Shy Violet escrita por Letys


Capítulo 6
Alguém importante


Notas iniciais do capítulo

Oi gente -QQQ ⊙ω⊙ Infelizmente esse capítulo ficou mais curto do que eu esperava, porém ele é importante pois possui detalhes importantes. Nesse capítulo vão ser mencionadas três pessoas cujo não citei nomes, mas acho que com as minhas "dicas" já ficou muito na cara quem são elas 0´SP]ÃÇDL De qualquer forma, se alguém tiver um palpite, ehe
PS: Aqui uma foto de como eu imagino a Ally (não sei porque to colocando mas tudo bem asjkdh) http://38.media.tumblr.com/75b9f8766cbda7b861f8a3c0b61f8f6f/tumblr_mg4f64SPJ01rehj39o1_500.jpg
AHHH QUASE IA ME ESQUECENDO contém um humor negro bem de leve no finalzinho do capítulo, é bem de leve mesmo e juro que não é pra ofender ninguém, me desculpem desde já T-T
Boa leitura seus lymdos



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[Alyssa]

– Filha, você está prestando atenção? Escute o que o pastor está falando - Meu pai me cutucava severamente

– Ahn? Claro papai, perdão! - Eu sorria amarelo

Era uma das vezes em que papai e mamãe conseguiam arrastar eu, Alexy e Armin para a igreja. Eu e Alexy somos um pouco mais flexíveis, já Armin, queria poupar seus ouvidos de ouvir tanta besteira e ficava jogando seu Nintendo DS com os fones de ouvido.

– Querido, você pode tirar os fones, só um pouquinho? - Minha mãe sorria gentilmente, ao contrário do meu pai que enxergava a religião como uma espécie de ditadura.

– Tá bom mamãe - Armin sorria de volta

Papai era mais severo em relação a religião. Na bíblia evangélica, diz que o homem cuida da casa e a mulher tem que ser submissa a ele, e mamãe aceitava isso numa boa. Nós três achamos isso ridículo, mas uma coisa que eu acho que os meus irmãos não perceberam, é que a mamãe aceita tudo isso para evitar discussões com o meu pai.

– Alexy, acorde - Meu pai chacoalhava seu braço, e sinceramente, era melhor que Alex não tivesse acordado para não ter que ouvir a quantidade de asneira que viria a seguir.

– "... Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher, ambos praticarão um ato repugnante. Terão que ser executados, pois merecem a morte" Levítico, capítulo vinte, versículo treze - O pastor fechava a bíblia, dando início ao sermão ou seja lá como chamam isso.

Eu e Alexy nos sentíamos como se estivéssemos em frente a uma corte sendo julgados por um crime, já Armin, ele torturaria o pastor da pior maneira possível se estivéssemos em Assassin's Creed

– Irmãos, que mundo é esse, onde se você aparecer de surpresa em algum lugar que o seu filho for, você se depara com ele se relacionando com alguém do mesmo sexo? - O pastor perguntava

– Ei, não dá ideia não! - Alexy reclamava, não pude deixar de dar um beliscão em seu braço pra ele calar a boca.

Cada palavra do pastor fazia o meu coração amargurar mais e mais. De repente, o sermão havia virado uma espécie de grito de guerra, a cada frase que o pastor dizia sobre como éramos "impuros, maliciosos, arrogantes e sem amor pela família" todos os fiéis gritavam em sinal de concordância, inclusive os meus pais.

Eu e Armin estávamos calados, é óbvio que temos mente aberta, mas a nossa mente tem um tipo de "filtro" que não deixa as coisas ruins entrarem, não que o Alexy não tenha esse filtro, mas o filtro dele era um pouco mais sensível, visto que ele estava chorando.

– O papai e a mamãe realmente pensam isso de nós? - Ele estava com as mãos no rosto e falando um pouco baixo para os meus pais não ouvirem

– Eles são tão ignorantes quanto o resto das pessoas desse lugar - Armin se levantava da cadeira e segurava Alexy pelo braço, parecendo indignado - Vamos ao banheiro, assim você se recompõe e não ouve tanta merda.

Foi o grito de guerra mais longo que eu tive que ouvir, eu realmente gostaria de mandar um grito de volta. Após isso a mamãe subiu com as outras pessoas do coral da igreja para cantar uma ultima musica e o culto se encerrou.

Quando voltamos pra casa, eu e Armin precisamos ficar consolando Alexy por um bom tempo, ele realmente estava mal pelo ocorrido, ver os próprios pais contra você e seu irmão não era algo fácil pra mim, e muito menos pra ele.

Quando íamos a igreja com os nossos pais, homossexualidade não era um assunto muito discutido, ou talvez até fosse, mas nem prestávamos atenção, então isso foi algo um pouco novo pro Alexy, não que ele soubesse sobre a ignorância de parte dos religiosos, mas pelo visto ele não achava que seria tão ruim.

