The Deal escrita por Effy


Capítulo 16
16


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa pela demora. Final de período na faculdade, sabe como é. Tinha pensado em outra coisa pro capítulo, mas eles merecem um tempo de paz kkkkkk. Vejo vocês lá em baixo, xx.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/448892/chapter/16

Clean Bandit - Rather Be

As pupilas dilatadas de Austin indicavam tamanha concentração com uma mistura dos efeitos das drogas. Ele olhava para Mike no chão, levava seu olhar para Charlie, depois para suas mãos e repetia o ciclo. Ele podia sentir em cada fibra do seu corpo a agitação para quebrar Mike no meio, mas estava hesitante.

“Austin, cara!” Thomas estava ao lado do amigo para apaziguar a situação “Não tem mais necessidade de bater nele” Tocou no ombro do irlandês para que o mesmo prestasse atenção “Vamos embora” Tentou puxar o amigo, mas Austin manteve-se firme.

“Ainda não” Respondeu sem olhar para Thomas. “Leve Charlie pra casa, Tommy” O irlandês não percebeu que a ruiva estrava atrás dele esse tempo todo, ela mal podia observar a situação.

“Austin, não faça besteira. Vamos todos juntos pra casa” O moreno insistiu

“Thomas, apenas leve Charlie para casa. Eu vou em seguida” Duende estava determinado, olhava para Mike como se ele fosse uma ovelha pronta para o abate.

“Austin, por favor vem comigo” Charlie choramingou chegando mais perto do loiro e enlaçando sua cintura. “Thomas está certo, não há mais necessidade. Deixe Mike aí e vamos” Só de sentir o familiar perfume do jogador, Charlotte sentiu-se mais segura. Sempre soube que ele fora do tipo brigão, mas sabia da mesma forma como sabia seu próprio nome que ele jamais a machucaria, mas sempre a protegeria. “Vamos, Irwin.”

Os músculos antes tensos de Austin, após o toque da ruiva, relaxaram e ele pode olhar para ela. Quanta falta aquela mãozinha fez na vida do irlandês, as mãos sempre gélidas e impacientes que ele tanto amava.

“Ok, vamos para casa” Sorriu e segurou a mão da fotógrafa. E por um segundo tudo se fez novo, não existe mais o sofrimento e depressão que inundaram sua vida nas últimas semanas.

“Vão na frente. Vou procurar Carrie e encontro vocês na sua casa, duende” Thomas disse saindo pelo corredor.

Austin deu um último olhar para Mike, que engatinhava para se escorar nos armários, e não foi o tipo de olhar amigável, estava mais para “Nem pense em tirá-la de mim novamente”. Caminharam pelo corredor sobre os olhares famintos dos colegas e tudo estava voltando ao normal. A rodinha formada para a briga não soltava uma só palavra, apenas expressões boquiabertas para tudo o que acabara de acontecer. Entre os dois nenhuma palavra foi dita até que entrassem no conversível vermelho.

“Senti falta desse carro” A fotógrafa comentou baixinho, percorrendo o painel com sua mão. “Senti falta do cheiro dos bancos de couro, da forma como você sempre tamborila suas mãos no volante junto com a batida da música, de te ver com o óculos de sol todo sério. Tanta coisa sobre esse carro” Repousou seu olhar no irlandês que a observava com todo o cuidado.

“Desde o dia que você foi la em casa com as minhas coisas na caixa eu não dirigi esse carro. Porque tudo nele me lembrava você, diabos, tudo em mim lembrava você.” Tentou esconder o riso, mas não deu certo.

“O que é tão engraçado?”

“Lembrei do dia que você quis dirigir o conversível, lembra?” Riu mais um pouco com a memória

“Claro que eu lembro!” Ajeitou-se no banco para ficar de frente para Austin “Você ficou maluco, morre de ciúmes desse carro. Não tirou a mão do freio de mão nem por um segundo. Parecia uma mamãe urso protegendo seus filhotes” A ruiva parecia tão natural e calma, como se nada nunca tivesse acontecido, como se ela não estivesse aterrorizada com o que Mike faria em seguida. Ele a tem onde ele quer.

