A Exterminadora De Youkais, parte II. escrita por Flávia Letícia


Capítulo 12
Capítulo 12 - Satori.


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Quanto tempo, rs. Desculpem-me pela demora, mas agora estou de férias e isso não vai mais acontecer. Espero que gostem.



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– Kazuo! O que você ainda está fazendo aqui? Não tem medo de morrer? – gritou Takara furiosa.

Kazuo olhou com pena e um certo desprezo para Takara. A cena dela era terrível. A youkai de cabelos arroxeados tinha um buraco enorme no abdômen, devido ao soco que Sesshoumaru lhe dera. Sua garganta tinha as marcas do youkai com pele de marfim. Ela estava detonada.

– Medo de morrer, Takara-sama? Já tive. Hoje, eu não tenho mais medo da senhora.

– Perdeu a noção do perigo, não é mesmo? Lembre-se que eu tirei você do nada!

– Tirou e quis me transformar numa pessoa sem caráter. A senhora queria me transformar num nada. – respondeu o antigo servo de Takara. Ele podia sentir seus olhos enchendo-se de lágrimas.

– Você é um ingrato! Vá embora, vá logo! Antes que eu me recupere e lhe mate. – Takara não olhava nos olhos de Kazuo. Sentia certo peso da consciência ao mandar aquele garoto ir embora.

– Não, Takara-sama. Ao contrário da senhora, eu não sou maléfico. Vou lhe ajudar.

– Eu não preciso de sua ajuda.

Kazuo não respondeu, simplesmente agiu. Foi até Takara e carregou-a até seu leito. Ela, por incrível que pareça, não resmungou, não implicou... somente aceitou a ajuda.

Ele delicadamente colocou-a deitada. Preparou água e panos limpos e começou a tratar de seus ferimentos.

– Por que está fazendo isso? – perguntou Takara. – Sabes que amanhã já estarei parcialmente recuperada.

– A senhora precisa de alguém que cuide de você.

– E por que tem que ser você? Depois de tudo que eu lhe fiz... depois de todas aquelas ameaças, por que você continua insistindo em me ajudar?

Kazuo demorou um pouco a responder. Mas tomou coragem, pois não adiantava continuar escondendo o que sentia para ela.

Nem para ele mesmo.

– Por que eu... eu te amo. Só por isso.

E ele a amava realmente.

Longe dali...

– O que irá fazer, Sesshoumaru? – perguntou Rin curiosa a respeito de Satori.

– Irei tirar satisfações com ela sobre todas essas bobagens que ela anda fazendo.

– Como pretende fazer isto? – perguntou Rin ainda confusa.

– Você verá.

Quando Sesshoumaru e Rin se aproximaram do castelo de Satori, ele fez algo inesperado: segurou uma das mãos de Rin. Ela corou e olhou para ele atônita. “Nesse tempo em que estamos juntos ele nunca segurou a minha mão perto de outras pessoas. Estranho! O que ele quer com isso?”

Os guardas de imediato deixaram o filho da rainha entrar no castelo com reverências exageradas, mas seus olhares não saiam da humana.

– Humana? Então é verdade que o lorde casou-se com uma humana? ... – cochichou um.

É claro que Sesshoumaru escutou e não só ouviu aquilo como também ignorou.

Satori viu seu filho de mãos dadas com Rin e soltou um ar de descontentamento evidente. Então, a exterminadora percebeu logo qual era o objetivo do príncipe com aquilo. Ele queria provocar sua mãe.

– Sesshoumaru! – Falou Satori de seu jeito peculiar – A que devo a honra da sua visita? Afinal, você mal se interessa pelas coisas de sua mãe. – revirou os olhos com uma falsa decepção.

– Poupe-me de seus dramas. Venho aqui e você sabe muito bem os meus motivos.

– Como ousa tratar sua mãe tão friamente? – Ela suspirou. – Desculpe-me, mas não sei quais são os seus motivos para vir aqui tão contrariado.

– Haha-ue*, já descobri que você andou apoiando Takara para que ela pudesse machucar Rin.

– Como pode acusar a sua adorável mãe sem provas?

– Ela mesma me falou de suas bobagens...

E os dois continuaram naquela discussão sem fim, Sesshoumaru a acusando e Satori fingindo que não sabia de nada com aquele seu melodrama. Aquilo já estava deixando Rin impaciente.

– Minha senhora, - interrompeu a exterminadora – perdoe-me por me intrometer na conversa de vocês dois, mas eu não entendo o motivo pelo qual a senhora não gosta de mim. Nunca lhe fiz mal...

Satori desviou o olhar da humana. Aos olhos de Rin ela parecia carregar uma mágoa infinita, a mesma tristeza que encontrou nos olhos de Sesshoumaru logo quando se conheceram. A tristeza de não ser o herdeiro da Tessaiga e de ter visto sua mãe sendo trocada por uma humana, a mãe de InuYasha.

