Reprise... POV Cami.

– E então amiga, percebe-se de longe que chorou, o que houve?

– Eu...Eu... - ela chorava de soluçar e não conseguia falar, então eu a abracei forte bem forte e ela desabou ainda mais.

– D-d-esculpa chamá-las aqui - ela disse entre soluços.

– Amiga é para essas coisas, não fica assim, nos conta o que aconteceu - disse Fran.

– Eu o perdi Fran, eu o perdi. - disse num fio de voz. - o Vargas.

– Mas o que houve para você o perder? - perguntei.

– Estávamos ensaiando e..

Flashback ON. (Castillo)

– CHEGAAAAA - ele me olhou assustado - MAS QUE DROGA VARGAS EU JÁ ESTOU DE SACO CHEIO DE VOCÊ FICAR PAUSANDO A MÚSICA, EU JÁ DETESTO ESSA MÚSICA E VOCÊ AINDA FICA A REPETINDO A CADA 5 MINUTOS.

– Nossa Castillo acalme-se não precisa de chilique, você não é do tipo mimada que quer que todos te agradem. - disse tranquilo

– Eu não sou mimada, só não gosto de ficar ouvindo essas músicas ridículas e você fica repetindo a cada instante. - disse mais calma.

– Desculpe então - se aproximou - Eu só queria ensaiar direitinho para não fazer feio, mas já que estamos aqui a aproximadamente 1 hora, o que acha de comermos? - disse sugestivo.

– Não, eu vou para casa - disse cortando o barato.

– Ah qual é Castillo, eu não mordo, muito menos minha mãe, e sem contar que eu pedi a ela que saísse e nos deixasse a sós, então ela não volta tão cedo. - disse sorrindo.

– Já te disseram que você é um pervertido Vargas? - ironizei - Não sabia desse seu lado.

– Agora sabe - disse aproximando-se mais de mim - Mas isso acontece só com você.

– Poupe-me das suas declaraçõezinhas, porque eu não acredito em você - disse entre os dentes.

– Ok Castillo, eu cansei de você. - disse arrogante - Eu tentei, juro que tentei, mas você não tá nem aí, então, pode ir embora depois nos falamos sobre o trabalho. Nossas conversas serão estritamente profissionais.

– Ótimo - saí da casa dele e o mesmo bateu a porta com força, agora teria o tão esperado sossego.

Flashback OFF.

– E foi isso - disse voltando a chorar.

– Amiga, você está pegando muito pesado com Vargas, aquilo do beijo foi esclarecido e mesmo assim você não o perdoou. - disse sincera.

– É terei que concordar com Cami amiga, ela me contou tudinho, me deixou a par, e você realmente pegou pesado. Porque tudo isso Castillo?

– Vou contar a vocês. - suspirou - Vargas foi meu primeiro namorado, e isso inclui também o primeiro beijo. Já tive outros "amores", mas eram platônicos, ou seja, não correspondidos, e então não ia ficar me jogando. E nessa eu sempre me magoava, e dessa vez não foi diferente, só que Vargas me magoou mesmo antes de se aproximarmos.

– Castillo, você não pode ficar remoendo o passado, deve perdoar, e viver o presente de forma diferente da que viveu antes. - disse Fran

– A Fran tem razão, porque isso tudo Violetta? Você tem muita coisa para viver. Não vou dizer que não vai sofrer porque seria mentira. Eu mesmo já sofri e muito. Quer que eu conte minha história? - ela apenas assentiu - Certo, isso nem para a Fran contei, então aproveitando que as duas estão aqui vou falar. - As duas esperavam eu contar mas era difícil, suspirei e então comecei - Quando eu tinha 12 anos, eu morava com minha mãe e meu padrasto, ele aparentemente gostava da minha mãe então não me importei, afinal, meu pai havia morrido quando eu tinha 6 anos e nesse meio tempo minha mãe não se envolveu com ninguém. Quando completei 15 anos, era uma garota bem desejada no colégio, mas infelizmente não era só no colégio, em casa também, meu padrasto me observava e eu fingia que não via, mas eu ficava com medo. Certo dia mamãe conseguiu um emprego então trabalhava o dia todo, quando ela saiu meu padrasto ficou comigo em casa, e ele começou a tentar me seduzir, eu tentei alertar minha mãe, mas ela me disse que eu tava tentando roubar o marido dela, ela estava cega, os dias se passando e ele cada vez mais insistente, como ele viu que não conseguia nada comigo por bem, forçou a barra, ele me estuprou. - lágrimas saíram de meus olhos e eu já soluçava, era difícil falar do abuso que sofri, era doido demais - naquela época eu ainda era virgem, então além dele ter feito a força e doido muito, ele me espancou, saí de casa nua ensanguentada, eu estava morrendo de vergonha, mas tinha que sair dali, um dos meus vizinhos, o mais bonito por sinal me viu daquele jeito e rapidamente me levou para sua casa, lá sua mãe me ajudou cuidou dos meus ferimentos e me levou a polícia, denunciei meu padrasto, e fizeram exames no meu corpo, e lá descobriram que o sêmen dele estava em meu corpo, e que realmente eu havia sido violada, minha mãe quando me viu disse que a culpa era minha que eu ficava me insinuando para ele, me bateu muito e mais uma vez eu estava arrebentada - mais lágrimas saíram descontroladamente e meus soluços eram cada vez maiores.

– Amiga, se não quiser... - disse Castillo.

– Não, eu quero - suspirei - naquele dia eu fugi, peguei minhas roupas que estavam na casa dela e saí de lá o mais rápido que pude, peguei um ônibus que ia para a casa da minha tia por parte de pai e fiquei lá, ela me criou, me levou ao psicólogo várias vezes e ainda hoje sofro. É claro que já gostaram de mim, ou melhor, diziam que gostavam. Eu sempre me superei, sempre que era decepcionada eu voltava melhor, sabe porque? Para mim, mais nada me abalaria, então, não deixei meu passado falar mais alto, e hoje estou aqui. É óbvio que quando vi o menino que eu gosto de agarros com a Alana, meu coração se despedaçou mais uma vez entendem? Mas vou me superar, e se ele vier me pedir perdão, o perdoarei Villu, no momento que ele fez a cagada eu realmente estava nervosa para falar algo, mas agora, se ele me pedir perdão, eu o perdoarei e quem sabe nós não ficamos juntos? É nisso que tem que pensar antes de tomar uma decisão de não perdoar: Eu também erro, e se eu errasse com o Vargas e pedisse perdão e ele não me perdoasse como me sentiria?