itachi contou tenso, não gostava de ver a garota daquela maneira. Era tão vulnerável e amável que ele se sentia cruel por fazer aquilo. – Ela fez algo durante o desafio que me fez mudar a visão dela machucando os colegas de academia.

– Seja o que for, está fazendo com que ela fique histérica. Temos que esperar a crise passar e leva-la. – Shisui disse e Itachi assentiu.

Demoraram uns dez minutos lá, esperando a crise acabar e ela cair na inconsciência. Itachi pegou o corpinho pequeno nos braços com delicadeza, sabia que era necessário aquele tipo de coisa. Ele e Shisui acreditavam no sacrifício próprio do ninja para poder manter a vila segura e isso devia ser a prioridade. Então ele não podia sentir pena dela, mas não pode evitar.

´[...]

Satsuki andou lentamente, mal acreditava no que estava acontecendo. Por que aquele local? Como sabiam que cada um iria para sua esfera? A realidade é que cada um era atraído para uma por um genjutso colocado nelas, tudo tinha sido feito com peso emocional.

Ele entrou pela academia até a sala onde tinha sido a aula onde conhecera Kumiko. Andou até a cadeira onde ela tinha sentado e ali estava a esfera. Encima da mesa, exatamente como o previsto pela menina. Satsuki suspirou. Como Itachi e Shisui descobriram aquilo? Ele pegou a esfera um pouco frustrado e sequer notou quando a fumaça negra começou a sair.

Satsuki estava num local conhecido. A sala da sua casa. Já se sentia mal, pois lembrava de que dia era aquele, era um pouco depois que ele entrou para a academia, antes de Kumiko iniciar a dela. Ele estava escondido dentro de um armarinho da sala, ouvindo a conversa de seu irmão mais velho e de Shisui.

– Ah, vamos, Daisuke... O garoto vai aprender. – Shisui insistia com o primo – Satsuki é apenas um garoto ainda.

– Na idade dele eu já tinha me formado e prestava chuunin shiken. Satsuki é um desastre. Não vai aprender nunca! – Disse Daisuke irritado ao primo que se jogou no sofá sem saber o que fazer. Daisuke era muito exigente com o irmão mais novo e tendia a humilha-lo constantemente por ser mais fraco que a maioria.

– Ele é jovem. Pode ser fraco agora, mas um dia será útil. Não se preocupe. – Shisui tentou novamente, mas Daisuke negou.

– Papai deve estar se revirando no tumulo pelo idiota que tirou a vida da esposa dele. – Daisuke resmungou irritado. – Além disso! Papai morreu em missão e o idiota do Satsuki matou nossa mãe no parto.

– Não vá culpar Satsuki por isso! Minha mãe também morreu no meu parto e nem por isso eu sou fraco ou culpado pelo que houve. Pare de descontar sua frustração no menino. – Shisui retrucou começando a se irritar, era bem comum. Daisuke dava nos nervos de qualquer pessoa que ficasse muito tempo perto dele.

– Não tome as dores dele, Shisui. Satsuki é um estorvo do clã Uchiha.

A cena mudou. Ele estava no seu quarto brincando com uma shuriken pequena, tinham se passado algumas horas desde que ouvira Shisui e Daisuke conversando. Era um pouco cruel o que o irmão fazia com ele, mas não podia deixar de ama-lo. Shisui sempre lhe dizia que Daisuke apenas estava triste pela morte do pai deles.

– Para de brincar com a shiriken e vá treinar! – Daisuke apareceu na porta. Satsuki jurava que o rapaz tinha saído com a namorada, mas ali estava ele novamente. O menino suspirou pesadamente e se levantou – Isso mesmo. Não quero que me envergonhe. Tem que ser forte.

– Daisuke – Niisama? – Satsuki chamou hesitante quando o mais velho ia saindo. – Eu sou tão ruim assim?

– Eu diria que se nosso pai tivesse vivo iria querer voltar pro tumulo e nossa mãe morreria de desgosto. – Daisuke respondeu friamente – E eu... Envergonho-me de dizer que sou seu irmão. Agora anda.

O menino arregalou os olhos e tremeu frente a raiva no olhar do irmão. Após isso passaram um bando de flashs por ele. A foto do corpo morto da mãe que Daisuke tirara após o parto de Satsuki e sempre tinha guardada, a foto do corpo mutilado do pai que o rapaz arrumara após a morte do mesmo, as fotos que Satsuki queria não entender de outras pessoas machucadas e mutiladas, todas feitas por Daisuke.

Ele sempre tinha medo que o irmão fizesse aquilo a ele.

Então todos que ele conhecia e admirava. Todos em volta dele lhe tacando pedras. Viu vários rostos. Seu pai, sua mãe, Daisuke, Fugasaku, Mikoto, Shisui, Itachi, Sasuke e Kumiko. Todos lhe tacando pedras e gritando uma única palavra.

– Fracassado!

Assim como Itachi não gostava de ver Kumiko em meio a seu teste, Shisui também não gostava de ver Satsuki passando pelo mesmo. O menino tremia muito enquanto desacordado e lagrimas caiam por seus olhos cerrados.

– Vamos leva-lo logo. – Shisui disse o mais calmamente possível. Itachi assentiu, tinha o corpo pequeno de Kumiko nos braços e logo Shisui tomou Satsuki.

A parte mais dolorosa do teste tinha acabado e era um alivio para os dois mais velhos, agora seria encarar as sequelas que aquilo deixaria nas crianças e a fúria deles quando percebessem o que eles tinham feito.


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