– Então, qual é o número agora? – disse eu, me levantando um pouco e me apoiando nos meus dois braços com o queixo.

– Número do que? – Ian olhou para mim sem saber do que eu estava falando.

– Ah, você sabe. Nos beijamos. Eu quero saber, que número eu sou? Quantas intercambistas você já pegou nesse quarto. – fiquei olhando para ele, os olhos dele se arregalaram.

– Não tem número, você é a primeira. – ele veio em minha direção me dar um selinho.

– Me engana que eu gosto! – dei outro selinho nele.

– É sério Luna. Eu tenho tanta cara de safado assim ao ponto de você pensar que eu pego todas as intercambistas? Elas são como irmãs para mim.

– Eu sou como uma irmã para você? – eu realmente queria saber a resposta.

–Não né, você tá mais para prima. – Ian deu risada. O som da risada dele era muito bom.

– Como assim? – não havia entendido.

– Ah, você sabe né. Irmã a gente não consegue pegar, porque é estranho. Mas prima não, dá pra brincar de médico sabe? – ele me olhou com cara de safado.

O olhei encrédula e dei um tapa no ombro dele e depois deitei de volta no seu peito. Ficamos assim por um bom tempo, em silêncio.

– No que você está pensando? – disse Ian mexendo no meu cabelo.

– Tá, estamos loucos. – me afastei um pouco dele e o olhei.

Ian estava ainda mais bonito do que já era. Ele estava deitado na minha cama, com uns dos braços envoltos em meu corpo. Depois que começamos a nos beijar, ele me puxou para a cama e ficamos lá, como em um filme, não falávamos nada, apenas nos beijávamos como se nada mais importasse. Ás vezes, Ian sorria entre os beijos e eu mordia seu lábio inferior, ele me puxava cada vez mais para perto, passando as mãos em minhas costas. Ficamos assim por um bom tempo, mas sabíamos que não podíamos ficar juntos. Logo amanheceria e Ben ou Susan sentiriam falta dele em seu quarto.

– Estamos? – finalmente ele abriu os olhos e me olhou, depois sorriu, o meu sorrisopreferido de toda a Inglaterra.

– Sim, pelo menos eu estou. – disse retribuindo o sorriso.

– Então quer dizer que o Ian te deixa louquinha? – ele me olhava com uma expressão um pouco maliciosa.

– Sonha Ian, só sonha!

– Tá bom, não precisa admitir agora.

– É sério, Ian. – encarei-o

– Tudo bem, estamos falando sério. Então porque você está louca?

– Olha só para mim. Eu estou na cama beijando um cara que eu conheço há menos de um dia.

– Tudo bem, eu admito que isso também seja muito estranho para mim. Eu nunca me senti assim por nenhuma outra garota que tenha vindo aqui para casa, e foram muitas. Para mim elas eram apenas minhas irmãs temporárias que eu nunca poderia nem imaginar beijando-a, mas com você sei lá... Assim que eu vi você parada naquela porta, eu sabia que você seria diferente e no campo de beisebol quando estávamos só nós dois ali eu percebi que eu não conseguiria te ver como uma irmã temporária. E isso é louco sim, porque como você disse a gente se conhece há menos de um dia. Mas sabe de uma coisa? A gente se conhece só há um dia e eu quero continuar te conhecendo nesse ano que você vai ficar aqui.

Não consegui falar mais nada, apenas o puxei para mais perto e beijei-o. Ele sorriu entre o beijo e eu mordi seu lábio inferior. Ficamos ali uma, duas, três horas... Não sei ao certo, aliás, não queria saber do tempo. Um dia, um mês, um ano. Não nos importava!