“Você não alcançava o pedal! É claro que eu seguraria o freio de mão com todas as minhas forças!” Sorriu mais uma vez e deu partida no carro. “Ninguém mandou ser esse cotoco de gente”

Eles conversaram como se nunca tivessem ficado separados. Ao chegarem na casa de Austin, o loiro hesitou ao entrar apenas pela lembrança de como estava o lugar, drogas espalhadas mela mesa de centro, garrafas vazias e quebradas por toda a sala, roupas jogadas no chão.

“Não se assuste ao entrar,” Advertiu o irlandês “estive vivendo em um mundo paralelo desde a última vez que você esteve aqui.”

Charlie nada disse, apenas apertou as mãos no braço do loiro e indicou a maçaneta. A vida dela também esteve em outra dimensão desde que terminara com o irlandês, ela não tinha condições de julgar o fundo do poço em que o jogador permaneceu por dois meses.

Austin abriu a porta da frente e eles entraram, primeiramente tudo o que estava visível era mas garrafas. Demorou um pouco para a visão da ruiva se ajustar e conseguir captar todos os elementos do cenário.

“Definitivamente você esteve vivendo num lixão” Foi o primeiro comentário que escapuliu dentre seus lábios. Ela forçou uma risada em seguida pois não soube ler a expressão de Austin.

“Isso aqui é só a superfície” Comentou o loiro, chutando algumas coisas do meio do caminho. “Imagine como as coisas estiveram aqui dentro” apontou para a cabeça.

Num movimento involuntário e completamente honesto, Charlie se virou para encarar o jogador e poder beijá-lo. Fazia tanto tempo que queria fazê-lo. Acariciar seus cabelos loiros, tocar sua pele rosada, sentir o aperto firme porém delicado em sua cintura. E assim Austin o fez, tomou como sua a cintura da ruiva e não a soltou, ela por sua vez, apertou-se mais ainda contra o corpo atlético do loiro como um aviso que distância seria a única coisa que ela não queria. Mesmo quando o ar fez-se necessário o casal não se separou, o irlandês grudou sua testa na dela e em um som uníssono respiravam. Palavras não foram necessárias, nem mesmo para falante ávida que Charlotte é, ela que tanto praticou o que dizer a ele durante todas essas semanas, agora dar nome às coisas era meramente um detalhe, tudo ja foi dito e repetido.

Ela respirou fundo, preparou-se para o momento que jurou a si mesma que nunca mais se repetiria. Olhou fundo nos olhos cinza que foram o cenário de seus sonhos por tanto tempo, apertou suas elétricas e gélidas mãos ao redor do pescoço do jogador e pode ouvir seus corações batendo como um só. Aquele, indiscutivelmente, era o momento. Tinha de ser ali, ao redor da bagunça, do fundo do poço, depois de tanto sofrimento, de tanta amargura, em meio a uma luta que ela sabia que não iria ganhar, tinha de ser ali.

“Austin, eu” começou num sussurro, até porque eles estavam grudados. Austin a segurava firme contra si de tal forma que os pés de Charlie não encostavam no chão.

“Minha gente, que lixão é esse?” A voz estridente de Carrie inundou o lugar, fazendo a ruiva perder a coragem de se declarar.

A ruiva e o loiro se separaram e cambaleante ela se escorou no sofá.

“Acho que chegamos em péssima hora” Thomas disse sorrindo.

“Não esquenta” Austin respondeu cumprimentando o amigo “Temos todo tempo do mundo, certo Charlie?”

“É, todo tempo do planeta” respondeu baixo e encaminhou-se para a cozinha. “Preciso remendar sua cara, duende. Antes que fique pior”

[…]

O dia passou de forma absurdamente rápida, a noite se aproximava, Thomas e Carrie se despediam com a promessa de que se veriam no dia seguinte. Charlotte, como sempre, não tinha a menor vontade de ir para a casa. Ainda sentia dentro de si que precisava contar a Austin. Contar tudo, de Mike, de seus sentimentos, de tudo.

“Charlie?” Austin estalou os dedos para trazer a ruiva de volta do transe. “Tá tudo bem?”

“Sim, tudo ótimo” respondeu com um sorriso falso, ele sabia que não estava. Ela estava de pé, escorada na bancada com copos na mão

“Você está indo levar esses copos desde que Thomas e Carrie foram embora” comentou com um sorriso.

