Aquilo que os Sonhos dizem. escrita por Ana Áctile


Capítulo 94
Aqueles que me cercam.


Notas iniciais do capítulo

Galera, desculpe a demora! Eu sei que disse que iria postar na quarta ou na quinta sendo que eu confundi o dia das provas! Eu pensei o dia 20 fosse uma quarta-feira, mas não! Dia 20 foi quinta-feira! Por isso, o capítulo atrasou, porque eu não pude escrever na quarta. Comecei a escrever o capítulo na quinta, do começo literalmente. E só consegui terminar hoje. Sábado. Tá ai, pessoal! Beijos e espero que gostem!
BATI UM NOVO RECORDE! 3.051 PALAVRAS!



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Senti que os passos estavam cada vez mais perto. Instintivamente, acelerei. Não quero falar com ninguém agora.

Corri até perceber que não escutava mais os passos. Parece que aquele que estava me seguindo acabou desistindo. Parei um pouco para descansar.

Me encontro num corredor longo e pouco iluminado já que não há janelas, apenas três vitrais, três pontos por onde a luz do sol passa fracamente, no alto da parede a minha direita, com bastante espaço entre um e outro.

Com o fôlego retomado voltei a caminhar.

Logo chego a uma bifurcação. Pelo o que eu sei, se virar para a direita estarei na direção convencional, ou seja, as salas de aula e tudo mais, e o caminho que tomarei se seguir em frente é desconhecido, afinal, nunca tive o interesse de saber aonde vai dar.

–Rose? É você?

Reconheci a voz de Lucy de imediato, estava baixa e o motivo com certeza é pelo medo que ela está tendo do escuro. Ela está com dificuldade para me enxergar devido a má iluminação desse corredor.

–Sim, sou eu. - Murmurei.

–Ah! Graças a Deus te achei!

Ela andou até mim e me abraçou.

–Rose, você está tremendo. - Ela disse, surpresa.

De fato, eu estou mesmo tremendo. Estou nervosa, angustiada, me sentindo humilhada, isso tudo faz com que eu trema um pouco. Não estou mais chorando, parei quando estava descansando a pouco tempo atrás. O abraço de Lucy me acalmou um pouco.

–Está melhor? - Lucy perguntou depois que eu desfiz o abraço.

–Estou. Obrigada. - Falei. - É você que estava me seguindo?

–É... - Lucy exitou um pouco. - Não. Foi é... foi...

–Ok. Deixa pra lá. - A interrompi. -Vai ser melhor não saber, mesmo.

Pela reação dela, prefiro desistir da resposta.

–Ok... - Lucy concordou, espantada. -Vem, vamos sair daqui.

Ela pegou minha mão e a puxou com gentileza para me incentivar a andar.

Viramos a direita.

•••

Parece que a história não tinha sido espalhada pra valer ainda, pois recebi pouquíssimos olhares. Olhares de pena e espanto que mudavam para um pedido de desculpa em silêncio para logo depois desviar o olhar. E quanto mais eu pegava alguém me olhando, mais eu me encolhia atrás de Lucy que andava poucos passos a frente ainda segurando minha mão.

De repente, Lucy parou de andar e por pouco não fui de encontro a ela. Espiei por cima de seus ombros a procura do motivo para tal ato e vi Robert Madson, o diretor da escola, vindo em nossa direção. Percebi Luzia vindo logo atrás. Ele parou em frente a nós.

–Recebi o aviso de que aconteceu uma briga na biblioteca. Vocês duas estavam envolvidas, não estavam? -Ele indagou. - Ao julgar pelo seu rosto, menina -Apontou pra mim. -Parece que a resposta é sim.

–Houve sim uma briga, mas já foi resolvido. - Lucy respondeu.

–Não interessa. -Falou com indiferença. -Isso é uma escola, não é permitido violência aqui dentro.

–Desculpe. -Falamos em uníssono.

–Luzia, ajude a menina e depois mande-a para casa. - O diretor ordenou.

–Sim, senhor.

Eu e Lucy seguimos ela. Primeiro fui levada até o banheiro onde lavei o rosto para disfarçar um pouco que a momentos atrás eu estava chorando. Em seguida fui até a sala de aula pegar minhas coisas e depois fomos para a secretaria. Lá, Luzia ligou para minha casa e conversou com Madame Blue.

