Carlos Daniel embarcou no primeiro voo para Miami, e passava-se do meio dia quando ele chegou a cidade. Imediatamente, tratou de alugar um carro, e em seguida, fez reserva em um dos hotéis mais próximos da casa de Paulina. Subindo para seu quarto, desfez as malas e agarrou o convite do teatro em mãos.

–Te farei minha mais uma vez Paulina, e nunca mais deixarei que escape por entre meus dedos.

O Dia passou voando... Carlos Daniel preparou-se para o momento em que seu olhar encontraria-se outra vez com o dela. Aquela amor guardado em seu peito latia a cada segundo implorando mais para que não fosse abandonado, e Carlos Daniel o escutou.

Ele fez a barba, cortou os cabelos, e mandou passar o melhor de seus ternos. Informando-se melhor, descobriu onde Paulina sentaria, e não pode deixar de sorrir, pois de onde estaria, teria total posição para mira-la.

Paulina arrumava-se com os filhos e Manu, que propôs de se arrumarem juntas. Paulinha estava linda vestida de morango, e Gabriel de coelho. A pequena de Manuela, usava uma fantasia de Uva, e estava linda também. Manuela dedicava-se a arrumar o cabelo de Paulina, e em pouco tempo fez um lindo coque, cheio de cachos. Assim que Manu terminou os cabelos da amiga, dedicou-se a maquiar aquele belo rosto, que mesmo com o passar do tempo, não perdia sua beleza. Paulina colocou um vestido azul claro, que ressaltou seu ventre já saliente. As curvas da gravidez começavam a aparecer velozmente, deixando-a ainda mais linda. Manuela acompanhou a amiga em um curto e justo vestido preto, carregado de lantejoulas no busto.

Assim que todos estavam prontos, seguiram rumo ao teatro. Paulina combinou de encontrar-se lá com Juan, e então acabou indo com Manuela para o local. As crianças estavam eufóricas, e foi o som incessante do celular de Manuela que fez o silencio preencher o automóvel. Manu parou o carro no acostamento, e perdendo a cor da Face, atendeu a chamada.

–Sim?

–Não diga que sou eu, sei que Paulina está contigo.

–É... sim... Olá, como está?

–Estou bem, e em um carro logo atrás de você.

Manuela gelou por dentro, e ainda mais quando virou-se e viu que Paulina prestava atenção em sua chamada.

–E... o que... -ela respirou fundo. -O que pensas em fazer?

–Já sei que o filho que Paulina espera é meu. Sei que carrega um filho nosso, e não abrirei mão de reconstruir minha família.

–Não crê que está tarde de mais para isso? Acho que já não dá mais tempo.

–Não desistirei, e você sabe que ela me ama.

–O que você fará?

–Irei ao Teatro, e se possível, falarei com ela. Não diga nada a ela, por favor.

–Não direi. Mas confio em ti, e sabes bem o que farei caso ocorra algo.

–Sei, e não se preocupe, não quero machuca-la.

–Ok, nos falamos.

–Obrigado Manuela.

–Não por isso.

Manuela desligou o celular com os dedos trêmulos, sem saber como agir. Ela não poderia mencionar nada do que foi dito naquela ligação para a amiga.

–Tudo bem Manu? -perguntou Paulina vendo a palidez no rosto da amiga.

–Sim, tudo bem. Era o David.

Manu acelerou o carro e seguiram para o teatro.

Mesmo que não fosse certo, ela confiava em Carlos Daniel, confiava porque Paulina o amava, e ele da mesma forma. Sabia bem as chances que Paulina tinha de ser Feliz com Juan, mas não o amaria como ama o Bracho.