A fotógrafa se tocou e colocou os copos na cozinha, algo dentro dela queimava. Ela precisava de mais tempo com Austin, mas sentia dentro de si que a qualquer momento Mike apareceria e pronto tudo estaria acabado.

“Estou inquieta, Austin” desabafou “Podemos ir lá pra cima tentar assistir a algum filme?” estava no pé da escada, tamborilando os dedos elétricos no corrimão.

“Claro! Mas nada de roubar a cama só pra você” o loiro levantou-se animado do sofá, puxou a ruiva pela cintura e a jogou em suas costas e subiu as escadas.

“Odeio quando você me carrega feito um saco de batatas!” a fotógrafa mordiscava as costas do jogador, ele apenas ria.

“Por isso que eu amo fazer” ao chegar no quarto, o loiro a jogou na cama e fechou a porta. “Dê-me um segundo para trocar de roupa enquanto você arruma a cama, mesmo esquema de sempre” estalou os dedos e puxou uma calça de moletom da gaveta.

Estar de volta no quarto dele trazia tantas emoções à nota, a ruiva mal podia processá-las. O cheiro, tudo o que fazia dele, ele. Ela o queria, o queria muito. E não podia esperar. Levantou-se da cama e em seus passos apressados segurou o braço forte do jogador antes que ele entrasse no banheiro.

“Alguma coisa errada?” Questionou curioso.

Ela estava cansada de palavras. Sua vontade era de rasgar com as próprias mãos a camisa cinza que ele vestia. Ela apenas o puxou pela gola e o prendeu num beijo, que o fez soltar o que tinha nas mãos e puxá-la para si. A urgência podia ser sentida a um km de distância, ainda existia a delicadeza no beijo, mas o fogo e o desejo incontrolável falavam mil vezes mais alto. Ela o segurava no pescoço de tal forma que sentia que seus corpos iam se fundir em um só, ela sabia que ele a queria, sabia fazia tempo. Se separaram com a respiração ofegante, mas ela não estava satisfeita. Pois agora sabia que o queria, sabia que agora poderia ser real, ela não podia desperdiçar esse momento.

Nenhum dos dois se moveu, apenas ofegavam em uníssono. O dedo indicador de Charlotte elétrica e delicadamente percorriam o contorno do rosto simetricamente perfeito de Austin, ele sabia o que ela queria, mas mal podia acreditar. Não queria forçar a barra, seria tudo no tempo dela. Mal ele sabia que ela não podia se conter.

“Austin” chamou sua atenção em um tom doce. E pela segunda vez os olhos cinza foram tudo o que ela podia ver. Ela sorriu e o beijou no pescoço.

Ele a tomou pela cintura e ela prontamente enroscou suas pernas no torso definido dele. Mesmo de olhos fechados, não foi difícil chegar à cama. Ela retirou a camisa cinza do irlandês com tamanha fúria que o fez rir.

“Sonhei o dia todo em fazer isso” a ruiva comentou.

Não seria a primeira vez que o veria sem camisa, nem a primeira vez que faziam isso, sóbrios e cientes seria a primeira vez, uma vez que da outra vez estavam bêbados numa festa e não se lembraram no dia seguinte, prometeram que não fariam novamente a não ser que ambas as partes quisessem. Esse, claramente, era um caso que ambas as partes queria. Se tem uma coisas que eles queriam, essa coisa é isso. Ela não estava nervosa, muito pelo contrário, não poderia estar mais alerta e viva. Sabia exatamente o que queria e queria agora.

“Não precisamos ir com pressa” Austin a lembrou enquanto ela mordia sua orelha

“Não estamos indo depressa. Não acha que já esperamos demais?” Disse com certeza, olhou diretamente em seus olhos. “Eu tenho cem por cento de certeza de que é isso que eu quero, você tem?” era tudo o que importava agora, nem Mike podia estragar.

Ele sorriu de canto e rasgou de cima a baixo a blusa que Charlotte usava.

“Finalmente” a ruiva comentou com um riso satisfeito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Vejo as lindezas nos comentários, e responderei hoje mesmo!
Té mais rapaziada.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Deal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.