•••

Quatro dias depois.

A mesa do refeitório está a semana toda com o mesmo clima pesado. E depois de meses, estou aqui em vez de estar no andar da biblioteca, sentada em um banco de madeira, conversando com Peter. Ele e Adam foram suspensos durante uma semana. E é por isso que aqui está apenas eu, Lucy e Klaus.

Diferente de dias atrás, a história já foi esquecida pelos alunos, ninguém fala mais sobre a briga e eu parei de receber olhares curiosos. Tudo voltou ao normal. A única coisa que continua a mesma é a angústia que ainda sinto.

–Então está combinado. Eu e Rose vamos na casa do Adam hoje deixar os cadernos pra ele pegar o conteúdo que perdeu durante a semana. - Lucy falou.

–Beleza. - Eu concordei.

–Eu vou na casa do Peter hoje. - Klaus avisou.

–Como ele está? - Lucy perguntou.

–Na mesma. Se antes ele só falava as coisas pra mim, agora nem isso ele quer.

Abaixei minha cabeça e fiquei olhando para as minhas mãos descansando em cima de minhas pernas.

–Rose, tá tudo bem? - Lucy perguntou, preocupada.

–Sim. Está. - Falei, nada confiante.

–Para com isso, cara. Tá na cara que está acontecendo alguma coisa.

–Talvez...

–Você ainda está assim por causa da briga né?

Lucy acertou em cheio. Não tinha mais como negar.

–Sim...

–Rose, posso falar uma coisa? - Klaus pediu.

–Pode.

–Fiquei calado, mas agora eu quero te falar uma coisa. - Klaus explicou. -Quero te ajudar.

Assenti.

–Eu não fiz isso. - Klaus declarou. -Essa é a única coisa que o Peter falou pra mim.

•••

Algumas horas depois.

Estou na casa de Lucy, vim pra cá direto da escola, logo, almocei aqui. Liguei para Madame Blue quando ainda estava na escola para avisar que chegaria mais tarde hoje e expliquei a situação.

–Vamos?! - Perguntou Lucy depois de guardar a chave de casa na bolsa.

Estamos indo para a casa de Adam. Vamos andando já que ele mora a dois quarteirões daqui.

A casa de Gother tem a estrutura de um duplex que foi transformado em uma única moradia.

Tocamos a campainha. Rapidamente fomos atendidas por uma mulher. Ela aparenta já ter seus quarenta anos.

–Boa tarde. - Ela disse.

–Boa tarde. - Falamos em uníssono.

–Ah, Lucy! Quanto tempo, querida! Por favor, entrem. - Pediu.

Entramos na casa.

–Maria! - Lucy lhe deu um abraço apertado.

–Lucy! Quanto tempo, criança! - Elas riram. -Temos uma visitante nova aqui. -Ela se referiu a mim. -Meu nome é Maria. Eu sou a empregada da casa, digamos assim. - Se apresentou e soltou um risinho no fim -Trabalho aqui a mais de dez anos, cuidando da casa e do menino Gother.

–Ah, sim! Sou Alice.

–Claro! Alice! Adam sempre me fala de você desde o ano passado. Alice isso, Alice aqui, como deve estar Alice depois de tudo que aconteceu... - Contou. -Não são muitas as pessoas por quem ele se importa, dá até pra contar nos dedos. - Ela falou com admiração. -Vocês são muito amigos, né?

–Si-sim... - Gaguejei.

Meu rosto deve estar vermelho por conta do que acabei de ouvir.

–Obrigada. -Ela falou.

Vendo que fiquei confusa, ela tratou de explicar.

–Adam não tem muitos amigos. É difícil surgir uma pessoa nova de quem ele fala. E mais difícil ainda com tanta rapidez, afinal, ele fala de você desde o início do ano passado, vocês tinham acabado de se conhecer. - Explicou. -Então, obrigada.

