Desconhecido escrita por Um Alguém


Capítulo 27
Vince - Fantasma


Notas iniciais do capítulo

Sugestão de música para o capítulo: Love Me Tender - Elvis Presley



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Acho que só a Megan e a Liz não beberam. Já eram quase duas horas da manhã. Depois de dançarem por quase três horas seguidas, agora Megan e Liz estavam sentadas no meio da sal rindo e tirando fotos.

John não havia resistido. Estava jogado no sofá no canto da sala. Dane e o “amigo” ( cujo o qual eu não lembro o nome) sumiram depois que o Dane vomitou na cozinha.

Eu estava sentado ao é da escada com uma garrafa de cerveja. Eu me sentia extremamente sonolento. Tinha tido uma semana difícil sem a Megan e agora o cansaço das noites em claro misturado com o álcool estava me derrubando.

Senti meu celular vibrar no bolso. Peguei –o. “Número restrito”. A única pessoa que tinha esse número era o Wade.

– Fala Wade. – atendi.

– Eu não sou o Wade. Tenta de novo. – disse a voz do outro lado da linha.

– Hunter? – perguntei reconhecendo imediatamente a voz.

– Muito bem, irmãozinho. Estava com saudade?

– Isso não tem graça. Quem está fazendo essa brincadeira ridícula?

– Não é brincadeira nenhuma. Sou eu, Hunter, seu irmão querido. – disse ele animado.

– Não, não é não! – esbravejei. - O Hunter morreu!

– Não, eu não morri. Você até que tentou me matar, mas não conseguiu. Sabe, você nunca foi muito inteligente. – debochou.

– Chega! Se eu descobrir quem está fazendo essa brincadeirinha, eu vou...

– O quê? Vai me matar? – sugeriu. – Será que dessa vez você consegue? – riu animadamente,

Desliguei o celular e o larguei no chão, aos meus pés. Eu me sentia desnorteado e sem ar. “Ele não está vivo. Isso foi uma brincadeira de mau gosto.”, repeti para mim mesmo. Mas eu ainda o ouvia falando e rindo. Estava tão perdido que nem notei quando a Megan sentou ao meu lado.

– Você esta bem? – perguntou ela, chamando-me de volta para a realidade.

– Claro, claro. Só um pouco cansado. – menti, sem olhá-la.

– Tem certeza? – insistiu, encarando-me.

– Certeza. – confirmei, pegando o celular no chão e guardando-o no bolso. – Eu já vou embora, tá? A gente se fala depois. – dei-lhe um selinho, depois levantei.

– Toma. – disse ela me entregando um pedacinho de papel. – É o número do meu celular novo.

Dei-lhe um sorriso forçado e guardei o papel no bolso. Saí da casa da Megan apressadamente. O álcool, o cansaço e a gora o nervosismo turvavam minha visão. Não sei como, mas consegui dirigir até minha casa sem sofrer nenhum acidente.

Quase infartei quando entrei na garagem. A parte da frente da casa estava pichada. ‘O passado sempre volta para assombrar. ’, estava escrito em tinta vermelha.

– Não! Não! – comecei a gritara para o nada e a socar a parede pichada.

Soquei a parede até meus punhos estarem sangrando. Caí de joelhos e deixei as lágrimas escaparem. Minha cabeça doía tanto que parecia que ia explodir. Eu estava sufocando no meu próprio medo, na culpa, no passado, na dor, em mim mesmo.

Eu tinha certeza que o Hunter estava morto. Passei horas, dias, meses, me culpando por isso. Chorei a morte dele. Senti uma parte de mim morrendo com ele. Não tinha como ele ter voltado agora, depois de todo esse tempo.

Mas e se, depois de tudo que aconteceu por causa da sua morte, ele estivesse vivo? O que faria? O que ele faria?

Deixei o desespero e todo o resto me consumirem até eu não aguentar mais. E então tudo ficou escuro e tranquilo, no inconsciente.



Quando acordei eram quase oito horas da manhã. Fiquei quase a manhã toda lavando a parede para tirar a pichação. Depois de acabar, tomei um longo e demorado banho. Minhas mãos estavam bem machucadas e vermelhas, mas eu não queria pensar nisso. Cheguei na casa da Megan mais ou menos meio dia.

– Oi, lindo. – cumprimentou Megan ao abrir a porta.

– Oi. Desculpa ter vindo sem avisar.

– Tudo bem. Vem, o almoço acabou de ficar pronto. – disse ela me puxando para dentro. – O que aconteceu com as suas mãos? – perguntou preocupada.

– Nada, nada. Só machucou um pouco quando eu fui consertar o carro hoje de manhã. – menti.

Ela me encarou por alguns segundos parecendo decidir se acreditava ou não. Por fim, deixou para lá e me puxou até a cozinha.

– Cadê o Dane e o John? – perguntei, notando a quietude da casa.

– O Dane está na casa do Thomas e o John está no quarto com a Liz, curtindo a ressaca.

Ela me serviu um prato de comida. Eu praticamente esqueci do Hunter, do telefonema, da pichação e de tudo que me incomodava. Estar com a Megan me fazia tão bem que não dava nem para explicar.

Depois do almoço fomos para o quarto da Megan. Passamos a maior parte do tempo deitados abraçados na cama. Tanto eu quanto ela falamos bem pouco. Ficamos só aproveitando o momento.

– Você sabe que eu te amo, não é? – perguntei-lhe.

– Sei, claro que sei. – disse ela. – Mas por que está me dizendo isso assim, de repente? – perguntou ela levantando a cabeça do meu peito para me olhar.

– Só para ter certeza que você sabe. – disse-lhe.

– Eu também te amo, lindo. – disse ela com um sorriso perfeito. – Muito.

– Você é tudo para mim. É a pessoa que eu mais amo no mundo todo. Eu nunca amei ninguém como amo você. Você é a dona do meu coração, da minha vida, da minha felicidade. Te amei quando te vi pela primeira vez, te amo agora e vou te amar para sempre.

– Eu também, anjo. Também te amo mais que tudo. Mas por que isso, Vince? Tá acontecendo alguma coisa? Você está estranho.

– Não é nada, amor. Eu só tive vontade de dizer. Queria ter certeza que você sabe o que eu sinto por você.

Ela me beijou e tudo ficou bem. Eu me sentia mais leve e incrivelmente bem. Era como se dizer o quanto a Meg era importante para mim fizesse eu me sentir melhor.

– Eu tenho que ir agora. – disse-lhe triste. – Acabei de lembrar que tenho uma corrida agora à noite.

– Não vai não. – pediu ela. – Eu estou com um pressentimento ruim.

– Eu preciso ir, linda. Não vai acontecer nada de ruim. – assegurei-lhe.

– Por favor? – implorou.

– Quer vir comigo? – ofereci.

– Sério?

– Sério. Vem comigo. Assim você não se preocupa e eu não fico com saudade. – dei-lhe um selinho.

– Tá bom. – concordou alegre.

Esperei a Meg se arrumar. Quando já estávamos saindo, encontramos John, Liz e Dane na sala. Por algum motivo que nem eu mesmo sei, chamei-os para irem com agente para a corrida, e eles aceitaram.

Acho que pela primeira vez não me sentia sozinho. Eu tinha uma garota linda e incrível que me amava e alguns amigos divertidos ao meu lado. Talvez as coisas estivessem começando a dar certo, apesar de tudo.


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Notas finais do capítulo

Estamos nos últimos momentos!!!
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