Jack olhava pela janela que uma garota aparentemente loira, de olhos azuis estava também olhando para ele. Algo na menina fazia Jack sentir uma espécie de energia branca cercá-la como se ela fosse uma espécie de anjo. Ela usava sobretudo e um guarda-chuva, e seu cabelo curto repinicado era balançado ao vento, instintivamente com um gesto ela acenou para ele. Com um sorriso torto, o garoto devolveu o aceno e revirou os olhos, pensando consigo: ele a conhecia? A partir de um outro gesto a garota chamou o garoto com um gesto, depois disso ele balançou a cabeça e se virou para dentro do quarto. Mas a curiosidade era tamanha que ele tinha resolvido olhar novamente, no entanto ela tinha sumido, no lugar dela o gramado molhado diante da entrada do orfanato e algumas árvores. Comprimindo os olhos, Jack despertou em si uma curiosidade em saber quem era aquela menina. Sordidamente, abriu a porta de seu quarto e expiou pelos corredores: a maioria das crianças estavam em seus quartos já que as freiras tinham estabelecido que se alguma delas saíssem, o diabo iria pegar elas mas Jack era esperto demais para acreditar em um anjo mau.

Olhando para os lados e de fininho, andou pelo segundo andar, até descer pelas escadas. Passando pelo primeiro viu que aquele era o local onde as freiras rezavam com seus crucifixos, ele tinha andado e elas nem perceberam. Por fim, chegou ao térreo: a entrada do orfanato, abriu a porta e foi ver, um vento gélido e tenebroso quase que empurrou Jack para dentro e seus cabelos dançavam no vento. Jack era magro, diferente dos outros meninos que eram mais gordos e fortes. Percebeu que era em vão tudo aquilo, a garota tinha sumido e aliás... por que ele estava ali? afinal ela poderia fazer algo de mal com ele como muitos noticiários e jornais falavam. Arrependido, quando pensou em fechar a porta mas sentiu uma aura passar por ele, como se um fantasma tivesse atravessado sua alma seus pelo eriçaram e ele se arrepiou. Com calma fechou a porta e quando se virou para trás...

–Jack!- falou a garota, ela o abraçou profundamente quase que esmagando seus ossos;

–Há quanto tempo, não?! Sabe, vim te levar, hora de arrumar as malas!- a garota era mais extrovertida do que pensava. Ela era alta, e provavelmente tinha a idade de em torno de 15 ou 16 anos, antes de conseguir falar qualquer coisa ela disse;

–Vamos Jack, precisamos logo ir, se não Samara vai me matar!- Mesmo sem saber quem era Samara, Jack arregalou os olhos e disse;

–Quem é você? o que está acontecendo?!- perguntou ele. Um silêncio perturbador ficou entre os dois e então quando ela franziu a testa e perguntou;

–Como assim...você.... não sabe quem eu sou?- Logo depois ela deu uma tapa na testa e disse -Alô Kate! você não se lembra de mim porque era pequeno quando.. bem, isso já não importa, pelo menos você sabe para onde vamos não?- aquilo tudo parecia muito estranho na mente de Jack, ele não fazia ideia do que dizer;

–Não, e também não vou sair daqui até você me explicar tudo! O que está acontecendo? quem é você? para onde...- mas a garota parou se aproximou e tocou nos lábios de Jack. Sua mão estava fria mas macia como a de uma princesa;

–Você pergunta demais- logo depois os dois se viraram e ouviram os som de passos ecoaram pelas escadas ela o empurrou e disse;

–Depois você me pergunta as dúvidas que tiver ok? agora precisamos nos esconder!- A garota, possivelmente chamada Kate, corria para os lados e puxou Jake para o outro lado do andar térreo. Afinal, no que ele tinha se metido? há alguns minutos estava na cama, deitado e chorando... agora estava com uma garota loira, alta e estranha sem explicação alguma. Mas aquilo havia sido em vão, se eles estivessem realmente se escondendo, as freiras os achariam já que as pegadas da garota revelavam a entrada de alguém no local. Por fim chegaram a sala de recepção dos adultos que chegavam para adotar uma criança, ela estava vazia (já que era Domingo ) portanto uma desculpa religiosa para que as crianças ficassem presas. Quando Jack ouviu a voz da Madre Isabel da Conceição, aprendeu a orar na na hora pois ela sim era o diabo.

Segundo os comentários de outras crianças, ela tinha feito uma menina ficar presa em um quarto minúsculo sozinha como uma espécie de solitária. Olhando para os lados, só nesse momento Jack percebeu que a garota estava com seu guarda-chuva fechado, totalmente molhado, a qual pingava ensopadamente de forma insistente;

–Muito bem, sei que não expliquei tudo mas... segure em mim- falou ela com rapidez;

–Mas...- dizia Jack olhando para os passos das freiras que já chegavam perto da recepção... Como ele iria sair dessa vez ileso?

–Segure em mim!- os olhos dela apitavam para Jack com esperança de que ele fizesse o que ela tinha pedido, parecia loucura mas ela estava abrindo o guarda chuva. Os dois seguraram as mãos e fecharam os olhos e então, Jack sentiu uma brisa passou por dentro de si.