A casa dos Gother é interessante. Ela possui o estilo rústico. A sala, além de contar com o que qualquer outra sala tem, uma ponta a outra de uma das paredes é composta por nichos. Esses nichos estão abarrotados de livros, DVDs e itens que aparentam ser lembranças de viagens, não há mais nenhum espaço livre. Da sala dá pra ver a cozinha também rústica.

–Bem meninas, ele está no quarto. Vão e, por favor, tentem tirá-lo de dentro de lá. Lucy, você já sabe onde é. Conhece essa casa como a palma de sua mão, não é criança? - E riu. -Parece que foi ontem que você e Adam ainda tinham dez anos e ficavam correndo por essa casa.

–Minha segunda casa! - Lucy exclamou.

Maria foi para a cozinha. Eu segui Lucy pela casa. Paramos em frente a uma porta de madeira que Lucy deu três batidas. A música alta do outro lado parou.

–Fala, Maria. - Escutamos a voz de Adam.

–Não é a Maria. Palhaço. - Lucy avisou.

A porta foi aberta.

–Entra ai, meninas. - Adam falou. -Desculpem, eu tinha esquecido que vocês viriam aqui.

Eu e Lucy sentamos na beira da cama.

–Ok. Ok. - Falou Lucy.

–Viemos trazer os cadernos. - Apontei para atrás de nós onde os cadernos estão pousados.

–Valeu, meninas. - Adam agradeceu. -E ai? Como vocês estão?

–Bem bem. - Lucy afirmou.

–Estou bem. - Falei.

–Alguma novidade? - Ele perguntou.

–Nada de bom aconteceu. É a mesma rotina de sempre. - Lucy relatou.

–Nossa, não sei se fico feliz ou triste com isso. - Adam ponderou.

Rimos.

–Meninas, já volto. - Adam avisou.

Ele saiu do quarto.

Por falar em quarto, agora estou dando mais atenção a ele em si. O quarto de Gother não é muito diferente do resto da casa, pelo visto, todos os cômodos tem a mesma decoração rústica. Assim como a sala, o quarto também tem os nichos, eles ocupam metade da parede ao lado da porta. Há uma televisão presa a parede e um aparelho de som e uma pilha de CDs estão dispostos acima de uma bancada onde há também um computador. Em uma das paredes Adam fez um mural de fotos, cheguei mais perto para ver e Lucy decidiu vir também.

–Ah, cara! Não acredito que essa foto ainda existe. - Lucy apontou para uma foto.

Rapidamente entendi o porque de Lucy ter falado isso.

Duas crianças de mais ou menos dez anos estão na foto. Uma menina de cabelos ruivos e um garoto de cabelos castanhos. Lucy e Adam. Eles estão todo sujos de tinta, desde as roupas até o rosto e os braços.

–Adam já tinha onze anos, mas eu ainda não tinha feito aniversário, ainda estava com dez nessa foto. Estávamos aqui nessa casa, na sala, Maria nos deu tinta pra ficar desenhando e acabamos fazendo uma guerra. - Lucy contou. -Eramos crianças, não nos julgue.

Ri como não fazia a dias.

Continuei a olhar as fotos. Fiquei olhando atentamente até que encontrei uma que me chamou atenção. Tinha algumas fotos sobre ela de forma que não era possível ver direito, mas ela me intrigou de verdade então, com cuidado, desloquei as fotos que estavam atrapalhando até conseguir chegar nela. Descolei-a da parede para ver melhor.

Duas crianças estavam nessa foto também, mas há diferenças. A menina não tem cabelos ruivos e o casal não tem dez ou onze anos de idade.

Tão familiar. Essas crianças são tão familiares pra mim. Eu já as vi antes. Já vi essa foto antes.

Na caixa que encontrei no quarto de papai, havia meu diário, cartas anônimas e fotografias soltas ou guardadas em um álbum. Tantas fotos, minhas de quando era criança com papai e mamãe, nos meus aniversários... Achei também uma foto minha com Jack quando tínhamos seis anos, mesmo ano do acidente.

Voltei meu olhar para a foto de Adam e Lucy sujos de tinta. O mesmo garoto está na foto. O mesmo menino de cabelos castanhos. Adam. E a garota, bem, eu reconheceria de longe essa pele branca e os cabelos negros. Essa foto é a mesma que eu encontrei na caixa guardada no quarto de papai.

