Era uma tarde de verão, crianças brincavam na água se divertindo. Os adultos sorriam vendo seus pequenos filhos brincarem, tudo parecia estar em paz e tranqüilidade, já se fazia seis meses que nenhum assassinato havia ocorrido, com o tempo as pessoas foram abandonando o medo que possuíam de serem mortas pelo “assassino que transformava as pessoas em marionetes”. Tudo havia voltado ao normal, afinal o tempo passa e as pessoas esquecem, logo a história daquele assassino terrível foi abandonada virando apenas uma historinha de terror, uma lenda, uma creepypasta.

Muitos jovens de todas as idades passaram a ler a história desse grande assassino, quanto mais liam sobre sua história, mais interessadas ficavam, contando aos amigos, espalhando sua lenda, logo mais e mais pessoas descobriam sobre a história desse assassino. A história ficou conhecida como Jack The Killer – “ O Mestre em Marionetes”, o fato é que se passou pouco tempo e esse assassino ficou marcado apenas como uma lenda, então será que Jack realmente existiu? Ou foi apenas uma lenda criada por alguém com uma mente com talento para escrever histórias de terror? As pessoas costumam esquecer as coisas que sentem medo, abandoná-las por não gostarem da sensação que o medo transmite. O medo trás a sensação de incerteza, aquele frio na barriga que faz você querer gritar, suas mãos ficam trêmulas, sua garganta seca, seu corpo fica alerta a cada pequeno ruído ao seu redor, logo sua mente começaria a imaginar os mais terríveis monstros e aparições que pudessem e você começaria a ver vultos pelo canto do olho, tudo isso seria sua mente lhe pregando uma peça. Ou será que não?

Todas as histórias que terror que os jovens lêem em busca da sensação única que apenas o medo poderia trazer. Será que elas são apenas histórias? Ou será que existe alguma verdade a mais por dentro dessas histórias? Nós todos podemos apenas estar nos enganando dizendo a nós mesmo ser apenas creepypastas e nada disso é real. O ser humano é uma criatura frágil que tenta se confortar, no fundo podemos ser apenas crianças assustadas nos escondendo por de baixo dos cobertores. A verdade é que nós temos medo de mais de descobrirmos que esses “demônios” que nos entretêm podem ser a causa de nossa morte.

Agora que eu estou prendendo a sua atenção. Fechem vagarosamente seus olhos, ouçam apenas o som da minha voz, agora pensem, pensem naquilo que mais lhe causa medo e pavor, imaginem essa coisa tomando forma e em um momento que você está sozinho em seu quarto tentando pegar no sono, você ouve um rangido da sua porta se abrindo, você vira vagarosamente sua visão para porta e lá você vê parado bem na sua porta, a coisa que você mais teme, apenas te observando diretamente, ela caminha até você a passos vagarosos, ela não precisa ter pressa porque sabe que você a teme, sabe que você não conseguirá fugir, tudo que você pode fazer é ficar ali parado esperando para ser devorado pelo seu próprio medo.

Agora me diga, você terá coragem de abrir seus olhos e encarar a porta?

– Ainda escrevendo sua história parceiro? – Questionou um homem de cabelos castanhos e olhos esverdeados.

– Olá Liu, eu terminei agora. Bem como estou de cama, não posso fazer muito além de escrever e depois que você me contou sobre tantas creepypastas legais eu decidi escrever uma curtinha. – Respondeu o jovem olhando para o maior.

Ambos os rapazes estavam em um quarto de tamanho mediano, o rapaz que escrevia em um notebook enquanto estava deitado em uma cama possuía cabelos brancos e olhos dourados, seu corpo estava enfaixado devido aos vários cortes que o mesmo possuía em seu corpo. O rapaz ainda precisava de mais repouso, mas já conseguia fazer tarefas simples como comer, se vestir e tomar banho, diferente da forma como o maior o havia encontrado.

– Tente não se esforçar demais certo Cold? Pois você ainda precisa de descanso. – Dito isso Liu deixou o quarto para que o jovem pudesse ficar a sós.

Cold se lembrava de todos os detalhes de quando foi salvo por Liu, o rapaz estava a beira da morte e precisava de ajuda urgente e foi quando Liu chegou.

A chuva caia calmamente pelo corpo do jovem desmaiado, o rapaz já havia perdido uma enorme quantidade de sangue e provavelmente morreria se continuasse daquela maneira. Foi então que uma voz surgiu em seus ouvidos, o rapaz não conseguia definir a natureza da voz, mas a mesma parecia ser gentil e bondosa.

–Você está muito machucado. Precisa de cuidados médicos urgentes. – Disse a voz e logo o rapaz sentiu seu corpo sendo coberto por algo quente e macio. – Não se preocupe, eu não irei permitir que alguém morra na minha frente.

Cold sentiu-se sendo carregado, logo ele foi deitado em algo feito de couro e sentiu o chão se moer, provavelmente estava no banco de trás do carro da pessoa que o encontrou. O albino ainda se sentia fraco, mas soltou um sorriso fraco de canto, estava feliz por ainda existir pessoas boas como aquela nesse mundo perdido.

Liu levou Cold para sua casa e tratou de seus ferimentos, o alimentou, lhe ensinou várias coisas sobre creepypastas e após um tempo os dois já haviam se tornado bons amigos. Cold ofereceu um trabalho para Liu como seu parceiro, o homem aceitou de forma bastante alegre. Pagar Liu e lhe ajudar com os sustentos da casa era o mínimo que Cold poderia fazer pelo homem ter salvo sua vida. Sua mãe havia lhe deixado uma enorme herança o rapaz retirou todo o dinheiro da conta e criou uma nova, afinal ele havia sido dado como morto por não terem lhe encontrado. O albino preferia daquela forma, quanto menos pessoas o conhecessem, menos pessoas iriam se machucar. A partir daquele momento Cold abandonaria seu sobrenome, o único que ficaria sabendo dele era Liu e mais ninguém.

O rapaz sorriu abertamente ao relembrar daquele dia, Liu era realmente um grande homem, era inteligente e astuto, além de conhecer seus inimigos como ninguém. O albino admirava isso em Liu, mas o mais importante era que graças a Liu, Cold poderia acabar com o sofrimento que todas as creepypastas causavam, o rapaz queria saber tudo sobre as creepypastas e então descobrir uma forma de acabar com essa matança que elas causavam. Mas a única pessoa que Cold iria fazer questão de punir era o assassino de sua mãe, aquele que destruiu toda a felicidade em seu lar e matou cruelmente o detetive Norval.

– Me aguarde Jack The Killer. Nossa batalha está apenas começando. – Disse Cold enquanto encarava o notebook em suas mãos.