Arregalei meus olhos pela surpresa. Está difícil de acreditar no que eu estou vendo.

Eles ainda não perceberam que eu estou aqui senão acho que já teriam parado com o que estão fazendo e falaria alguma coisa pra mim. Me dariam uma explicação. E parece que ninguém tem a intenção de separá-los.

Adam está prendendo Peter contra a parede, parece que está tentando enforcá-lo. A expressão em seu rosto é assustadora, o ódio está terrivelmente perceptível. Peter está tentando tirar as mãos que estão envoltas de seu pescoço com um pouco de dificuldade, vendo que não estava conseguindo achar um jeito de fazer isso, pensou rápido e golpeou a barriga de Gother que instantaneamente liberou o pescoço dele e direcionou as mãos para o ponto que recebeu o soco. Peter aproveitou a chance que teve e empurrou Adam, que consequentemente caiu no chão. Strongland começou a acertar o rosto de seu adversário.

Lucy e Klaus chegaram pedindo espaço a aqueles que estavam no caminho. Ela me encontrou e veio até mim arfando por ter corrido, ele foi até Adam e Peter, e um garoto que chegou junto com ele o acompanhou. Peter conseguiu dar mais um soco em Adam, que acertou em cheio seu olho direito, antes de Klaus chegar e tirar ele de cima do garoto. O outro menino ajudou Adam a levantar do chão com dificuldade. Com Peter sendo preso por Klaus pra não avançar em Adam, e este se recuperando, é possível ver os danos. Gother está com o olho direito bem roxo e a região abaixo do outro olho também está arroxeada. Strongland está com a boca cortada e há um outro corte perigosamente perto de seu olho esquerdo.

De surpresa, Adam tentou acertar Peter, mas o garoto que tinha o ajudado a se recompor e que ainda estava atrás dele, o impediu. Por causa disso, Strongland tentou revidar, mas não conseguiu pois Klaus ainda estava o segurando. Os dois garotos lutaram pra se soltar.

–Chega. - Gritei ao sair do estado de choque.

Eles subitamente pararam de se debater. Seus rostos tomaram uma expressão de surpresa ao me verem ali. Ao saberem que eu vi tudo.

–Por que? - Pronunciei num sussurro.

–Rose... - Peter começou a falar.

Adam o interromper.

–Ele usou você.

Peter arregalou os olhos. Os alunos que aqui estão, soltaram uma exclamação de surpresa.

–Como assim? - Perguntei, incrédula.

–Queria vir até a biblioteca e o encontrei aqui. Eu juro, Rose, que eu não iria nem mesmo falar com ele, iria ignorar que tinha o visto e entraria direto na biblioteca se ele não tivesse me chamado.

–O que? - Peter falou. - Mas...

–Deixa ele continuar. Quero ouvir. - Interrompi Peter que ficou boquiaberto.

–Ele não perdeu tempo e encheu a boca pra falar que vocês tinham se beijado. Que você é mais uma que entrou pra lista.

Que você é mais uma que entrou pra lista. Essas últimas palavras me acertaram em cheio.

–Falei pra tomar cuidado, pra ficar longe dele. Mas você não me ouviu, Rose. Você caiu completamente na dele.

–Isso é mentira, Blackned. - Peter se defendeu. -Não acredite nisso.

–Como se eu fosse mentir pra ela. - Adam direcionou as palavras a Peter. -Rose, você sabe muito bem que eu nunca faria isso. Nunca mentira pra você. - Falou pra mim.

–Não... - Peter murmurou.

Iria responder, mas exitei.

–Blackned, acredite em mim, eu nunca a usaria. Nunca faria algo ruim a você. Não você.

–Burra. Eu sou muito burra. Quando eramos crianças você vivia implicando comigo. Desde crianças...

–Exatamente! Eramos crianças, Blackned. Apenas crianças. Não pode comparar a época que eramos crianças com o que somos hoje. - Peter falou. -Nem mesmo lembro porque eu fazia isso contigo.

–Ele está mentindo, Rose. Ele disse claramente 'eu consegui, Blackned é mais uma que cedeu aos meus encantos' . Essa é a verdade.

–Não. A verdade é que você veio até aqui já me xingando. - Peter falou. Adam riu sarcasticamente. -Blackned, você não entende? A verdade está debaixo do seu nariz, mas você não quer enxergar. Ele é...

Peter foi interrompido por um soco de Adam que acertou seu rosto em cheio. Ele se recompôs e quando ia revidar Klaus impediu se pondo entre os dois.

–Calma, cara. Não se deixa levar... - Klaus tentou acalmar o amigo.

As lágrima começaram a cair silenciosamente, a princípio não tinha sentindo elas escorregarem pelas minhas bochechas.

–Rose, não precisa pensar muito pra ver quem está falando a verdade aqui. - Adam falou. -Acredite em mim, Rose. Eu sou seu amigo.

Em meio as lágrimas assenti com a cabeça e assim dando a minha resposta.

–Não. - Peter berrou.

Ele viria até mim se Klaus não tivesse deixado.

Virei de costas a eles. A princípio fiquei surpresa ao ver que só restava eu, Lucy e Klaus, Adam, Peter e o garoto que ajudou Klaus aqui, mas depois lembrei que Lucy mandou todo mundo ir embora dali.

Quando cheguei a um corredor um pouco isolado da biblioteca comecei a ouvir passos acelerados atrás de mim. Saí correndo.