***

– Não esqueçam que sexta-feira é a entrega do trabalho! - A professora anunciava, fazendo todos ficarem preocupados

Após ouvir parte da sala reclamando por não ter feito nada ainda, percebi que eu e Violette estávamos na mesma situação. Na verdade eu vi mais o trabalho como uma tentativa do Alexy conquistar o Kentin (o que deu certo, felizmente) e não como uma tentativa de melhorar minhas notas.

– Violette, o que vamos fazer a respeito do trab... Violette?

Ela olhava pra baixo, parecia estar mais distante do que o normal, demorou alguns segundos pra ela perceber que eu estava olhando pra ela, e quando o fez, se assustou um pouco

– Oh, me desculpe - Ela colocava uma mecha de cabelo atrás da orelha

– Bom, o trabalho...

– Ah, claro! É que... Podemos discutir isso outro dia?

– C-Claro.

Ela permaneceu quieta o dia todo, no caminho para o trabalho, comecei a me perguntar o que poderia ter feito ela ficar assim. Será que ela ainda gosta do Alexy? Não costumamos a falar sobre o que se passa no nosso coração, mas se falássemos, será que ela me contaria? Eu queria ser uma das coisas que se passa no coração da Violette.

***

– Aqui, uma torta de maçã e um café expresso - Eu entregava para Castiel, que estava na mesma mesa que Lysandre - Se precisar, o meu nome é Alyssa

– Ah, a garota que se quebrou no primeiro dia de aula! - Ele dizia com uma certa empolgação colocando um pedaço de torta na boca

– Eu mesma! - Respondi com um sorriso, na mesma empolgação.

As pessoas normalmente ficariam um pouco constrangidas ou bravas se ouvissem algo assim, mas vamos lá, foi engraçado, não foi? Gosto de levar a minha vida como se fosse uma grande comédia, e é bom rir de si mesmo, no fim das contas.

Castiel e Lysandre discutiram desde assuntos da banda até a stalker maluca do Lysandre, mais maluca até do que eu e Alexy, como eles eram os únicos clientes, era difícil não ouvir a conversa.

– Já disse, não vou fazer show algum sem um baixista e um baterista - Castiel reclamava sem dar muita atenção ao fato do Lysandre estar desesperado

– Mas podemos fazer um show acústico, até porque, o Nathaniel pode nos ajudar de novo e...

– Você não se lembra? Ele disse que aquela era a primeira e ultima vez que ele tocava bateria.

– Um baixista é? - Eu pensava enquanto arrumava os porta-guardanapos em cima de algumas mesas, enquanto Violette fazia a mesma coisa - Droga, ela está bem a minha frente, mas por que sinto ela tão longe?

Naquele dia, não haveria nem show ou balada no Winterz a noite, porém, meu futuro sogr... Digo, patrão, pediu para pensarmos em sabores novos de milkshakes, bolos, bebidas, então ficamos até tarde sentadas no chão da cozinha pensando em algo. Aquele silêncio estava me incomodando demais, realmente, se o Deus que os meus pais tanto falam for o cara que ouvimos falar na igreja, aquele que abomina homossexuais, ele deve estar se divertindo bastante com a minha situação.

– Hm... Você sabe que não vamos chegar a lugar algum desse jeito, não é?

– Com o que? Os sabores novos?

– Eu estava falando de você.

– Você está realmente preocupada com o trabalho, não é?

– Não, eu estou preocupada com você. - Droga, o que você acabou de falar, sua grande estúpida? - Digo... Ah, deixa pra lá, você entendeu.

Um sorriso disfarçado e bochechas vermelhas foram a prova de que a Violette consegue ser fofa até mesmo quando está todinha quebrada por dentro, é um pouco cruel pensar isso, mas era verdade, até triste ela consegue se superar. Ela pareceu estar com medo ou até mesmo pensando no que falar, até que finalmente soltou uma pequena frase:

– Você já teve alguém importante? - Ela falava tão baixo e com a voz tão trêmula, que por um momento eu pensei que ela ia chorar.

– Importante?

– S-Sim, alguém que vale a pena você proteger

– Bom... - Eu ri - - Eu tive uma pessoa que pensei ser importante, mas quando percebi que ela não era, acabei a magoando muito. Depois teve uma outra pessoa, ela parecia ser tudo o que eu queria proteger

– Mas...? - Ela me olhava de perto, curiosa

– Era como uma máscara, ela nunca foi nada do que aparentava ser.