Eu e Jack com seis anos de idade, a mais de dez anos atrás, no começo do ano letivo da escola primária Mr. Vicent. Virei a foto para ver se havia algo escrito no verso.

''Eu e Alice.

Escola Primária Mr. Vicent

24 de Julho de 2003''

–Meninas, Maria pediu pra gente descer. Está chamando a gente na cozinha, ela fez um lanche...

Com o rosto tomado pelo choque, me virei de modo que fiquei de frente pra ele.

Adam.

Jack.

A criatura.

–Rose? O que houve? - Ele perguntou, alarmado.

Adam correu até mim.

Eu olhei para baixo, para a foto em minhas mãos, e ele me acompanhou.

–Onde encontrou isso? - Adam perguntou.

–Onde você acha que eu encontrei?

Eu não sei como estou conseguindo falar alguma coisa.

Antes o espanto. Agora o ódio.

–Como você... como... - Murmurei. -Você sabia de tudo. - Berrei. -Tudo. Tudo. Tudo.

–Rose... - Ele tentou falar.

–Eu acreditei em você. Contei toda a minha história pra você. Confiei meu maior segredo a você. E mesmo depois de tudo isso você continuou me enganando. Como você teve coragem?

–O que está acontecendo? Rose. Adam. - Lucy pediu por uma explicação.

–Não chame ele de Adam. Jack combina muito mais. Não é? - Indaguei com cinismo.

Lucy pegou a foto de minha mão. Seus olhos arregalaram quando ela leu o que estava escrito no verso.

–Não. Não. Não, Rose. Não me chame com esse nome. - Adam pediu, desesperado.

–Por que não? Esse é o seu nome, né? - Falei com deboche.

Adam pousou uma mão em cada ombro meu e me sacudiu com força. Ele estava transtornado. E com tanta facilidade...

–Não me chame assim. - Mandou, ainda me sacudindo.

–Adam, o que é isso? - Lucy berrou. -Para com isso. Larga ela. - Mandou enquanto tentava me soltar.

Adam, por soltar meu ombro da forma que soltou, me fez cair no chão. Ele empurrou Lucy que por sorte conseguiu se apoiar na cama. Ele voltou sua atenção para mim, tentou se aproximar, mas eu me arrestei pelo chão para me afastar. Ergui minha cabeça de forma que pudesse ver seu rosto. Me surpreendi ao ver seus olhos cheios d'água.

Adam caminhou até a parede onde se apoiou e escorrego até se sentar no chão. Ele liberou as lágrimas. Ficamos assim, em silêncio, um encolhido em cada canto do quarto.

Ele virou a cabeça e ficou olhando pra mim.

–Como acha que me senti quando você surgiu do nada naquela escola, ano passado? - Adam quebrou o silêncio.

–Não sei. Se eu soubesse que você era o Jack, poderia ter tido uma ideia. - Falei, seca.

Ficamos em silêncio novamente.

–Por que escondeu isso de mim? - Minha vez de quebrar o silêncio.

–Não podia.

–Por que não podia?

–Porque eu tive medo.

–Medo de que?

–De perder você de novo, Alice. - Confessou.

Ri com deboche.

–Você me chamou de Alice assim como me chamava quando eramos crianças. Você nunca esqueceu. De nenhum detalhe, não é? Nada. Enquanto isso, eu ganhei um trauma, sofri um acidente, fiquei em coma e quando acordei, não lembrava de nada do que aconteceu no passado. - Condenei. - E você não sofreu nada. Não perdeu nada. ­- Frisei com os dentes trincados.

–Não sofri nada? Não perdi nada? Alice, eu perdi você. A única coisa que eu tinha era a sua amizade e eu a perdi. Eu não tinha família, não podia chamar aquela mulher que você conheceu, de mãe. Não podia. Você sabe que ela me maltratava. Eu não tive amor.

–O que aconteceu depois que você fugiu de casa?

–Eu fiquei vagando pelas ruas e fui encontrado por Eddy. Ele me adotou.

Fiz sinal para ele continuar.