Então era isso... era por isso que ela não a via com bons olhos.

– Rin, poderia vir falar comigo a sós? – perguntou Satori.

Sesshoumaru definitivamente não gostou dessa ideia. Ele sabia que aquela era a sua mãe e sabia muito bem do que ela era capaz de fazer. Mesmo assim, Rin não parecia está nervosa e foi acompanhando Satori. Sesshoumaru a admirava muito.

As duas caminharam até um pátio mais afastado. Era um lugar lindo de se ver. Rosas por todos os lados que davam ao local um perfume incrível, as borboletas margeando as flores, o chão luzindo de tão limpo. Era maravilhoso.

– Que lindo! – Exclamou Rin.

– É lindo mesmo. Costumava ficar aqui por longas horas logo que me casei. Eu e Inu no Taisho gostávamos plantar flores novas constantemente aqui.

– Desculpe a curiosidade, mas vocês foram felizes? – perguntou Rin e Satori não se incomodou com a pergunta.

– Fomos. Fomos felizes por muito tempo. E quando Sesshoumaru nasceu foi o momento mais alegre de nosso casamento. O problema foi só quando ele conheceu...

– Izayoi.

– Sim. Ela era jovem, bonita e ele era feliz com ela. É claro, isso feriu o meu orgulho. Saber que me meu marido, o rei e guerreiro Inu no Taisho tinha me trocado por uma humana... Imagina o quanto isso foi doloroso?

– Sim, Satori-sama. Deve ter sido terrível.

– Isso afetou não só a mim como a Sesshoumaru também. Ele se fechou. O pai não estava mais em casa com frequência e não estava com Sesshoumaru também. O sonho dele era ser tão forte como o pai ou até mais forte, sempre foi extremamente ambicioso. Mas ele não tinha mais com quem treinar e isso o tornou muito recluso, sozinho. E para completar eu e Inu no Taisho brigávamos muito. E tudo piorou quando aquele hanyou nasceu. Ah, como Sesshoumaru ficou contrariado... Ele não podia imaginar que um youkai tão poderoso tinha um filho hanyou.

Rin sentiu uma pontada de tristeza quando Satori falou nisso. Afinal, Megumi deveria ter nascido hanyou, só nasceu humana devido às circunstâncias.

– Imagino o quanto deve ter sido doloroso para a senhora e para Sesshoumaru, mas Satori-sama, por quê? Por que me fazer mal? Eu até entendo o seu transtorno com toda essa situação, mas eu nunca fiz mal a seu filho. A senhora sabe quem eu sou desde muito nova...

– Por isso mesmo! – ela aumentou o tom de voz – Eu queria tirar da cabeça de meu filho de uma vez por todas essa ideia de ficar com você. No início, eu não me preocupei tanto. Afinal, você era muito nova e eu pensei que ele tivesse acolhido você por pena. Talvez ainda existisse um pouco de sentimento nele, eu pensei. Pois bem, ele lhe devolveu para o vilarejo e tudo parecia bem. Só que eu sempre estranhei esse apego exagerado de Sesshoumaru por você. Eu sabia que ele ia a vila para lhe visitar e lhe comprava presentes direto. Depois, vocês se reencontraram e o que era esperado aconteceu. Mas, você tinha que ser humana?!

– A senhora nunca parou para pensar que ele é feliz comigo?

– Que seja! Mas vocês humanos estão sempre disputando com nós dai-youkais. O que vocês têm de tão especial?! – ela parecia inquieta.

– Nós amamos e não temos vergonha de demonstrar isso. A senhora sabe o quanto é bom se sentir amada? Sei que sabe... então, por favor, não machuque mais a Megumi. Eu sei que a senhora não aprova a minha união com Sesshoumaru, mas pense só que ele está feliz. Obrigada por este momento, Satori-sama. Foi ótimo conversar com a senhora. Agora, com sua licença peço permissão para me retirar.

Satori assentiu levemente com a cabeça. Rin foi embora ainda meio abalada com a conversa.

Quando chegou ao saguão principal, a humana viu Sesshoumaru andando para lá e para cá impacientemente. Ela observou a cena e riu um pouco com isso.

– Vamos? – Ela perguntou.

– Está tudo resolvido? – Sesshoumaru perguntou preocupado.

– Não tenho certeza, mas pode ser que minhas palavras tenham surtido efeito. Vamos? Quero ver como está Megumi, Kaede-sama deve estar cansada depois de todo esse tempo cuidando dela.

– Claro.


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Notas finais do capítulo

E, então? O que acharam? Primeiro, a declaração de Kazuo... será que Takara irá se render aos encantos dele? Depois, Satori... como será que ela vai ficar depois dessa conversa com Rin? Bem... obrigada por ler e até o próximo capítulo. Beijão.
Ps: Haha-ue é uma forma respeitosa de se dirigir a mãe, assim como Chichi-ue é uma forma respeitosa de se dirigir ao pai.