Nome completo: May Jonhson Campbell

Idade: 17 anos

Casta: 6

Cor dos cabelos: Castanhos

Cor dos olhos: Verdes

Línguas: Inglês e Frances

Era isso. A ficha estava feita e agora eu olhava para ela com os olhos marejados. Tentei pensar em uma solução a noite inteira, mais não consegui nada. E se eu não fosse escolhida? O que eu faria? Como iria proteger a minha mãe?

Eu não tinha as respostas que eu precisava e nem tinha as perguntas certas para fazer. E ainda tinha Zack. Seus olhos aparecem toda hora em minha mente e eu não consigo mais ficar sem pensar no seu cheiro. Se eu for escolhida eu nunca mais vou ver ele. Nunca mais vou desfrutar de seus beijos e seus carinhos.

E se eu não for... Bem, se eu não for para A Seleção possivelmente eu vou apelar para o bordel. Talvez eu consiga vender a minha virgindade por 20 mil dólares e o resto eu consigo nas outras noites. Pode ser que eu nunca mais seja feliz e isso dói dentro do meu peito.

Estou parada no banheiro da casa em que trabalho colocando a roupa que eu trouxe para ir me escrever. Peguei a única calça jeans que eu tenho e um blusa verde com rendas nos ombros. O sapato é a mesma bota preta que eu uso sempre, só que agora para dentro da calça. Consigo pegar um colar com um anjinho que era da minha mãe e uma pulseira que achei na rua um dia. Peguei algumas maquiagens da minha patroa e coloquei algo, que não sei o nome, nos cílios. Olho no espelho e vejo que estou aceitável.

Antes de sair eu coloquei um sonífero no suco da minha patroa, o que vai fazer ela dormir pelo menos até amanha de manha. Peguei um dinheiro que eu estava guardando para o presente de aniversario de Zack e segui para o ponto de ônibus.

Quando cheguei lá vi que teria que tomar um chá de tédio. A fila era maior do que eu jamais havia visto e, como eu estava sozinha, fiquei mais de duas horas sem falar nada e sem fazer nada.

Havia meninas de todos os tipos. Morenas, ruivas, loiras, brancas, negras... Nunca havia visto tantas pessoas em um lugar só. Quando chegou a minha vez eu só entreguei o formulário nas mãos da mulher ruiva que estava na minha frente. Ela estava suada e parecia cansada, mais continuava sendo gentil.

– Agora nós vamos tirar uma foto sua, okay? – ela perguntou e eu assenti. Me posicionei no banco indicado pela mulher que me atendia e vi o fotografo olhar para mim e piscar. Assim que ele fez isso soltei o melhor sorriso que eu consegui. Pensei em Zack, na minha mãe e em tudo de feliz o que eu já fiz e vivi. Era isso. Para ter a felicidade eu teria que convencer com esse sorriso.

Assim que ele soltou o click eu tinha certeza no que eu iria fazer em seguida. Assim que saísse daqui eu iria abraçar a minha mãe até que eu não conseguisse mais conter as minhas lagrimas. E depois eu choraria. Choraria igual a uma criança de dois anos de idade.

Choraria pela minha vida.

***

Duas semanas depois eu podia sentir a ansiedade da minha mãe só dela pegar na minha mão. Eu havia contado para ela do meu pai e tudo mais. Só não contei de Zack. Na verdade eu queria esquecê-lo, apaga-lo da minha vida.

– Falta menos de 10 minutos. – ela falou apertando mais a minha mão. Senti meu corpo inteiro arrepiar e vi o quanto eu não estava preparada para isso. Não conseguiria olhar nos olhos dela se meu nome não aparecesse na lista.

Esse ano a Seleção seria diferente. Como há dois nobres, A Princesa Angeline e o Príncipe Peter, que são gêmeos, serão sorteados 15 meninas e 15 meninos. Só de pensar em estar no castelo com mais 29 pessoas desconhecidas, que possivelmente, vão me julgar pela casta eu já sinto um enjoo repentino.

Mais esse enjoo é moleza comparado com o que eu sinto em pensar em Zack. O meu coração dói tanto que, se eu não conseguir me conter, pode ser que eu encharque o mundo só com as minhas lagrimas.

– Agora o momento em que todos esperávamos! – gritou o apresentador que o nome eu não me lembro. Ele usava um terno amarelo claro e uma gravata vinho. – Vamos ver quem são as selecionadas para o Príncipe Peter!

E então começou. Em um cantinho da tela pude ver o rosto do príncipe. Seus olhos eram de um azul tão profundo e seus cabelos eram castanhos claros, quase loiros. Ele era realmente muito bonito.

– Samantha Gratwood, dois. – apareceu a foto de uma menina loira e olhos azuis lindos. Seu rosto era meio bronzeado e seus lábios tinham um brilho muito grande. Suas maças do rosto estavam tão vermelhas que parecia que ela havia levado um tapa na cara.

– Joanna Flarence, quatro. – uma menina de cabelos vinhos com olhos dourados bem apropriados ao seu tom de pele. Seus cabelos estavam arrumados em uma trança de lado e ela sorria de uma forma doce. O príncipe permanecia quase imóvel, com um sorriso que parecia forçado no rosto.

– Clary Hapfood, três. – uma morena de olhos cinza apareceu na tela. Ela parecia feliz e seus olhos estavam cobertos de maquiagem preta. Seus lábios estavam vermelhos e seus dentes, que eram muito brancos, e se alinhavam perfeitamente ao seu rosto.

Com tantas meninas lindas aparecendo eu olhei para baixo e comecei a chorar baixinho. As lagrimas molhavam a minha calça e faziam com que a minha esperança descesse mil andares. Eu não iria conseguir. Quando as minhas chances já estavam acabando ouvi:

– May Campbell, seis. – eu levantei os olhos ainda chorando e me deparei com a minha foto. Engoli a seco em quanto a minha mãe gritava e me abraçava. Eu fiquei parada, olhando para a tela da TV. Parecia que o tempo estava em câmera lenta.

Sequei minhas lagrimas em quanto o telefone começou a tocar. Minha mãe atendeu quase imediatamente depois que desligou o telefone tocou de novo. E de novo e de novo.

– E agora os Selecionados da Princesa Angeline! – falou o apresentador. A câmera mudou para o rosto da Princesa, que tinha uma expressão serena e calma. Seu sorriso era bem mais sincero do que o do irmão. Seus cabelos eram ruivos iguais os da Rainha America e seus olhos, de família, eram azuis intensos.

– Chistopher Parkson, três. – e assim começou. Meninos lindos apareciam na tela e por um, pequeno, momento eu desejei ser ela. Ela podia escolher o que queria. Era só ela estalar os dedos que ela tinha 30 mil dólares na mão. Eu não.

Depois de mais alguns meninos aparecerem na tela eu me levantei. Tinha cansado de ver todas essas pessoas sorrindo para uma câmera idiota. Era tudo falsidade.

Quando estava quase saindo da sala eu ouvi um nome que me fez pular do lugar que eu estava. Virei-me rapidamente e comprovei o que meus ouvidos haviam ouvido.

– Zack Tyler, quatro.