As relíquias dos Imortais-Reino dos Elementais escrita por Kai


Capítulo 2
Órfão do Fogo


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura



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Não era preciso dizer o quanto sozinho Jack estava. Deitado sobre a cama de seu quarto olhando pela janela via as gotas de chuva descerem pelo vidro sem vida. Hoje havia sido um dos dias que ele novamente tinha causado cada vez mais problemas. Jack era considerado uma aberração pelas pessoas do orfanato, as freiras costumavam dizer que ele tinha o diabo no corpo pois todo lugar em que ele estava acontecia um acidente, será que era culpa dele? um menino de apenas 13 anos, bastante solitário, e antissocial se escondia de tudo e todos. As autoridades do orfanato faziam questão de que quando tivessem visitas, os adultos que viessem nunca passassem pelo quarto de Jack... ele era estranho... ninguém gostava de estranhos, muito mais estranhos que atraíam acidentes.

Jack tinha cabelos pretos lisos e desgrenhados, pele pálida e branca, seus olhos eram castanhos como avelãs, usava uma camisa de algodão e calças de algodão da mesma forma. Como estava chovendo ele tinha se escondido dentro dos lençóis velhos e nada aconchegantes. O seu quarto tinha as paredes rachadas, o teto pingava água com tamanha velocidade que parecia tortura ele estar ali. Para ter uma vida terrível daquele jeito fazia dele um pária da sociedade. Jack era torturado pelos meninos no corredor já que ele não gostava de brincar com eles, e muitos não faziam questão se ele estava vivo ou não. O que o menino mais queria era achar uma família, amigos de verdade, algo para amar e que venha fazer sentido e talvez até mesmo formar uma família feliz e nunca abandonar seu filho (a)... diferente do que seus pais verdadeiros fizeram com ele. Mas se tinha uma coisa que Jack sabia e gostava era desenhar, o garoto era obcecado por desenhar coisas fictícias. Ele não gostava de se gabar mas desenhava muito bem, em seus vários papéis amontoados debaixo da cama (revestida de papelão) ele desenhava pessoas com asas, árvores e tocas... mas o que ele mais desenhava era fogo... a causa da maioria dos acidentes referentes a seus antigos orfanatos.

O primeiro orfanato que teve (aos 7 anos) foi interditado por ter sido destruído em um incêndio, o segundo orfanato dele (aos 9 anos) teve um acidente na cozinha que provocou um pequeno incêndio mas influenciou a assistente social mudá-lo novamente de local, o terceiro orfanato (aos 11 anos) de alguma forma foi o único a qual ela tinha se sentido melhor... lá as pessoas pareciam gostar dele, mas segundo o que diziam, a diretora tinha se suicidado e o orfanato se extinguido. Por ironia do destino seu último orfanato e atual tem sido o pior de todos, a única pessoa a qual lhe visitava uma vez na semana era a assistente social Rachel Feyman. Rachel tinha a pele morena alta com os cabelos cacheados e curtos, era muito amigável e sempre garantia esperança para ele dizendo que um dia, Jack iria encontrar a família e que tudo isso era necessário para ser feliz.

Nisso, Jack não concordava. Muitas crianças eram felizes sem necessariamente serem órfãs... por que com ele tinha que ser assim? por que o Deus que as freiras diziam tanto existir não cuidava dele? Por que Deus não tinha castigado seus pais por terem largado ele e as outras crianças? Por mais que não tivesse amizade com elas, sabia que ser órfão é o pior que uma criança pode passar: sem amor, afeto, carinho... ninguém para abraçar, te dizer a hora de dormir... As lágrimas escorriam pelo rosto de Jack, com vergonha da sua tristeza se escondeu dentro dos lençóis e tentou se sufocar com o travesseiro: ele queria morrer. Inesperadamente ouviu um som de batidas na janela, como se alguém estivesse tentando entrar, olhou repentinamente e viu que não tinha ninguém. Ele estava no 2º andar, portanto não era possível que alguém tivesse querendo chamá-lo. Ouviu o som de batidas novamente e espiou para fora dos lençóis. Com curiosidade foi ver o que era, calçou os pés, já que o chão estava bastante frio, este rangia constantemente fazendo aquela situação parecer a de um filme de suspense. Olhando par fora da janela viu que obviamente não tinha ninguém nem nada lá fora, quando se virou ouviu novamente o som de batidas, e quando olhou se impressionou com o que tinha visto.


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Notas finais do capítulo

Obrigado