_ Eu não tô entendendo, desde quando você me convida pra sentar na sua mesa? – Lucas me encarou enquanto andávamos pelo corredor.

­Foi um pouco complicado convencê-lo de vir, mas com muito custo e insistência ele concordou.

_ Desde que... – pensei – Desde que... – eu não tinha uma resposta – Ah, sei lá! Não força a barra cara.

Continuamos andando até chegar a Cafeteria. A escola estava mais calma agora, acho que acostumados com a presença do Thomas, mas quando acenei para Lucas se sentar ali ao meu lado, de frente ao meu primo e minha amiga, as pessoas encararam de novo e sem entender.

_ Beleza, ele tá aí, e agora? – perguntei baixinho para Thomas.

_ E agora nada. – ele respondeu sorrindo – Seu problema está resolvido.

_ O quê? Como? – fiquei sem entender.

_ Lucas – ele chamou e Lucas olhou para ele – Passa um braço por trás da Claire.

_ Quê? Eu nem te conheço, por que faria isso? – ele retrucou.

_ É um pequeno favor, acredite, você vai querer que eu fique te devendo uma. – Thomas respondeu.

Lucas pareceu analisar, mas é claro que com o impacto do “ato” de Thomas, ele fez exatamente o que ele mandou.

_ Pronto Claire, agora eles não vão poder achar que eu estou com você, vão pensar que você está com ele. – meu primo disse totalmente desinteressado.

Mas eu me assustei, e aparentemente Lucas também. Porque automaticamente ele retirou a mão e se afastou o máximo que pôde de mim.

_ Ãn, acho que vou voltar pra minha mesa. – ele disse se levantando.

_ Parabéns, conseguiu assustar o garoto. – Alicia o encarou feio.

_ Sem essa! – ele a encarou estranho.

_ Que foi? – ela exigiu.

_ Estou começando a achar, que você troca mais rápido de garotos que gosta, do que minha mãe troca de roupa. É sério, você tem que parar com isso. – Tommy ironizou.

_ Ei! Eu só estou defendendo o coitado! – ela devolveu.

_ Oh, Branca de Neve, as coisas não precisam ser assim. – ele disse fazendo uma cara fofa e levantando seu queixo.

Eles estavam muito perto agora.

_ Você não vai me beijar. – ela disse convencida.

_ Claro que não. – ele respondeu rindo e soltando seu queixo – Mas ele pensou que sim. – Thomas mordeu seu sanduíche.

Alicia riu ao entender. Erick. Definitivamente, Thomas atuava muito bem.

_ Aliás, se o meu primeiro dia aqui já o deixou daquele jeito, não dou mais de dois pra ele vir confrontar um de nós. – ele disse.

_ Só espero que não seja eu. – ela sussurrou.

Nós terminamos de comer e logo nos preparamos para sair. Até porque, mais duas aulas e nós já poderíamos ir pra casa.

_ Qual é a da Amelia? – Alicia perguntou.

_ Por quê? – me interessei.

_ Não sei, ela não para de me encarar. – ela respondeu.

_ Sabe o que é? – Thomas se intrometeu – Ciúme.

_ De mim? – Alicia se assustou.

_ Não besta, de mim. – ele respondeu rindo – No corredor ela estava flertando comigo, acha que eu sou idiota?

_ Peraí, quê? Mas ela ainda está com Sean! – me indignei – Que vaca!

Eles me encararam.

_ Olha Claire, acho que nós poderíamos pedir a Lucas um favor e incluir algo mais no plano se quiser. Porque pelo visto, Alicia não é a única apaixonada por um idiota aqui. – ele me encarou.

_ Não estou apaixonada. – resmunguei.

_ E eu sou um travesti. – ele devolveu.

_ O quê? – perguntei pela falta de lógica.

_ Ué, pensei que era pra continuar com as mentiras. – Thomas retrucou.

_ Já chega, é melhor irmos logo. – falei tomando a dianteira.

E então nós seguimos para fora da cafeteria. Porém, ao chegarmos na porta, Thomas parou e olhou para trás.

Com um pequeno relance entendi o que ele dizia para Erick, que fazia uma cara nem um pouco agradável,

“Obrigado por deixar ela livre pra mim, trouxa.”