BELLA PDV

        Eu não tinha certeza se esse carnaval seria realmente tão bom quanto eu pensei que seria. A primeira ida a Port Angeles eu perdi por estar com muito sono, e perdi também aquele esquisito de brinco que me deu uma sensação esquisita quando olhei para ele.          

        Depois da segunda noite, achei que Port Angeles não seria uma boa idéia, eu ficava com sono muito cedo e quando Jake e os outros saíam para as festas eu já estava dormindo. Por sorte, eu estava prevenida, havia levado comigo meu exemplar de “Harry Potter e as Relíquias da Morte” e já estava na página duzentos por falta do que fazer.

        Quando chegava a noite, enchíamos um colchão inflável e nele dormia eu, minha prima e minha mãe.

        No terceiro dia que estava em Forks, acordei cedo com uma visão super esquisita: o menino esquisito de brinco – eu ainda não sabia que ele se chamava Edward- estava vestindo uma roupa toda colorida e tinha pintado o cabelo de vermelho com aqueles sprays para cabelo.

        Tudo bem, ele estava estranho, mas devia ter alguma explicação lógica para aquilo.

        Fui tomar café da manhã e lá estava ele sentado na mesa. Quando passei por ele, o garoto esquisito inspirou fortemente o ar e eu olhei para ele com uma cara que dizia “você é louco não é?” depois me virei e me sentei no lado totalmente oposto a ele.

        Não queria falar com ele, pois ficaria muito na cara que eu tinha sentido algo esquisito quando o vi. Então, fiquei sentada na mesa comendo meu sanduíche.

        - Oi tia- ele falou com minha mãe e fingi não notar.

        - Oi- respondeu minha mãe- Quer maionese?- ela perguntou apontando para o sanduíche dele.

        - Claro. Eu coloco, obrigada. - ele pegou a maionese e ficou lambuzando o pão.

        - Ei Edward, eu ainda quero maionese sabe?- falou Paul.

        - Foi mal cara- Edward ficou vermelho e colocou a maionese na mesa.

        - Quer maionese filha?- perguntou minha mãe.

        Edward ia falar alguma coisa pelo que percebi, porque ele ficou com a boca estranhamente aberta quando minha mãe falou. Olhei para ele com uma sobrancelha levantada e respondi:

        - Não mãe, a senhora sabe que eu enjôo e fico com vontade de vomitar. – respondi.

        Minha mãe balançou os ombros e começou a comer seu sanduíche.

        Eu saí sem falar nada assim que terminei o sanduíche, peguei meu livro e fiquei lendo sentada em um banquinho na cozinha.

EDWARD PDV

Alguém me esconde!

Por que ela tinha que acordar logo agora que eu estou com essa roupa ridícula? Se não fosse essa aposta idiota que eu fiz com o Paul!

Bella olhou para mim de um jeito esquisito e eu fingi não está ligando- pelo menos eu tentei- e depois saiu, como se não ligasse para mim.

Não sei o que seria pior, não ser notado por ela, ou ser notado por ela com aquela roupa ridícula.

Maldita aposta...

UMA SEMANA ANTES

- Aposto como você não vai poder ir Paul- falei.

- Claro que vou, já falei com meu chefe e tudo- Paul, meu melhor amigo, meu respondeu feliz.

- Aquilo lá que você faz é trabalho escravo cara! –falei brincalhão.

- Aposto com você como estarei lá com toda a galera. - ele me respondeu com tom de desafio.

- Ok. Se você for eu visto aquela roupa ridícula que a gente vestia no dia das crianças, passo o dia todo com ela e pinto meu cabelo de vermelho- desafiei- E se você não for você veste ela. Feito?

- Feito- ele me respondeu.

VOLTANDO AO PRESENTE

Pois é, Paul conseguiu a folga dele e veio com a gente, e agora eu estava vestido naquela roupa ridícula com o cabelo pintado de vermelho.

Bella tinha ido tomar banho, e por um momento eu fiquei triste por ela não saber nem meu nome.

Mas o que está acontecendo com você Edward? Você nunca teve problema com garotas, e agora está aí todo nervoso! Isso só pode ser brincadeira não é? Está para nascer a garota que vai deixar Edward Cullen nervoso.

Marchei decidido até a mesa do café da manhã e me sentei.

Pouco tempo depois ela veio. Quando Bella passou por mim, o vento trouxe seu cheiro e eu inspirei fortemente o ar como um cara que estava se afogado faz quando finalmente consegue respirar, desesperado por oxigênio.

Ela percebeu e olhou para mim com uma cara de “você é maluco, fique longe de mim”, e confirmou isso se sentando em um lado da mesa totalmente oposto a mim.

Ótimo Edward, você é um retardado completo! Será que ela percebeu que eu queria que aquele cheiro adentrasse minhas narinas até acabar? Será que ela percebeu que era o cheiro dela que eu queria? Espero que não.

A mãe dela estava vindo para tomar café da manhã, então eu vi nisso uma possibilidade dela falar comigo. Tudo bem, eu admito, foi uma tentativa desesperada, mas eu estava desesperado. Cala a boca Edward demente! Olha a besteira que você acabou de falar! Você não está desesperado por essa menina, nem nunca vai estar desesperado por menina nenhuma. Você só quer pegar ela porque ela é gostosa, ok? Então foco!

- Oi tia- falei me virando para a mãe dela.

- Oi- ela me respondeu- quer maionese?

- Claro. Eu coloco, obrigada. – peguei a maionese e comecei a passar no pão.

- Ei Edward, eu ainda quero maionese sabe? – falou Paul.

Quando olhei para o meu pão, não dava mais para ver o recheio, só tinha maionese. Ótimo Edward, agora ela te acha um tremendo retardado!

- Foi mal cara- falei sentindo o sangue subir ao meu rosto, com certeza eu estava vermelho, e então coloquei a maionese na mesa.

Olhei para aquela embalagem de maionese na mão de Paul me veio uma idéia. Vou oferecer maionese a ela! Assim ela fala comigo!- eu não estou desesperado ta, pode até parecer, mas eu não estou.

Quando abri a boca para falar, minha sogrinha, quer dizer, a mãe de Bella perguntou:

- Quer maionese filha?

Eu fiquei com a boca estranhamente aberta, como aqueles palhacinhos de parque que você tem que acertar a bola na boca deles para ganhar um ursinho de pelúcia. Bella olhou para mim com uma sobrancelha levantada e depois respondeu sua mãe:

- Não mãe, a senhora sabe que eu enjôo e fico com vontade de vomitar. - ela respondeu.

Como ela tinha uma voz linda! Eu ainda não tinha a ouvido falar, pois ela ficava o tempo todo enfiada naquele livro “Harry Potter e as Relíquias da Morte”.

Bem, pelo menos não foi eu que ofereci a maionese. Nota mental: ela enjoa quando come maionese.

Quando ela acabou o sanduíche, saiu da mesa o mais depressa possível, sentou-se em um banquinho da cozinha e desapareceu atrás do livro novamente.

Edward, você está acabado, se existia alguma chance dela falar com você antes, ela se foi nesse café da manhã.