Me lembrei da primeira pessoa, foi alguém que eu nunca pensei que magoaria, e quando o fiz, doeu mais do que eu pensei. Acho que algumas vezes, quando você fere alguém, você acaba sendo ferido também sem ao menos perceber. Mas sei que não foi assim com a segunda pessoa, essa pessoa parecia ser uma sádica que gostava de torturar e manipular todos a sua volta, e assim aconteceu comigo também.

– Eu tinha alguém assim, eu perdi essa pessoa há alguns anos atrás... - A cabeça dela estava um pouco abaixada - Quando meus pais se separaram, eu estava ocupada demais sendo egoísta e pensando na minha própria dor, eu deixei essa pessoa quando ela mais precisou, e ela foi pra longe de todo mundo por minha causa. Ally, o que você faria para manter os seus irmãos perto de você sempre?

– Tudo que estivesse ao meu alcance - Não pode ser, a pessoa de qual a Violette está falando é...

– E eu faço isso, juro que faço, mas ele não volta. Hoje faz dois anos que o meu irmão mais velho fugiu de casa, eu deixo as flores favoritas dele na cômoda ao lado da sua cama - A sua tentativa de não chorar falhou completamente, visto que agora ela estava berrando e com a cara toda vermelha - Mas ele nunca volta, ele não vai voltar!

Eu não pude fazer nada a não ser abraçá-la. Pensei que ela fosse falar do Alexy, mas ela falou sobre uma pessoa completamente diferente e eu mal sabia o que dizer pra fazer ela se sentir melhor, mas pelo visto, o abraço funcionou, pois começamos a conversar sobre coisas que a deixam feliz, coisas que ela gosta. Conseguimos pensar em alguns sabores de milkshakes e consegui ter uma base sobre o trabalho.

Descobri que ela não gosta de coisas muito amargas, portanto, ela dispensa um bom café, ela também não costuma misturar doce e salgado, ela acha que as duas coisas se estragam. Ela prefere as maçãs que são mais amarelinhas ao invés das vermelhonas e adora coisas azedas. Ela se sente bem quando está se balançando alto em um playground, ama um bom truque de mágica e não faz a mínima ideia de como nadar. Ela gosta de pandas e sua banda favorita é Coldplay, calmo, lento, mas animado algumas vezes, assim como ela.

E o que ela descobriu sobre mim? Descobriu que não é a única a ficar animada com luzes coloridas a noite, descobriu que eu gosto de Blink 182 e que adoro tomar chá. Contei também sobre o meu gosto por morangos e hortelã, além de eu ter contado do meu estoque secretos de doces que eu sempre tenho que mudar de lugar pois os meus irmãos descobrem. Ela descobriu sobre o meu amor por diferentes armações de óculos, por perfumes doces e pela cor vermelha. Só não descobriu sobre o meu amor por uma coisa, uma coisa que eu só fui perceber tamanho amor quando ela mostrou o seu lado mais frágil, ainda que tentasse ser forte. Acho que todos tem cicatrizes que querem esconder, eu particularmente acho bonito quando alguém as demonstra, e eu adorava cada pequena cicatriz que ela possuía, cada pequeno detalhe.

– Isso não está acontecendo, cara - Eu andava pelas ruas a noite depois de deixar Violette em sua casa - Ela é tão... tão... ARGH MEU DEUS EU QUERO AMASSAR A CABEÇA DELA DE TÃO FOFA

Eu rodopiava e dançava pelas ruas pouco me importando se estava chamando a atenção de um possível assaltante, assassino ou estuprador

– Cuidado, vai acabar caindo desse jeito! - Senti duas mãos grandes segurarem os meus ombros com firmeza enquanto eu rodopiava

– AH! Juro que não tenho dinheiro e não tomo banho há duas semanas, você não vai querer me estuprar, sério! - Tá bom, talvez eu estivesse me importando com assaltantes sim

Eu me debatia sem sucesso, pois a pessoa continuou segurando os meus ombros e ainda soltou um bocejo

– Hahahaha, você está um pouquinho mais forte que antes!

– Essa risada... Ah, você? Jura? Quase não te vi nessa escuridão toda

Ele riu e soltou os meus ombros, me dando um longo abraço

– Você ainda ri com humor negro, que bom - Eu dei um sorriso nostálgico - É uma das coisas que eu sempre gostei em você.


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Notas finais do capítulo

Tcharammm, quem vocês acham que são as pessoas? Ok, acho que deixei muito na cara mas tá ajksdh
Obrigada por estarem acompanhando, e fantasmas, já falei que um "estou gostando" ou "posta mais" me anima e bastante, portanto, comentem, eu não sou tão chata assim qq (U_U)
Mudando um pouquinho o assunto, mais alguém aqui fez o pacto com a Ambre no episódio 22? Preciso saber se não vou me foder sozinha, pois tenho certeza que vai dar merda asjka~ls
Kissus e até a próxima