–Quando me adotou, ele já sabia de tudo, eu tinha contado tudo pra ele, então me ofereceu a chance de mudar de nome. Disse que se eu quisesse, ele me ajudaria com isso e me aconselhou que seria uma boa ideia. Um novo nome, o começo de uma nova vida. Não pensei duas vezes e aceitei.

–Jack.

Ele riu com desgosto.

–Não tem jeito, né? Vai me chamar assim mesmo... - Ele virou a cabeça pra me ver e depois voltou a olhar pra frente. -Fala.

–Eu fiz uma promessa quando você foi embora. Prometi que se eu te encontrasse, perguntaria por que você foi embora sem se despedir de mim.

Ele assentiu para que eu prosseguisse.

–Então Jack, por que você me abandonou?

Ele ficou alguns segundos em silêncio, ponderando, até que resolveu me responder com outra pergunta.

–E eu iria imaginar que aquela menina que chorava por tudo, que eu sempre estava defendendo, fosse assumir a culpa de um assassinato no meu lugar? - Replicou.

Sorri forçado.

–Certo. - Falei.

Me levantei do chão. Fui até Adam e estendi a mão para ajuda-lo a se levantar também. A princípio ele ficou surpreso pela minha atitude, mas depois seus ombros relaxaram e ele aceitou minha mão.

Saímos do quarto.

Encontramos Lucy e Maria conversando na sala. Fiz sinal para Lucy vir comigo. Adam foi abrir a porta.

–Tchau, Alice.

–Tchau. - Falei. -Jack.

–Já vi que vou ter que me acostumar com isso. -Falou, conformado.

–Pode ter certeza. -Confirmei antes de cruzar a porta.

•••

Eu e Lucy estávamos andando pela rua, em direção a casa dela.

–E ai? Tudo certo? - Lucy perguntou.

–Tudo certo! - Afirmei. -A resposta estava tão perto, né?!

–Assustadoramente perto. - Lucy concordou.

Rimos.

–Nunca percebi alguma coisa. - Lucy contou. -Nada.

–Relaxa. Não fique se culpando por isso. - Acalmei-a.

–Por todos esses anos, eu conheci tudo de Adam, menos seu passado. Ele nunca me contou que era adotado.

–Sério?

–Sério! Eu nunca conheci o pai dele, só sei que ele se chama Eddy e que é piloto de avião. Por isso ele raramente está em casa, pois está constantemente em viagem. Você viu os enfeites na estante da sala?

–Sim. Vi. - Afirmei.

–São coisas que o cara manda de lembrança pro Adam.

Eu e Lucy ficamos conversando até chegar em sua casa. Chegando lá, ela pediu pro pai nos dar uma carona até a minha casa.

•••

A noite chegou.

Eu já havia contado a história para Madame Blue e recontei para papai quando ele chegou em casa. Ambos ficaram surpresos, lógico, e gostaram da minha atitude.

Fui para o quarto. Hora de dormir.

•••

Mais uma vez presa em um sonho.

Perseguida pela coisa.

Estava caminhando pelos corredores da escola com a coisa a tira-colo.

O engraçado é que eu não estava angustiada. Não estava irritada. Pelo contrário, eu estava com um sorriso simplório formado pelos meus lábios.

Estou andando, pensando em tudo o que aconteceu hoje.

Estou em um sonho, usar a palavra 'pensar' está correto?

Ri por estar presa a uma dúvida ridícula.

Estava tão imersa em meus 'pensamentos' que nem vi a criatura parada na minha frente. Quase dei de cara com ela, mas consegui impedir que isso acontece parando a centímetros de distância.

A criatura se aproximou um pouco mais. Percebi que a neblina se dissipou, tudo ao nosso redor ficou nítido.

A escuridão que era seu rosto foi quebrada.

A Criatura abriu seus olhos.


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Notas finais do capítulo

É isso ai, gente! 'Aquilo que os Sonhos dizem' termina aqui.
Favoritada por 15 leitores e recomendada por 3 desses 15. Bons números para uma primeira história, né?
Obrigada, pessoal! Por acompanharem. Pelos comentários. Por tudo! 'Aquilo que os Sonhos dizem' não seria nada sem vocês. Eu não seria nada sem vocês!
Beijos beijos e fiquem ligados! Temos um epílogo a caminho!